Um descritivo de
visualização.
Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 103.º dia do conflito
Ataque a Kiev
terá tido como o objetivo destruir equipamento militar do Ocidente, revela
Reino Unido, que também informa que vai disponibilizar à Ucrânia sistemas de
lançamento de foguetes.
OBSERVADOR, 06
jun 2022, 08:36 2
A
Ucrânia entra esta segunda-feira no 103.º dia de guerra contra a ofensiva
russa. Um dia depois de Kiev ter sido alvo das forças da Rússia — algo que não
já acontecia há mais de um mês —, o Ministério da Defesa britânico indicou, num
briefing diário sobre a situação da guerra, que o objetivo deste ataque
passava pela destruição do equipamento militar do Ocidente.
O Reino Unido revelou ainda, esta
segunda-feira, que vai disponibilizar à Ucrânia sistemas de lançamento de
foguetes designados M270 MLRS, que permitirão “aumentar significativamente as
capacidades das forças ucranianas”.
Na
frente da guerra, os combates pelo controlo da cidade de Severodonetsk
continuam. Esta segunda-feira, o governador da região de Lugansk afirmou
que a situação no terreno “piorou um pouco” no terreno. “A nossa defesa
conseguiu levar a cabo um contra-ataque por algum tempo — eles libertaram
praticamente metade da cidade”, afirmou Serhiy Haidai citado pelo
Guardian.O que aconteceu durante a tarde e noite?
Os
conflitos em Severodonetsk mantêm-se de forma “feroz”, afirmou o autarca da cidade, segundo a BBC.
Esta manhã tinha sido noticiada a reconquista de parte da cidade às forças de
ocupação russas. O autarca garantiu que as tropas ucranianas não se
renderão em Severodonetsk.
A
propósito de Severodonetsk, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky,
disse que as forças ucranianas que defendem a cidade estão a “manter a posição”apesar
dos ataques de tropas de Moscovo, mas os russos são “mais numerosos e mais
poderosos”.
Zelensky
também afirmou esta segunda-feira que uma task force ligada aos
serviços de informação do Ministério da Defesa está a liderar as negociações de
trocas de prisioneiros entre a Ucrânia e a Rússia. O primeiro passo
foi garantir a saída dos resistentes ucranianos de Azovstal com vida, e a
segunda etapa passa por garantir o seu regresso — igualmente com vida — para a
Ucrânia.
Ainda
sobre Azovstal, dezenas de corpos de resistentes ucranianos da fábrica de
Mariupol terão sido entregues a Kiev. Segundo a Associated Press, citada pela BBC,
os cadáveres estarão a ser identificados através de testes de ADN.
Mariupol
é, por esta altura, praticamente inabitável
por causa do cheiro dos cadáveres que abrange toda a cidade,
explicou o conselheiro da autarquia, Petro Andriushchenko. “Aterros sanitários no centro da cidade, morgues nos centros
comerciais e cadáveres debaixo dos escombros. (…) A cada dia que passa o
calor aumenta, e [os cadáveres] aumentam o odor, com cada vez mais moscas”,
descreveu.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que as forças
russas responderão caso o Reino Unido e os EUA enviem mísseis de longo alcance
para a Ucrânia. “Quanto maior o alcance das armas que o Ocidente
fornecer, maior será o avanço russo sobre a linha através da qual os neonazis
podem ameaçar a Federação Russa”, disse o ministro à BBC.
O
governo italiano convocou a presença do embaixador russo no país em
consequência das críticas de Moscovo da cobertura noticiosa da guerra em
Itália. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Itália,
citado pela Sky News, rejeitou “as insinuações em relação ao alegado
envolvimento dos media do nosso país numa campanha anti-russa”.
Dois navios petrolíferos russos transferiram crude no Atlântico, a 300 milhas náuticas da
Madeira. Esta troca de crude ocorreu entre 26 e 27 de maio, a cerca de 100 milhas náuticas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa.
O presidente do Conselho Europeu,
Charles Michel, rejeitou nas Nações Unidas a impunidade para os crimes de
guerra “vergonhosos” cometidos pela Rússia na Ucrânia e defendeu que
a “propaganda russa” tem de acabar.
Um
tribunal norte-americano emitiu uma ordem de apreensão de
dois aviões privados de Roman Abramovich avaliados em 400 milhões
de dólares — cerca de 374,2 milhões de euros — por violar as sanções dos EUA.
