Esta “aparição”
do Dr. Cavaco Silva nas colunas do OBSERVADOR, que tantos comentários de
simpatia e anuência provocou, tirante alguns habituais opositores, com as suas
razões habituais de discordância palreira, que é o que sobretudo amamos –
palrar. Cavaco Silva fez bem em lembrar o que fez quando fez, e julgo que pretendeu mais
aconselhar do que ironizar, patriota que é, aconselhando, pois, António Costa, agora que é único detentor do
poder, que se alie mais aos partidos que, como
ele, Cavaco, pretendem o bem da nação. Também eu, como outros comentadores,
agradeço a Cavaco Silva o seu discurso e ao Observador o tê-lo colocado no seu Jornal. E, com regozijo, coloco o poema de Garrett, que o texto de Cavaco me fez recordar, embora fora
do contexto. Apenas uma homenagem a Cavaco Silva e a Almeida Garrett, que também foi grande patriota:
SUSPIRO D’ALMA
Suspiro que nasce d’alma
Que à flor dos lábios morreu...
Coração que o não entende
Não no quero para meu.
Falou-te a voz da minha alma,
A tua não na entendeu:
Coração não tens no peito,
Ou é dif'rente do meu.
Queres que em língua da terra
Se digam coisas do céu?
Coração que tal deseja,
Fazer mais e melhor do que Cavaco Silva
O
antigo primeiro-ministro dá os parabéns a António Costa pela maioria absoluta,
recorda as suas maiorias e as reformas que promoveu nesses governos e diz
esperar que este executivo ainda faça melhor.
ANÍBAL CAVACO
SILVA
OBSERVADOR, 01 jun 2022, 00:0015
“Faço parte
de uma geração que se bateu contra uma maioria existente que, tantas vezes, se
confundiu com um poder absoluto” (Primeiro-Ministro
António Costa no discurso de tomada de posse do XXIII Governo)
1Senhor
PRIMEIRO-MINISTRO: quero começar por lhe pedir desculpa pelo atraso com que o
felicito publicamente pela conquista da maioria absoluta nas eleições de 30 de
Janeiro. Foi uma vitória da sua pessoa como líder do PS. Somos agora colegas no
que à conquista de maiorias absolutas diz respeito.
É certo que beneficiou dos erros do
PSD e da benesse do PCP e do BE ao chumbarem o orçamento do Estado para 2022,
mas ninguém lhe pode tirar o mérito. Como se recorda, também eu beneficiei de
uma benesse na conquista da primeira maioria, em julho de 1987: a aprovação pela
Assembleia da República da moção de censura ao governo apresentada pelo PRD.
Quanto
à conquista da minha segunda maioria, tendo obtido 50,6% dos votos, talvez V.
Exa. reconheça que se deveu à obra realizada pelo governo. Estou, aliás, convicto de que o senhor
Primeiro-Ministro é capaz de fazer mais e melhor com a sua maioria absoluta e
não tem qualquer razão para ter complexos.
Contudo, penso, modestamente, que no
tempo das minhas maiorias absolutas foram dados alguns passos que abriram novas
perspetivas à sua geração e que facilitam agora a tarefa do seu governo. Receio
que, na excitação da tomada de posse, se tenha esquecido de que vários desses passos resultaram do diálogo e do
consenso com o seu partido.
2Como
é sabido, depois de um forte combate eleitoral entre dois grandes partidos
apodera-se do derrotado um certo ressentimento que o leva a fugir ao diálogo
construtivo com o partido vencedor. Foi o que aconteceu com o PS nas três
eleições legislativas que tiveram lugar durante o meu mandato como líder do
PSD.
Foi, por isso, necessária muita
persistência da parte dos meus governos para estabelecer alguns consensos
importantes com o seu partido.
Sublinho-os seguidamente apenas como estímulo para que o seu governo faça mais
e melhor.
Destaco,
em primeiro lugar, as revisões
constitucionais de 1989 e de 1992
que acompanhei de perto e em que me envolvi directamente. Na primeira, era líder do PS Vítor Constâncio e na segunda António
Guterres.
Lembra-se
certamente que a parte económica da Constituição que então vigorava não era
compatível com o desafio da integração europeia. Mas já não sei se teve conhecimento da intensidade e da
profundidade do diálogo entre os representantes do PS e do PSD tendo em vista
alcançar o indispensável consenso.
Quando
nos últimos anos observava o nível de crispação partidária e a rudeza da
linguagem nos debates entre os responsáveis políticos na Assembleia da
República, mais vinha à minha memória a cordialidade, a urbanidade
e o respeito mútuo que sempre imperou nas minhas múltiplas reuniões com os
líderes dos partidos da oposição (Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António
Guterres, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Álvaro Cunhal, Carlos Carvalhas,
Ramalho Eanes e Hermínio Martinho) e a dignidade e o sentido do interesse nacional que
marcou a cerimónia em que eu e o líder do PS assinámos o histórico acordo
político de revisão constitucional.
