terça-feira, 14 de junho de 2022

Lição de moral, ou de doutrinação cristã?

 

A crónica do Pastor Baptista Tiago de Oliveira Cavaco pareceu-me mais voltada para uma espécie de satirização dos costumes, feita com bonomia e desprendimento, mais do que pretensão de difundir doutrina, a menos que, ele próprio pretenda revelar uma posição doutrinária menos dogmática ou mais democrática, seguindo a orientação de um reformador da Igreja para esta sua teoria sobre “as pessoas boas” e não siga tanto as propostas da doutrinação apostólica, com pecados e virtudes capitais, embora a condenação luterana aos excessos do catolicismo, que o nosso Gil Vicente não deixou igualmente de ironizar, se regulasse, certamente por esses parâmetros morais para poder condenar os excessos clericais. Parece-me, pois, ambígua a posição do Pastor Baptista Cavaco, mas deu lugar a um debate entre dois dos seus comentadores - com interesse mas também algum ataque pessoal – o que é “mau”, segundo a teoria exposta (porque não é” panhonha”). A proposta é entre os bons - “panhonhas”, chatos, e desdenhados - e os maus, - vivos e argutos e certamente admirados. Talvez o Putin sirva de exemplo, para estes últimos, pelo menos na questão da admiração. Também não amo os filmes de violência, para responder positivamente à tese do Pastor Cavaco sobre a questão do Mal…

Suspeitar de soluções

Lutero sabia que o melhor que podia acontecer a uma pessoa era ela saber-se justa e pecadora, alcançada pela graça de Jesus. Isso é muito diferente de dividir o mundo entre os justos e os pecadores.

TIAGO DE OLIVEIRA CAVACO, Pastor Baptista, colunista do Observador

OBSERVADOR, 12 jun 2022, 00:1827

Que as pessoas boas são chatas, parece não haver dúvidas. Talvez por isso, geralmente fazer a coisa má pede mais talento de nós do que fazer a boa (expus sucintamente a tese no texto “De pecadores para panhonhas”). Pensem como os grandes crimes, por exemplo, nos dão histórias muito mais emocionantes do que as filantropias mais comoventes. Por alguma razão nunca se venderam histórias de boas acções como se vendem “crime stories”. Não escolhemos séries na Netflix acerca de como aquela pessoa viveu uma vida inteira fazendo o bem, não interessa a quem. Já o contrário…

Quando forçamos a gostar de gente boa tornamo-nos tão chatos como essa gente boa já é. É por isso que vivemos irremediavelmente entediados por um mundo que desfila heróis atrás de heróis, causas atrás de causas, numa fila indiana de solidariedade que nos comprime como um cordão de segurança. Quando ser bom se torna a razão de ser, a maldade parece a única forma de liberdade a sério. Foi por essa brecha que a serpente explorou a imaginação dos moradores do Éden: que tal ser livre como uma forma de conviver com algo além do bem? As pessoas duvidam que o Diabo exista mas continuam a papar a sua tentação mais básica. Quanto mais solucionados nos sentimos, menos praticamos as melhores modalidades da suspeita.

E esse torna-se um dos nossos maiores problemas: só esperamos problemas dos problemas. Nem sempre foi assim. Em épocas menos apressadas as pessoas também esperam problemas das soluções e é essa atenção que as torna mais reflectidas. Esse é um dos valores mais preciosos e mais difíceis de promover, por exemplo, entre os meus filhos e a minha Igreja. Temos de passar uma vida inteira a lembrar que qualquer tolo sabe que um problema provavelmente gerará outros mais, mas só um sábio está preparado para também os esperar de uma solução. Creio que este é um dos desfasamentos actuais na relação do mundo com o Cristianismo, em particular. O Cristianismo (e mais especificamente o Protestante, que é o meu) sempre se distinguiu de todas as outras fés religiosas pelo seu desconforto diante do bem. Como assim? Onde todas as outras religiões esperavam grandes coisas das coisas boas, o Cristianismo desconfiava e preparava-se para até das coisas aparentemente boas virem más. Vindo do monoteísmo judaico, o Cristianismo sabia que, por exemplo, adorar o Deus certo (o único, diante de uma multidão de muitos) era tão importante como adorar o Deus certo da maneira certa. O pavor que os judeus e os protestantes (e até os muçulmanos!) têm à produção de imagens e esculturas representando Deus ilustra este princípio em acção: não é apenas o conteúdo do que se adora, mas é também a maneira como se o faz (“media is the message”, já nos ensinava o católico Macluhan). É bom, portanto, suspeitar da solução mais óbvia de adorar Deus.

