Afinal, trata-se de um fenómeno bem geral e a culpa é da seca, embora se rosnem outros motivos, não sei se lá fora também, que no rosnar é que vai o ganho, embora isso também dependa do volume do rosnado. Em todo o caso, acho que não somos mais do que os outros países, que também têm chamas para apagar. Ao contrário de provérbio, pois, que informa que só sabemos ver o argueiro nos olhos dos outros, cegos que somos para os nossos ciscos, neste caso só vemos o argueiro – dilatado, feito labareda - em nós, quando o argueiro dos outros até é superior em prestígio extensivo. Devemos ser rigorosos na apreciação dos ciscos.
Um Mata-Borrão que deixa nódoa
O
que justifica que o país tenha adquirido três aviões Canadair, indispensáveis
para atacar este tipo de fogos, e apenas um, durante alguns dias, tenha estado
disponível para o ataque ao fogo?
OBSERVADOR, 16 ago 2022, 00:1755
Marcelo Rebelo de Sousa conferiu-lhe
o título para significar que o Primeiro-ministro suga tudo à volta. Mas o
Presidente esqueceu-se de dizer ou omitiu o facto de que o mata-borrão, quando
está gasto, para além de sugar, também deixa nódoa.
Não
sou especialista em fogos e por isso abstenho-me de fazer análises técnicas.
Limito-me a registar o que está à vista de qualquer cidadão normal que
espera, justamente, que o Estado assegure a preservação do património mais
importante do país. Em 2017, para além da tragédia humana que ceifou perto de
cem vidas, assistimos incrédulos ao desaparecimento do centenário Pinhal de
Leiria. Ainda hoje, quem passa pela zona pode ver o destroço que ali ficou, até
agora sem qualquer esforço sério para recompor aquelas centenas e centenas de
hectares de pinhal ardido.
Estes
anos passados, esperávamos que alguma coisa se tivesse aprendido com a lição
tão dolorosa de 2017. O
fogo dos últimos dias na Serra da Estrela veio provar-nos que afinal está quase
tudo na mesma. Não houve mortos e isso é de facto o mais importante. Mas
o avanço das chamas ao longo de seis dias de forma descontrolada em plena Serra
da Estrela não se justifica nem mesmo com a adversidade dos fenómenos naturais.
Dia após dia, fomos ouvindo as queixas dos autarcas da região que explicaram
com detalhe como, havendo comando e coordenação, os 1600 bombeiros deslocados
de todo o país poderiam ter evitado a progressão descontrolada do fogo. Os
meios aéreos estavam lá, mas não com a dimensão necessária para controlar o
fogo à nascença.
Agora,
perdido mais este património natural único do país, dezasseis mil hectares
ardidos depois, o Primeiro-ministro diz que o fogo vai ser estudado. As
conclusões, já sabemos, serão apresentadas lá para as calendas do Inverno, com
a opinião pública já distraída com outras coisas. Mas não são precisos estudos
para que o Primeiro-ministro, que suga tudo à volta e está a governar desde
2015, nos venha explicar:
Quem coordenou os 1600 bombeiros e
por que motivo, de acordo com os relatos, não estavam à hora certa onde eram
mais necessários?
O que justifica que o país tenha adquirido
três aviões Canadair, indispensáveis para atacar este tipo de fogos, e apenas
um, durante alguns dias, tenha estado disponível para o ataque ao fogo? Os
outros dois estavam inoperacionais em pleno agosto!?
Estas duas questões não precisam de
relatórios. Uma boa coordenação de meios humanos e a disponibilidade de meios
aéreos adequados poderiam ter evitado mais esta tragédia.
O Pinhal de Leiria e a Serra da Estrela são duas nódoas gigantes
deixadas para a posteridade pelo Mata-Borrão António Costa. Quando o actual Primeiro-ministro deixar de o ser
não sei o que se lhe poderá atribuir de obra feita. Assim de repente não me
lembro de nada. Mas há duas chagas no coração de Portugal que lhe ficarão para
sempre associadas.
