Desse futuro europeu, e até mesmo do
resto do mundo? Uma análise das motivações da guerra putinesca, em que os EU
não parecem estar inocentes. Vicente Pereira da Silva explica. Comentadores que se acham sabedores, argumentam. E assim ficamos à nora, em previsão de ameaça...
Na Ucrânia pode estar o futuro da EU
A queda da Ucrânia só incentivará Putin a prosseguir neste caminho.
E as consequências serão imprevisíveis.
VICENTE FERREIRA DA SILVA, Membro da Comissão Executiva da Iniciativa
Liberal
OBSERVADOR, 16 jun
2022, 00:1117
1O
Conselho NATO-Rússia tinha pouco mais de dois anos de existência quando Boris Yeltsin indicou Vladimir Putin para Primeiro-ministro. Depois disso, gradualmente, o que era um fórum de
consulta, de consenso, de cooperação, de decisão e de acção conjunta para as
questões de segurança no âmbito da região euro-atlântica começou a esvanecer.
As
razões para o distanciamento não se deveram apenas às velhas suspeitas russas
sobre os alargamentos
da NATO. A
instalação na Europa do sistema de defesa antimísseis da NATO também levantou
questões significativas.
Em
2007, Putin começou a pedir uma revisão do Tratado de Forças Nucleares de
Alcance Médio (Tratado INF) visando maior segurança. O General Yuri Baluyevsky, Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas da Federação Russa, reconheceu que a Rússia
considerou uma saída unilateral do Tratado INF, principalmente como resposta à
colocação do sistema de defesa antimísseis da NATO na Europa e porque outros
países, como a China, não estavam vinculados ao Tratado. No mesmo ano,
a Rússia suspendeu e concluiu a sua saída do Tratado sobre Forças Armadas
Convencionais na Europa. Pouco
tempo depois, o Kremlin anunciou um investimento, durante 8 anos, de 100
biliões de dólares na modernização das suas capacidades militares e no
desenvolvimento de sistemas de mísseis nucleares completamente novos. Hoje sabemos que as motivações de Putin eram outras. As acções russas na Abecásia e na Ossétia do Sul
(2008), assim como na Crimeia (2014) e a presente ignóbil ingerência na Ucrânia
ilustram esta afirmação.
2Existe,
desde 1725, na Rússia, um documento que, apócrifo ou não, parece ter influenciado o seu
comportamento como Estado.
Nem sequer a Revolução de 1917 e a consequente mudança de regime alterou a
execução das ideias nele contidas: território e influência. Basta relembrar
como os bolcheviques reagiam à perda territorial imposta pelo Tratado de
Brest-Litovsk. Refiro-me ao Testamento de Pedro, o Grande.
Em
2007, escrevi um
artigo –Encruzilhadas–
onde abordei a mudança da Rússia para um sistema capitalista, e o potencial de
crescimento daí resultante, afirmando que não me admiraria se o germe da
expansão se voltasse a manifestar. Afirmei
que os «herdeiros» de Pedro, o Grande, pareciam estar revitalizados. Pelo
menos, no que respeitava ao seu actual sucessor [Putin] no ressurgimento da
Rússia no palco mundial.
Porém,
errei num ponto da minha análise. Considerei que Putin utilizava o sistema de
controlo característico do aparelho político da ex-União Soviética, mas que
abandonava o método comunista fundindo
estes factores na equação da democracia,
quando, na realidade, o que Vladimir Putin estava a criar era
uma estrutura política corporativista autocrática, similar à chinesa, sob a
capa da democracia.
Geórgia, Crimeia e a invasão da
Ucrânia servem
para comprovar o padrão de comportamento de Putin. Mas aconteceu algo anterior que não pode ficar
esquecido: a Chechénia.
Já escrevi sobre a estranha chegada de Putin ao poder. Como primeiro-ministro,
e mesmo com Presidente interino, as sondagens indicavam-lhe baixos níveis de
aprovação. Tudo mudou com a guerra da Chechénia. Lembram-se do que despoletou essa guerra? Foi a
explosão de bombas em blocos de apartamentos em Moscovo, atribuída a
terroristas chechenos. A retaliação russa, que arrasou Grozni (mais ou menos
idêntica ao que está a acontecer em várias cidades ucranianas) fez de Putin um
herói popular.
