Em que a anuência na crítica é geral. De
resto, ouviram-se hoje, no Parlamento, uma Marta temido de feições desfeitas,
mas o seu cavaleiro A. Costa defendendo-a, responsabilizando-se pelo fracasso
dos SNS. À suivre.
A geringonça liquidou o SNS
A manutenção de Marta Temido é útil
para o PS por funcionar como uma espécie de escudo humano político. Mais cedo
ou mais tarde, é provável que seja sacrificada. Mas os problemas no SNS
permanecerão.
ANDRÉ AZEVEDO ALVES, Professor
do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa
OBSERVADOR, 22 jun 2022, 00:1332
Ninguém fez tanto como a geringonça
para degradar o SNS e estimular o crescimento do sector privado na saúde em
Portugal. Apesar de
contar com a dedicação de muitos excelentes profissionais, o SNS sofre desde a
sua concepção de problemas estruturais próprios de um sistema estatizado,
ultra-burocrático, centralizado e sem mecanismos internos de concorrência. Mas foi a governação socialista no período da
geringonça que lançou o SNS no caos e lamentável estado de degradação em que se
encontra agora. Por
extremismo e obsessão ideológica, as PPP
na saúde foram liquidadas
uma por uma – incluindo casos como o do Hospital de Braga que, com o fim da
PPP, passou de ter excelentes indicadores para uma situação de notória
desorganização e degradação dos serviços. E
tudo isto enquanto se gastam mais recursos: não é caso único, mas vale a pena
salientar também que apenas três
anos depois do fim da PPP, o Hospital de Braga se encontra em situação de
falência técnica.
As responsabilidades políticas da
geringonça no descalabro do SNS não se esgotam no entanto na cegueira
ideológica que ditou o fim das PPP em detrimento da qualidade dos cuidados de
saúde prestados aos portugueses.
Também a reversão da aplicação em condições de igualdade com
o sector privado das 40 horas de trabalho semanal agravou os problemas de
funcionamento do SNS e ditou a subida de custos do sistema.
Essa
foi aliás uma entre várias medidas populistas que o governo
socialista, sustentado no Parlamento por bloquistas e comunistas, tomou, revertendo medidas de racionalização e
promoção de eficiência no uso de recursos no SNS que, ainda que de forma tímida
e incompleta, tinham sido iniciadas no governo liderado por Pedro Passos Coelho.
O caminho de racionalização e reorganização do SNS, que deu nesses anos
os primeiros passos em condições muito difíceis, foi rapidamente abandonado por
razões ideológicas e para a satisfação de vários grupos de interesses ligados
ao sector.
Esgotada a desculpa pandémica (e
agravados muitos dos problemas no acesso à saúde pelos erros cometidos também
nesse período), é hoje infelizmente claro o estado de colapso a que a
combinação de obsessão ideológica com captura por grupos de interesses conduziu
o SNS. Apesar de o sistema consumir cada vez mais recursos,
os indicadores são cada vez piores: o caos e
encerramentos nas urgências são recorrentes, muitos serviços de obstetrícia são
incapazes de assegurar o seu próprio funcionamento regular, o número de
portugueses sem médico de família aumentou, as listas de espera agravam-se, a
inadequação do acompanhamento de doentes oncológicos é preocupante (tal como recentemente documentado pelo Tribunal de
Contas), a mortalidade materna dispara para os valores mais altos
desde há quase quatro décadas e até a mortalidade global aumenta
significativamente sem explicação evidente para o efeito.
Em
resumo, apesar de
consumir cada vez mais recursos, temos um SNS cada vez mais mal gerido e mais
degradado. Daí que não
surpreenda que cada vez mais portugueses (entre os que têm essa
possibilidade), recorram a seguros de saúde privados, ao mesmo tempo que
os impostos que pagam não lhes garantem o desejado e atempado acesso a cuidados
de saúde. A este respeito, é muito oportuno e acertado o diagnóstico realizado por Rui
Rocha:
“Aqui
chegados, e como sucede em qualquer doença, é fundamental não ficar pela
identificação dos sintomas. Importa conhecer as causas para, depois, aplicar as
terapêuticas. Ora, o mal que
atormenta o SNS é aquilo a que poderíamos chamar de socialismo selvagem. Foi o socialismo selvagem que impôs o dogma de que os
serviços de saúde públicos têm obrigatoriamente de ser prestados por entidades
públicas. Foi o
socialismo selvagem protagonizado por PCP, Bloco de Esquerda e PS que levou à
extinção das PPP da saúde, soluções que funcionavam em termos de qualidade e
eficiência, como foi reconhecido pelo Tribunal de Contas. É o
socialismo selvagem que afasta qualquer lógica de concorrência entre diferentes
unidades de saúde. É o socialismo selvagem que impede que os princípios
de gestão e os indicadores de desempenho das unidades de saúde sejam definidos
e monitorizados com rigor (como acontecia, aliás, nas PPP). Foi o socialismo
selvagem que impôs a natureza absolutamente excecional do recurso a PPP na nova
Lei de Bases da Saúde.”
Perante
esta situação não basta pedir a demissão da Ministra da Saúde Marta Temido.
