domingo, 28 de agosto de 2022

Tintin um herói da boa moral cristã

 

E assim nos ensinam os livros, mesmo os da literatura em banda desenhada, como o são os livros do Tintin e do Astérix, com a sua universalidade na criatividade e no riso. E o P. Gonçalo Carrera vá de referir um dentre eles, para nos dar ensaboadelas e respeito dos animais domésticos, que devemos amar e respeitar, tal como Milou era tratado, sem pieguices lorpas, conquanto a gata Saha da Colette tenha sido um bom exemplo do domínio fatal do bicho sobre o homem, regressado à pieguice da infância, recusada a crescer. “Clássico”, assim chama o P. Carrera à “Estrela Misteriosa”, de que sublinha o aprazível enredo da criação de Hergé, pretexto para a lição sobre os afectos pelos animais, dos humanos nem sempre lógicos nas suas preferências amorosas. É claro que o P Gonçalo Carrera se arriscou às chufas dos actuais sensíveis defensores de tudo o que esteja sujeito a uma manipulação humana, nem sempre criteriosa, quer sejam os pobrezinhos, quer sejam os companheiros animais das vivências humanas, servindo como pretexto condenatório do homem pretendente às distinções erráticas, numa sociedade que se quer igualitária. Vários comentários, é claro, comprovam essas sensibilidades da ironia hodierna superiormente castigadora, o P. Carrera é que a provocou, arriscando-se, não se pode queixar. Por outro lado, o sua crónica provocou largo debato, sobre problemas bem sérios dos tempos actuais e antigos, como são os da pedofilia ou das questões climáticas…

Revisitar um clássico: A Estrela Misteriosa

Bons tempos aqueles, em que os cães eram cães, tinham nomes de cães e não de pessoas, tinham dono e não papás, nem mamãs, tinham trela e eram bem tratados.

P. GONÇALO PORTOCARRERA DE ALMADA

OBSERVADOR, 20 ago 2022, 00:3654

A verdade é que, quando fiz a trouxa para o mês e meio que iria passar fora de Lisboa, atendendo a várias actividades de formação, fui bastante exagerado na provisão de livros a ler. Para além de uma volumosa história de Cristóvão Colombo, o genovês, da autoria do historiador Luís Filipe F. R. Thomaz, com um delicioso subtítulo – Meu Tio pinidade – ainda acrescentei um muito interessante estudo histórico-jurídico paterno sobre A Sucessão da Casa e Ducado de Aveiro, uma recente publicação da Editora 2020, Os judeus de Pio XII, de Johan Ickx, e um romance de Camilo Castelo Branco: mais de 1.500 páginas, no total!

Não obstante a abundante literatura trazida de casa, ao chegar ao Caramulo deparei-me com um clássico a que não consegui resistir: L’Étoile mystérieuse, de Hergé, em francês, numa primorosa edição Casterman! Sim, mais uma das muitas aventuras de Tintin, que deliciaram inúmeras gerações de jovens e menos jovens, dos 7 aos 77 anos.

A história resume-se em breves palavras: um meteorito incandescente, que ameaçava colidir com o nosso planeta, provocando a sua destruição, desintegra-se e um troço deste desconhecido minério cai no oceano polar ártico. Ao mesmo tempo que se organiza uma expedição científica internacional – em que não falta um português: “o Prof. Pedro João dos Santos, célebre físico da Universidade de Coimbra” – que se propõe resgatar esse estranho material, que pretende investigar, outra embarcação dirige-se para o local da queda, com o intuito de capturar esse mineral para fins perversos. Nesta luta entre o bem e o mal desenvolve-se a aventura que é, por esse motivo, especialmente aliciante e pedagógica, sobretudo para os mais novos, não fosse o protagonista uma espécie de jovem escuteiro empenhado em fazer boas acções!

Ante uma noite de verão extraordinariamente quente – na altura ainda não se falava de aquecimento global, nem de alterações climáticas! – Tintin apercebe-se de que a elevada temperatura, que até derrete o alcatrão, se deve à insólita proximidade de uma estrela misteriosa, que avança vertiginosamente em direcção à Terra. Apavorado com a ocorrência, dirige-se para o Observatório Astronómico, onde é confirmada a hipótese da destruição mundial. Felizmente, os cálculos astronómicos estavam errados e a fatal colisão não acontece. Contudo, na sua iminência, um tal Philippulus, o Profeta, percorre as ruas da cidade anunciando o fim do mundo e espalhando o terror. Tintin não cede à demagogia do falso profeta e, quando o ouve gritar, sob as janelas da sua casa, aproveita para lhe refrescar as ideias com a água de um jarro despejado, em cheio, na sua generosa careca.

