sexta-feira, 1 de novembro de 2019

«Quê? Quê? Quê? Assi “nos” vai?!»


Era o pobre do Fidalgo que se rebelava contra a tirania do Diabo que o queria conduzir para o “Inferno” sem mais aquelas, sem ter em conta os seus pergaminhos sociais. Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?!», era como refilava o pobre do Fidalgo, segundo a pena de Gil Vicente, que assim troçava da nobreza arrogante daqueles seus tempos críticos.
Hoje as personagens são outras, somos todos nós que também nos rebelamos inutilmente, conduzidos por gente já sem pergaminhos mas com idêntica arrogância decisora dos nossos destinos. «Quê? Quê? Quê? Assi “nos” vai?!» Só pode ser este o grito de protesto inútil, que alguns comentadores do texto de Alexandre Homem Cristo sobre “Os chumbos nas escolas” acrescentam, com argumentos inteligentes, tão inúteis como os de AHC, embora haja os “malandretes” (rimando com “batanetes”) apoiantes do carácter folgazão do ensino, justificativo do seu próprio (carácter, digo, que se lhes vê nas falas).
Em suma, é necessário que os níveis de exigência didáctica baixem para que os níveis de aproveitamento escolar subam, e assim subamos todos às alturas das estatísticas escolares. Ou desçamos definitivamente às profundezas, mesmo sem Barca.

Os chumbos nas escolas não se resolvem por decreto /premium
Há uma ideia que tem de ser absolutamente assumida pelo debate político: a verdadeira escola democrática não é aquela que baixa a bitola, mas aquela que puxa para cima quem está por baixo.
OBSERVADOR, 31 OCT 2019
Informa o Programa de Governo, na secção referente à Educação, que se irá “criar um plano de não retenção no ensino básico, trabalhando de forma intensiva e diferenciada com os alunos que revelem mais dificuldades” (página 142). Este compromisso político preocupantemente ambíguo justificou uma manchete no jornal i – “fim dos chumbos até ao 9.º ano” (2019.10.28) – e uma reportagem do Correio da Manhã (2019.10.29) titulada “pais aprovam fim dos chumbos até ao 9.º ano”. E está presente na discussão parlamentar que marca o arranque desta nova legislatura. Ora, o tema é de importância extrema, tem implicações profundas no sistema educativo e merece um debate bem melhor e mais esclarecedor do que este actualmente em curso. Por isso, vamos por partes – em 6 pontos e uma conclusão.
Existem inúmeros estudos (nacionais e internacionais) que comprovam que a retenção é, na esmagadora maioria dos casos, uma medida ineficaz para a promoção do sucesso escolar dos alunos – isso foi tema, de resto, de um longo ensaio que já aqui publiquei (2018). Ineficaz porque, em média, a repetição de um ano escolar não faz com que se encurte a distância na aprendizagem de um aluno “reprovado” para um aluno da mesma idade que progrediu. Ou seja, a reprovação não é uma via que ajude efectivamente os alunos a recuperar do seu handicap. E, assim sendo, torna-se uma medida simultaneamente ineficaz no plano financeiro: o esforço orçamental para cobrir as reprovações é muito significativo (custa centenas de milhões de euros) e, se a medida não funciona no plano educativo, é forçosamente dinheiro mal investido.
As organizações internacionais (como a OCDE) e os grandes centros europeus de avaliação de políticas públicas (como aqueles que giram à volta da Comissão Europeia) há muito tempo que sublinharam a ineficácia da retenção de alunos. De resto, os relatórios destes organismos têm recomendado reiteradamente aos Estados que, na medida do possível, procurem reduzir as taxas de retenção nos seus sistemas educativos.
