quarta-feira, 20 de novembro de 2019

De Cosima a Wagner na actualidade



Salles da Fonseca sabe bem despertar a curiosidade, ao seu modo despretensioso e gracioso de buscar temas de interesse que lhe provém de leituras, certamente que fascinantes, com que nos presenteia. A mim, fez-me procurar na Internet um lamiré de dados sobre Wagner, que não resisti a transcrever de um site espanhol, profuso e variado, de comentário crítico sobre a forma como as óperas, hoje, são muitas vezes adulteradas pelos modernos progressistas buscando a sua própria notoriedade, através de adaptações ideológicas que supõem mais do agrado das gentes.
Sobre Cosima Wagner, apenas extraí da Internet, em apoio ao texto de Salles da Fonseca e ao da sua amiga comentadora Maria Emília Gonçalves: “Cosima deixou dois grossos volumes de diários, 1869-1877, e 1878-1883, nos quais relata com detalhes sua vida íntima com Richard Wagner. Os diários param no dia 12 de Fevereiro de 1883, véspera da morte de Wagner….”
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 18.11.19
Hans von Bülow deu-lhe três filhas e Richard Wagner mais duas e um filho, Siegfried. E isto, tendo o que à época se dizia uma «cara de cavalo». Teria por certo outras virtudes.
Passou à História da Cultura Alemã como Cosima Wagner mas se não fosse a austeridade teutónica, teria por certo assumido o nome completo de Cosima Francesca Gaetana (nomes próprios), d’Agoult et Flavigny (da mãe), Liszt (do pai), von Bülow (do primeiro marido) e Wagner (do segundo marido). Com um nome desses, haveria de parecer espanhola ou viúva americana.
Nasceu em Bellagio, Itália, em 24 de Dezembro de 1837 e morreu aos 92 anos de idade em Bayreuth em 1 de Abril de 1930. Entre a morte de Richard Wagner em 1883 e 1914, assumiu a direcção do Festival anual no teatro que ajudou a erigir.
Não fora o seu diário e ter-se-ia perdido muita informação sobre si própria e, principalmente, sobre as personalidades que a rodearam ao longo da vida, nomeadamente Nietzsche. Ela terá sido a única pessoa por quem o filósofo se apaixonou. Não consta que o vice-versa tivesse fundamento. Mas foi ela que interpretou ao piano várias composições musicais de Nietzsche e estas não ficaram para a História se bem que uma ou outra tenha chegado a ser orquestrada.
No meio da paixão (não correspondida), Nietzsche decidiu fazer de Cosima uma escritora sugerindo-lhe que passasse a um estilo mais contido, sem tantas exclamações como Oh! e Ah! e construindo frases mais curtas. Ou seja, pedindo-lhe que deixasse de ser o que ela era. Felizmente, Cosima também não correspondeu a estas sugestões e manteve-se fiel a si própria até ao fim. Para o bem das crónicas que nos legou.
Cosima, a cronista de virtudes ocultas.
Novembro de 2019 Henrique Salles da Fonseca
NOTA: Para saber mais, ver, por exemplo, em
Comentário
Anónimo 19.11.2019: Estimado Dr. Henrique Salles da Fonseca, Diz-se que o relacionamento conjugal de Cosima Wagner com o compositor foi fortemente marcado pelo fracasso de seus primeiros casamentos. Cosima idolatrava Wagner como um semideus , anotando em seus diários, os detalhes da vida e obra do artista. Sabe-se que Wagner se influenciou nela e nos seus grandes dotes musicais (dado ser filha de Franz Liszt) para compor muitas das suas obras, tendo-lhe chamado a “alta sacerdotisa”. Muitos dos registos de Cosima nos seus diários referem-se ao amor intenso que ela e Wagner sentiam um pelo outro. Ela anotou mesmo a seguinte frase no seu diário: “Quando nos separamos, Richard, diz-me palavras de amor tão profundas que quase me sinto morrer de felicidade”. Nietzsche descreve-a: “a única mulher de grande estilo que já conheci”. Contudo, alguns recordam-na como uma figura altiva e fechada.
Os diários de Cosima são muito volumosos (cerca 5000 pag) e retratam essencialmente a vida com Wagner, transcrevendo a maior parte das cartas que trocou com o compositor, tendo sido ela que iniciou o arquivo de Richard Wagner. No entanto, nos seus diários, há também muita correspondência trocada com Nietzsche, havendo imensas referências aos dias que o filósofo passou em família com eles na casa de Tribsen, e descreve estes tempos como uma época de grande serenidade, confiança, e de momentos sublimes. Cosima refere nos seus escritos que os fins de semana que Nietzsche passava com eles, eram imensamente ricos e serenos pois havia grande troca de conhecimentos filosóficos e artísticos, em que ela era a interlocutora entre a concepção artística do marido e a concepção filosófica do amigo.
