Salles da Fonseca sintetiza: A
Rússia, antes,
agora a China, o petróleo a causa, a América do Sul na corda
bamba das ambições chinesas actuais, a desestabilização por lá, pela América
do Sul.
Parece simples, parece fácil, são os mesmos de esquerda, mas a China na
dianteira, agora. Simples.
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA A BEM DA NAÇÃO, 16.11.19
Os obstinados são isso mesmo: obstinados, teimosos, insistentes e mais o que os
dicionários de sinónimos dirão. E quem é desta vez? Ora bem, os mesmos de sempre, os que querem mandar nos outros, os
do «tira-te tu para me pôr eu».
A
estratégia é sempre a mesma e, daí, ficar o gato escondido com o rabo de fora: cortar aos grandes o acesso às
riquezas da Terra. Foi assim com o cerco soviético à Europa que em 1974 culminou com
o 25 de Abril em Lisboa e, daí, a passagem do Império Português para a esfera
soviética, e agora com a destabilização da América Latina para enfraquecer os
EUA.
Mas desta vez pode haver uma mudança de «artistas» com os chineses
a substituírem os russos. É que a Rússia tem petróleo e a China
está ávida dele, especialmente o da Venezuela, antes que o Estreito de Ormuz fique intransitável. Assim, tudo se justifica para que o petróleo venezuelano deixe
de ser exportado para o mundo ocidental e passa para a sua, chinesa, esfera de
interesses.
E
agora que tudo estava a correr às mil maravilhas com o norte de Moçambique
«no papo» e com a América Latina em polvorosa, logo vem aquela chatice de Hong Kong… Só
faltava agora que a «coisa» alastrasse a outras cidades chinesas com um
Sindicato Livre qualquer ao estilo do «Solidariedade».
A ver…
E estava eu nestas confabulações quando o Embaixador Francisco Henrique da Silva me envia um vídeo com o assalto e saque a uma igreja no Chile. Seguiu-se o diálogo que
transcrevo:
Eu – Quem semeia
ventos, colhe tempestades e a uma acção segue-se sempre uma reacção.
Embaixador
- Pois
tem toda a razão, (…) a uma acção segue-se uma
reacção e quem brinca com o fogo queima-se. O certo é que na América Latina
o rumo político é quase sempre incerto e as coisas mudam inopinadamente. A Argentina pode mudar para muito pior agora que os Kirchner voltam ao poder; o México prossegue
uma via de esquerdização pela mão de um demagogo, que, aliás, conheci
bem, AMLO; na Bolívia, Moralez teve de bater com a porta; na Venezuela, tudo como dantes, afinal, Maduro não
cai de…maduro..; no Brasil, Bolsonaro,
apesar da ondulação, aqui e além, agitada, mantém-se; no Equador, com
alguns sobressaltos, a situação parece agora estar controlada; no Chile, o
caos continua, com características anárquicas, como se vê. No
céu, as nuvens acumulam-se, o que é que se segue é uma incógnita.
Eu
- Muito obrigado, Senhor Embaixador!
Não é todos os dias que sou beneficiado com um "tour d'horizon" tão
elucidativo e sintético. Peço autorização para enquadrar a sua exposição em
texto a publicar no "A bem da Nação".
Embaixador - Pode
utilizar o texto como lhe aprouver. A minha intenção não era publicá-lo como
está, pois é demasiado sintético, pouco analítico e teria de lhe dar alguns
retoques, aqui e além. Mas se entender que é de publicar…esteja à vontade.
O rumo da América Latina, por razões históricas, políticas,
económicas e sociais está em permanente redefinição e tanto se por esboçar no
sentido de uma direita musculada como de uma esquerda demagógica.
E a pergunta, agora, é: - E agora?
Dado
que não sou Ministro dos Negócios Estrangeiros, posso especular e não definir uma política autónoma ou concertada com os demais
países nossos aliados mas, para já, olho para a América Latina e vejo-a como o laboratório onde os gananciosos
obstinados de um lado, do outro ou de todos, manipulam as experiências
políticas que servem aos seus objectivos de subjugação dos povos desamparados e
respectivas riquezas naturais.
Pobres países ricos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário