Diz-se que é o primeiro ou segundo texto
escrito em português, embora eivado de latinismos, sobre uns agravos cometidos
por uns filhos a seu pai queixoso, nos tempos do nosso “Povoador” D. Sancho I.
Lembrei-me do texto, que revi na preciosa Internet, por via da nova gramática
que se está a forjar, indiciadora talvez de uma mudança de língua, nos seus
preciosismos tortuosos - ou mais
precisamente de torcicolo, de tão rebuscadamente e ofensivamente tacanho. Malandro,
também. Mas prefiro alinhar na excelente justificação do comentador Carlos
Chaves, entre
outras que convém ler:
Carlos Chaves: Caríssima
Helena Matos, para haver “servidão” (incluindo na gramática) é necessário
existirem servidores e servidos. Por enquanto na sociedade em que vivemos
ainda podemos recusar alinhar nestas estratégias infames que visam a destruição
da nossa cultura Judaico-Cristã onde se inclui a gramática da nossa língua. A
própria etimologia das palavras é distorcida e mesmo novas palavras são criadas
sem qualquer fundamento para alimentar esta cultura de cancelamento. Pobres dos
que cedem, (como os artistas que mencionou), pois mais tarde poderão vir a
descobrir que contribuíram activamente para a implementação de ditaduras de má
memória. Isto é só um novo caminho para lá chegar.
A gramática da servidão
Quando no final dos anos 80
assistimos ao ayatollah Khomeini a lançar a "fatwa" sobre Rushdie
ignorávamos que a gramática da servidão faria de todos nós blasfemos.
HELENA MATOS COLUNISTA DO OBSERVADOR
OBSERVADOR, 14 ago 2022, 00:2142
“Salman
Rushdie incendiou parte do mundo muçulmano com a publicação, em setembro de
1988, do livro “Os Versículos Satânicos”, levando
o fundador da República Islâmica, ayatollah Rouhollah Khomeini, a emitir uma
“fatwa” (decreto religioso) em 1989 apelando ao seu assassínio…” –
Recapitulemos: “Salman Rushdie incendiou parte do mundo muçulmano com a
publicação, em setembro de 1988, do livro Os Versículos Satânicos“. Portanto
não foi “parte do mundo muçulmano” que foi intolerante mas sim Salman Rushdie
que, qual pirómano, a incendiou com esse seu livro. Não tivesse ele escrito tal
livro e não tinha havido incêndio algum, certo? Mas prossigamos que não acaba aqui este exercício ideológico-gramatical
da Lusa, logo replicado em vários sites. Se repararmos nesta notícia Salman
Rushdie não se limitou a incendiar parte do mundo muçulmano com a publicação do
livro Os Versículos Satânicos, é também ele quem leva Khomeini
(quiçá contrariado, acrescento eu) a emitir a “fatwa” que o condenava a ele
mesmo Salman Rushdie: “Salman Rushdie incendiou parte do mundo
muçulmano com a publicação, em setembro de 1988, do livro “Os Versículos
Satânicos”, levando o fundador da República Islâmica, ayatollah Rouhollah
Khomeini, a emitir uma “fatwa” (decreto religioso) em 1989 apelando ao seu
assassínio…” Regra nº 1 da gramática da servidão: o mundo muçulmano,
da rua aos dirigentes, limita-se a reagir!
O que é a gramática da servidão? Aquela
que não tem por fim registar e fixar as regras da comunicação oral e escrita
mas sim instituir uma grelha sectária sobre o mundo. Por isso não interessa que as regras sejam absurdas e
muitas delas só se consigam usar em contextos artificiais. Por exemplo, ninguém,
a não ser em momentos criados para o efeito, diz todas, todes e
todos para chamar os outros mas o propósito da gramática da servidão
não é, como acontece nas gramáticas comuns, facilitar a comunicação mas sim criar
ângulos que permitam avaliar ideologicamente os falantes: o orador da
conferência disse todos em vez de todas e todos? E disse ou não todes?
Esqueceu-se ou propositamente não escreveu tod@s na comunicação?… Como cada
uma destas grelhas vem acompanhada de uma rotulagem de intenções – no caso
dos todas, todes, e todos será linguagem inclusiva – de imediato se
passa a avaliar não apenas se o orador usa ou não linguagem inclusiva mas
também e sobretudo se ele é contra a inclusão. É claro que este falejar não é nem deixa de
ser inclusivo, nem a inclusão passa por tal destrambelho, mas isso não
interessa. Aquilo que interessa é que esta gramática da servidão permite que as
palavras a que recorremos sejam usadas não para avaliar o que dizemos mas sim o
que moralmente somos ou, mais rigorosamente, qual o grau de servidão que mostramos perante os
nossos inquisidores-ayatollahs.
