E assim nos ensinam os livros, mesmo os
da literatura em banda desenhada,
como o são os livros do Tintin e do Astérix, com a sua universalidade na
criatividade e no riso. E o P.
Gonçalo Carrera vá de referir um dentre eles, para nos dar
ensaboadelas e respeito dos animais domésticos, que devemos amar e respeitar, tal
como Milou era tratado, sem pieguices lorpas, conquanto a gata Saha da Colette
tenha sido um bom exemplo do domínio fatal do bicho sobre o homem, regressado à
pieguice da infância, recusada a crescer. “Clássico”, assim chama o P. Carrera à “Estrela
Misteriosa”, de que sublinha o aprazível enredo da criação de Hergé,
pretexto para a lição sobre os afectos pelos animais, dos humanos nem sempre lógicos
nas suas preferências amorosas. É claro que o P
Gonçalo Carrera se arriscou às chufas dos actuais sensíveis defensores
de tudo o que esteja sujeito a uma manipulação humana, nem sempre criteriosa, quer
sejam os pobrezinhos, quer sejam os companheiros animais das vivências humanas,
servindo como pretexto condenatório do homem pretendente às distinções
erráticas, numa sociedade que se quer igualitária. Vários comentários, é claro,
comprovam essas sensibilidades da ironia hodierna superiormente castigadora, o
P. Carrera é que a provocou, arriscando-se, não se pode queixar. Por outro
lado, o sua crónica provocou largo debato, sobre problemas bem sérios dos
tempos actuais e antigos, como são os da pedofilia ou das questões climáticas…
Revisitar um clássico: A
Estrela Misteriosa
Bons tempos aqueles, em que os cães eram
cães, tinham nomes de cães e não de pessoas, tinham dono e não papás, nem
mamãs, tinham trela e eram bem tratados.
P. GONÇALO PORTOCARRERA DE ALMADA
OBSERVADOR, 20
ago 2022, 00:3654
A
verdade é que, quando fiz a trouxa para o mês e meio que iria passar fora de
Lisboa, atendendo a várias actividades de formação, fui bastante exagerado na
provisão de livros a ler. Para além de uma volumosa história de Cristóvão
Colombo, o genovês, da autoria do historiador Luís Filipe F. R. Thomaz, com um delicioso subtítulo – Meu Tio pinidade – ainda acrescentei um muito interessante estudo
histórico-jurídico paterno sobre A Sucessão da Casa e Ducado de
Aveiro, uma recente publicação da Editora 2020, Os
judeus de Pio XII, de Johan Ickx, e um romance
de Camilo Castelo Branco: mais de
1.500 páginas, no total!
Não
obstante a abundante literatura trazida de casa, ao chegar ao Caramulo
deparei-me com um clássico a que não consegui resistir: L’Étoile
mystérieuse, de Hergé, em francês, numa
primorosa edição Casterman! Sim, mais uma das muitas aventuras de Tintin, que
deliciaram inúmeras gerações de jovens e menos jovens, dos 7 aos 77 anos.
A
história resume-se em breves palavras: um meteorito incandescente, que ameaçava
colidir com o nosso planeta, provocando a sua destruição, desintegra-se e um
troço deste desconhecido minério cai no oceano polar ártico. Ao mesmo tempo que
se organiza uma expedição científica internacional – em que não falta um
português: “o Prof. Pedro João dos Santos, célebre físico da Universidade de
Coimbra” – que se propõe resgatar esse estranho material, que pretende
investigar, outra embarcação dirige-se para o local da queda, com o intuito de
capturar esse mineral para fins perversos. Nesta luta entre o bem e o mal
desenvolve-se a aventura que é, por esse motivo, especialmente aliciante e
pedagógica, sobretudo para os mais novos, não fosse o protagonista uma espécie
de jovem escuteiro empenhado em fazer boas acções!