Lamentavelmente perderem-se a maior parte das missivas que Nietzsche endereçou a Cosima mas sabe-se que descrevem uma grande cumplicidade do filósofo com ela. Há mesmos algumas cartas nos diários de Cosima que são quase conselhos maternais ao filósofo, como por exemplo “ não bata nas vespas” , após uma ida dela a uma das suas conferencias. Há ainda cartas de Cosima para Nietzsche que descrevem a alegria e a surpresa que teve quando recebeu o livro “Cinco Prólogos para cinco livros não escritos” e às quais o filósofo lhe retribui uma sucinta missiva em que lhe diz que ele é que se sente honrado por ela ter aceite a dedicatória que ele lhe fez no livro. Sabemos, entretanto, que Nietzsche rompe a amizade com o músico por discordâncias intelectuais, políticas e também musicais que vieram a ser divulgadas após a celebração do Festival de Bayreuth.
Após a morte do marido, Cosima, perpetuou o seu culto e ergueu-lhe um monumento póstumo na forma do Festival de Bayreuth. =============================================================
Caro Dr. Henrique Salles,
isto é um contributo muito insuficiente , fruto de uma pesquisa um pouco apressada e que dispensa a publicação no seu blog. Aceite os meus respeitosos cumprimentos. Mª Emilia Gonçalves

NOTAS DE APOIO:   Extractos da Internet:
Do “ARCHIVO RICHARD WAGNER (1813/1883) – HEMEROTECA WAGNERIANA:
En el libro “Wagner autrement: Essais” de Jacques Grillia se condensa un magnífico grupo de las mejores locuras asignadas a Wagner y sus obras por los payasos-intelectuales actuales. Es un recital realmente alucinante que por sí solo merecería un premio a la estupidez humana. El libro se presenta como ‘Otras formas de entender a Wagner’, de manera que el autor pretende explicarnos como poder deformar el sentido común con Wagner, no comprende las locuras que propone o expone.
Si Freud está loco, el marxismo cuenta con otra forma de locura curiosa, interpretarlo todo por temas económicos, en vez de los sexuales freudianos. Y si se puede añadir anti fascismo aun mejor…..
Si los marxistas tiene locuras freudianas, sexistas y económicas sobre Wagner, muy visibles en las puestas en escena actuales, tampoco hay que olvidarse de algunas locuras menos populares como las de algunos esotérico-arianistas que tienen también una locura realmente alucinante. Bajo la idea de que la raza aria viene de dioses extra terrestres, es biológicamente un resto de algo que en su día fue por sí mismo pero que lo que hoy encontramos es sólo algo que se reproduce únicamente por la inercia de las leyes del cosmos, pues ha perdido la esencia de lo que fue, así como ha perdido el vínculo extraterrestre o extra-cósmico en que tuvo su origen…  tras esta ‘idea absurda inicial’ encontramos que una vez más se meten con Wagner……
Una de las locuras más comunes son las sexuales, pero entre ellas hay algunas especialmente curiosas, por lo raras y demenciales, diferenciándose algo de las locuras normales sexistas sobre el complejo de Edipo y la asignación a Wagner de sexismo extremo. …..
BARBARIDADES ANTI WAGNERIANAS: EL DESMADRE ACTUAL CONTRA WAGNER
Es de todos conocido el desastre y el grado de locuras que se hacen con las óperas, y no solo con las de Wagner. Pero hemos querido hacer un resumen desde los años 1990’s de los temas más interesantes de esa epidemia de destrucción artística, no solo como ‘Memoria Histórica’ de la decadencia ética y artística actual sino para debatir también sus excusas y dejar en evidencia sus verdaderas motivaciones.
Hay muchas más pero no añaden nada, son repetición de lo mismo, sexo-porno, politización, incoherencia absoluta, ignorancia supina, … cuando se han conocido 10 de las chorradas de esos esceno-destructores, te das cuenta de lo repetitivo, aburrido y falto de originalidad de sus montajes.
Por eso no hemos querido ser exhaustivos sino solo mostrar lo suficiente para entender el grado de decadencia y sus razones.
LAS ULTIMAS LOCURAS DE BAUREUTH 2012
Como desde luego no me acerco a los aquelarres anti wagnerianos de Bayreuth, hoy lugar satánico de la destrucción de la obra wagenriana, me limito a reproducir las descripciones de José Miguel Ferrer Puche es Presidente de la Asociación Wagneriana de Alicante:
Pero vamos a lo que nos interesa, la representación: Comenzó el 25 de julio del 2012. En qué estaría pensando el director artístico Jan Philip Gloger, que se olvidó del capitán de navío condenado a atravesar los mares eternamente hasta encontrar el amor. Ya estábamos avisados. Sabíamos de la amenaza que se cernía sobre nosotros con un ligero cambio algo “moderno”, pero nadie esperaba lo que estaba por llegar… El director de 31 años prefirió sustituir el universo del capitán maldito por el de un hombre de negocios que cruza un mundo carente de amor con una maleta con ruedecillas y un vaso de café. Este hombre rico e infeliz derrocha su dinero contratando prostitutas y hasta lo quema. No sé dónde esconderme. Entre abucheos del público y algunos débiles aplausos, de súbito me siento tan espantado, que tengo la sensación de no saber a qué ópera estoy asistiendo, tal es la desventura de estos cambios tan faltos de romanticismo y sentido dramático.