O divertido episódio fez-me lembrar que, também agora, não faltam profetas da desgraça: primeiro eram os que anunciavam o arrefecimento do planeta, depois foram os do aquecimento global, mais tarde optou-se por uma expressão menos comprometedora e mais abrangente – as alterações climáticas – mas sempre no mesmo tom alarmista que, felizmente, a ciência não só não confirma como desmente. Com certeza que a preocupação ambiental faz parte da Doutrina Social da Igreja, mas o sensacionalismo de alguns meios de comunicação social, que tão depressa falam de uma iminente catástrofe, como depois a esquecem – quem fala hoje do buraco do ozono?! – é injustificado e contraproducente: recorde-se a conhecida história de Pedro e o lobo.

As personagens das aventuras do Tintin não são ídolos, mas seres humanos cujas fragilidades são simpáticas. Hyppolyte Calys, o director do Observatório Astronómico, ao descobrir um novo metal, apressa-se a dar-lhe o seu nome, numa divertida alusão à vaidade a que também não são imunes os mais consagrados cientistas. O próprio Capitão Haddock, não obstante a sua bravura de velho lobo do mar, é uma figura contraditória: apesar de presidente da Liga dos Marinheiros Antialcoólicos, é um assíduo consumidor de bebidas espirituosas! Contudo, está longe de ser um hipócrita de refinada duplicidade: é, como todos nós somos também, uma boa pessoa, com defeitos que nem sempre consegue ultrapassar e, por isso, mais do que o desprezo que provocam os fariseus, merece a compaixão de que carecem os fracos.

Quando, depois de inúmeras peripécias, o L’Aurore está prestes a chegar ao local em que caiu o meteorito, para onde também se dirige, a todo o vapor, o Peary, o concorrente barco inimigo, uma mensagem de rádio chega ao Capitão Haddock: um navio, nas imediações, enviou um urgente pedido de socorro. Consternado, o capitão convoca os sábios que integram a expedição científica para os pôr a par da situação. Os cientistas são unânimes no seu parecer: o interesse científico deve ceder ante uma emergência humanitária e, por isso, o barco deve-se desviar da sua rota, para ir ao encontro da embarcação em perigo. Felizmente, Tintin descobre que era um falso SOS, lançado pelo Peary para que, desviando L’Aurore do seu rumo, chegasse primeiro à meta.

Quando se levanta um generalizado coro de impiedosos justiceiros laicos, que querem apedrejar a Igreja pelos crimes de pedofilia dos seus sacerdotes, mas nada fazem contra a chaga dos abusos de menores em tantos outros âmbitos da sociedade, é inevitável pensar que, também agora, os que mais invocam a moral são, muitas vezes, os que menos a praticam. E talvez não seja temerário pensar que também querem assim desviar a barca de Pedro do seu fim, que é a salvação das almas pela proclamação do Evangelho, que é verdade e vida. Nestes tempos de furiosa perseguição anticristã, são também necessários jornalistas isentos que denunciem essa hipocrisia.

Quando Tintin parte, no hidroavião, em direcção ao meteorito, o Milou começa a ladrar desalmadamente. O capitão tenta sossegá-lo, garantindo-lhe o regresso próximo do seu dono. Note-se: do dono! Não é o papá, nem a mamã, nem o cão tem nome de gente, nem ninguém lhe pega ao colo: é cão, tem nome de cão, tem trela e tem dono! Bons tempos aqueles, em que os cães eram cães, tinham nomes de cães e não de pessoas, tinham dono e não papás, nem mamãs, tinham trela e estavam bem cuidados, porque basta haver bom-senso para tratar bem os animais domésticos, que também são dons de Deus.

Uma das características do meteorito, a boiar no oceano árctico, é a forma acelerada como nele se desenvolvem todos os seres vivos. Tintin, ao ver que uma pequena aranha se transforma num bicho imenso, exclama, apavorado: “Senhor, que monstro!”. Uma oração? Talvez, ou então, simplesmente, uma interjeição, que expressa uma convicção universal: a de que, ante uma urgência, o ser humano sente a necessidade de apelar ao Criador. É curioso como o nome de Jesus Cristo é tão frequentemente invocado, nem sempre respeitosamente, nas grandes produções norte-americanas, que não primam pelos valores religiosos e morais. Mesmo que dito inconscientemente, esta referência recorda o cunho essencialmente cristão da civilização ocidental que, apesar de descristianizada em muitos dos seus actuais costumes, mantém ainda uma explícita referência a Cristo, a quem deve o que de melhor tem.