Ante
uma noite de verão extraordinariamente quente – na altura ainda não se falava
de aquecimento global, nem de alterações climáticas! – Tintin apercebe-se de
que a elevada temperatura, que até derrete o alcatrão, se deve à insólita
proximidade de uma estrela misteriosa, que avança vertiginosamente em direcção
à Terra. Apavorado com a ocorrência, dirige-se para o Observatório Astronómico,
onde é confirmada a hipótese da destruição mundial. Felizmente, os cálculos
astronómicos estavam errados e a fatal colisão não acontece. Contudo, na sua
iminência, um tal Philippulus, o Profeta, percorre as ruas da cidade anunciando
o fim do mundo e espalhando o terror. Tintin não cede à demagogia do falso
profeta e, quando o ouve gritar, sob as janelas da sua casa, aproveita para lhe
refrescar as ideias com a água de um jarro despejado, em cheio, na sua generosa
careca.
O
divertido episódio fez-me lembrar que, também agora, não faltam profetas da
desgraça: primeiro eram os que anunciavam o arrefecimento do planeta, depois
foram os do aquecimento global, mais tarde optou-se por uma expressão menos
comprometedora e mais abrangente – as alterações climáticas – mas sempre
no mesmo tom alarmista que, felizmente, a ciência não só não confirma como
desmente. Com certeza que a preocupação ambiental faz parte da Doutrina
Social da Igreja, mas o sensacionalismo de alguns meios de comunicação social,
que tão depressa falam de uma iminente catástrofe, como depois a esquecem – quem
fala hoje do buraco do ozono?! – é
injustificado e contraproducente: recorde-se a conhecida história de Pedro e o
lobo.
As
personagens das aventuras do Tintin não são ídolos, mas seres humanos cujas
fragilidades são simpáticas. Hyppolyte Calys, o director do Observatório
Astronómico, ao descobrir um novo metal, apressa-se a dar-lhe o seu nome, numa
divertida alusão à vaidade a que também não são imunes os mais consagrados
cientistas. O próprio Capitão Haddock, não obstante a sua bravura de
velho lobo do mar, é uma figura contraditória: apesar de presidente da Liga dos
Marinheiros Antialcoólicos, é um assíduo consumidor de bebidas espirituosas!
Contudo, está longe de ser um hipócrita de refinada duplicidade: é, como
todos nós somos também, uma boa pessoa, com defeitos que nem sempre consegue
ultrapassar e, por isso, mais do que o desprezo que provocam os fariseus,
merece a compaixão de que carecem os fracos.
Quando,
depois de inúmeras peripécias, o L’Aurore está prestes a chegar ao local em que
caiu o meteorito, para onde também se dirige, a todo o vapor, o Peary, o
concorrente barco inimigo, uma mensagem de rádio chega ao Capitão Haddock:
um navio, nas imediações, enviou um urgente pedido de socorro. Consternado, o
capitão convoca os sábios que integram a expedição científica para os pôr a par
da situação. Os cientistas são unânimes no seu parecer: o interesse científico
deve ceder ante uma emergência humanitária e, por isso, o barco deve-se desviar
da sua rota, para ir ao encontro da embarcação em perigo. Felizmente, Tintin
descobre que era um falso SOS, lançado pelo Peary para que, desviando L’Aurore
do seu rumo, chegasse primeiro à meta.
Quando
se levanta um generalizado coro de impiedosos justiceiros laicos, que querem
apedrejar a Igreja pelos crimes de pedofilia dos seus sacerdotes, mas nada
fazem contra a chaga dos abusos de menores em tantos outros âmbitos da
sociedade, é inevitável pensar que, também agora, os que mais invocam a moral
são, muitas vezes, os que menos a praticam. E talvez não seja temerário pensar
que também querem assim desviar a barca de Pedro do seu fim, que é a salvação
das almas pela proclamação do Evangelho, que é verdade e vida. Nestes tempos de
furiosa perseguição anticristã, são também necessários jornalistas isentos que
denunciem essa hipocrisia.