Em Portugal, a retenção dos alunos é historicamente elevada e, por isso, um desafio amplamente discutido no âmbito das políticas públicas. Cerca de 31,2% dos alunos portugueses com 15 anos reprovaram no seu percurso escolar pelo menos por uma ocasião – dados do PISA 2015 da OCDE (os mais recentes a este nível). É uma percentagem elevadíssima no contexto europeu. Repare-se que, entre os países europeus, só na Bélgica há mais reprovações (34%), estando a Espanha (31,3%) em situação idêntica à de Portugal. Os restantes países apresentam percentagens à volta de 20% (França, Holanda, Suíça, Alemanha), entre 5% e 10% (Hungria, Irlanda, Polónia, Grécia) ou mesmo abaixo dos 5% (Dinamarca, Estónia, Suécia, Reino Unido, Finlândia, Eslovénia).
O que explica a elevada retenção em Portugal, comparativamente aos restantes países europeus, não é nenhuma das hipóteses mais comummente discutidas. Por um lado, o sistema educativo português não é mais exigente do que o dos outros – é falaciosa a ideia de que as retenções espelham alguma forma de exigência educativa. Nos vários estudos existentes, não se verifica qualquer correlação entre “exigência” e taxas de retenção, nem sequer entre elevadas taxas de retenção e melhores desempenhos dos alunos nas avaliações internacionais. Por outro lado, como é óbvio, os alunos portugueses também não são “inferiores” aos seus pares europeus, nem sofrem de qualquer falha na sua instrução que justifique tamanha diferenciação – é absurda a ideia de que os nossos alunos são 30% mais “estúpidos” do que, por exemplo, os do Reino Unido.
O que explica que a retenção seja tão elevada em Portugal são aspectos sistémicos – isto é, duas características do sistema educativo, em particular. A primeira é a estrutura do ensino básico (amplificada pela avaliação externa). Os anos escolares com maiores níveis de retenção são geralmente os que antecedem os anos finais dos ciclos do ensino básico. O que isto demonstra é que os professores tendem a evitar que os seus alunos progridam para o último ano do ciclo (4.º, 6.º ou 9.º anos escolares) quando ainda evidenciam algumas fragilidades na aprendizagem – na prática, não dão certezas de estarem capazes de concluir com sucesso esse ciclo de estudos. Daí que, para os partidos (da esquerda à direita) que propõem rever a estrutura do ensino básico e ter menos ciclos, um dos argumentos é precisamente este de, assim, reduzir as retenções. Esse efeito é, de resto, reforçado pela existência de provas de avaliação de final de ciclo – se estas existirem, é superior o incentivo para a reprovação antes de os alunos chegarem ao ano das provas.
A segunda característica sistémica que explica as retenções é a estreita relação do desempenho escolar de um aluno com o seu perfil socioeconómico. Aliás, esta é uma relação que, não sendo determinística, está fortemente correlacionada: em Portugal, o melhor previsor do sucesso escolar de um aluno é o seu perfil socioeconómico (em particular, a formação escolar da mãe). A regra é esta: quanto mais pobre e pouco qualificado for o agregado familiar, maior a probabilidade de insucesso escolar (e a consequente retenção). E mesmo que haja quem insista em identificar aqui uma espécie de desculpa de mau pagador, os dados são absolutamente inequívocos: por exemplo, no 7.º ano de escolaridade, em todas as disciplinas (sem excepção), a percentagem de negativas aumenta à medida que os alunos estão cobertos por mais apoios da Acção Social Escolar (ou seja, quanto mais vêm de contextos desfavorecidos) – ver este estudo da DGEEC, nomeadamente o gráfico 5.1.1. (página 40).