Adorar as coisas certas da maneira errada não é assim tão diferente de adorar as coisas erradas ainda que com uma intenção meio certa. O rigor do Cristianismo sempre foi alto. Um mundo que julga que o conhece, distrai-se da razão de ser das velhas exigências da fé. A ironia está também no facto de que, descristianizando-se a sociedade (seja lá isso o que for), ela perde familiaridade com esses padrões árduos. E nós podemos saber que vivemos numa sociedade que não percebe nada de Cristianismo precisamente por ela deixar de suspeitar de soluções. O facto de hoje a nossa imaginação moral estar espalmada, dividindo o mundo entre lados certos e lados errados da história, traduz na perfeição o analfabetismo de não compreender que alguns dos maiores problemas nascem do que a determinado momento nos pareceu ser a melhor solução.

Lutero sabia que o melhor que podia acontecer a uma pessoa era ela saber-se justa e pecadora, alcançada pela graça de Jesus. Isso é substancialmente diferente de dividir o mundo entre os justos e os pecadores, como hoje tende a acontecer. O verdadeiro santo não é o bom; é o que se sabe o primeiro dos maus. Se alguma verdadeira bondade existir, ela está na certeza de que o pior que já vimos, foi visto cá dentro, nas entranhas de quem somos. Enquanto não suspeitamos das soluções que nos julgamos ser para os outros, além de bonzinhos somos uma chatice—provavelmente a pior forma de maldade.

CRISTIANISMO  RELIGIÃO  SOCIEDADE  CRÓNICA  OBSERVADOR

COMENTÁRIOS:

Nuno Ricardo: Antes de mais preciso de dizer que não sigo uma religião, já fui ateu convicto mas agora tenho uma espiritualidade própria que bebe inspiração         de várias filosofias. Respeito todas as ideologias e religiões e tento tirar de cada uma, aquilo que tem de bom. Tenho seguido os seus textos com grande admiração e respeito. Confesso que este é o primeiro que não compreendo. Este texto toca exactamente no ponto que interpreto como sendo o grande problema do cristianismo: a culpa e o pecado dominam tanto a moral que não dão espaço a felicidade sem preconceitos e à iniciativa pessoal. Sempre me pareceu que Deus é apenas um contraponto do Diabo e não o contrário. Estava à espera que um pastor contrariasse esta minha visão mas neste texto corrobora-a, certo?              David Pinheiro > Nuno Ricardo: Para os cristãos Deus criou tudo, inclusivamente o diabo, seus demónios e o inferno, onde estes ficarão eternamente em sofrimento atroz. Porque o fez? Não sei se algum cristão se atreve a explicar... Criou também os humanos, pecadores, predestinados a ficar eternamente no inferno juntamente com esses "agentes do mal" previamente criados. Alguns poderão escapar desse destino ou por escolha pessoal (Arminianismo) ou por predestinação divina (Calvinismo) e nesse caso passarão um tempo eterno num paraíso também criado por Deus. Como é que se vai parar a esse paraíso é uma questão que divide os cristãos, ainda hoje. Ao menos os calvinistas têm a vida facilitada: é Deus quem previamente escolheu.              Tiago Figueiredo > Nuno Ricardo: Como o Nuno, não sigo uma Religião e tenho uma espiritualidade própria que bebe de diversas. Então, de modo algum me presumo especialista ou autoridade nesta ou naquela e o que aqui escrevo é apenas a minha leitura. A palavra "pecado" tomou, ao longo dos tempos, uma conotação moral frequentemente associada a extremismo e intolerância, aos quais a humanidade é propensa. Tanto que, desde os primórdios da religião judaica, um pecado se tornou punível com outro pecado, para não dizer com um pecado ainda maior. Exemplo disto no Novo Testamento, a meu ver, é que, não fosse a intervenção de Jesus, a mulher acusada de adultério teria sido punida pela execução do pecado matar. De acordo com os 10 Mandamentos, "Não matarás" é o 6° e "Não cometerás adultério" o 7°, uma ordem que Jesus repete no Sermão da Montanha e que Paulo veio depois a inverter na Epístola aos Romanos. Não haja dúvida que face ao Budismo, por exemplo, há na raiz das religiões abraâmicas uma maior propensão a sinalizar o erro do que a virtude. Os 10 mandamentos e com excepção do 5° - "Honra o teu Pai e a tua Mãe", são uma série de "Nãos". Em paralelo, na base do Budismo estão as 4 Nobres Verdades que, propondo uma mera constatação de factos e apontando um caminho abstracto (desapego), se podem dizer "amorais", e o Nobre Caminho Óctuplo, que aponta caminhos correctos para o "Paraíso Budista", o fim do sofrimento. Creio que o maior papel de Jesus foi "amenizar" o efeito de tantos "Nãos" entretanto levados ao extremo, tentando promover pelo seu exemplo uma maior tolerância ao erro, ao qual estamos também naturalmente propensos. Ajuda, a meu ver, entender a origem etimológica da palavra "pecado". No hebraico, segundo li em tempos num texto por um estudioso da religião judaica, a palavra era usada por arqueiros hebreus, significando "errar o alvo". E qual seria o "alvo maior" de todos os seres humanos? Ser sempre feliz, não? O Paraíso. O fim do sofrimento. E o que seria então errar o alvo? Se colocarmos aqui a Regra de Ouro na equação, a "Ética de Reciprocidade" (faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti) e que é uma máxima moral em diversas religiões, pecado seria todo o acto que, porquanto executado em busca da felicidade própria, causaria sofrimento a outros, senão ao próprio a médio-longo prazo. O adultério provoca sofrimento ao esposo/a, mas também é uma forma de prisão. Quem busca felicidade "fora de casa", enganando o companheiro/a, mais facilmente é quem desistiu de a encontrar lá e de fazer o seu companheiro/a feliz também. É neste aspecto de "busca pela felicidade própria" que, a meu ver, entra o conceito de "Diabo". Vale dizer que também no Judaísmo existem diferentes e bem divergentes interpretações deste conceito. Há, no Judaísmo, uma corrente de pensamento que defende a "personalização" do conceito por associação a Lúcifer, o anjo que - em busca da sua felicidade perdida - se rebela contra o trono que servia e teria dito "antes reinar no inferno do que servir no paraíso!", e que se tornou mais presente no Cristianismo, e há uma outra que rejeita essa personalização e apenas associa-o a uma natural "inclinação para o mal", a meu ver, uma natural inclinação para procurar a felicidade própria em prejuízo de outros, quebrando a Regra de Ouro, o nosso lado mais "bestial". Neste último sentido, a meu ver pelo menos, até o Diabo serve a Deus, já que a busca de felicidade própria é o denominador comum a todos, sendo a diferença a disposição e capacidade individual de direcionar essa busca de modo a servir a de outros também.Neste sentido, quem serve a Deus encontra também felicidade em servir para a felicidade do próximo e não apenas a sua própria, mesmo que em prejuízo do próximo.             Tiago Figueiredo > Nuno Ricardo: Eu diria que uma boa parábola para ilustrar que até o Diabo serve a Deus é a da ovelha desgarrada e sobre a qual Jesus diz ser "a mais amada" pelo pastor, creio eu porque, ao invés de apenas seguir as restantes, não esqueceu o fundamental, o denominador comum, que é buscar e encontrar a própria felicidade. Neste sentido, Deus não seria o "contraponto" do Diabo, tanto quanto o seu complemento.   ,Manuel Brito: lutero provocou guerras e mortes por toda a europa, desuniu e enfraqueceu a cristandade, ser desprezivel e mau exemplo para o ocidente           Tiago Figueiredo > Manuel Brito: O mesmo poderia ser dito de Jesus relativamente ao Judaísmo, como aliás o próprio reconhece, pelo menos de acordo com o evangelho apócrifo de São Tomé: Talvez os homens pensem que eu vim para trazer paz à terra, e não sabem que eu vim para trazer discórdias à terra, fogo, espada e guerra. De resto, Manuel, a cristandade nunca foi um movimento perfeitamente unido, logo desde, mas muito além da sua génese. Reza a história que no Primeiro Concílio de Niceia até houve estaladas na cara entre intervenientes. A ironia...       