Quando
Tintin parte, no hidroavião, em direcção ao meteorito, o Milou começa a ladrar
desalmadamente. O capitão tenta sossegá-lo, garantindo-lhe o regresso próximo
do seu dono. Note-se: do dono! Não é o papá, nem a mamã, nem o cão tem nome
de gente, nem ninguém lhe pega ao colo: é cão, tem nome de cão, tem trela e tem
dono! Bons tempos aqueles, em que os cães eram cães, tinham nomes de cães e não
de pessoas, tinham dono e não papás, nem mamãs, tinham trela e estavam bem
cuidados, porque basta haver bom-senso para tratar bem os animais domésticos,
que também são dons de Deus.
Uma das características do meteorito, a boiar no oceano
árctico, é a forma acelerada como nele se desenvolvem todos os seres vivos.
Tintin, ao ver que uma pequena aranha se transforma num bicho imenso, exclama,
apavorado: “Senhor, que monstro!”. Uma oração? Talvez, ou então, simplesmente,
uma interjeição, que expressa uma convicção universal: a de que, ante uma
urgência, o ser humano sente a necessidade de apelar ao Criador. É curioso
como o nome de Jesus Cristo é tão frequentemente invocado, nem sempre
respeitosamente, nas grandes produções norte-americanas, que não primam pelos
valores religiosos e morais. Mesmo que dito inconscientemente, esta
referência recorda o cunho essencialmente cristão da civilização ocidental que,
apesar de descristianizada em muitos dos seus actuais costumes, mantém ainda
uma explícita referência a Cristo, a quem deve o que de melhor tem.
Quando
as vagas oceânicas ameaçam submergir o aerólito, onde Tintin espera o
hidroavião que o há-de resgatar, o repórter, arriscando a vida, retrocede, para
deixar a bandeira da expedição científica sobre o seu cume. Idealismo? Decerto,
mas essa é, precisamente, a principal missão dos heróis: a de nos recordar que
vale bem a pena dar a vida por um ideal, que vale a pena correr riscos pela
verdade, que vale a pena o patriotismo, que vale a pena lutar por um mundo mais
justo. Mas a melhor aventura é, sem dúvida, a dos bem-aventurados que tudo
deixaram, e perderam, pela glória de Deus e o amor dos irmãos.
HOMEM SOCIEDADE LITERATURA INFANTIL FAMÍLIA LIFESTYLE CRISTIANISMO RELIGIÃO ANIMAIS NATUREZA AMBIENTE CIÊNCIA
COMENTÁRIOS
Maria Belo: Ficou também claro que aquilo que a humanidade mais precisa da parte de um
padre pode esquecer com este senhor. E sim, eu digo ao meu gato, vem à tua
mamã. O Amor é um Todo incondicional. por favor eleve-se e represente Jesus
Cristo. Carminda
Damiao: Excelente artigo.
Os livros do Tintin e dos Cinco sempre me encantaram. Foi com eles que ganhei o
gosto pela leitura.