Quando as vagas oceânicas ameaçam submergir o aerólito, onde Tintin espera o hidroavião que o há-de resgatar, o repórter, arriscando a vida, retrocede, para deixar a bandeira da expedição científica sobre o seu cume. Idealismo? Decerto, mas essa é, precisamente, a principal missão dos heróis: a de nos recordar que vale bem a pena dar a vida por um ideal, que vale a pena correr riscos pela verdade, que vale a pena o patriotismo, que vale a pena lutar por um mundo mais justo. Mas a melhor aventura é, sem dúvida, a dos bem-aventurados que tudo deixaram, e perderam, pela glória de Deus e o amor dos irmãos.

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COMENTÁRIOS

Maria Belo: Ficou também claro que aquilo que a humanidade mais precisa da parte de um padre pode esquecer com este senhor. E sim, eu digo ao meu gato, vem à tua mamã. O Amor é um Todo incondicional. por favor eleve-se e represente Jesus Cristo.               Carminda Damiao: Excelente artigo. Os livros do Tintin e dos Cinco sempre me encantaram. Foi com eles que ganhei o gosto pela leitura.              José Miranda: Excelente e divertido artigo. Claro que aparecem os fariseus do costume.            Alice No País das Maravilhas  >  José Miranda: Um regresso ao passado longínquo e bafiento!... engraçado para aquela época, onde não se podia exigir mais à inteligência das pessoas....                Alice No País das Maravilhas: Ficou claro que não está incomodado com a pedofilia, está apenas incomodado com a investigação dos casos suspeitos na Igreja Católica....e também incomodado pelo tratamento mais humanizado em relação aos animais domésticos...ou seja fica chocado com o facto de os humanizarmos, não fica chocado quando lhes pomos coleiras, trelas, ou ficam presos à espera dos donos a ladrar, neste caso para  fazer viagens a meteoritos?...Que pensar sobre isto? Se calhar está no momento de se actualizar na sua relação com o mundo!            Liberales Semper Erexitque > Alice No País das Maravilhas: Ele tem razão por os cães não serem pessoas, nem deverem ser tratados como pessoas. Não tem razão porque muitos cães são mesmo muito maltratados, e por vezes até por donos com as melhores intenções. Ainda há uns tempos ficámos a saber como o senhor "cavaleiro" Moura tratava os seus galgos no Alentejo... Não devemos admitir esse tipo de situações criminosas.          Alice No País das Maravilhas > Liberales Semper Erexitque: E como vamos controlar quando se trata de afecto com um animal...qual é a moral que se pode impor e como e porquê? Será que somos assim tão superiores aos animais, como nos fazemos crer, ou será que temos muito a aprender com eles? Afinal quem está a destruir o planeta, os animais, ou nós, os animais humanos? Qual é a moral para colocar limites nos afectos com as outras espécies? Acho um pouco retrógrada esta visão!...             José Miranda > Alice No País das Maravilhas: Que tontice!              Alice No País das Maravilhas > José Miranda: Concordo, impor moral aos afectos que nutrimos pelas outras espécies, não passa de uma actividade tonta! Se soubéssemos respeitá-las mais não teríamos chegado a este ponto de destruição do nosso planeta e dos seus vários ecossistemas!...          José Miranda > Alice No País das Maravilhas: Se a Alicinha não se sente muito superior aos animais, é um assunto pessoal.            Alice No País das Maravilhas > José Miranda: Em contrapartida, já deu para reparar que o Miranda sente-se superior a todos, animais e humanos!... E isso é que é triste...ter a mania da superioridade é uma doença mental! Tem que procurar ajuda, e rápido!           Liberales Semper Erexitque > Alice No País das Maravilhas: "Controlar" parece ser o que  a preocupa. Pois a mim controlar e punir sofrimento infligido a alguns animais não me parece má ideia - falo de sofrimento mesmo, não de ficarem sem uma guloseima! Eu ainda sou daqueles a quem ensinaram que o Homem é o único "animal racional", coisa que sendo discutível, penso que encerra uma verdade que não deve ser menosprezada de ânimo leve. Também não menosprezo a óbvia moral "natural" que leva cada espécie a defender-se a si mesma, antes de defender outras espécies, coisa que de resto é muito pouco natural. Não fui discente de "Cidadania", de facto, se calhar agora aprenderia que todos os seres vivos são iguais em direitos e dignidade, e que a espécie a que pertencem é como a cor da pele dos homens e mulheres, um pormenor! E lá se ia o prazer de esborrachar uma mosca de vez em quando...             