bento guerra: O problema era o custo das bulas           josé maria: Lutero, que exemplo ético tem a dar mundo, Tiago? Aqueles ataques infames sobre os judeus?           Tiago Figueiredo > josé maria: E o José, com os seus constantes ataques aos cristãos? Que exemplo tem a dar ao mundo?             josé maria > Tiago Figueiredo: Onde é que faço "constantes ataques aos cristãos" ? Cite algo que eu tenha dito, a esse propósito, antes de me difamar...     Tiago Figueiredo > josé maria: Aqui mesmo, a Lutero. Não é preciso ir mais longe. O José coloca em questão que Lutero possa ser um exemplo de ética pelos "ataques infames sobre os judeus", aparentemente ignorando e colocando em questão a essência do artigo e do ensinamento de Lutero, que é o reconhecimento de que "todos nós erramos" (inclusive o próprio, portanto). E, partindo desse princípio, que todos nós erramos, todo e qualquer outro melhor exemplo de ética que um qualquer indivíduo dê deve ser descartado? Os frutos não amadurecem uniformemente. Se o José desejar comer um fruto que demonstra um ponto para lá de maduro mas que, no restante, está bom, o que faz? Joga o fruto inteiro no lixo ou pega numa faca e retira a parte podre? Em suma, como diriam os ingleses, "don't throw the baby out with the bath water".             josé maria >Tiago Figueiredo: Aqui mesmo, a Lutero. Não é preciso ir mais longe. Treta, facilmente desmontável. Para si, eu não deveria ter criticado Lutero simplesmente por ele ter dito que todos nós erramos. A si, o que o incomodou, foi que eu tivesse criticado Lutero pela forma infame como ele perseguiu os judeus. E, a partir dessa crítica legítima e pertinente, você já se acha no direito de me difamar, partindo do pressuposto falacioso e manipulador, de que, por ter criticado Lutero, já estou a atacar todos os cristãos. Típica falácia da generalização, acompanhada de claro propósito difamante. E manifesta desonestidade intelectual. Imaginemos até que ponto iria a sua tentativa branqueadora: Eu não poderia criticar a Inquisição e Torquemada, porque todos erram. Não poderia criticar os abusos sexuais praticados por padres católicos, porque todos erram. Não poderia criticar a condenação injusta de Jesus, por parte do Sinédrio, porque até os fariseus erram. Mas você já me pode difamar, sem factos demonstrativos, porque eu me "atrevi" a criticar Lutero. Linda e hipócrita moralidade branqueadora...          Tiago Figueiredo > josé maria: O que me incomoda é a forma como o José simplesmente desvia a atenção do melhor que Lutero oferece, de acordo com o que o autor aqui relata, e apenas foca no pior, desmerecendo todo e qualquer mérito do ensinamento em questão e que é o tema do artigo e promovendo exactamente o contrário, que é a divisão do mundo entre justos e pecadores. Mas, se não quer entender, não entenda…………………………..             josé maria > Tiago Figueiredo: E estimo mesmo. E já agora, referiu-se a São Francisco como "um homem admirável." Entendo e compartilho o seu sentimento. No entanto, relembro-lhe o que escreveu noutro artigo recente: Não respeito nenhuma forma hipócrita, contraditória e esquizofrénica de falsa espiritualidade, não respeito o mito abjecto da "virgindade perpétua de Maria", que constitui uma distorção soez da Mãe de Jesus. Se você não é capaz de se elevar acima do patamar rasteiro em que normalmente se movimenta, e entender estas distinções fundamentais, o problema é exclusivamente seu. São Francisco acreditava na Virgem Maria. Devemos então concluir que o José admira São Francisco, mas considera a sua espiritualidade uma "forma falsa, hipócrita, contraditória e esquizofrénica (...), (in)capaz de se elevar acima do patamar rasteiro em que normalmente se movimenta"? Fiquemos por aqui, que agora tenho família a quem dar a minha atenção e tempo, no que resta deste domingo………S. Francisco viveu na Idade Média e a humanidade progrediu a partir dessa época. Que ele acreditasse na patranha da Virgindade Perpétua de Maria, que os evangelhos nem sequer autorizam, é-me completamente indiferente, para o considerar um excelente ser humano. Homens houve que, com base na interpretação desses textos, só fizeram mal a outros homens. S. Francisco foi um homem bom. Teria sido sempre um homem bom, pelo exemplo de generosidade e bondade, fosse ou não cristão e independentemente do facto de os evangelhos serem textos eticamente contraditórios e até, em certas passagens, esquizofrénicos. Quem diz o que quer, sujeita-se a ouvir o que não quer. Isso é certamente válido para mim, mas você também não é excepção.          Tiago Figueiredo > josé maria: S. Francisco viveu na Idade Média... E Lutero viveu quando? No séc. XXI?! Viveu no final da Idade Média, tendo nascido numa Europa que mal havia recuperado da Grande Fome e da Peste Negra (que Francisco de Assis não viveu, nem o que veio logo depois) e que alimentaram o extremismo religioso que levou à perseguição de Judeus. Lutero já nasceu e cresceu envolvido nessa cultura de perseguição. Só contextualiza quando lhe convém também... Enfim. Fui!        josé maria > Tiago Figueiredo: A diferença ética entre Lutero e Francisco de Assis é abissal. Para quem tiver dúvidas, basta atentar no que ele escreveu a propósito dos judeus: A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e joias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus". — "Sobre os Judeus e Suas Mentiras" de Martinho Lutero. Enfim. Fui! Boa viagem...        Tiago Figueiredo > josé maria: A diferença ética entre Lutero e Francisco de Assis é abissal... Nesse ponto, claro que sim, tão abissal quanto eram já à época do nascimento de Lutero as relações entre o clero e as comunidades cristãs e as judaicas. Comparativamente, nesse ponto e sem sequer considerar as restantes condições que mencionei acima, Francisco de Assis nasceu e cresceu no Paraíso. Boa viagem... Obrigado.        josé maria > Tiago Figueiredo: Obrigado. Não tem de quê.

 

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