José Miranda:
Excelente e divertido
artigo. Claro que aparecem os fariseus do costume. Alice No País das Maravilhas > José Miranda: Um regresso ao passado
longínquo e bafiento!... engraçado para aquela época, onde não se podia exigir
mais à inteligência das pessoas.... Alice No País das Maravilhas:
Ficou claro que
não está incomodado com a pedofilia, está apenas incomodado com a investigação
dos casos suspeitos na Igreja Católica....e também incomodado pelo tratamento
mais humanizado em relação aos animais domésticos...ou seja fica chocado com o
facto de os humanizarmos, não fica chocado quando lhes pomos coleiras, trelas, ou
ficam presos à espera dos donos a ladrar, neste caso para fazer viagens a
meteoritos?...Que pensar sobre isto? Se calhar está no momento de se actualizar
na sua relação com o mundo! Liberales Semper Erexitque > Alice No
País das Maravilhas: Ele tem razão por os cães não
serem pessoas, nem deverem ser tratados como pessoas. Não tem razão porque muitos
cães são mesmo muito maltratados, e por vezes até por donos com as melhores
intenções. Ainda há uns tempos ficámos a saber como o senhor
"cavaleiro" Moura tratava os seus galgos no Alentejo... Não devemos
admitir esse tipo de situações criminosas. Alice No País das Maravilhas > Liberales Semper Erexitque: E como vamos controlar quando
se trata de afecto com um animal...qual é a moral que se pode impor e como e
porquê? Será que somos assim tão superiores aos animais, como nos fazemos crer,
ou será que temos muito a aprender com eles? Afinal quem está a destruir o
planeta, os animais, ou nós, os animais humanos? Qual é a moral para colocar
limites nos afectos com as outras espécies? Acho um pouco retrógrada esta
visão!... José
Miranda > Alice No
País das Maravilhas: Que tontice! Alice No País das Maravilhas
> José Miranda: Concordo, impor moral aos afectos que nutrimos pelas outras espécies, não
passa de uma actividade tonta! Se soubéssemos respeitá-las mais não teríamos
chegado a este ponto de destruição do nosso planeta e dos seus vários
ecossistemas!... José
Miranda > Alice No
País das Maravilhas: Se a Alicinha não se sente
muito superior aos animais, é um assunto pessoal. Alice No País das
Maravilhas > José Miranda: Em contrapartida, já deu para reparar que o Miranda sente-se superior a
todos, animais e humanos!... E isso é que é triste...ter a mania da superioridade
é uma doença mental! Tem que procurar ajuda, e rápido! Liberales Semper Erexitque > Alice No
País das Maravilhas: "Controlar" parece
ser o que a preocupa. Pois a mim
controlar e punir sofrimento infligido a alguns animais não me parece má ideia
- falo de sofrimento mesmo, não de ficarem sem uma guloseima! Eu ainda sou daqueles a quem
ensinaram que o Homem é o único "animal racional", coisa que sendo
discutível, penso que encerra uma verdade que não deve ser menosprezada de
ânimo leve. Também não menosprezo a óbvia moral "natural" que leva
cada espécie a defender-se a si mesma, antes de defender outras espécies, coisa
que de resto é muito pouco natural. Não fui discente de "Cidadania",
de facto, se calhar agora aprenderia que todos os seres vivos são iguais em
direitos e dignidade, e que a espécie a que pertencem é como a cor da pele dos
homens e mulheres, um pormenor! E lá se ia o prazer de esborrachar uma mosca de
vez em quando... Alice
No País das Maravilhas > Liberales Semper Erexitque: Se os humanos são os seres
racionais que julgamos ser, deveriam ter mais consciência e proteger
também as outras espécies e o planeta onde vivem...esta deveria ser a nossa
missão e preocupação...
José Miranda > Alice No
País das Maravilhas: A Alicinha é que me considera
superior. Também não é difícil para quem se considera ao nível dos animais. Liberales Semper Erexitque
> Alice No
País das Maravilhas: Só agora aqui voltei! Sendo
seres racionais, os homens e mulheres podem de facto discutir o que é certo e
errado em relação à Natureza que partilham e de que fazem parte, mesmo sabendo,
racionalmente, que nunca chegarão a nenhum consenso universal, e mais, que as
decisões e imposições colectivas não são sempre eficazes, e que são certamente
limitativas da liberdade de cada um, pelo que a prudência se impõe. A História
deveria ensinar os animais racionais do que resulta de projectos radicais de
alteração da humanidade, suas culturas, seus modos de vida, suas tradições.