Conclusão? Sim, há demasiada retenção de alunos em Portugal, esta é geralmente ineficaz no plano educativo e todos os indicadores reforçam a convicção de que a sua redução é prioritária. Mas se, em Portugal, os alunos chumbam muito, isso espelha sobretudo uma insuficiência do sistema educativo, que é incapaz de dar resposta às várias necessidades dos alunos, nomeadamente colmatar as diferenças sociais com que os miúdos entram na escola e que têm uma influência fortíssima na sua probabilidade de sucesso. Numa frase, as retenções espelham a realidade cruel do sistema educativo português, que está muito melhor do que estava há 20 anos mas que ainda não consegue cumprir integralmente a sua missão: o elevador social da educação está avariado e a precisar de arranjo. Note-se que não é assim em todo o lado. Portugal está destacado entre os países europeus onde o perfil socioeconómico dos alunos é mais definidor do seu sucesso escolar. Ou, dito de outra forma, Portugal é um dos países onde menos o seu sistema educativo se provou capaz de ultrapassar as desigualdades sociais que entram na sala-de-aula e dar uma educação que sirva a todos e que satisfaça as necessidades educativas de todos. Eis o tendão de Aquiles do sistema educativo.
Nada disto se resolve por decreto ou por via administrativa. Pelo contrário, só se agrava: uma escola que esconde os seus problemas está, mais do que a perpetuá-los, a condenar ao fracasso os alunos mais necessitados da escola para vencer na vida. Há uma ideia que tem de ser absolutamente assumida pelo debate político: a verdadeira escola democrática não é aquela que baixa a bitola, mas aquela que puxa para cima quem está por baixo. E esta máxima vale para reflectir sobre várias áreas do sistema educativo, seja a retenção ou a própria existência de avaliação externa (exames e provas de aferição), onde o governo anterior (2015-2019) errou clamorosamente.
Seria injusto, com base numa frase isolada do Programa de Governo (citada no início deste artigo), acusar peremptoriamente o novo governo de pretender introduzir passagens administrativas para lidar com o problema da retenção escolar. Mas é inteiramente justo assinalar que o compromisso, tal como está redigido e foi aprovado em Conselho de Ministros, é lamentavelmente ambíguo e parte de uma premissa tão perigosa quanto errada: o sistema educativo não precisa de um “plano de não retenção”, cuja existência formal seria (mesmo que indirectamente) um incentivo administrativo e burocrático para as escolas/ professores evitarem retenções; precisa, sim, de políticas públicas que promovam o sucesso escolar e que sejam destinadas, em primeira instância, aos que apresentam maiores dificuldades de aprendizagem – com as devidas dotações orçamentais e alocação de recursos, sem as quais qualquer compromisso desta natureza não passará de letra morta. Claro que isso não será tão vistoso quanto anunciar um “plano”. Mas será muitíssimo mais eficaz e melhor para os alunos. E é isso que realmente importa.
COMENTÁRIOS:
manuel soares Martins: O articulista não está ver o filme. O governo quer apresentar boas estatísticas escolares, sem haver "chumbos" - e isso só se consegue, exactamente...por decreto.
Ana Brito O problema do insucesso escolar está na indisciplina e no aumento de anos de escolaridade obrigatória. De reforma em reforma a escola pública acumulou missões que pertenciam às famílias ou a outros grupos sociais e está a afastar-se do seu "core Business": a transmissão de conhecimentos científicos, que mais nenhuma entidade está preparada para fazer. Tudo o que se propõe para aumentar o sucesso vem já manchado pelo pecado original: a obrigatoriedade da frequência da escola até ao 12º ano, o bloqueio pela lei de impor a disciplina, fazendo sair definitivamente da escola quem reiteradamente, ao longo do ano lectivo, infringe as normas ou do sistema educativo quem é transferido de escola para escola, ano sim, ano não, por infracções disciplinares graves, até fazer os 18 anos. O mau ambiente, a disrupção, a improdutividade, as classes em que o nível de escolaridade já não corresponde às bases dos alunos, em que os professores têm dificuldade em manter a disciplina, quanto mais leccionar todos os conteúdos dessa disciplina, as avaliações tão regulamentadas e passíveis de recurso que levam os professores a uma postura de defesa, beneficiando o aluno são a realidade de muitas escolas. O jovem de um estrato social mais baixo beneficiaria imensamente com uma escola onde pudesse aceder a conhecimentos e eventualmente comportamentos acima da sua realidade social, ajudando-o a progredir. Infelizmente, em muitos casos, acaba por ver reproduzida na escola, no convívio com os colegas, a mesma realidade e nalguns casos, até pior. Os jovens precisam de melhores escolas e de aprender mais. Por isso a abordagem da escola deve voltar ao básico e os políticos devem procurar as suas vantagens eleitorais noutros sítios, talvez ganhando louros por fazerem crescer a economia acima dos 5% ou reduzirem a dívida acima de 20%. Isso é que lhes ficava bem! Deixem os professores e os alunos em paz|
Ping Pong > Yang Ana Brito: Chega de Outsourcing... prefiro que passem logo cedo umas temporadas num Centro de Formação ou como se lhe queira chamar, com horários, gestão de tempo, métodos de estudo e desporto, do que mais tarde num Estabelecimento Prisional ou em exclusão social. PS- Veja o caso dos hábitos de reciclagem que entraram em muitos lares pela mão dos miúdos. São mãos pequeninas, mas quando são bem conduzidas, são firmes e poderosas...