Alice No País das Maravilhas > Liberales Semper Erexitque: Se os humanos são os seres racionais que julgamos ser,  deveriam ter mais consciência e proteger também as outras espécies e o planeta onde vivem...esta deveria ser a nossa missão e preocupação...             José Miranda > Alice No País das Maravilhas: A Alicinha é que me considera superior. Também não é difícil para quem se considera ao nível dos animais.                Liberales Semper Erexitque > Alice No País das Maravilhas: Só agora aqui voltei! Sendo seres racionais, os homens e mulheres podem de facto discutir o que é certo e errado em relação à Natureza que partilham e de que fazem parte, mesmo sabendo, racionalmente, que nunca chegarão a nenhum consenso universal, e mais, que as decisões e imposições colectivas não são sempre eficazes, e que são certamente limitativas da liberdade de cada um, pelo que a prudência se impõe. A História deveria ensinar os animais racionais do que resulta de projectos radicais de alteração da humanidade, suas culturas, seus modos de vida, suas tradições. Ainda a Razão (científica) informa-nos de que tanto nós espécie como o planeta inteiro irão desaparecer, estão ambos "condenados" inapelavelmente a isso. Pois é, a Razão não convive bem com a vaidade! E se calhar é melhor aproveitar o aqui e agora, o único de que realmente estamos "certos".          Alice No País das Maravilhas > Liberales Semper Erexitque: As civilizações evoluem quando aprendem com os seus próprios erros se ficarem presas em dogmas cristalizam e entram em decadência.... não estou a pôr os animais no mesmo plano que os humanos, apenas digo que devem ser respeitados de igual forma... Sobre o aqui e agora, está -me a apresentar um paradoxo, segundo a sua forma de pensar sobre a nossa atitude para com os animais, porque é assim que eles pensam, como seres irracionais, agem de acordo com o aqui e agora! Mas eu compreendo -o, afinal de contas, o que é que nos resta de concreto? O aqui e agora como diz...logo, se calhar os animais têm mais  razão que os humanos, todos elaborados acabamos por sermos nós os irracionais!...         Manuel Gonçalves > Alice No País das Maravilhas: Acha mesmo? O mundo não é um desenho animado da Disney.             Alice No País das Maravilhas > Manuel Gonçalves: És tu...se calhar até somos todos e nem sabemos!                Carlos Quartel: Muita ramagem para camuflar o objectivo principal : Branquear os abusos de crianças no seio da igreja católica. Ao avisar que quem os denuncia também terá os seus telhados de vidro, está a seguir Cristo "quem estiver livre de pecado que atire a primeira pedra". Estamos, portanto, não ante uma opinião pessoa, mas uma prática da igreja de Cristo. Ou seja, só os puros podem denunciar práticas aberrantes, o que, eventualmente, diminuirá consideravelmente o número de denúncias, como se pretende. Uma lição do cinismo religioso, com 2 milénios de prática ......             Liberales Semper Erexitque > Carlos Quartel: Não são os "pecadores" no "pecado" de abusos sexuais sobre crianças e jovens quem acusa a ICAR. Esses até serão os que estão mais caladinhos, pois querem estar o mais escondidos possível, dada a sua especialmente repugnante perversão, de sentirem desejo genital por crianças (o desejo não é condenável, note-se, apenas as acções). Quem acusa a ICAR de ser um viveiro para perversos sexuais é quem tem independência moral e espiritual em relação a tão esplêndida instituição.       Carminda Damiao > Carlos Quartel: Não precisa de se preocupar com o "branquear os abusos de crianças no seio da Igreja Católica" porque ela já está a limpar a "sujidade" dos crimes de pedofilia que existem no seu seio. Preocupe-se é com as outras instituições, onde esses crimes continuam a existir e as pessoas assobiam e olham para o lado, querendo mostrar que está tudo bem. Será que os abusos fora da Igreja não provocam vítimas? Ou será que o sofrimento dessas vítimas é menor do que o do senhor professor que escreveu uma carta a relatar o sofrimento por que passou?          Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: Quem acusa a ICAR de ser um viveiro para perversos sexuais, são as pessoas de má fé e ignorantes, porque a taxa de casos de pedofilia é menor em padres do que noutras profissões, por exemplo professores, como mostrou um estudo americano.       Liberales Semper Erexitque > Carminda Damiao: Estudos há para todos os gostos, mas as notícias são sobre os "padres Fredericos", não sobre os "professores Fredericos", mais atreitos a envolverem-se com adolescentes, das quais não são "guias espirituais". Os professores apanhados nessa onda são despachados em dois tempos, já os padres e "homens santos" da ICAR é o que se sabe...           Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: O problema é que as notícias e as críticas de pedofila são sempre sobre os padres e esquecem-se dos outros abusadores e das outras vítimas. A Igreja está a fazer um inquérito, mas alguma outra instituição está a ter a coragem que a Igreja tem? Só valorizam as vítimas da Igreja, mas será menos penoso uma pessoa ser violentada por pessoas fora da Igreja? Eu sou mãe e para mim seria tão penoso que um filho meu fosse abusado, na Igreja, na escola pelo professor, pelos dirigentes desportivos, ou de artes, etc. Eu sentir-me-ia igualmente traída, pelas pessoas a quem tinha entregue os meus filhos. E depois que dizer dos familiares, que infelizmente abusam das suas crianças? Os outros abusadores são despachados em dois tempos? Lembre-se dos suspeitos da Casa Pia, que nem foram julgados porque alguém mexeu os cordelinhos, enquanto as vítimas clamavam por justiça!         Liberales Semper Erexitque > Carminda Damiao: É falso que as notícias e críticas, ou condenações, por pedofilia, sejam sempre sobre padres. Diz a Carminda Damião que a sua igreja está a fazer um "inquérito", mas há décadas que ela faz "inquéritos", e apenas sob pressão da opinião pública. A lei é o encobrimento, não a verdade, investigação e justiça, o que implica a negação do estatuto de vítimas a estas. Tem razão numa coisa, a maior parte dos crimes sexuais ocorrem noutra "santa" instituição, a família. Tanto isso como a existência de pedofilia fora da ICAR não constituem atenuantes para os padres pedófilos e abusadores, nem para a hierarquia católica que consente em tais abusos, sabendo-se como se sabe que eles se repetem não havendo intervenção punitiva ou curativa (ir para o confessionário dizer "pequei" é muito lindo, mas não cura nada, nem ajuda as vítimas presentes e futuras).            Carminda Damiao > Liberales Semper Erexitque: Só lhe posso responder com a seguintes perguntas: Conhece alguma instituição que esteja a fazer melhor que a Igreja?        Luis Cabral: Muito bom !             Paulo Castelo: "os que mais invocam a moral são, muitas vezes, os que menos a praticam" Inacreditável!!! Depois de uma artigo destes, vir dizer que os que procuram que a Igreja assuma as suas responsabilidades no encobrimento de casos de pedofilia sáo "os que mais invocam a moral"... Para a semana aguardo com ansiedade a exegese da "Anita vai à Praia"...            bento guerra: Catequese infantil,sol em excesso na moleirinha             Américo Silva: Gostei da crónica, embora os justiceiros laicos que querem apedrejar a igreja sejam em parte importante, clérigos e fiéis que querem instrumentalizar a igreja, cobiça, ressentimento, activismo homossexual e outros.            M ZA: Portugal tornou-se no pais do cão sagrado,  do cão transcendental  colocado num estágio superior ao humano, e assim inverteu-se literalmente a antiga expressão 'vida de cão'.                Pedra Nussapato: Curiosamente, "Milou", o nome do cão de Tintin, é um nome de família comum, mas enfim, só um detalhe...              Tone da Eira > Pedra Nussapato: Comum onde? Eu só conheço como diminutivo de "Maria de Lurdes".          Pedra Nussapato > Pedra Nussapato: Tone, felizmente o mundo não se limita àquilo que conhecemos...          Madalena Sa: Tão bom o seu artigo!                Pedra Nussapato: "...mais tarde optou-se por uma expressão menos comprometedora e mais abrangente – as alterações climáticas – mas sempre no mesmo tom alarmista que, felizmente, a ciência não só não confirma como desmente". De que ciência é que estamos a falar sr padre? Dizer isto sem indicar fontes é muito fácil, mas também muito pouco honesto!             