Ainda a Razão (científica) informa-nos de que tanto nós espécie como o planeta
inteiro irão desaparecer, estão ambos "condenados" inapelavelmente a
isso. Pois é, a Razão não convive bem com a vaidade! E se calhar é melhor
aproveitar o aqui e agora, o único de que realmente estamos "certos". Alice No País das Maravilhas >
Liberales
Semper Erexitque: As civilizações evoluem quando
aprendem com os seus próprios erros se ficarem presas em dogmas cristalizam e
entram em decadência.... não estou a pôr os animais no mesmo plano que os
humanos, apenas digo que devem ser respeitados de igual forma... Sobre o aqui e
agora, está -me a apresentar um paradoxo, segundo a sua forma de pensar sobre a
nossa atitude para com os animais, porque é assim que eles pensam, como seres
irracionais, agem de acordo com o aqui e agora! Mas eu compreendo -o, afinal de
contas, o que é que nos resta de concreto? O aqui e agora como diz...logo, se
calhar os animais têm mais razão que os humanos, todos elaborados
acabamos por sermos nós os irracionais!... Manuel Gonçalves > Alice No
País das Maravilhas: Acha mesmo? O mundo não é um
desenho animado da Disney. Alice No País das Maravilhas
> Manuel
Gonçalves: És tu...se calhar até somos
todos e nem sabemos!
Carlos Quartel: Muita ramagem para camuflar o objectivo principal : Branquear os abusos de crianças
no seio da igreja católica. Ao avisar que quem os denuncia também terá os seus
telhados de vidro, está a seguir Cristo "quem estiver livre de pecado que atire
a primeira pedra". Estamos, portanto, não ante uma opinião pessoa, mas uma prática da igreja
de Cristo. Ou seja, só os puros podem denunciar práticas aberrantes, o que,
eventualmente, diminuirá consideravelmente o número de denúncias, como se
pretende. Uma lição do cinismo religioso, com 2 milénios de prática ...... Liberales Semper Erexitque
> Carlos Quartel: Não são os
"pecadores" no "pecado" de abusos sexuais sobre crianças e
jovens quem acusa a ICAR. Esses até serão os que estão mais caladinhos, pois
querem estar o mais escondidos possível, dada a sua especialmente repugnante
perversão, de sentirem desejo genital por crianças (o desejo não é condenável,
note-se, apenas as acções). Quem acusa a ICAR de ser um viveiro para perversos
sexuais é quem tem independência moral e espiritual em relação a tão esplêndida
instituição. Carminda
Damiao > Carlos Quartel:
Não precisa de se
preocupar com o "branquear os abusos de crianças no seio da Igreja
Católica" porque ela já está a limpar a "sujidade" dos crimes de
pedofilia que existem no seu seio. Preocupe-se é com as outras instituições,
onde esses crimes continuam a existir e as pessoas assobiam e olham para o
lado, querendo mostrar que está tudo bem. Será que os abusos fora da Igreja não
provocam vítimas? Ou será que o sofrimento dessas vítimas é menor do que o do
senhor professor que escreveu uma carta a relatar o sofrimento por que passou? Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: Quem acusa a ICAR de ser um
viveiro para perversos sexuais, são as pessoas de má fé e ignorantes, porque a
taxa de casos de pedofilia é menor em padres do que noutras profissões, por
exemplo professores, como mostrou um estudo americano. Liberales Semper Erexitque > Carminda Damiao:
Estudos há para
todos os gostos, mas as notícias são sobre os "padres Fredericos",
não sobre os "professores Fredericos", mais atreitos a envolverem-se
com adolescentes, das quais não são "guias espirituais". Os
professores apanhados nessa onda são despachados em dois tempos, já os padres e
"homens santos" da ICAR é o que se sabe... Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: O problema é que as notícias e
as críticas de pedofila são sempre sobre os padres e esquecem-se dos outros
abusadores e das outras vítimas. A Igreja está a fazer um inquérito, mas alguma
outra instituição está a ter a coragem que a Igreja tem? Só valorizam as
vítimas da Igreja, mas será menos penoso uma pessoa ser violentada por pessoas
fora da Igreja? Eu sou mãe e para mim seria tão penoso que um filho meu fosse
abusado, na Igreja, na escola pelo professor, pelos dirigentes desportivos, ou
de artes, etc. Eu sentir-me-ia igualmente traída, pelas pessoas a quem tinha
entregue os meus filhos. E depois que dizer dos familiares, que infelizmente
abusam das suas crianças? Os outros abusadores são despachados em dois tempos?