Por alguma razão os tempos modernos
dispensam bem o mata-borrão. E as novas gerações nem sabem o que isso seja.
INCÊNDIOS
ACIDENTE
SOCIEDADE
SERRA DA ESTRELA PAÍS
ANTÓNIO COSTA POLÍTICA
COMENTÁRIOS
Filipe Costa: Vi
imagens nocturnas na Turquia com aviões a combater os fogos, até hellys lá
andavam. O que se passa aqui? Rui H. da Silva > Filipe Costa:
Porque não deve haver
tecto (linguagem aeronáutica); eu que não sou aeronauta diria “não há teta”😩😩😳🥵 Fernando
Cascais: mATA-bURRÃO... apaga e escreve
bem: Mata-Borrão Chamar Mata-Borrão a António Costa pode ter muitos
significados, depende de quem o diz. Se Passos Coelho chamasse Mata-Borrão
a Costa, o termo seria interpretado sem duvida como pejorativo em termos
políticos. Se fosse André Ventura a chamar Mata-Borrão a Costa, seria visto
como linguagem racista. Todavia, se fosse o PCP a chamar Mata-Borrão ao actual
primeiro ministro, seria sem dúvida linguagem bélica. Já o BE nunca usaria tal
termo para desclassificar o fintas. Se ainda fosse linguagem inclusiva;
Mate-Borrae talvez o BE se atrevesse no termo. Já Marcelo quando chama
Mata-Borrão a António Costa, fico com a ideia que lhe está a fazer um elogio.
Mata-Borreão seria assim uma espécie de Super-Bombeiro para apagar incêndios,
um Super-Médico para salvar o SNS e um Super-Piloto-de-Aviação para salvar a
TAP. O termo foi bem apanhado por Marcelo, só é pena que não lhe tenha dado o
significado certo. M ZA: Convém dizer que esta versão dos Canadair é completamente obsoleta
e requer mais manutenção: por exemplo quando os mais modernos utilizados por essa Europa
fora já a partir de Espanha são todos Turbo-hélice em vez dos motores de
cilindros/pistões, têm turbinas e hélices com mais pás o que faz toda a diferença:
muito mais potência e toque, mais fiabilidade, mais rápidos a descolar, mais
capacidade de água. E lembrem-se ainda de que o costa rejeitou há um par de
anos uma comparticipação de 80% da UE para a aquisição de quatro novos e
modernos Canadair preferindo esta vergonhosa situação de rent-a-plane vá-se lá
saber porquê.... Luís Soares RibeiroM ZA: Em 2015
a Bombardier encerrou a produção do CL-415 e em 2016 vendeu á Viking Air os
direitos de produção e desenvolvimento do CL-415 e seus antecessores. Está
atualmente em desenvolvimento o CL-515. A meu ver os aviões CL, que têm
outras utilizações para além de apagar fogos, no que respeita combater fogos
florestais, foram ultrapassados por hidroaviões de de menor dimensão e por
helicópteros. Laurentino
Cerdeira: EÇA DE
QUEIRÓZ é que os "topava" já há mais de120 anos: “Este
governo não há-de cair – porque não é um edifício. Tem de sair com benzina –
porque é uma nódoa!”. Eça de Queirós in “Conde de Abranhos” Joaquim RodriguesNum estudo feito no âmbito da UE, constatou-se que, entre 2000 e
2013, Portugal teve 10 vezes mais incêndios, por Km2, que os restantes países
europeus da bacia Mediterrânica. A grande maioria dos incêndios começou de
madrugada, em sítios estratégicos e em períodos de tempo com previsões
meteorológicas favoráveis à propagação do fogo. Como demonstra o estudo da UE,
o número de incêndios ocorrido nas últimas décadas em Portugal corresponde a
uma situação completamente anómala e ainda sem explicação. Mais importante que esbanjar
dinheiro em meios de combate que, como se vê, são sempre insuficientes,
precisamos saber onde está a responsabilidade pelos incêndios, quais são os
motivos e as motivações e como são iniciadas as ignições. Ou seja, a medida
prioritária, já o sabemos há mais de 10 anos, é Investigar, Investigar, Investigar.