Recordo-lhe também que as posições do
meu governo nas complexas negociações do Tratado de Maastricht tiveram o apoio
do PS, fruto do diálogo permanente mantido com o seu líder.
Lembro-lhe
ainda que, fruto do espírito de diálogo com a oposição, foram aprovadas com o
voto favorável do PS a Lei de Bases do Sistema Educativo que aumentou a
escolaridade obrigatória de 6 para 9 anos, a nova Lei das Finanças Locais, a
Lei da Autonomia Universitária, a primeira Lei de Bases do Ambiente, a Lei do
Mecenato Cultural, a Lei de Segurança Interna, os novos Códigos Penal e das
Sociedades Comerciais, o Código do Procedimento Administrativo e a Lei de Bases
dos Transportes Terrestres.
3Quero também lembrar-lhe o intenso,
profundo e frutuoso diálogo dos meus governos de maioria absoluta com os
parceiros sociais. Foram
assinados quatro
acordos de concertação social e
só não foram assinados mais dois porque o líder do seu partido coagiu e
pressionou a UGT, como o líder da central sindical publicamente reconheceu.
Pelo
que observei nos seis anos de governo da “geringonça”, V. Exa. considera
certamente um exagero o meu entusiasmo e valorização do diálogo e da
concertação social. Sendo meu
desejo que faça mais e melhor, recordo que ela muito contribuiu, no tempo dos
meus governos, para a redução da
inflação, o aumento real dos salários e das pensões, a elevada taxa de
crescimento da economia e para a aproximação do país ao nível médio de
desenvolvimento da UE como nunca mais voltou a acontecer, como o atesta a informação internacional disponível.
Acrescento apenas que, ao contrário do que V. Exa. recentemente referiu numa
entrevista, não defendo a desregulação do mercado de trabalho. Leu
mal o meu artigo.
4Uma
das reformas que gostaria de ter feito em consenso com o PS, e que foi uma das
mais marcantes das minhas maiorias absolutas, foi a abertura da televisão à iniciativa privada e a
liberalização da comunicação social. O PS, surpreendentemente e não sei com
que intenções, revelou-se contra o fim da anacrónica situação em que o Estado
português detinha o controlo total ou quase total de cinco jornais diários e de
um jornal desportivo e em que, no sector da radiodifusão, só a Rádio Renascença
lhe escapava. Espero que, hoje, V. Exa. reconheça que era um quadro redutor da
liberdade de expressão e informação e atrofiador da sociedade civil.
5A
reforma fiscal de 1989, que instituiu o IRS e o IRC, substituindo sete impostos sobre o rendimento então
existentes, levada a cabo pelos meus governos, foi uma outra que gostaria de
ter realizado em consenso com o PS. c
Sendo
o atual sistema de impostos caracterizado pela iniquidade, ineficiência
económica e pela brutalidade da sua carga para o nosso nível de
desenvolvimento, estou certo de que V. Exa. actuará melhor do que eu no diálogo
com os partidos e organizações sociais e deixará na história da fiscalidade
portuguesa uma marca reformista que ultrapassará em muito a dos meus governos
de maioria absoluta.
6Imagino
que, hoje, o senhor Primeiro-Ministro, tenha dificuldade em perceber porque é
que o PS se opôs à aprovação, em 1987, da nova lei de gestão hospitalar, e, em
1990, da Lei de Bases da Saúde que abriu à iniciativa privada a prestação de
cuidados de saúde e que se manteve em vigor durante 29 anos, resistindo a cinco
governos do PS, seguramente por a considerar uma boa lei.
Face à deterioração da qualidade dos
serviços prestados pelo Serviço Nacional de Saúde durante o tempo do governo da
“geringonça”, estou certo de que ao seu governo de maioria absoluta não faltará
a coragem para fazer mais e melhor do que foi feito pelos meus governos na área
da saúde.
7Em
relação à reprivatização de 38 empresas públicas levada a cabo pelo meu governo
de maioria absoluta, tendo 70% da receita obtida pelo Estado sido destinada à
redução da dívida pública, que, em geral, contou com a oposição do seu partido,
estou certo de que V. Exa., um europeísta, pensa, agora, “ainda bem que o
fizeram”, embora, em público, lhe custe reconhecê-lo. São coisas da vida
partidária.
Tratou-se
de uma reforma
estrutural da maior relevância,
tornada possível pela eliminação do princípio da irreversibilidade das
nacionalizações na revisão da Constituição de 1989.
Pressuponho,
como é óbvio, que V. Exa. não esqueceu que, em resultado das nacionalizações de
1974 e 1975, o sector público empresarial português tinha uma grandeza sem
paralelo na Europa comunitária e acumulava prejuízos gigantescos, um fardo
enorme para consumidores e contribuintes e um obstáculo à recuperação económica.
