Teresa de Sousa é uma
pessoa bem formada que sempre gostei de ler, e julgo que li o tal artigo, de
que trata o Sr. Embaixador, embora distraidamente, por a minha cultura política
ser de bárbara qualidade e prestação, mais votada ao romanesco da criação
literária, embora também essa só por grande apego, que a preguiça bastas vezes
descarta. O Sr. Embaixador Luís
Soares de Oliveira, que sabe de política, como Embaixador que foi,
dá-nos uma lição, com a sua ponta de ironia contra a tese de TS sobre Kissinger que, certamente vai contra os patriotismos dos
Ucranianos, ao impor-lhes a cedência de alguns territórios, para bem deles e do
resto do mundo, ansioso por que “o Céu não lhe caia em cima”, tal como, se bem
me lembro, receava o chefe dos Gauleses, Abraracourcix, e que se torna um perigo cada vez mais
temível.
BATER NO VELHINHO
FACEBOOK, 31 de maio às 18:55
A
turma do discurso dito «correcto» decidiu dar cabo do velho Professor - agora
com 99 anos - Henry Kissinger, acusando-o de traidor e isto por mor da proposta
de caminho para a paz na Europa que este apresentou em Davos (rendez-vous dos
ricos) em 18 de Maio último. Teve ele a ousadia de recomendar a cedência de
território Ucraniano para matar a fome ao terrível Putin da Moscóvia e
recomendar para a Ucrânia o destino de «estado tampão» neutro (esquece a NATO)
ou seja, o regresso ao statu quo ante invasão russa (castigos «para depois»)
.
Encabeçou a ofensiva castigadora de
Kissinger Teresa de Sousa- nem mais nem menos. A senhora que sempre tratei por Teresa
Sábia. Hoje, no Público, Teresa foi
secundada por um tal Loff (consoante final dobrada) senhor de discurso
enviesado difícil de entender. Queixam-se os «bem-falantes» do pragmatismo do
velho Professor que ora está com eles, ora está contra eles.
Isto,
acontece - e teria que acontecer - por que os «correctos» vêem - quando vêem -
o facto isolado e o Professor vê também os efeitos mundiais do mesmo. O
Prof. sabe que o conflito prolongado e vacilante provoca por toda a parte a
corrida às armas, inspira populismos beligerantes, escassez má conselheira,
inflação desesperante e precipita inexoravelmente o caos mundial. Os bem-falantes
não sabem nada disto e entrincheiram-se na ética. Confirma-se: - a moral é o único
refúgio da ignorância.
Teresa
vai mais longe e tenta desacreditar a acção de Kissinger na política externa
americana nos últimos 50 anos. Acusa-o de vários erros e até de alguns crimes.
Vai ao ponto de dizer que, em 77, a nomeação de Carlucci como embaixador em
Lisboa - o diplomata que nos livrou das garras de Cunhal e Brezhnev - foi
produto do acaso, quando ela sabe - como eu sei - que tal nomeação foi produto
de séria congeminação e nela teve importante papel um distinto diplomata
português João Themido que Mário Soares deixou ficar em Washington, também não
por acaso. Pois fique a saber D.ª Teresa Sábia - se é que não sabia já -
que no mundo da diplomacia nada - ou quase nada -acontece por acaso.
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