Só depois de se saber quais são as verdadeiras causas e motivos dos incêndios,
quem são os eventuais causadores e as suas motivações, é que se podem definir
as medidas a tomar, para além, òbviamente, das de prevenção no ordenamento e
gestão da floresta, que essas, são sempre obrigatórias, em qualquer
circunstância. Atirar dinheiro para cima do problema, sem encontrar uma
explicação para a situação anómala que se verifica em Portugal, é aumentar o
"negócio" do fogo o que só agrava a situação. E deixem-se de
"bodes espiatórios" tipo "trovoadas secas" ou
"alterações climáticas". Jose Augusto Mira
Pires Borges: A justificação para só um dos
aviões ter operado é simples: Incompetência! A mesma incompetência de sempre
deste governo, para gerir o que quer que seja. A começar pelo país. Aliás, há
duas coisas que gere bem, a Comunicação Social e a distribuição de lugares no
Estado, pagos com o nosso dinheiro, pelos boys incompetentes do PS.... Alberico LopesJose Augusto
Mira Pires Borges: Para
além dos dois maiores (ir)responsáveis pelo caos em que se vive, está a
c.social: as Tvs e jornais subsidiados e em que pululam os
"especialistas" de tudo e mais alguma coisa, que tudo sabem e tudo
distorcem com vista a receber as avenças do largo do rato e de belém, esses são
também os grandes culpados de o POVO andar adormecido! E não é fácil acabar com
essa mistura tão fatídica, dado que os tais 15 milhões iniciais já devem ter
sido multiplicados por mais uns tantos milhões. Só assim se explica que, apesar
de toda esta desgraça, o PS continue a aparecer com sondagens que o continuam a
considerar o melhor! Como é possível? Alberico Lopes: Como sempre, um artigo excelente da Raquel! O que me deixou mesmo
de boca aberta foi o epíteto do Marcelo ao seu pupilo -
"mata-borrão", é o título deveras adequado para estas duas grandes
nódoas! Pobre Portugal com nódoas destas! Luís Soares
Ribeiro: Cara Raquel, custa-me a aceitar
que o Governo de Portugal tenha comprado 3 Canadair CL-215 pois aqueles aviões
são mais peças de museu, do mesmo que até passáveis de alugar. Trata-se de
aviões da década de 60 equipados com motores de pistom Prat & Whitney
R-2800 do tempo da 2ª guerra mundial e para os quais encontrar sobressalentes
para fazer a manutenção deve ser missão quási impossível. O Canadair CL-215 foi
substituído pelo CL-415 cujo 1º exemplar produzido foi entregue em Nov. 1994. Actualmente está a ser lançado
o CL-515 o qual no que respeita fogos é muito idêntico ao CL-415. O Canadair necessita de uma
superfície plana de água de cerca de 600 metros para poder fazer a sucção e de
no total de cerca de 1.200 metros para poder operar. Ou seja o Canadair não estando
obsoleto foi ultrapassado por aviões anfíbios de menores dimensões e por
helicópteros. Antonio
C.Luís Soares Ribeiro: Acho que é fácil perceber o que se passou: abriram concurso
internacional, escolheram a proposta de valor mais baixo e compraram sucata.
Um caso para investigação criminal e rápida actuação do Ministério Público
(caso houvesse um…) Carlos
Quartel: Os fogos são graves, mas não
passam da consequência do modo de actuar do governo. Sentado, fazendo nada que não
produza empregos para a seita. Só isso tem interesse, obter fundos europeus ou
esfolando nacionais, para enterrar na TAP ou em planos para aeroportos, com
essa obsessão que têm com o turismo. Entretanto, o resto é para arder ou
apodrecer. Sem uma reforma no ensino, que mobilize alunos e professores,
continuam criando-se patetas que passam a vida a olhar para o telemóvel. Sem
uma reforma na segurança, que mobilize polícias, com vencimentos condignos e
esquadras habitáveis, deixando o SNS cair aos bocados com grávidas a deambular
pelo país à procura de sítio para trazer a encomenda ao mundo. Sem uma reforma judicial que
funcionasse e se evitassem casos com o de Sócrates ou Espírito Santo, em que os
arguidos andam décadas a passear pela Córsega ou pelo Brasil e até o rei do
catalizadores goza com isto. Estaríamos muito felizes se os fogos fosse o único problema mal
tratado por este governo ......