Não
é por uma questão de eficácia de comunicação que recorro à imagem dos
inquisidores-ayatollahs. Na
gramática da servidão o erro é pecado e os zelos arrebatados da blasfêmia
esconjuraram o raciocínio, por isso o que choca e causa escândalo não é aquilo
que alguém diz ou escreve mas sim a ofensa que outros experimentam perante
aquelas palavras. Não por acaso todos os dias actores, cantores, jornalistas…
se desfazem em desculpas perante as fúrias de gente que se diz ofendida:
“Agir
pede desculpa pelo tema “Filha da Tuga”. Depois da polémica com o
tema “Filha da Tuga”, interpretado por Irma Ribeiro, Agir pediu desculpa
publicamente e explicou a canção. O produtor da música, que está a dar que
falar pela frase “sou branca para os pretos/Para os brancos sou preta”,
recorreu ao perfil de Instagram para explicar a forma como foi composta.”
(depois de tudo lido não se sabe se rir ou chorar!); “Shawn Mendes pede desculpa a Sam
Smith por se referir ao cantor por “ele”. Em março de 2019, Smith explicou que
não se considerava homem nem mulher, flutuava “algures no meio”, anunciando
depois nas redes sociais o estatuto de não binário.” (na
gramática da servidão as formas de tratamento funcionam como um teste ao grau
de servidão dos falantes); “Beyoncé vai
mudar letra da canção “Heated” por causa de termo considerado ofensivo. Um
termo que pode ser usado de forma pejorativa contra pessoas com deficiência
consta na nova música de Beyoncé e está a causar reacções de desagrado. A
artista já anunciou que vai mudar a letra” (amanhã será o tom que é considerado ofensivo; depois o sotaque,
depois a acentuação…)
Este
paradoxo “tu ofendeste-me com o que disseste mas não foi nada disso que eu quis
dizer sim disseste peço desculpa se disse” substituiu o anterior antagonismo em
que se discordava e procurava rebater aquilo que o outro dizia e escrevia. O “não tens razão” deu lugar ao “sinto-me ofendido”.
Na verdade não interessa realmente o que se diz ou escreve mas sim a
reacção emocional do outro. É esta transferência que encontramos nas
palavras da presidente da ILGA, Ana Aresta, para explicar a queixa apresentada
por esta associação (e também pela Opus Diversidades) na ERC. Em causa estão
artigos que estas associações consideram de “cariz transfóbicos, com argumentos
falaciosos”. Mas não só. Nessa lista de textos que seguiram para a ERC
também constarão “Outros
artigos, menos imediatos do ponto de vista do insulto, soam a discussões inofensivas,
intelectuais e etéreas mas chegam à maior parte das pessoas LGBTQIA+, que os
lêem como actos de bullying”. Ou seja, não conta o que se
escreve e nem sequer o que se pode ou não interpretar no que está escrito mas
sim as intenções, sublinho as intenções, que o outro detecta naquilo
que lê. O
sentir-se ofendido é a institucionalização da blasfémia sobre o raciocínio.
Quando
no final dos aos 80 assistimos ao ayatollah Rouhollah Khomeini lançando a
“fatwa” sobre Salman Rushdie foi como se estivéssemos a ver algo proveniente do
fundo dos tempos. Em contra-ciclo com o que acreditávamos ser uma crescente
liberdade. Mal sabíamos que a gramática da servidão nos transferiria a todos do
âmbito do raciocínio subjacente ao debate para as fúrias blasfemas da cultura
do cancelamento.