Vladimir Putin acaba de se comparar a
Pedro, o Grande. Também deu a entender que sem a guerra de 21 anos não
teria sido possível ao Czar russo, fundar a nova capital da Rússia, São
Petersburgo, até porque a cidade foi construída em terras que nenhum país
europeu reconhecia como russas. Ao ouvir tais palavas, pergunto-me onde é que
Putin pretende fundar a nova capital russa?
3Por que razão devemos continuar a
apoiar a Ucrânia? Porque a
queda da Ucrânia só servirá para que Putin prossiga este trilho. Não se ficou
pela Crimeia, não se ficará pelo Donbass. Os líderes
europeus devem evitar qualquer pressão sobre Zelensky que impliquem cedências
territoriais. Para além
de tal representar um incentivo para Putin, poderá igualmente significar o fim
da unidade ucraniana em torno do seu Presidente. O que
acontecerá depois? Que
efeitos terá a queda da Ucrânia nos países da União Europeia e na NATO? Quem é
que nos pode dizer que a guerra não chegará às fronteiras da Polónia e da
Alemanha? Especialmente se demonstrarmos fraqueza? Não se iludem. É na
Ucrânia que se combate pela democracia, pela liberdade e pelo respeito do
direito internacional.
Como
é que podemos demonstrar mais firmeza?
Sei como funcionam as dinâmicas entre as instituições europeias, nomeadamente entre a Comissão e o Conselho Europeu. Creio que Ursula
Von der Leyen,
principalmente, e que Charles
Michel tendem
para a integração da Ucrânia na UE. Apoio essa
medida, mas estou preocupado com o tempo que esse reconhecimento implicará.
Tempos
de excepção requerem respostas extraordinárias. Assim, sugiro um
procedimento Ad Hoc como forma de acelerar o processo. Estou ciente de
todas as implicações inerentes a esta sugestão. Também estou ciente de que
todos os países candidatos à adesão devem cumprir o acervo comunitário e que há
outros países com pedidos anteriores. No entanto, nenhum desses países
foi invadido, nem estão em guerra. Além disso, nesse mesmo procedimento Ad
Hoc, seriam também expressas as condições subsequentes para que a Ucrânia se
tornasse um Estado-Membro de pleno direito.
Devemos
aprender com as lições da vida e da história. Tanto a pandemia como a invasão russa da Ucrânia nos demonstraram
que algumas decisões precisam ser reconsideradas. Não podemos
depender apenas de um país (seja como fornecedor ou como parceiro) e que, por
exemplo, precisamos urgentemente de formular políticas para incentivar a
produção nearshore e onshore em inúmeras áreas. Mas o que está em jogo agora é salvar vidas. Não se
trata de decidir políticas. Temos de reafirmar os valores que defendemos. É por
isso que a atitude dos ucranianos nos comove profundamente. Eles estão
a mostrar-nos que a Liberdade e a Democracia têm custos.
É inegável que sob a liderança de
Ursula Von der Leyen as sanções europeias atingiram um nível sem precedentes.
Mas é preciso ir mais além. Vladimir Putin não é confiável. Por isso, é
necessário dar um sinal de firmeza inequívoco.