Com certeza que também não se esqueceu
da importância da aprovação da nova Lei de Bases da Reforma Agrária que
estabilizou o direito de propriedade e exploração da terra, sem o que a
agricultura portuguesa não conseguiria adaptar-se aos mecanismos da Política
Agrícola Comum (PAC). Lembra-se do colectivismo agrícola que imperava no Alentejo
em que existiam 330 unidades colectivas de produção?
8Dirá
o senhor Primeiro-Ministro que a falta de apoio do PS a algumas das reformas
se deveu à inabilidade ou à insuficiência de diálogo dos meus governos e a
erros por mim cometidos. É provável que tenha alguma razão. Costumo dizer:
“nobody is perfect”.
Sendo
conhecida a sua vontade de fazer reformas e habilidade no diálogo com o maior
partido da oposição no sentido de as concretizar, estou certo que, com o seu
governo de maioria absoluta, tudo correrá na perfeição.
Nenhum
partido, nenhuma organização sindical, empresarial, social, cultural ou
ambiental se queixará de falta de diálogo e de abertura do governo para aceitar
as suas propostas; as reformas que o país urgentemente necessita serão feitas
em clima de toda a tranquilidade política e a decadência relativa do país em
termos de desenvolvimento será revertida.
As revistas internacionais deixarão de
classificar Portugal como “uma democracia com falhas” e os articulistas
deixarão de acusar o seu governo de “bullying”, assédio ou asfixia da
democracia e de que, para os socialistas, o Estado é deles.
Parafraseando
a afirmação de V. Exa. no discurso de tomada de posse direi: “Faço parte de
uma geração que se bateu contra a estatização da economia, a atrofia da
sociedade civil e a queda do poder de compra dos portugueses e que se orgulha
de ter contribuído para dar um passo significativo na aproximação do país ao
nível médio de desenvolvimento da UE”.
Agora,
retirado da vida política activa mas preservando os
meus direitos cívicos, estou certo de que, encerrada a fase da “geringonça”, o
seu governo de maioria absoluta fará mais e melhor do que as maiorias de Cavaco
Silva.
COMENTÁRIOS:
Carlos Silva: Ah grande Cavaco
! Os amigos são para as ocasiões. Faz bem em "engraxar" o rapaz. Isto
não está nada bom pra ninguém, lá isso é verdade ! Joana Fernandes: Muito bem, Sr. Professor! Muito obrigada por tudo o que
fez por nós mas sobretudo por Portugal! O Sr. é um exemplo! BRAVO!!! Jose Costa: Muito bem! Agora é mais navegar à vista e sacar o PRR Rui Lima: Sem as reformas feitas por os Governos de Cavaco Silva
as únicas com significado, Portugal seria muito mais pobre. Ele teve má
imprensa , mas em qualquer país da Europa ele seria um social democrata, se tem
um defeito é por não ter ido mais longe ou de não ser um pouco mais liberal . António Lamas: Obrigado professor Nelson Marques: Bastante oportuno, tenho a
certeza que iremos contar com artigos seus, como este, para acompanhar criticar
e provocar a actuação deste governo. João Santos: Ninguém pode alienar os
direitos cívicos do Prof. Dr, Cavaco nisto concordo a 100% com ele. Concordo
também em muito daquilo que foi escrito, certo que tem um viés pessoal, onde
ele elenca os seus feitos. Só faltou um bocado mais de humildade, como aquela
que falta ao Camarada Costa, para parafrasear erros como o desmantelamento do
sector da agricultura e pescas. Tenho também a certeza que o Prof. Dr.
Reconhece que durante o seu período governativo Portugal foi abençoado com
enormes quantidades de fundos de coesão, que nem sempre foram correctamente
distribuídos ou aproveitados, um pouco à semelhança do que seguramente irá se
passar com a bazuca de Costa y sus muchachos, portanto professor apesar de
concordar com parte do que disse e da nostalgia dos seus governos de que eu e
você padecemos, tenho de dizer que um artigo mais focado no futuro e noutros e
menos em si teria sido um pouco mais construtivo Vitor Batista > João Santos: E os xuxalistas até com bazucas
têm sido abençoados, e a ignorância não permite reconhecer aquilo que Mário
Soares assinou para Portugal poder ser membro de pleno direito da UE, se é bom
ou mau pertencer à UE, cada um tem a sua opinião, já contra factos não há
argumentos.
João Santos > Vitor
Batista: O problema do actual governo face ao liderado pelo Dr.