O
calvário de Salman Rushdie é o símbolo daquilo em que não quisemos acreditar.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO LIBERDADES SOCIEDADE POLITICAMENTE CORRECTO LÍNGUA CULTURA
COMENTÁRIOS:
Francisco Tavares de Almeida: A análise de hoje de Helena Matos, fez-me recordar o
discurso de Bento XVI em Regensburg em 2006. Discurso notável que para mim e
certamente muitos foi um marco. Recentemente
um teólogo católico recordou esse discurso no seu 15º aniversário e escreveu: ...discurso
magistral e convictamente intelectual de Bento XVI. Um discurso que é uma
inegável e preciosa obra de arte, intemporal porquanto resolutamente focada no
seu presente, de teologia da história e de evocação da Europa, e da civilização
dela surgida,... Mas,
como muitos estarão lembrados, Bento XVI foi ferozmente atacado pelos media
europeus, até invectivado de Mussolini e Hitler por ter incluído uma citação,
salvo erro, do imperador Manuel Paleólogo, depreciativa do Islamismo. O mais
notável é que as reacções não vieram do mundo islâmico mas da imprensa
ocidental que se "sentiu" ofendida em nome do Islão. E que manteve
depois um "ruidoso silêncio" quando cerca de 140 intelectuais
islâmicos vieram publicamente agradecer a Bento XVI. Quando confrontado por jornalistas, Bento XVI não pediu
desculpa. Declarou sobriamente: foi uma citação. Meio Vazio > Francisco
Tavares de Almeida: Bem
recordado. Mas Ratzinger distinguia-se, usava bem a inteligência que nele
sobrava.
Rui Lima: Notícia
de hoje sem grande destaque como são mais 40 cristãos mortos não conta,
nem as igrejas que ardem, as lideranças do mundo ocidental só têm
os olhos postos nas mesquitas que constroem nos seus países . “Pelo menos 41 pessoas foram mortas em um incêndio que
eclodiu no domingo em uma igreja do Cairo, de acordo com as autoridades coptas
eclesiásticas, enquanto o Ministério da Saúde egípcio disse que identificou 55
vítimas.”
João A: Há
um ditado que é +- : "Quem diz tudo o que quer, ouve o que não quer". De qualquer forma, convinha não misturar. Eu gostaria
de, num jornal, perceber se estou a ler ou ouvir uma opinião pessoal, ou uma
notícia isenta.... Quanto
às liberdades, tanto é livre quem escreve, como quem lê! Maria
Madeira: Excelente artigo. Carlos Chaves: Caríssima Helena Matos, para haver “servidão”
(incluindo na gramática) é necessário existirem servidores e servidos. Por
enquanto na sociedade em que vivemos ainda podemos recusar alinhar nestas
estratégias infames que visam a destruição da nossa cultura Judaico-Cristã onde
se inclui a gramática da nossa língua. A própria etimologia das palavras é
distorcida e mesmo novas palavras são criadas sem qualquer fundamento para
alimentar esta cultura de cancelamento. Pobres dos que cedem, (como os artistas
que mencionou), pois mais tarde poderão vir a descobrir que contribuíram
activamente para a implementação de ditaduras de má memória. Isto é só um novo
caminho para lá chegar!
Joaquim Lopes > Carlos
Chaves: Podemos
recusar? Podemos,
ou eu posso, mas por exemplo quem paga a RTP, somos nós os que não estão isentos. Quem paga a LUSA? Percebo
que de facto, não temos no pequeno meio em que habitualmente se vive, família e
amigos problemas de servidão. Podemos
recusar seguir a ditadura imposta por esta cultura, mas quantos podem? Já agora
porque é que em média, pagos por muitos de nós, temos de ouvir todas estas
disparatadas coisas e gente alienada, mas com tiques de ditador? Tomara que tenha razão, desconfio que não, ou seja,
terei de fazer de conta que concordo com a linguagem "inclusiva". Por vezes não sei como poderei dizer perante um grupo
de negros ou um negro como referir aquilo que é, não sei como ele pensa dizer
em relação a mim, não em tom coloquial, mas entre eles, como nos tratam, falo
na nova geração, até aos 30, 40, os outros são gente que apesar de tudo o que
se possa dizer falam com respeito mútuo, sem complexos. Servidão existe, se for a uma livraria a primeira coisa
que faço e com muita atenção é se foi escrito sem as normas do "acordo
ortográfico", tornou-se uma forma de servidão para filhos ou netos, como
recusar tal abuso?
João Floriano > Carlos
Chaves: Será
que podemos mesmo recusar? Eu acho que cada vez mais o cerco aperta. joaquim
zacarias: A pergunta que me parece dever ser feita
é a seguinte - esta gente, incluindo os jornaleiros da Lusa, não serão
atrasados mentais?
