Lembrei-me de Alexandre da Macedónia, a
propósito dos “Alexandres” deste mundo, que sempre os houve, afinal, orgulhosos
de revelar que são gente capaz de criar um mundo de poder supremo, que outro
menos arrasador lhes não convém - modernamente chamando-se eles russos,
chineses ou americanos, já tendo surgido os franceses napoleónicos e os alemães
nazis, os dantes, babilónicos, aspirando mesmo à conquista do Céu visível, com
uma pacífica conquanto arrogante Torre babilónica que Jeová num ápice desfez, confundindo,
como retaliação, a comunicação entre os homens, com a multiplicação das
línguas.
Fui,
pois, à Internet , de relato generoso imediato, e li, aos solavancos, o longo
artigo sobre as proezas de Alexandre, passando
pelo seu cavalo Bucéfalo, e não menos o nó górdio das minhas recordações juvenis,
texto que cita, no seu final, o comentário bastante severo de Santo Agostinho, que vem de
encontro à minha sede de equilíbrio e cordura, e por isso o transcrevo,
reconhecidamente, tanto mais que nunca consegui passar das primeiras páginas
das suas “Confessions”, apesar da consciência do interesse do livro, que
comprei religiosamente em épocas passadas:
«Alexandre é figura presente no folclore da Grécia moderna, mais
do que qualquer outra figura histórica. A forma coloquial do seu nome
em grego moderno ("O Megalexandros")
é um nome familiar. Santo Agostinho,
no seu livro A Cidade de Deus, reafirmou a
parábola de Cícero que mostrava Alexandre, o Grande era pouco mais do que um
líder de um bando de
ladrões:
"E então se a justiça for deixada de fora, o que são reinos além de um
bando de ladrões? Pois o que são um bando de ladrões, se não pequenos reinos? O
grupo também é um bando de homens governados por ordens de um líder, ligados
por um pacto social, e seu espólio é dividido de acordo com uma lei que
concordaram. Por repetidamente adicionar homens desesperados, essa praga cresce
ao ponto de controlar territórios e estabelecer um local fixo, controlando
cidades e subjugando pessoas, em seguida, mais conspicuamente assume o nome
de reino e então este nome é dado abertamente a ele, não por qualquer subtração
de cupidez, mas pela adição de impunidade. Pois foi uma elegante e
verdadeira resposta que fez Alexandre o Grande por um certo pirata que ele
havia capturado. Quando o rei perguntou o que ele estava pensando, que ele
deveria molestar o mar, ele respondeu com uma independência desafiadora: 'O
mesmo que você quando você molesta o mundo! Já que eu faço isso de um pequeno
navio eu sou chamado de pirata. Você o faz com uma grande frota e te chamam
de imperador'."»
E assim são todos esses truques dos “Alexandres” de agora, invadindo, destruindo,
ameaçando, ou provocando, como Biden desafiando a China, para se mostrar à altura de Putin, mas indiferente
ao problema ucraniano, apesar do material bélico que envia à “carne para canhão” dessas pobres vítimas
do pirata-mor russo, demarcando-se de um auxílio ao ocidente europeu para
juntos, arrostarem contra Putin, mas não
deixando de arvorar uma basófia de conquistador barato, com essa história de Taiwan, e provocar a palhaçada das manobras
chinesas ameaçadoras da paz.
Todo este razoado, em resposta ao texto
de LUIS SOARES DE OLIVEIRA, no seu Facebook, com
comentários, que me parecem justos, dos seus admiradores:
«Há 1 Dia
«Finalmente, um passo certo na direcção certa:»
«Zelensky quer conversar
“directamente” com o presidente chinês para acabar com a guerra.
COMENTÁRIOS
MAIS RELEVANTES
Rafael Pinto Borges: Acha, Senhor Embaixador? A
China não tem razão alguma para satisfazer os pedidos da Ucrânia, e não me
parece que venha a pressionar a Rússia. Tudo o que a China pode fazer é mediar,
mas para isso também outros - a Turquia, por exemplo - estão
bem colocados. Ancara, aliás, já tentou fazê-lo - sem sucesso.
Henrique Borges: O apelo de Zelensky cheira a
desespero. Terá finalmente percebido que foi um erro catastrófico entregar a Ucrânia
aos americanos, pensando que assim garantia a sua defesa?
Rafael Pinto Borges: Henrique,
é exactamente a minha interpretação. Veja-se esta estranha manobra, também, no contexto de um aparente esfriamento de relações entre Kiev e os EUA. Esta semana, o Tom Friedman,
'arch-neocon', comentava no NY Times que a Casa Branca não confia…
Henrique Borges: Rafael,
oxalá, a bem da paz no mundo. Acho que só quem não tem dois dedos de testa é
que não percebeu que o homem é um farsante. Os americanos são regularmente
acometidos por estes fits. Alguém se lembra já do grande Guaidó?
Rafael Pinto Borges: É verdade, mas a América parece ter o condão de
impressionar-nos sempre pela irracionalidade. Eu, por exemplo, achava que não
haveria guerra na Ucrânia: não porque os russos não estivessem dispostos a
fazê-la, mas porque, julgava eu, os americanos não …
Luis Soares de Oliveira: Toda a política é interna e então
na China. A China precisa garantir o alimento de 1,3 milhares de milhões.
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