Lembre-se dos suspeitos da Casa Pia, que nem foram julgados porque alguém mexeu
os cordelinhos, enquanto as vítimas clamavam por justiça! Liberales Semper Erexitque
> Carminda Damiao: É falso que as notícias e
críticas, ou condenações, por pedofilia, sejam sempre sobre padres. Diz a
Carminda Damião que a sua igreja está a fazer um "inquérito", mas há
décadas que ela faz "inquéritos", e apenas sob pressão da opinião
pública. A lei é o encobrimento, não a verdade, investigação e justiça, o que
implica a negação do estatuto de vítimas a estas. Tem razão numa coisa, a maior
parte dos crimes sexuais ocorrem noutra "santa" instituição, a
família. Tanto isso como a existência de pedofilia fora da ICAR não constituem
atenuantes para os padres pedófilos e abusadores, nem para a hierarquia
católica que consente em tais abusos, sabendo-se como se sabe que eles se
repetem não havendo intervenção punitiva ou curativa (ir para o confessionário
dizer "pequei" é muito lindo, mas não cura nada, nem ajuda as vítimas
presentes e futuras).
Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: Só lhe posso responder com a
seguintes perguntas: Conhece alguma instituição que esteja a fazer melhor que a
Igreja? Luis Cabral:
Muito bom ! Paulo Castelo: "os que mais invocam a
moral são, muitas vezes, os que menos a praticam" Inacreditável!!! Depois de uma
artigo destes, vir dizer que os que procuram que a Igreja assuma as suas
responsabilidades no encobrimento de casos de pedofilia sáo "os que mais
invocam a moral"... Para a semana aguardo com ansiedade a exegese da
"Anita vai à Praia"... bento guerra: Catequese infantil,sol em
excesso na moleirinha
Américo Silva: Gostei da crónica, embora os justiceiros laicos que querem apedrejar a
igreja sejam em parte importante, clérigos e fiéis que querem instrumentalizar
a igreja, cobiça, ressentimento, activismo homossexual e outros. M ZA: Portugal tornou-se no pais do
cão sagrado, do cão transcendental colocado num estágio superior ao
humano, e assim inverteu-se literalmente a antiga expressão 'vida de cão'. Pedra Nussapato: Curiosamente, "Milou",
o nome do cão de Tintin, é um nome de família comum, mas enfim, só um detalhe... Tone da Eira > Pedra Nussapato:
Comum onde? Eu só conheço como diminutivo
de "Maria de Lurdes". Pedra Nussapato > Pedra Nussapato:
Tone, felizmente
o mundo não se limita àquilo que conhecemos... Madalena Sa: Tão bom o seu artigo! Pedra Nussapato: "...mais tarde optou-se
por uma expressão menos comprometedora e mais abrangente – as alterações
climáticas – mas sempre no mesmo tom alarmista que, felizmente, a ciência não
só não confirma como desmente". De que ciência é que estamos a falar sr
padre? Dizer isto sem indicar fontes é muito fácil, mas também muito pouco
honesto! Coronavirus
corona > Pedra Nussapato:
Extinctoonclock. Estão lá todos os erros de
previsão dos cientistas. Trata-se de um compêndio de profecias para que nunca
nos esqueçamos das repetidas vezes que erram nas previsões catastrofistas. João Floriano: Completamente de acordo com as
considerações sobre as alterações climáticas: o buraco de ozono já
fechou? Igualmente de acordo com o que é dito sobre os animais de
companhia. A primeira coisa que vi hoje, mal liguei a TV foi uma declaração da
Provedora do Animal, que chamava a atenção para o elevado número de animais
abandonados. O custo de vida, as contas do veterinário ajudam a explicar o
abandono, que se poderá agravar pelo elevado número de idosos que
arranjam um cão ou um gato para terem companhia. Com a ida para lares ou mesmo
o falecimento do dono, o animal fica ao abandono. Tone da Eira > João Floriano: Bem, não sou especialista mas
se bem me lembro o buraco no ozono estava relacionado com uns tais CFC que eram
o gás usado nos aparelhos de ar condicionado e frigoríficos e que no fim de
vida ou por avaria se libertavam para a atmosfera. Foi então decidido substituir o
CFC por outro produto e por isso com o tempo esse problema foi-se resolvendo,
embora de vez em quando veja notícias do buraco maior ou menor. Resumindo,
havia uma causa, mesmo que não fosse a única, para o buraco no ozono e fez-se
algo de concreto para a resolver, não foi simplesmente esquecido esse caso. João Floriano > Tone da Eira: Caro Tone.