El director de escena, Hans Neuenfels, planteó una ridícula producción en la que la ópera se fija en un laboratorio rodeado de ratones, ratones como metáfora de las masas y de su conducta de aceptación mundana de cualquier oferta, de cualquier utopía (la del malvado Telramund, la del justo y bondadoso Lohengrin o la aún desconocida de Gottfried). Unos cuantos roedores (más de 50) de todos los colores posibles y tamaños, no solo convierten en ruinoso el espectáculo, sino que andan muy alejados del simbolismo y mitología representados en el cisne wagneriano
El montaje escénico del Tannhäuser de Sebastian Baumgarten es un farragoso compendio ideológico que condiciona la escenografía y el desarrollo dramático. Utiliza la ópera como plataforma de una concepción sociocrítica en la que se ve a una futura sociedad altamente tecnificada y posthumanista, articulada actualmente en la bioética. Esa idea queda plasmada en un escenario único: una instalación denominada “tecnocrat” (del artista holandés Joep van Lieshout), que contiene calderas de fermentación, depósitos de biogás, cisternas de alcohol, bidones, mangueras, etcétera. En ese “tecnocrat” hay dos niveles: el subsuelo o Venusberg, donde se mueven los instintos más sexuales con Venus embarazada, quimeras y otras aberraciones copulantes, e incluso figurantes disfrazados de espermatozoides; y el nivel superior o Wartburg, que pertenece a esa comunidad racional posthumanista con el Landgrave Hermann como máximo supervisor.
LA MANIPULACION POLITICA DE WAGNER… EN LA DEMOCRACIA:
ALGARADA EN 'TANNHÄUSER'
Curiosamente se acusa siempre de manipular a Wagner en el III Reich, cuando allí nunca se puso un símbolo político en la escenografía de una obra de Wagner… pero ahora se hace muy a menudo, la última bien sonada en Berlín.
Rosalía Sánchez | Berlín:
Se abre el telón. Durante la 'Obertura' de 'Tannhäuser', actores desnudos caen a tierra desde una cruz hecha de cubos de vidrio y envueltos en niebla. Son cámaras de gas. Varios matones de las SS, junto a Tannhäuser, asesinan a una familia en un brutal tiroteo. El director Burkhard C. Kosminski sitúa la legendaria acción del castillo de Wartburg durante el régimen nazi y la asocia con el nacimiento la República Federal Alemana, en la 'época Adenauer'. No ha transcurrido ni media hora de función cuando buena parte del público se levanta de sus asientos entre abucheos y abandona la ópera de Düsseldorf.
La imagen de Tannhäuser como un criminal nazi y la alusión al antisemitismo de Wagner, en medio de los preparativos del aniversario, han sido demasiado para el público alemán. "¡Esto es un insulto!", gritaban algunos indignados, lamentando no tener a mano objetos contundentes que lanzar al escenario. El director intendente de la ópera, Christoph Meye, se vio obligado a interrumpir el estreno para pedir al público que se contuviese en su reacción. Pero aunque la obra continuó después hasta el último compás, en el que un niño superviviente perdona a Tannhäuser la culpa de sus crímenes, la concepción escénica de Kosminski, una descabellada dialéctica entre el eros y el ágape, entre Venus y la Virgen María, entre la sensualidad y el ascetismo, había colapsado mucho antes de que la orquesta terminase la partitura.
LAS ÓPERAS ESTÁN PARA SER PROSTITUIDAS: En el ABC del 8-6-92 Joan Matabosch, que está en la dirección artística del Liceu, afirmó por escrito y de forma clara cual es su labor: “Digamos desde aquí para zanjar el problema, que a nuestro juicio las óperas existen para ser interpretadas, manipuladas, contradichas, trascendidas o prostituidas si es preciso.” ….
ENTREVISTA A TERESA BERGANZA, MEZZOSOPRANO    ABC 12-8-2007
- ¿Qué es lo que más echa de menos en la ópera actual?
- El respeto. El respeto absoluto a los compositores, a los libretistas, a las épocas, a los cantantes ... A todo. 
- ¿Y eso es un mal generalizado en todo el mundo?
- Está ya en todas partes. En Alemania fueron pioneros. Luego llegaron Italia, Francia ... Pero ahora la gente se ha disparado. A mí me duele, por· que en el arte nadie toca las genialidades que ya están hechas. Nadie corrige a Rembrandt, y le pone silicona a los pechos de sus modelos. Ni se le ponen cuatro rayajos a un Velázquez para modernizarlo. Si puede llegar un pintor genial y hacer un cuadro moderno en el estilo de Velázquez. Y eso lo aplico a la ópera. Que hagan una «Tosca» del año 2007 y no toquen la original. Porque las reacciones son diferentes, las libertades son diferentes, incluso la Iglesia es diferente. Los amores prohibidos ya no existen ... Lo que hacen falta son compositores modernos, y si quieren sacar a todo el mundo desnudo que lo hagan. Porque parece que lo que más les atraiga es poner bacanales ... No entiendo ese afán de escándalo. Dicen que quieren atraer a la gente joven, pero la gente joven está harta de ver esas cosas. La gente joven lo que quiere es la verdadera ópera.

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