Como bem salienta Joaquim Miranda Sarmento, importa não esquecer que é o primeiro-ministro, enquanto líder do governo, o
responsável pelo cada vez mais notório caos dos serviços públicos e em particular pela
situação desastrosa do SNS. A manutenção de Marta Temido em funções
no actual contexto é aliás útil para António Costa e para o PS por funcionar
como uma espécie de escudo humano político que absorve as críticas pelo estado
do SNS. Mais cedo ou mais tarde, é provável que Temido seja sacrificada. Quando esgotar a sua utilidade política ou quando
a própria (compreensivelmente) decidir sair devido ao desgaste acumulado. Mas os problemas no SNS infelizmente permanecerão com
graves consequências para a saúde dos portugueses. E o primeiro passo para os
tratar é reconhecer que esses graves problemas resultam das políticas erradas
seguidas pela geringonça e são por isso, em última instância, responsabilidade
da governação socialista.
SERVIÇO
NACIONAL DE SAÚDE PAÍS PARCERIAS
PÚBLICO PRIVADAS POLÍTICA ANTÓNIO COSTA
COMENTÁRIOS
Luís Abrantes: A geringonça liquidou o SNS porque também liquidou as PPP’s… O resto dos
serviços públicos também estão a ser desgraçadamente liquidados…!!! Pontifex Maximus: Após seis anos de governo proto
e neo comunista em Portugal e um acréscimo de quase 40.000 (quarenta mil)
funcionários no SNS e um ministro das finanças durante cinco desses seis anos
ter vindo dizer que o problema não é a falta de pessoal médico etc. mas de
organização, pergunto: o que leva a maioria dos cidadãos a votar nesta gente? Tiago T > Pontifex Maximus: Mentalidade tosca e
poucochinha. Os portugueses são pequenos. Uma farsa de político acena-lhes com
10 euros na pensão e uns apoios sociais da treta e eles, como iletrados
financeiros que são, não fazem contas a mais nada e correm a votar em massa. A
direita é que é má.
Filipe Costa: EU ainda gostava de entender porque é que estes
problemas não foram evidenciados antes das eleições. Merecia uma investigação
jornalística. antónio
carvalho: Os coveiros do
SNS - PS-PC-BE-PM-Ministra Saúde- ficam gravados na lápide da sepultura -bem
funda- do SNS como autores efectivos da destruição do SNS. A História jamais os
esquecerá como os autores de milhares de mortes ocorridas pelo barramento do
acesso ao SNS por parte de utentes sem posses para recorrer ao serviço privado..A
História jamais os esquecerá! Carlos Chaves: Caríssimo André Azevedo Alves, concordo em absoluto
consigo, o verdadeiro culpado pela situação do SNS (e não só) é o Primeiro
Ministro António Costa. Tal como eu, muitos Portugueses se interrogam como é
possível estarmos todos a assistir à derrocada do SNS (e não só) e não haver um
levantamento social generalizado apesar do silêncio criminoso da maioria da
comunicação social, silêncio da oposição (salvo raríssimas excepções) e do
papel patético de um Presidente da República com síndrome da bruxa do espelho
da Branca de Neve (não pela beleza, mas pelo desejo de ser o mais amado).
Lembram-se do movimento de defesa da caduca Maternidade Alfredo da Costa no
tempo do governo do Passos Coelho? Os jornalistas pareciam urubus na carniça…..
Onde é que eles estão agora, quando temos n emergências de obstetrícia
fechadas? Não têm vergonha estes vermes jornalísticos e políticos da oposição?
Não percebem o mal que estão a fazer à sociedade? Estamos todos a assistir em
tempo real para onde estamos a ir… mas ainda há quem defenda esta choldra. André
Silva: Os Portugueses,
as Portuguesas e @s Portugues@s só têm aquilo que a maioria deles, delas e
del@s pediu e por isso que merecem. Agora? Agora inchem! MANUEL OLIVEIRA:
E o problema
maior é que os portugueses com a sua habitual ignorância ao nível político e
económico vão deixando as coisas andar para o abismo. Eu temo muito pelo futuro
das m filhas e dos 2 netos que me dão ânimo no dia a dia. Vamos esperar que a
nova oposição seja realmente nova e diferente. Gabriel Pensador > MANUEL OLIVEIRA: Mas o objectivo do socialismo é
mesmo esse. Empobrecer a população para a subsidio-dependencia e assim
controlar essa mesma população empobrecida, enquanto a elite vive com todas as
mordomias. Temos exemplos disso pelo mundo fora. Esperemos que as coisas mudem
para as gerações futuras.