Agradeço a sua
informação. Parece que a solução do problema não se resume apenas aos
aerossóis. Há outros químicos que também contribuem para o buraco, sobretudo
usados na agricultura no combate às pragas. Descobri um artigo na Visão com a
data de 6/7/2022 que refere que nós podemos ter esquecido temporariamente o
assunto, mas o assunto não nos esqueceu a nós. E o problema é sempre
recorrente: aqui deste lado fazemos esforços para melhorar o ambiente. E no
outro lado do mundo, na China, na Índia , nos países asiáticos mais pobres como
o Cambodja, o que se faz? Uma das coisas que mais me chamou atenção
quando estive no Cairo foi a enorme quantidade de plásticos de toda a espécie
que esvoaçavam pela cidade. Completamente impossível de acontecer numa cidade
europeia mas no Cairo é normal. Siem Reap tem hotéis belíssimos de 5 estrelas
para quem vai visitar Angkor Wat mas como não há tratamento de lixos,
resolve-se o caso queimando e gerando cheiro e fumos horríveis para
quem tem alergias e problemas respiratórios. Tone da Eira > João Floriano: Sim, lembrou-me que também era
o gás usado nos sprays e a partir daí tenho a impressão que os sprays passaram
a funcionar muito pior. Por exemplo nunca há um WD40 que chegue até ao fim do
conteúdo. Quanto ao caso da China e India estou plenamente de acordo.
Queremos sempre ser os bonzinhos e eles vão tratando das suas vidinhas e
agradecimentos zero.
Mapril Oliveira > Tone da Eira: É a prosa habitual deste
clérigo. Obscurantismo é a sua senha. Alexandre Barreira: Ré-béu-béu pardais ao ninho ! Soeiro: O album "A Estrela
Misteriosa" foi publicado em 1941 na Bélgica ocupada pelo exército nazi.
Os cientistas da missão integrada pelo intrépido Tintin são de países do Eixo
ou neutros simpatizantes. Os vilões são claramente americanos patrocinados por
um capitalista de nome judeu e características físicas de acordo com o estereótipo
que o antissemitismo lhes atribui. Interessante. José Tomás > Soeiro: E ainda bem. É que se tivesse
sido ao contrário, não teríamos tido mais livros do Tintim! Mapril Oliveira > Soeiro: Esse detalhe da estória ainda
deu mais frisson ao padre
Meio Vazio: Veja só, reverendíssimo padre, que os cães (e os gatos, mas não os
periquitos) passaram até a ser "adoptados". Não, não é por cadelas ou
cães adultos, substitutos dos seus, supor-se-ía, malogrados pais, e
enquanto cachorros: é, absurdamente, até do ponto de vista semântico, por
famílias humanas (...que de modo próprio se deveria dizer, apenas, que os
acolheram).
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