Membro da Comissão
Executiva da Iniciativa Liberal
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA MUNDO
COMENTÁRIOS:
Vashny Karpouzis: Diz quem sabe que ‘o problema’ do Presidente Putin começou em 2003, quando
os ucranianos escolheram para presidente alguém que não era, propriamente, um
títere de Moscovo. ‘O resto’ - e não é pouco - é conversa ‘para boi dormir’. bento guerra: Afinal, tudo começou em 1725. Eu
ouvi o Putin explicar porque invadiu a Ucrânia e percebi. O artigo neste
jornal, sobre a acção da Nato, desde 2014 também explica. Não sou russo, para
julgar, mas sei umas coisas de História António Castro > bento guerra: Não, está enganado. Tudo
começou na aurora do tempo. Excepto o Putin. Esse ficou-se pelo século dezoito,
de quem diz ser herdeiro
PortugueseMan: ...Em
2007, Putin começou a pedir uma revisão do Tratado de Forças Nucleares de
Alcance Médio (Tratado INF) visando maior segurança....a Rússia considerou uma
saída unilateral do Tratado INF, principalmente como resposta à colocação do
sistema de defesa antimísseis da NATO na Europa... ...Pouco tempo depois, o Kremlin anunciou um
investimento, durante 8 anos, de 100 biliões de dólares na modernização das
suas capacidades militares e no desenvolvimento de sistemas de mísseis
nucleares completamente novos. Hoje sabemos que as motivações de Putin
eram outras.. É uma bela estória. Para inglês ver. Curioso começar em 2007. Aliás, começou a estória em
1999 com a referência às explosões dos apartamentos. Só que há mais algumas
coisinhas de "somenos" importância pelo meio. Por acaso em 1999 também foi ano da assinatura entre a Geórgia, Azerbaijão e a Turquia para o
1º pipeline com o patrocínio americano a aceder ao Mar Cáspio. A Turquia membro da NATO, a
Geórgia tinha regiões separatistas e bases russas no seu território e o
Azerbaijão estava "controlado". A Geórgia começou a ser preparada a sua integração na
NATO, mas tinha como condição tirar de lá as bases russas e acabar com as
regiões separatistas. O Azerbaijão, foi fácil tratar das coisas com o actual ditador, filho do
ditador anterior que foi morrer numa clínica nos Estados Unidos, ou seja,
esteve vivo o tempo suficiente para se forjar umas eleições e passar o
testemunho ao filho. Estávamos em 2003. A Rússia sem dinheiro, com uma dívida ao FMI, lutava para não perder a
Tchetchénia e o alastrar para o Daguestão, que iria culminar com perda de
território, perda da fronteira com o Azerbaijão, perda de quota do Mar Cáspio e
a possibilidade de entrada da NATO pela Geórgia. E como os americanos já entram
pela Ásia Central adentro, devido ao Setembro de 2001, o panorama por uma
perspetiva russa era aterrador. A linha de bases americanas começava na
Europa e circundava toda a Ásia Central. A somar a isto tudo, temos o
que considero uma das mais graves decisões dos EUA sobre guerras nucleares. A quebra do tratado ABM. O abandono por parte dos
americanos de um tratado que tinha como principal missão assegurar a doutrina
MAD (Mutually Assured Destruction) em 2002, conduziu-nos à situação de hoje.
Os EUA assinalaram com esta
saída que pensavam que seria possível travar uma guerra nuclear e ganhá-la. E numa altura em que a
Rússia estava caída no tapete. Esta situação agravou-se ainda mais com a nova
doutrina do espaço de Bush em 2006. Extremamente agressiva e perigosa.
Com o abandono
americano do tratado INF em 2019 e do tratado Open Skies em 2020, temos todas
as condições para a preparação para um possível conflito e um possível ataque
nuclear de decapitação. A situação que vivemos hoje é muito mais que a Ucrânia. A Rússia tomou a decisão de eliminar as ameaças que representam certo tipos
de bases americanas em solo europeu e assinalou que está disposta a recorrer à
força. Nunca estivemos em tanto perigo de um conflito nuclear como agora. A
seguir à Ucrânia, a Rússia vai tratar dessas bases. A bem ou a mal. António Castro > PortugueseMan:
Enumera pontos
interessantes. Mas procurou saber o que este e outros autores já escreveram
sobre o tema?
PortugueseMan > António Castro:
...Mas procurou saber o que este e outros autores já
escreveram sobre o tema?... Desconheço o que o autor tenha escrito, além do que publicou aqui.