A Rússia e a Turquia chegaram a um acordo preliminar,
com mediação da ONU, para desbloquear a exportação de cereais
ucranianos através de um corredor no Mar Negro, a partir do porto de Odessa.
Mas a Ucrânia, que não participou nas negociações desta segunda-feira, não está
de acordo em todos os pontos. Um deles é a exigência, que Moscovo
quer ver inscrita, de inspecionar todos os navios para evitar o tráfico de
armas.
A
Ucrânia criou um campo de prisioneiros no ocidente do país para alojar as tropas
russas que não sejam trocadas no futuro próximo, explicou a Interfax
Ukraine.
O que aconteceu durante a manhã e o início da tarde?
Três
países da NATO impediram a viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros russo,
Sergei Lavrov, à Sérvia. O chefe
da diplomacia culpou a União Europeia e considerou um “acto hostil” e “sem
precedentes”.
A
Rússia enviou mísseis balísticos de curto alcance (Iskander-M) para a
Bielorrússia, nomeadamente
para a fronteira entre o país e a Ucrânia.
As
forças russas terão colocado Mariupol em quarentena devido a um possível surto
de cólera, afirmou o
conselheiro do autarca da cidade.
A
frota naval russa no Mar Negro foi afastada para mais de 100 quilómetros da
costa ucraniana. A informação
foi avançada pelo Comando Naval das Forças Armadas da Ucrânia.
O Presidente russo,
Vladimir Putin, declarou que os erros cometidos
pelos países ocidentais durante muitos anos e as sanções ilegítimas levaram à
“inflação global” e à “destruição das cadeias logísticas e produtivas”.
O
Ministério da Defesa da Rússia disse ter destruído edifícios industriais, que
estavam a ser usados para reparar veículos militares ucranianos, na região de
Kharkiv.
O
ministro da Cultura ucraniano, Oleksandr Tkachenko, disse que desde o início da
invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, já morreram 32 jornalistas no conflito.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, “não confia” nas
palavras do Presidente russo, Vladimir Putin, em que este diz que não usará as rotas comerciais para atacar
Odessa.
O
embaixador dos EUA na Rússia afirmou que os dois países não poderão nunca cortar por completo relações, considerando que “no mínimo” os norte-americanos deveriam ter
uma embaixada em Moscovo e vice-versa.
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros
chinês, Zhao Lijian, comentou a aprovação do sexto pacote de sanções por parte da União Europeia. O responsável diplomata
considera que as sanções não são uma “maneira correta” de resolver o conflito
entre a Rússia e a Ucrânia.
Boris Johnson afirmou que o Reino Unido não podia
ficar “indiferente” ao facto de a artilharia de longo alcance da Rússia
“destruir cidades” e matar “civis inocentes”.
No dia em que enfrenta uma moção de censura do grupo
parlamentar do Partido Conservador, Boris Johnson, numa conversa telefónica com
o Presidente ucraniano, prometeu uma novo pacote de ajuda na área da defesa.
Morreram mais de 31 mil soldados russos desde o início do conflito na Ucrânia.
O que aconteceu durante a madrugada?
O site do ministério da Construção e Habitação foi
alvo de um ataque informático por hackers pró-Ucrânia. Pesquisa na internet
pelo site levava a utilizadores à frase “Glória à Ucrânia”.
Cerca de 1.500 bielorrussos estão a lutar na Ucrânia
ao lado das forças ucranianas, revelou a líder da oposição bielorrussa, Svitatlana
Tsikhanouskaya.
A Procuradoria-Geral ucraniana referiu hoje que, desde
o início da ofensiva russa, já perderam a vida 262
crianças e ficaram feridas 467.
Os responsáveis pela defesa da autoproclamada
república de Donetsk deram conta de que uma pessoa que morreu e cinco ficaram
feridas após um ataque levado a cabo pelas forças ucranianas.
O brent
voltou a atingir esta segunda-feira os 120 dólares por barril, depois da Arábia Saudita ter aumentado os preços para o seu petróleo com
entrega em julho, o que demonstra restrições no fornecimento mesmo depois da
OPEP+ ter acordado na semana passada que vai acelerar a produção nos próximos
dois meses.
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