João Floriano: Os
casos de Agir e Will Smith são a prova da quantidade de tontos que por aí
andam. Contudo ainda mais tontos e ridículos do que esta gente, são os que lhe
conferem importância e protagonismo. O politicamente correcto
está a ser elevado ao nível do absurdo. E o que acontece? Em vez de
acabar com a violência que devia surgir do apaziguamento destes
ofendidos, cada vez as exigências mais crescem e cada vez mais violentos e
indignados se tornam estes arautos do wokismo. Agora até a ILGA já se
pronuncia a nível das intenções como se tivesse poderes paranormais de entrada
nas nossas funções cerebrais. Muito em breve um simples olhar poderá ser
interpretado como ofensa. Perspectiva-se um aumento de vendas dos óculos com lentes
bem escuras.
Rui Lima: A
forma quase amiga como é apresentado o agressor, não sabem os motivos, a
palavra terrorista não li em nenhum jornal na Europa. Dizem nascido
na América filho de refugiados libaneses mas que família?, sendo verdade que aos
cristãos nesse país como em outros países a volta só resta o exílio
, neste caso é uma família xiita. Muitos dos atentados no mundo ocidental são feitos por
terroristas já cá nascidos estão muito mais radicais que os pais não há nenhuma
integração, pelo contrário, há ódio, se nem todos passam ao acto os outros não
deixam de aplaudir, em todos os atentados procurei escutar amigos dessa
religião nunca escutei uma condenação directa, havia sempre o Mas para
justificar o atentado. Todos os políticos ocidentais deviam ter em mente esta
realidade: as fronteiras abertas permitem que venha gente que odeia o Ocidente
e em maioria, estamos a criar o terror em terras ocidentais para os nossos
netos. Tiago
Vasconcelos: Costumo comparar o ofendidismo woke àquele genial
personagem do Herman, o Diácono Remédios. Também ele andava, vigilante, a controlar a linguagem e a descobrir
perversidade em tudo, mesmo
nas coisas em que mais ninguém tinha identificado perversidade. Titania McGrath é a versão woke do Diácono Remédios. V. Oliveira: É claro que a gramática da servidão percebeu a timidez
da maioria (sim, continua a ser maioria, mas que não faz ruído). Que não é
afimativa, que receia o autoritarismo da cultura do cancelamento, e que se acomoda
infantilmente à auto-censura. Maria da Conceição Gaivão V. Oliveira: A tal “maioria silenciosa”, receosa e colaboracionista,
perfeito caldo cultivo da “banalidade do mal”.
bento guerra: 99,9
por cento das pessoas da sociedade, não perdem tempo com essas minudências. É a
rapaziada que faz e escreve nos jornais quem impõe a escravidão de que fala, de sua
inspiração ou a mando de outros (experimente
crítico do Zelensky e vai ver os mimos).Uma sociedade onde os imbecis
tendem a suplantar os inteligentes, porque são mais militantes e mais
agressivos (ou frustrados da vida)
V. Oliveira > bento guerra:
Exacto! Filipe Paes de
Vasconcellos: “Camaradas e camarados ” deputado do bloco. A idiotice no
seu melhor! Andrade QB: Vai-se chegar ao ponto em que só poderá haver
comunicação dirigida individualmente e depois de estudo aprofundado por cada
um, uma, ume dos gostos do outro, outra, outre. Já ter
os jornalistas da LUSA a colocarem-se do lado das vitimas vai ser só uma
questão de tempo. Exactamente o tempo em que lhes vai bater pela porta o
boomerang da sua duplicidade. José
Paulo C Castro > Andrade QB:
Qual lado das vítimas ? No caso de
Rushdie a vítima é ele e continuam a mostrar os muçulmanos iranianos como Bem visto e sinceramente concordo. Disse o poeta, “as palavras são como punhais”, e os
terroristas gramaticais, ou seja, as florzinhas de estufa que habitam no ar
condicionado e nas redes sociais, passaram à prática. Consideram-se tão
importantes, que querem impor a sua verdade, coitadas, são umas criaturas
alienadas e escravas delas mesmo. Acho que só há uma maneira de tratar estes
terroristas, é enviá-los para um sítio onde não haja nada, nem água, nem electricidade,
nem comida acessível, nem civilização, no meio da África profunda. Agora
desenrasquem-se! Outros, terroristas sociais, trogloditas, vivendo na nossa
sociedade, os nossos princípios, a nossa religião, a nossa liberdade, parece
que lhes faz mal ao cérebro, ficam desequilibrados, penso que não devem sofrer