Hélio Crespo > Ana Brito Traça o retrato fiel do que são as escolas públicas na cintura de Lisboa e em alguns outros centros urbanos. Selvas tomadas de assalto e à merçê de selvagens étnicos, sem qualquer possibilidade de funcionarem como efectivos centros de verdadeiro ensino. Meros depósitos de analfabetos que haverão de alimentar as esquerdas, que os querem manter nesse estádio de dependência e barbaridade. A escola pública, colonizada e comandada pelo comunismo, é um cancro que impede o desenvolvimento do país e aprisiona as crianças num círculo de miséria. Para bem das nossas crianças e do país, há que as exterminar por completo.
Ping PongYang Se o artigo corresponde ao resumo, desta vez estou completamente de acordo com o autor. Todos os esforços deveriam ser mobilizados para se "caír em cima" (passe a expressão) do aluno com insucesso, com todos os meios conhecidos, até ele integrar um patamar considerado aceitável... "É de pequenino que se torce o pepino !"
Joao Rodrigues: Tanto na França como na Alemanha, o ensino privado é mínimo, em todos os níveis: elementar, médio e superior. E o ensino superior é quase que totalmente público. Até nos Estados Unidos, o ensino superior de graduação é maioritariamente público.
Adelino Lopes: Acerca da escola pública existe muito para falar / discutir. Mas que interessa? Sim, que interesse tem isso para os governantes? Será que para eles, que têm os filhos nas escolas privadas (nada contra as privadas, pelo contrário), por acaso interessa-lhes concorrência? Tipo meninos carenciados nas escolas privadas ou escolas públicas de qualidade? O que interessa é a propaganda para obterem os votos.
Joao Rodrigues > Adelino Lopes: Vá ver os estudos que comprovam que os melhores alunos das Universidades vieram de escolas públicas
MCMCA > Joao Rodrigues:  Com explicadores privadoss
Miguel Bergano: Reprovar até ao 9ºano é ridículo, agora chegados aí, claramente há muitos alunos que não precisam de continuar a perder tempo. Devia-se apostar fortemente no ensino técnico e profissionalizante, mas isso é uma heresia para pessoas que têm alergia ao trabalho... o que é preciso é licenciados em línguas clássicas nas caixas dos hipermercados.