Cavaco é a falta de espírito reformista, a vontade de manter um certo status
quo do estado, que bem sei que tem as suas competências mas que não pode estar
em todo o lado. E a bazuca servirá a esse propósito, pois sem vontade de
reformar o dinheiro virá, será gasto ao desbarato e nada mudará. É o caso de
dizer, pobre país o nosso Francisco
Miguel Colaço > João Santos: Desmantelamento da agricultura
e pescas!? Vá lá ver os dados da autosuficiência alimentar durante os anos 80 e
90. Depois reconhecerá, espero, que o que por aí se diz é treta pegada. Francisco
Miguel Colaço > João Santos: Desmantelamento da agricultura
e pescas!? Vá lá ver os dados da autosuficiência alimentar durante os anos 80 e
90. Depois reconhecerá, espero, que o que por aí se diz é treta pegada. Vitor Batista > João Santos: Sem dúvida. Vitor Batista:
Nobody is
perfect. Sem dúvida, apesar dos seus erros o sr foi muito mais perfeito do que
este pai natal, um tipo sinistro e muito perigoso. Veremos até onde chegará a
carroça em 2026.
Vitor Batista: Eheheheh! grande ti Cavaco! O sr foi sem dúvidas o melhor
primeiro ministro e presidente da história de Portugal, mas esta cáfila que nos
desgoverna nunca irá aceitar, aliás, a máquina para o denegrir nunca parou, mas
eles nunca irão conseguir reescrever a história. João Paulo Laia: Nobody is perfect? LOL. O
ridículo mata
Maria Augusta: Tomara o vendedor de bazar indiano chegar sequer aos calcanhares
deste grande estadista e português que é Cavaco Silva. Jamais o vendedor de banha da
cobra fará alguma das reformas que o país tanto necessita, serão anos de chumbo
de marcar passo em que todos os xuxo-comunas que fazem parte do governo e os seus
acólitos que gravitam o Largo dos Ratos sairão mais ricos. Manuel Ferreira21: Obrigado ao "Observador" por me permitir ler
este documento histórico e que vou guardar. Penso que o professor Cavaco Siva
quis escrever este artigo para memória futura, tal como eu, não acredita que Costa faça qualquer coisa
pelo país. A nossa balança corrente e de capital voltou a deteriorar-se como já
não se via desde 2012, portanto, com o PS temos sempre grandes hipóteses de
novo resgate. zzzzz...: Desejo aos Portugueses a maior
sorte para quando a governação do sr. Costa terminar em estrondo em Outubro de
2026 e este se puser a andar para a Europa, tornando-se assim no PM de Portugal
desde que há democracia que mais ludibriou os portugueses: onze anos consecutivos
(seis dos quais roubados) sempre a afundar Portugal. É gritante o desgosto que o sr.
Costa sente pelo estrondoso sucesso do Professor Doutor Cavaco Silva que foi
eleito para 10 anos como PM e outros 10 como PR ou pela capacidade do
Excelentíssimo Sr. Passos Coelho que tirou Portugal do bueiro onde foi deixado
pelos execráveis socialistas, sr. Costa incluído. Manuel Ferreira21 > zzzzz...:
Este governo não
chega ao fim. António
Santos: Grande Aníbal Cavaco Silva!! Diz no texto que o PM leu mal
as suas palavras. Eu acho é que não sabe ler nem falar. Carlos Almeida:
Mais uma reforma,
com este texto, que o Prof. Cavaco fez para o bem deste país!! Alice
Santana: Este sim, é um
português de excelência, com um percurso feito de mérito e de devoção e uma
obra sem paralelo em toda a democracia, com lugar assegurado nos Anais da
História Lusa. Lamento muito que tenha que sujar as mãos a despedaçar desta forma e por
completo uma inutilidade como a excrescência sebosa Costa, mas pelo menos fá-lo
com uma inteligência e com um recorte de ironia suprema que muito enlevam o
espírito. 4 anos
depois ....: Parabéns Cavaco e sobretudo obrigado. José Dias:
É sempre bom
recordar o passado e dar nota das diferenças ... obrigado Professor! manuel santos:
agradeço ao
ex-presidente ter saído do seu sarcófago para nos presentear com este texto
construtivo e nada ressabiado. que nível elevado. de quem passa os dias a
ranger os dentes e a salivar, chiando "eu nao teria deixado a inflação
subir" Alberto
Rei: Vai, embrulha !
aquelas assim : ... estou certo de V.Exa. certamente fará melhor ... ó man, tens de pedalar muito Sorte
Vicente: É sempre bom lembrar: Crescemos imenso e em todos os campos
com este senhor ao leme. Obrigado. Maria Correia: Obrigada! PENSADOR: Cavaco mandou ao fundo o porta
aviões do xôr Costa. Mas que míssil!!! Jorge Casquilho: Este Homem é um SENHOR! Que
diferença face à triste pobreza dos últimos 7 anos. Diogo Araújo Dantas: Muito bem, senhor professor!
Respeitosos cumprimentos, Diogo Araújo Dantas Snyder Verse: Mas que tiro!
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