Coronavirus corona > Pedra Nussapato: Extinctoonclock. Estão lá todos os erros de previsão dos cientistas. Trata-se de um compêndio de profecias para que nunca nos esqueçamos das repetidas vezes que erram nas previsões catastrofistas.         João Floriano: Completamente de acordo com as considerações sobre as alterações climáticas: o buraco de ozono  já fechou? Igualmente  de acordo com o que é dito sobre os animais de companhia. A primeira coisa que vi hoje, mal liguei a TV foi uma declaração da Provedora do Animal, que chamava a atenção para o elevado número de animais abandonados. O custo de vida, as contas do veterinário ajudam a explicar o abandono, que  se poderá agravar pelo elevado número de idosos que arranjam um cão ou um gato para terem companhia. Com a ida para lares ou mesmo o falecimento do dono, o animal fica ao abandono             Tone da Eira > João Floriano: Bem, não sou especialista mas se bem me lembro o buraco no ozono estava relacionado com uns tais CFC que eram o gás usado nos aparelhos de ar condicionado e frigoríficos e que no fim de vida ou por avaria se libertavam para a atmosfera. Foi então decidido substituir o CFC por outro produto e por isso com o tempo esse problema foi-se resolvendo, embora de vez em quando veja notícias do buraco maior ou menor. Resumindo, havia uma causa, mesmo que não fosse a única, para o buraco no ozono e fez-se algo de concreto para a resolver, não foi simplesmente esquecido esse caso.                 João Floriano > Tone da Eira: Caro Tone. Agradeço a sua informação. Parece que a solução do problema não se resume apenas aos aerossóis. Há outros químicos que também contribuem para o buraco, sobretudo usados na agricultura no combate às pragas. Descobri um artigo na Visão com a data de 6/7/2022 que refere que nós podemos ter esquecido temporariamente o assunto, mas o assunto não nos esqueceu  a nós. E o problema é sempre recorrente: aqui deste lado fazemos esforços para melhorar o ambiente. E no outro lado do mundo, na China, na Índia , nos países asiáticos mais pobres como o Cambodja, o que se faz? Uma das coisas que mais me chamou  atenção quando estive no Cairo foi a enorme quantidade de plásticos de toda a espécie que esvoaçavam pela cidade. Completamente impossível de acontecer numa cidade europeia mas no Cairo é normal. Siem Reap tem hotéis belíssimos de 5 estrelas para quem vai visitar Angkor Wat mas como não há tratamento de lixos, resolve-se o caso queimando e gerando  cheiro e fumos horríveis  para quem tem alergias e problemas respiratórios.          Tone da Eira > João Floriano: Sim, lembrou-me que também era o gás usado nos sprays e a partir daí tenho a impressão que os sprays passaram a funcionar muito pior. Por exemplo nunca há um WD40 que chegue até ao fim do conteúdo. Quanto ao caso da China e India estou plenamente de acordo. Queremos sempre ser os bonzinhos e eles vão tratando das suas vidinhas e agradecimentos zero.           Mapril Oliveira > Tone da Eira: É a prosa habitual deste clérigo. Obscurantismo é a sua senha.             Alexandre Barreira: Ré-béu-béu pardais ao ninho !            Soeiro: O album "A Estrela Misteriosa" foi publicado em 1941 na Bélgica ocupada pelo exército nazi. Os cientistas da missão integrada pelo intrépido Tintin são de países do Eixo ou neutros simpatizantes. Os vilões são claramente americanos patrocinados por um capitalista de nome judeu e características físicas de acordo com o estereótipo que o antissemitismo lhes atribui. Interessante.           José Tomás > Soeiro: E ainda bem. É que se tivesse sido ao contrário, não teríamos tido mais livros do Tintim!             Mapril Oliveira > Soeiro: Esse detalhe da estória ainda deu mais frisson ao padre             Meio Vazio: Veja só, reverendíssimo padre, que os cães (e os gatos, mas não os periquitos) passaram até a ser "adoptados". Não, não é por cadelas ou cães  adultos, substitutos dos seus, supor-se-ía, malogrados pais, e enquanto cachorros: é, absurdamente, até do ponto de vista semântico, por famílias humanas (...que de modo próprio se deveria dizer, apenas, que os acolheram).


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