tal suplício, de viver e usufruir do bem-estar da nossa sociedade, devem ser
devolvidos à sua cultura e à sua terra, porque a nossa faz-se mal à saúde. Alguém
disse, “para que o mal vença só é preciso que os homens bons não façam nada”,
eu concordo, só é preciso começar a agir e ontem já era tarde. Miguel Cabaça: "O sentir-se ofendido é a institucionalização da
blasfêmia sobre o raciocínio." Genial Carlos Quartel: Penso que
se está a dar importância a questiúnculas de minoria ultra minoritária. Agora
HM, há dias o Gonçalves. Com tanto problema, real e concreto, que afecta tanta
gente, mal empregado tempo gasto com binários e outras bizantinices,
incompreensíveis para o comum dos mortais. É preciso saber que é isto que essa
gente pretende, que se fale deles e das suas angústias existenciais. De
facto, tudo isto é publicidade ao fenómeno, que, penso, passa ao lado da grande
maioria dos portugueses. Tempo dos cronistas andarem mais de autocarro,
comboio, barco e metro, preferencialmente às 7 ou 8 da manhã, e aperceberem-se
das preocupações da gente que conta, da gente que trabalha e que vai segurando
isto. Ark Nabu L > Carlos
Quartel: vítimas da
'ofensa' dele. Não, eles escolhem um lado que se vitimiza. É uma atitude
parcial. Maria Tubucci: Não podia estar mais em desacordo. Numa comunicação social apenas preocupada com a espuma
da onda, temos de agradecer aos vários comentadores que nos alertam que por
debaixo está um mar infestado de tubarões. Tubarões muito muito perigosos e
mais seriam se passeassem despercebidos. Aquilo a que se assiste é uma
pré-revolução, em crescimento e desenvolvimento. Tal como o cancro, se não
for parado a tempo, vai destruir o hospedeiro, neste caso a civilização
ocidental. Tiago
Vasconcelos > Carlos
Quartel: Isto
poderá parecer questiúnculas mas, se não houver uma resistência, qualquer dia a
liberdade de expressão ficará condicionada, estes activistas entrarão no nosso
trabalho, nas nossas casas. Nos EUA já houve pessoas que foram despedidas dos
seus empregos por opiniões que veicularam nas redes sociais. Carlos
Quartel > Tiago
Vasconcelos: Um
professor da universidade de Aveiro foi despedido por ter manifestado as suas
opiniões, fora da universidade e fora do âmbito da programa escolar. O
reitor, todo ufano, veio declarar, nas televisões, que a universidade não
tolera opiniões que não se enquadrem no politicamente correcto. Isto numa
escola pública, que funciona com os nossos impostos. Pois não vi estes
cronistas a levantarem-se contra esta barbaridade, nem notei nenhum
alarido especial . Nem sindicatos, nem ministros, ninguém deu importância
ao episódio. Em minha opinião, era aí que se deveria ter levantado meia nação.
Um acto pidesco, sem desculpa ....... João Floriano > Carlos
Quartel: Compreendo
o seu ponto de vista mas discordo. São essas pessoas que comutam, (os ingleses
têm o termo commute que eu não sei bem se tem tradução para português), que
deram uma maioria absoluta a António Costa com os resultados que estão à vista.
Essas pessoas acham que a política não tem nada a ver com o que se passa
nas suas vidas. Completamente errados! Do mesmo modo a ditadura woke
está a envenenar insidiosamente a nossa sociedade. está na CS, na
política, na educação, na justiça, nos postos de trabalho e a esmagadora
maioria continua achar que o assunto não lhes diz respeito. Carlos Quartel > João
Floriano: Isto
não é simples. Os commuters estão tão ocupados em levantar-se às 6 e chegar a
casa às 8 que criaram um universo próprio que os leva a alhear-se sobre o que
se passa à sua volta. Têm o meu mais profundo respeito. A democracia impede uma
atitude paternalista e penso que uma solução poderá estar na escola, na
educação para a cidadania (não a tal dos géneros), no tempo e na esperança. Que se vai enfraquecendo,
diga-se .... Manuel
Gonçalves: Muito bem. Está tudo dito. José
Paulo C Castro: Grande texto. É mesmo essa gramática que tem de ser
destruída. Mas acrescento um ponto
essencial: toda essa categorização só existe porque se define à priori quem são
os grupos/classe oprimidos e o grupo/classe opressor. Exactamente como no
marxismo da luta de classes, embora com outras categorias e contextos sociais.
