Este, de Helena Matos, a justificar tanto da desgraça do país e a provocar
tanto comentário (acima de 200) gracioso – ou mesmo sério… O que nos vale é que
há sempre alguém a alertar, com o rigor e a argúcia do seu espírito, para os
preciosismos ridículos da nossa esperteza
saloia…
Os
lucros extraordinários das galinhas poedeiras
As urgências
hospitalares funcionam quando calha. Polícia não há. A mortalidade sobe
inexplicavelmente. Mas nem tudo está perdido: em Setembro, vai ter lugar o
Registo das Galinhas Poedeiras.
HELENA MATOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 21
ago 2022, 01:30182
Ia
o Verão a meio entre incêndios, convites e desconvites para assessorias
governamentais mais um presidente da República em implosão de credibilidade,
quando chegou a notícia sobre o registo obrigatório das galinhas poedeiras.
Logo jornais, rádios e televisões tiveram o seu momento Borda d’Água e
avisaram: “Registo de galinhas poedeiras obrigatório em setembro.”
A
visão urbana que impera nas redacções supõe que a agricultura e a pecuária
estão isentas de burocracia.
A isto, que não é pouco, acresce que é público e notório que o estado
português não sabe quantos funcionários tem e muito menos quantos imóveis são
propriedade pública, portanto este rigor aplicado às galinhas poedeiras
apresentava-se pelo menos como esdrúxulo.
Na verdade nada é mais falso: a
agricultura e a pecuária tornaram-se terreno fértil para a cobrança de taxas e
taxinhas e são objecto de uma burocracia inflexível. Assim, e antes de partirmos para a extraordinária
vida burocrática das galinhas poedeiras, convém esclarecer que estas
aves são contabilizadas não uma mas sim duas vezes por ano. Sim, duas vezes por
ano, certamente mais vezes que as armas nos paióis de Tancos! Mais precisamente
em Fevereiro e Setembro, as galinhas poedeiras (não as armas em Tancos) são
contadas pelos respectivos proprietários que em seguida preenchem uns tais formulários que muitos deles devem acabar a
pensar se não será melhor passar as ditas galinhas a cabidela.
Mas
não acaba aqui o interesse administrativo pelas galinhas poedeiras. Por
exemplo, o legislador magnanimamente isenta alguns proprietários de galinhas
poedeiras de fazerem este registo. Não respirem já fundo os leitores, que
existem outros registos à espera das galinhas, sejam elas poedeiras ou
não! Mas vamos lá à isenção da apresentação duas vezes por ano
da Declaração de Existências de Galinhas Poedeiras. Quem está isento? “Os estabelecimentos de galinhas poedeiras com menos de
350 aves”
Como
atrás referi não se pense que lá por modestamente não ir além das 349 galinhas
um cidadão se vê livre da burocracia. Só fica livre da Declaração de
Existências de Galinhas Poedeiras. Tem obviamente de fazer o registo como
actividade pecuária que também ele varia consoante o número de galinhas em
questão até que de registo em registo se acaba a fazer a pergunta: será que se
podem ter algumas galinhas sem ter de as registar? Depende. Ou, melhor dizendo,
existe um registo para estas pessoas que por assim
dizer não têm de fazer registo.
Este
registo das pessoas que não são obrigadas a fazer registo chama-se “Registo de Detenção Caseira de animais de espécies não
cinegéticas para lazer ou abastecimento/auto consumo do seu detentor“. Como não podia deixar de ser tem um custo (4,29€) e um formulário.
Esclareça-se que é considerada detenção caseira a posse de 2 bovinos; 6 ovinos ou
caprinos; 2 equídeos; 4 suínos; 100 aves; 80 coelhos. Mas não se pode ter isto
tudo ao mesmo tempo. Os dilemas são como os do Monopólio: por exemplo, se tiver
duas vacas (o Rossio do velho Monopólio) com mais de 600kg esgota quase a quota
para detenção caseira. Será melhor ir para as seis cabras mais um porco? Com
jeito ainda dá para acrescentar umas galinhas ou de preferência uns frangos que
burocraticamente contam menos (nestas coisas da capoeira há matéria para
debater o género à exaustão!)