E porque haveria de procurar
saber o que escreveu sobre o tema? Pela narrativa que o autor apresentou aqui, eu não
gostei. Algo em especial que queira apontar? Alberto Rei: A adesão à UE, por si só não
resolve o problema da Ucrânia. A UE, é uma união de carácter mercantil. O que
poderia beneficiar a Ucrânia: sanções que fossem aplicadas englobariam o
espaço ucraniano, mas de que os russos poderiam fazer gato sapato. Só a
entrada para a Nato (com o famoso artº 5º), é que seria importante, aliás só se
entra para a UE, se se entrar para a Nato, é praticamente inerente à adesão à
UE (veja-se o caso daqueles três pelintras que no outro dia, uma vez que já não
têm política externa autónoma, em obediência ao Tio Sam, fecharam o espaço
aéreo a Lavrov. As entradas para a Nato e para a UE, além de serem espaços
de escoagem de produtos dos países mais industrializados da UE, são também
avanços dos EUA (a pretexto de Nato), na sua posição geoestratégica no
confronto com a Rússia . Vejamos o caso da Turquia : está na Nato porquê
? lá está, pela sua posição geográfica. Porque é que não entra para a
UE ? porque é que os países da UE, não lutam pela sua entrada ? o mercado de
consumidores está lá. Porque para a Nato/EUA (ou os europeus têm algum
interesse estratégico ali ?), interessa ter uma posição estratégica mais ou
menos reliable ali, mas hoje dia cada vez mais ténue devido às relações
privilegiadas que os russos têm com eles. Julgo, por isso, que devemos ser cépticos quando falamos desabridamente em
democracia e liberdade de tal, slogans afastados da realidade PortugueseMan: ...As razões para o distanciamento não se deveram
apenas às velhas suspeitas russas sobre os alargamentos da NATO. A
instalação na Europa do sistema de defesa antimísseis da NATO também levantou
questões significativas... Questões significativas...? Foi só as linhas vermelhas da
Rússia que foram ultrapassadas. O futuro da UE não está na Ucrânia. O futuro da UE está nas nossas
decisões. E a UE decidiu ignorar o ultimato russo de Dezembro de 2021.
Agora vamos
ter que lutar pelas nossas decisões, quando os russos derem o passo seguinte
que é eliminar a ameaça que representam as bases americanas na Polónia e
Roménia. E quando chegarmos a este ponto que não está tão longe assim, espero que já
tenhamos arranjado alternativas para a importação de energia, matérias primas
e cereais vindos da Rússia. Porque quando chegarmos a este ponto, são eles que vão
cortar o fornecimento. Já começámos com o serviço militar obrigatório...? As guerras consomem vidas.
Muitas. PortugueseMan: Este artigo é muito engraçado. Muito engraçado mesmo.
Comecemos pela adesão da Ucrânia
na UE. NEM PENSAR. A Ucrânia tal como consta nos
mapas já não existe. A Crimeia foi a primeira dentada e neste momento está em
fase de desmembramento. Não acredito que o que reste da
Ucrânia tenha sequer acesso ao mar. E o que restar
da Ucrânia vai estar muito limitada militarmente e amordaçada pela Rússia. Se queremos realmente ajudar a
Ucrânia, a posição da Europa é muito simples. Não é andar a fazer artigos,
não é ver políticos a fazerem declarações todos os dias, não é atirar dinheiro,
não é atirar meia dúzia de armas para os ucranianos. E muito menos oferecer adesão
à UE. Se queremos apoiar a Ucrânia, os europeus que se mexam. SEM invocar a NATO. Serviço militar obrigatório.
Impedir saída
de homens do espaço europeu com idade para combater. Corte das importações de gás,
petróleo, matérias primas vindas da Rússia. Racionamento de
gasolina/gasóleo para veículos privados. Acelerar construção de
armamento. Enviar tropas para a Ucrânia. Enviar força aérea para a Ucrânia usando as
bases da Polónia e Roménia se necessário. Atacar as forças russas na
Ucrânia. Assim é que estamos a ajudar a Ucrânia. Não é com ofertas de adesões.