É esse passo que permite criar a 'ofensa' social estrutural que merece 'luta' activista.
Deriva de algo chamado teoria da interseccionalidade. Para destruir esse processo, há que lutar contra o uso
da gramática mas, para o tornar eficaz, exige-se desmistificar a categorização
da sociedade em grupos, substituindo-a por uma massa de indivíduos diversa e
heterogénea sem classificação possível. Uma 'ofensa' reduz-se a um acto individual se
deixar de ter abrangência social e a teoria da interseccionalidade perde
eficácia se conseguirmos quebrar a sua categorização prévia da sociedade. Vou dar como exemplo o caso de Rushdie. Em vez de usarmos as categorias
muçulmano, líder religioso iraniano, blasfêmia e escritor, usemos as categorias
seita religiosa, líder autocrático, trechos literários e cidadão estrangeiro. Hklçº~.
V. Oliveira > José Paulo C
Castro: Nem mais! Alfaiate Tuga: Pior do que esta gente que se
sente ofendida por tudo e por nada são os que lhes pedem desculpa por
supostamente os terem ofendido . Chamem as coisas pelos nomes e não peçam
desculpa a um cão por se referirem a ele como tal só porque ele acha que è um
gato. Quantas mais desculpas pedirem mais estão a doar para o peditório deles,
da minha parte não levam nem uma. João Floriano > Alfaiate
Tuga: Completamente de acordo. Até porque estes indivíduos
nunca estarão contentes. Nós teremos sempre de carregar com culpas que nem
sabemos bem quais são. Pedra Nussapato: Tirando a parte da headline da
Lusa, que me parece bastante banal no meio jornalístico desde há muito, com o
resto sou obrigad@ a concordar com HM😁 Fernando Cascais:
Todo este novo mundo dominado pela
linguagem inclusiva e pelos mariconços terá cada vez mais palco, isto, se
nestas sociedades ocidentais mais desenvolvidas as balas não começarem um dia a
silvarem por cima das nossas cabeças e a fome a gritar do fundo do estômago. Na
empresa onde trabalhei muitos anos existia um fenómeno que ligava as
revindicações ao pouco que fazer. Era uma empresa de construção, e sempre que
havia menos obras e os colaboradores se concentravam no escritório as ideias
fugiam para a intriga e para o sindicalismo. Vinham as obras e a paz
regressava. As sociedades ricas são vítimas desta mesma correlação, só que aqui
ócio é cada vez maior e trabalhar é cada vez menos preciso. Ontem mesmo nas
minhas habituais madrugadas de bicicleta dei um trambolhão e arranhei um braço.
Publiquei nas redes sociais diversas fotos fantásticas do nascer do sol na vila
sem vida e uma da arranhadelazita. Oitenta por cento dos comentários
desejavam-me melhoras e rápida recuperação e recomendavam-me ir ao hospital.
Fonix, era uma arranhadela sem importância, incomparável ao que o meu Jack
Russel, ainda cachorro, me faz aos braços na brincadeira que mais pareço um
Cristo (não vale a pena referir os comentários sobre a educação do cão). Isto é
um mundo de mariconços agora muito preocupado com os pronomes. É por isso que
digo, se um dia uma grande tormenta atingir esta sociedade de maricas, estas paneleirices
deixam logo de existir... e tem que ser mesmo uma grande tormenta para este
neo-barroquismo de Luís XIV acordar para a realidade e para a nossa condição de
humanos "evoluídos" do mundo animal. Leiam um pouco sobre a queda do
Império Romano e vão perceber o que quero dizer. Afonso Soares > Fernando
Cascais: Todas
as civilizações evoluídas tiveram um fim e esta vai ter o mesmo destino. Há
tanta coisa para nos preocuparmos e andamos todos a perder tempo com ninharia.
Não parece mas o mundo gira e eu acrescento leiam e estudem a história
universal desde a antiguidade e não só a moderna e verão como chegamos à actualidade
porque não foi de paraquedas. Foi evoluindo mudando acabando umas civilizações
e aparecendo outras .... Alexandre
Barreira: Pois, pois. Dum excusare credis, accusas
! Meio Vazio: Apparent
rari nantes in gurgite vasto.
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