Fernando CE: Quem liquidou o SNS foi o Costa que, para chegar ao
poder e a PM , vendeu a alma ao diabo ! Carminda Damiao: A culpa da degradação do SNS é
o PS, BE e PCP. Na educação, o caos também já se torna evidente. João Ramos: Costa e a sua geringonça foi
talvez a pior coisa que aconteceu em Portugal desde a tal revolução dos cravos
e vai e já está a sair-nos muito caro… João Afonso: A esquerda liquidou o SNS,
liquidou a escola pública, liquidou a economia, liquidou a segurança interna e
externa, liquidou as finanças públicas. Enfim, a esquerda (e não só o BE e o
PCP), com especial responsabilidade de António Costa, liquidaram Portugal. Quem vê o nosso PM, com ar
boçal de tasqueiro do estado novo de mão estendida a segurar o cheque que a srª
Ursula Leyen lhe dá, como quem dá uma esmola a um indigente, é demais para
qualquer português que se preze. Censurado sem razão: A geringonça liquidou Portugal.
Embalou a populaça com a cantiga do grátis, dos aumentos extraordinários de
pensões, de que vamos ser todos, um dia, funcionários públicos, nos 4 dias de
trabalho semanais e que, em última instância, não precisaremos mais de
trabalhar para ter o nível de vida dos países do norte da Europa. Acreditar
nisto e dar maioria absoluta aos vendilhões da banha da cobra, diz bem quem é o
culpado disto. Aposto que se fossem a eleições agora reforçariam a maioria
absoluta. El Congro: Credo... a fotografia deste
sujeito parece saída do seu próprio obituário, lápide ou jazigo. Estes tipos
parecem que já nascem falecidos por dentro e por fora. Muito apropriado nos
tempos actuais.
Alberto Rei: O SNS, "tem um problema estrutural" bento
guerra > Alberto Rei: No S, de Saúde João Afonso > Alberto Rei: Tem, tem. É gerido por
comissários políticos para quem a economia e a gestão são coisas tecnocráticas
e economicistas. E também sabem que, seja qual for o custo, podem ir sacar o
graveto aos bolsos do "contribuinte". Gustavo Lopes: Acha mesmo que eles algum dia
perceberão isso? Manuel
Rodrigues: Foi a geringonça que: Induziu o harakiri ao SNS estimulou a
confiança na Saúde Privada. Provocou: fecho de serviços e urgências
hospitalares custos incomportáveis de funcionamento produtividades mínimas situações
de incúria e de negligência frequentes perda de confiança em 40% da população
que compreensivelmente foram subscrever seguros de saúde Ser gratuito ( ? )
para o utilizador é uma coisa. Conquistar a confiança do utente é tarefa
hercúlea e ciclópica. Sérgio: Certíssimo. Antonio Silva: SNS : a produtividade, de 2016
a 2021, baixou 100 pontos (a média de serviços por profissional passou de 400
para 300) apesar do aumento brutal do efectivo! Aqui há tempos um polícia
confidenciava-me que com o reforço do efectivo iria ter mais folgas... Antonio Silva: Em 6 anos (2016-2022) no SNS
entraram mais 4.131 Médicos e, ainda mais 11.377 Enfermeiros e, ainda, mais
6.599 Assistentes Operacionais ou seja, em 6 anos o efectivo de pessoal do SNS
foi reforçado com mais 22.107 profissionais. Em Março do ano corrente, o
efectivo total de Médicos, Enfermeiros e Assistentes Operacionais atingiu o
número de 103.027 profissionais. Comparando este número com o efectivo de
23.347 militares existente em 31 de Dezembro de 2021 no conjunto do Exército,
Marinha e Força Aérea o actual SNS tem 4.4 vezes mais efectivo que as Forças
Armadas!E não é que me dizem todos os dias que é preciso mais pessoal para o
SNS?! Vivemos numa nave de loucos incompetentes. bento guerra: Não temos capacidade intelectual
e humana, para gerir bem o SNS. Aliás a própria Inglaterra ,"mãe" do
Health System, também deixou degradar a coisa. Ouvi, ontem, na RTP1 o que foi o
aumento escandaloso do número de funcionários à pala do Covid. Aquela gente vai
resistir a mudanças e prefere ganhar mal e fazer biscates J. Tavares: Quem matou o SNS foi a troika,
e nós deixámos. O Costa e a geringonça, foram incapazes de o perceber e de
recuperar a situação anterior. Mais, a única coisa que fizeram foi piorar a situação
com as cativações do Centeno. Temos os políticos que merecemos! Pedro Ferreira > J. Tavares: Que eu me lembre no tempo da
Troika não havia urgências fechadas nem grávidas a morrer por falta de
assistência médica. Valquíria > J. Tavares: E eu a pensar que tinha sido Sócrates e sus muchachos
que deixaram o país de joelhos perante a Europa. As coisas que aprendemos aqui João Duarte > J. Tavares: A troika e o coelho até podem
ter causado muito dano. Mas apos 6 anos de governação, em condições de ventos
favoráveis à navegação, com uma governação completa de 4 anos sem stress, e
então? A culpa foi da pandemia, já sei!
LJ ®: Marta Temido, sem querer,
poderá vir a ser a salvação do SNS. Um SNS maioritariamente composto por
entidades de gestão privada, com objectivos e custos bem balizados, e em que
cada utente terá liberdade de escolha para se dirigir onde quiser para receber
tratamento. A seguir será a educação. Denomina-se isto de “retorno ao
equilíbrio “. À destruição acelerada corresponderá uma reconstrução também
acelerada. Só que sem dinheiro.
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