Hipo Tanso: O artigo diz tudo com pouco. Aliás nem seria preciso mais. A
ignomínia continua, e continuará até que os "media" se envergonhem de
receber subsídios do governo e passem a informar com isenção e sem ideologia. É
bom lembrar que a ideologia nunca deu de comer a ninguém, a não ser a quem
recebe os subsídios... Antonio
Mieiro: Muito bem Raquel!!! Cada vez mais clara,
incisiva e esclarecedora! Quando será que os votantes ouvem todos estes
alertas? Madalena
Sa: Grande artigo Raquel! Costa e Marcelo deixam
a maior obra do mundo” A DESTRUIÇÃO DUM PAÍS” Que Deus lhes perdoe porque eu já
não sou capaz Maria
Carreira: “Este governo não há de cair porque não é um
edifício. Tem de sair com benzina porque é uma nódoa!” - Eça de Queirós, O
Conde d'Abranhos / A Catástrofe Infelizmente, já não há drogarias e a benzina, possivelmente, já
foi proibida porque "faz mal ao ambiente"!! Filipe
Paes de Vasconcellos: Mas o enorme borrão nesta
nossa desgraça é Marcelo, porta-voz do governo socialista e mestre cerimónia
deste regime manhoso, em vez de ser aquilo para que foi eleito e é pago por
todos os Portugueses que é simplesmente ser e comportar-se como PR. Carlos Chaves: Caríssima Raquel, nódoa e que
nódoa a alastrar .... ainda antes dos Canadair onde estão os helicópteros
kamavov comprados no tempo que o PM era ministro da administração interna? O
país a arder e o governo disponibiliza meia dúzia de helicópteros com um cesto
de ir às compras e aviões com depósitos para regar o jardim..... os Bombeiros
assistem às chamas e não as combatem..... as imagens que se vêem na televisão
nomeadamente de França e Espanha os bombeiros combatem o fogo, aqui assistem!
Nada do que está a acontecer é para admirar, temos um governo com maioria
absoluta dada pela maioria dos eleitores que foram votar.... para bom
entendedor meia palavra basta! Lidia
Santos: País sem rei nem roque. O
Governo só se preocupa com a sua própria imagem, aquela que lhe pode dar votos. António
Santos: A explicação para as suas
perplexidades talvez esteja nos resultados das últimas eleições. Em quem
votaram aquelas populações no último acto eleitoral? Xico
Nhoca: Vamolaver, o Costa deixou obra. O Costa
mostrou que, num país miserável espiritual e materialmente, com dez euritos de
aumentos nas pensões e no salário mínimo se compram eleitores para chegar a uma
maioria absoluta, pese embora o descalabro no SNS, a inoperacionalidade dos
serviços públicos, os alunos sem professores, o pinhal do D. Dinis ardido, a
maior área ardida de reserva natural, o aumento de mortos nas praias, nas
estradas, nos incêndios, o aumento da dívida, os paióis assaltados etc.,
etc.. António
Lamas: Pelo que vi nas TV'S, o responsável da
protecção civil no comando das operações era o comandante da região de Lisboa e
Vale do Tejo. Eu nem sabia que a Serra da Estrela pertencia à região
de..... Lisboa. Uma vergonha.
Meio Vazio: "Meios
aéreos", "meios aéreos"... Que tal dizerem apenas
"aeronaves" (ou, se quiserem ser mais precisos, "aviões",
"helicópteros)? A menos que deixem de referir "pás",
"picaretas", "mangueiras", "auto-tanques",
"caterpillers", etc. e passem a referir tudo isso com "meios
terrestres".
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