Este
caso das galinhas poedeiras vem lembrar-nos que no meio de uma administração
que se desmembra, de serviços públicos que ora fecham ora avisam que estão em
escusa de responsabilidade e de um Governo incapaz de trabalhar com um
horizonte mais lato que os noticiários do dia, algo continua a ser cumprido com
rigor. O que é
essa excepção? A burocracia que penetra em todos os aspectos da nossa vida. A
burocracia que chega sempre para controlar as grandes empresas, os lucros
milionários, extraordinários e caídos do céu e que acaba a invariavelmente a
complicar ainda mais a vida aos que pouco têm. Por exemplo, a vida daqueles que
no incensado país rural se confrontam com as urgências hospitalares e as
esquadras fechadas mas não se podem
esquecer de preencher duas vezes por ano a Declaração de Existências de Galinhas Poedeiras.
COMENTÁRIOS
Iur Sotam: Obrigado Helena Antonio Serrano: Notável escrita! Otavio Luso: Uma crónica sempre actual com o
pequeno senão (que é quase recorrente nas ´´últimas crónicas) que contraria os
números, de haver falta de polícias. Será alguma obsessão por fardas? É que num
país com um dos maiores rácios de polícia por habitante (lembro que a polícia
tem um custo que se inscreve nos impostos) vir com frequência dizer que há
falta de polícias ( de facto não há ainda um por habitante) e ainda por cima
com baixa criminalidade (aqui já não confio nas estatísticas, pode até não
haver muitas, mas que sacam muito sacam), deixa-me um pouco preocupado. Carlos Vito: E ainda há más línguas a dizer
que o governo não faz reformas! Então esta não é uma reforma de fundo, uma medida
que pede meças a qualquer outra iniciativa europeia? Criticar é fácil, mas
gostava de saber qual dos críticos aqui assumidos era capaz de imaginar uma
medida assim tão inovadora e da maior utilidade! Inveja é o que é! Alguns diriam
que é necessário uma medida ainda mais impactante do ponto de vista dos
resultados económicos. Que acelerasse de forma significativa a redução do nosso
défice estrutural. Para esses, proponho a aplicação de uma taxa (nem precisa de
ser com um valor elevado, porventura 1 euro chega), por cada selfie que o
presidente da República faz. Em menos de um ano o nosso déficit caía pelo menos
para metade! ……………. Alice No País das Maravilhas:
As coisas que não
sabíamos... está explicado o motivo do estado deste país! Costa, a culpa é das
galinhas, o trabalho que dão, nem os funcionários chegam!... …………………. Jorge Bento: Estou preocupado ! No fundo do
jardim tenho 4 poedeiras (sério) 2 são militantes e põe todos os dias, as outras duas
nem por isso o que me dá uma média de 3 ovos por dia. Como devo calcular o que fico a
dever ao fisco ? 😂 S Belo > Jorge Bento: Não esqueça que pode ser ressarcido das perdas que se
verificam no período em que as galinhas estão chocas e não põem ovos. manuel soares Martins: Os nossos atentos governantes
com tal afã procuram é encontrar a galinha dos ovos de ouro...mas como na
estória tradicional, estão talvez em vias de a matar. Ana Oliveira: o povo gosta da nossa
albania....os q hoje ainda apadrinham este governo espero que se lembrem q país
querem deixar aos filhos. excelente artigo Dra Helena ………………… João Carlos: Tenho um amigo que decidiu
abrir um negócio, como tinha um terreno no algarve com medronheiros pareceu-lhe
que seria uma boa ideia destilar e vender medronho caseiro e de qualidade. Mas
quando descobriu a quantidade de taxas e taxinhas, licenças e autorizações ia
desistindo. O problema foi quando soube que o alambique teria que ser selado
quando não estava a ser utilizado e só podia ser retirado o selo na presença de
um técnico da direcção geral, mas tinha que solicitar a presença do técnico com
antecedência e o técnico é que marcava o dia em que ia ao local. Foi o fim do
negocio. manuel
soares > MartinsJoão Carlos: História edificante. Nem o medronho escapa... Joaquim Almeida > João Carlos: Que história é essa de lhe selarem o alambique
? Está legalmente impedido. de destilar para consumo próprio ou doméstico
? Não pode ser.