Ana Dias: Bom artigo, Alexandre. Subscrevo o entendimento de que os chumbos, objectivamente, não são benéficos para ninguém. São, porém, indispensáveis e parte intrínseca do próprio conceito de educação, que não pode dispensar ser avaliada de forma efectiva e com consequências. Ao contrário do Alexandre, não tenho a menor dúvida de que o que está por detrás desta "proposta" é, de facto, instituir um sistema de "passagens" administrativas, muito similar, aliás, aquele, o efectivo do 25 A ou o prático agora reinante nas escolas públicas "ciências" sociais, de que beneficiaram as cabecinhas mandantes na política educativa desta choldra. De novo concordo com o Alexandre de que o problema só pode ser tratado com políticas públicas que, ao nível da escola, resgatem, através de um acompanhamento individual e efectivo, os que têm dificuldades e os ajudem a evoluir para um nível satisfatório. Ademais, não se vê que dificuldade poderia haver em desenhar e implementar políticas efectivas nesse sentido, já que o país, embora tenha cada vez menos crianças nas escolas, sustenta uma multidão de professores, a quem paga ordenados escandalosamente altos e que se encontram no topo dos mais preguiçosos, mal formados e irresponsáveis trabalhadores do estado. Como sempre, é tudo uma questão de gestão de recursos, planeamento e avaliação.
Ping Pong > Yang Ana Dias Aí está o "Doutor" Passos Coelho como o símbolo máximo dessa preguiça, incúria, irresponsabilidade e laxismo de que fala !
Hélio Crespo > Ping PongYang: Doeu assim tanto? Não admira! Cheira-me que o chinoca totalitário, responsável pela morte de milhões com o seu xuxalismo, é também um dos chulos "professores" mais bem pagos da Europa para produzir analfabetos indigentes, futuros votantes das esquerdas criminosas e acéfalas. Quanto ao Dr Passos Coelho, em vez do abuso ordinário, deveria averiguar junto dos respectivos alunos e superiores hierárquicos qual é a sua performance. Como todos os aldrabões, isso recusa saber. Como manda a cartilha dos bandidos da sua laia: nunca deixar que a verdade dos factos impeça a continuação do roubo e da trapaça.
Pedro Miguel Guerreiro: Os principais prejudicados do estado lastimoso de tantas escolas dos centros urbanos, são os bons alunos da classe baixa e média.
chints CHINTS: Há 20 anos que os governos socialistas pressionam os professores para arranjarem altas taxas de sucesso. Primeiro, acho eu, para terem uma vasta população analfabeta que votasse neles, objectivo alcançado. Segundo, para disporem de dinheiro para Sócrates, berardos, fundação Mário Soares, e etcs
Ana Ferreira:  Que Cristo tenha de citar o CM, esse modelo de seriedade, já é mau sinal, quando, ainda por cima, ataca uma causa que ele próprio defende?! É óbvio que a retenção é negativa, e que os alunos com mais dificuldades em vez de castigados devem ser ajudados a progredir. Certo?
Ricardo A.> Ana Ferreira: no mínimo devem ter direito a uma licenciatura no ISCTE.
Jose Neto > Ana Ferreira: Qual é o problema de citar o CM?
victor guerra: O abandalhamento geral da sociedade portuguesa, o "socialismo".
Fernando Ribeiro: Caro AHC. A escola que temos serve apenas para os políticos se sentirem virtuosos, não tem em conta as necessidades dos alunos e do país. Se servir para doutrinar... é quanto basta. E como os pais (eleitores) não querem saber...
Alexandre Barreira: ....vá lá.....Joãozinho........diga-me lá quem foi o primeiro Rei de Portugal....vá lá eu dou uma ajuda.......foi o pai da nossa nação.....ah já sei sotôra........até o meu pai diz que foi ele....o Passos Coelho.......!!!!
Tiago Queirós: Se não existe Igualdade a bem - existe Igualdade a mal! Nem que tal implique, em última análise, a rejeição e a perversão do propósito último do Socialismo, a saber, a "libertação da Humanidade". O Socialismo não tem outro remédio que não seja nivelar por baixo; se, subitamente, os alunos Portugueses alcançassem um nível de excelência escolar e académica, acabariam inevitavelmente por se tornar eleitores de outros partidos que não o Partido Socialista - e isso não pode ser! Conclusão: é preciso é libertar a Humanidade (e Portugal) do Socialismo!

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