A UE tem mais de 400 milhões de
habitantes. Tem uma capacidade de enviar homens e mais homens para a frente de
combate. Os russos não se podem dar a esse luxo. A Ucrânia está a perder centenas
de homens por dia. Quem pode enviar centenas e centenas de homens por dia, é a UE com o devido
equipamento, tanques, mísseis aviação, etc. É só explicar aos europeus que temos que fazer alguns
sacrifícios e que precisamos de sacrificar alguns jovens europeus, tal como a
Ucrânia sacrifica os seus. Tem filhos com idade para combater? Deve fazer um artigo dirigido a todos os pais a
explicar o sacrifício que devem fazer para defender a Ucrânia, o nosso modo de
vida, para defender o futuro da UE. João Amaro >PortugueseMan: Vai tu lutar pela ditadura
sodomita seu idiota. Ninguém mandou os americanos financiarem o golpe de estado em 2014. FORÇA
PUTIN Eduardo L:
Artigo demasiado simplista e
básico. Ignora o que se passa há pelo menos 8 anos desde a 'revolução Maidan' em
2014. Até o Papa disse há dois dias que a NATO terá provocado a invasão da
Ucrânia. E que não é 'pró Putin' (eu também não!).'ignóbil ingerência na
Ucrânia': a ingerência sistemática na política ucraniana tem (também) sido por
parte dos EUA desde há muitos anos. Se olharmos para os eventos isoladamente podemos
dizer que os russos invadiram, provocados ou não. E, sem hesitações, o conflito
nunca deveria ter acontecido e é terrível. Mas tudo foi evitável. O Zelensky
deveria ter aceite ficar neutral e dar alguma autonomia aos estados
separatistas, incluindo legalizar a língua russa (imaginem que proibiam o francês
no Canadá). Esta guerra 'indirecta' dos EUA vs Rússia está a ser preparada desde 2014 e
quem não aceitar isto não está a perceber o que se passa. Como disse o Papa 'there are
no good guys and bad guys in the conflict'; serão todos culpados, incluindo o
Ocidente. E agora na Europa as sanções estão a disparar para trás com o caos
económico. Tudo evitável!
Pontifex Maximus: A Europa tem todas as razões indicadas no artigo para integrar a Ucrânia no
seu seio e mais está que não vi escrita em lugar algum até agora: a soberania
alimentar futura da União Europeia pois o seu potencial agrícola é imenso e
similar ao dos Estados e da América. Sim, pode dizer-se até que será uma razão
egoísta, mas não devemos ter complexos quanto a isso. Não sei é se o complexo
de inferioridade dos franceses traduzido na incapacidade da sua agricultura
concorrer neste quadro não levará ao mesmo resultado do seu veto à
intercomunicação energética da península ibérica e que agora se virou contra a
Europa central (o medo da competição é com Espanha, claro, e que esta se torne
numa potência que a supere, que é o seu medo histórico e que mais tarde ou mais
cedo a integração económica progressiva das economias ibéricas irá acelerar
esse efeito). António Sennfelt: Excelente artigo! Entretanto aguardemos o que vier a
lume da visita a Kiev do triumvirato Macron/Scholz/Draghi. Diogo M. Souza Monteiro: Bom artigo. Concordo em absoluto
que a queda da Ucrania só vai dar razão àqueles que acham que somos fracos,
veja-se a declaração do Medvedev. Neste momento a nossa hesitação está a dar
razão aos Russos que já demonstraram em todas as intervenções que são
inclementes. É preciso lermos bem a história, que não se repete mas dá dados
para nos ajudar a decidir. Um dos perigos que vejo, e muito me inquieta e
angustia, é que temos lideranças francas tal como nas vésperas das primeira
e segunda Guerras Mundiais confrontadas tal como então com um líder narcisista
e autoritário (na primeira Guerra foi o Kaiser Wilhelm II, na segunda o Adolf
Hitler e agora o Putin). Era bom que tivéssemos noção de que toda a nossa
comodidade depende da manutenção de sistemas democráticos e economias de
mercado. Ou será que queremos viver limitados por um estado omnipresente e
mafioso (como é o Russo) que nos condiciona as escolhas e as liberdades? É isso
que está em causa. Quem não se apercebe disto anda muito iludido ou distraído.
Der Führer Returns > Diogo M. Souza Monteiro:
Quem brinca com
fogo, queima-se. Quem pica o urso, não se deve surpreender quando este o ataque. Carlos Silva: Ah...ah...ah...ah....ih....ih....ih.......este
gajo até tem jeito para anedotas !
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