Vitor Batista > Joaquim
Almeida: Pode pode, não é permitido. Joaquim Almeida > Vitor Batista: Sabe, por acaso, dizer-me qual é a lei ?
Acho isso uma inadmissível intromissão autoritária na vida privada de um
cidadão. Simplesmente
Maria: É extraordinário
o seu artigo Helena Matos e é extraordinário o que nos conta. Obrigada. Carminda Damiao: Excelente artigo. Maria Silva: Uma tragicomédia que revela o
gravíssimo estado do país. É o que eu digo.... andam mesmo a gozar connosco.
Adorei o
excelente artigo, como sempre, e apesar da triste realidade que ele revela,
obrigada pelas boas gargalhadas!
………… Francisco Tavares de Almeida: As disrupções de fornecimentos
de cereais e adubos devem presumivelmente levar a um aumento do consumo de ovos
e aumento do seu preço criando assim lucros aos produtores. Por isso aguardo o
despacho preventivo a nomear o par do Galamba no ministério da
Agricultura para verificar as facturas de ovos a creches, hospitais, cantinas,
lares etc.. antes do pagamento.. João Floriano > Francisco
Tavares de Almeida: Uma possível explicação. No
entanto os possíveis lucros serão reduzidos pelo preço das rações, produtos
veterinários, energia e outros gastos. Não me parece que os produtores venham a
enriquecer com os ovos. Carlos Almeida: O mata borrão está-se a
esquecer de taxar também as abelhas que fabricam o mel, sobretudo as abastadas
abelhas mestras... Myname:
Cada galinha poedeira é uma
unidade de produção, por conseguinte, e como diria o Coronel Mendes Dias
(comentador militar da CNN Portugal com um linguajar especial), "rácio regis", o
industrial de galináceos poedeiros terá, automaticamente, que declarar ao
Estado a sua capacidade de produção oveira, expressa em número de unidades de
produção (nrº de poedeiras) que integram a sua "fábrica de ovos", para
que possa ser taxado em conformidade com a sua (salvo seja) capacidade poedeira
disponível. No limite, e de acordo com este conceito, um industrial que fosse
detentor de uma super poedeira, ou seja um poedeira que fosse capaz de pôr
tantos ou mais ovos que 350 poedeiras, digamos assim, o dito industrial teria, "rácio regis", que
declarar e registar a dita super poedeira dada a mesma, "de per se", perfazer uma quota
produtiva que ultrapassa o limiar das 350 poedeiras exigível para que o registo
de poedeiras seja obrigatória. "Estamos entendidos" ou terei
de agendar uma nova aula sobre a matéria para dúvidas e revisão da matéria
dada? José
Paulo C Castro > myname: E porque não registar apenas os ovos vendidos e facturados
(já o são, suponho) e fazer um índice estimativo a partir daí ? É "rácio regis", não
? Os dados para construir a estimativa podiam ser recolhidos e ajustados de
tempo a tempo por uma equipa estatística que faz essa análise em duas dúzias de
unidades produtoras representativas sorteadas aleatoriamente. Como na inflação
e outras estatísticas.
myname > José Paulo C
Castro: Ah ah ah, vejo que não se
apercebeu que o meu comentário era/é todo ele a gozar com a exigência do
registo, que não faço a mínima ideia para que serve, aproveitando para também
brincar com o linguajar meio esdrúxulo e confuso do dito coronel, embora uma
coisa não tenha nada ver com a outra...
Deixe-me adivinhar....tribalizou o comentário e não
topou o lado divertido, mas se calhar a falha foi minha...tentativa fracassada
de humor... PS: o homem está sempre a dizer "por conseguinte",
"por assim dizer" e de vez em quanto mete um "rácio
regis" para dar um ar mais intelectual à conversa... José Paulo C Castro > myname: Desculpe mas, ultimamente, quando a conversa envolve
argumentos usados por militares, eu não consigo distinguir os que estão a falar
sério dos que estão a gozar à russa. Na dúvida, tento contrariar o disparate.
E, sim, se vem de cima é "ratio regis". Seja com ovos ou com penas. Sérgio: Excelente. Liberales Semper
Erexitque: Lá dizia o
Capitão, "... e há o Estado a que isto chegou!" ….. Nuno Filipe: É totalmente verdade que
estamos no país das raça e taxinhas mas também é verdade que estamos no país
onde no tempo de um ex PR que tambem foi PM se pagou aos “agricultores” para
comprarem casas no Algarve e jipes Range Rover. Convém não esquecer que tanto
os da rosa como os das setinhas a apontar para cima são igualmente culpados do
estado em que a agricultura portuguesa se encontra. Com a crise dos cereais que
existe em resultado da guerra. O governo de um país decente já tinha
constituído um verdadeiro grupo de trabalho (não daqueles cuja constituição vem
publicada no DR é que só serve para chupar mais uns cobres) para ver a
viabilidade de plantas cereais nos terrenos portugueses (que não estejam
estéreis). É só uma ideia vale o que vale. Já agora os agricultores que
reclamam do estado registam na sua contabilidade os seus “autoconsumos”? É que
alguns de nós que não tem rendimentos prediais, nem industriais, nem agrícolas
nem de distribuição de lucros nem rendimentos de profissões liberais, alguns de
nós que só temos rendimentos de trabalho dependente, TEMOS DE PAGAR TUDO, NÃO
RECEBEMOS POR FORA. nem fazemos biscates. Maria Silva > Nuno Filipe: Concordo, tem toda a razão no que diz sobretudo no que
concerne a culpa de todos os governos: são todos culpados, após o 25 abril, e
após as regras impostas pela UE, a agricultura (e as Pescas tb) regrediram. Nós
tínhamos uma agricultura e pescas florescentes, exportávamos. Depois disso
passámos a importar, o que não faz sentido nenhum. Pelo menos para mim não faz
sentido comer fruta de Espanha ou de França quando Portugal tinha fruta muito
melhor. A ideia de se plantarem cereais, é boa, mas não sei que idade tem, eu
sou do tempo de ver searas e searas lindas ondulantes ao vento... agora, o que
se vê? monoculturas intensivas (péssimo para a agricultura e ecologia) e
oliveiras "bonsai" pelo Alentejo... :( quando há 2 anos passei
por aquela zona e vi aquele horror de "abortos" de oliveiras ia-me
dando uma coisa muito má... a oliveira, uma árvore milenar e sagrada (como
todas), se não tivesse visto nem tinha acreditado. É criminoso o que estão a fazer a este país. Alberico Lopes
> Nuno Filipe: Não são críticas de esterco, não senhor! Mas como para
justificar a "avença" foi chamar à liça o Cavaco Silva - em que
realmente houve muitos abusos também - apesar de isto se ter passado há mais de
30 anos, lamento que o sr. Nuno Silva, na sua ânsia de justificar a avença do
largo do rato, não se tenha também lembrado de escrever que este caso tão
importante e transcendental para a nossa vida com as galinhas e o seu
registo obrigatório, em que só falta acrescentar o registo das c.agadelas que
põem a todo o momento, não seja culpa do Passos Coelho! Assim é que
estava mesmo certo de que a avença continuaria a cair na sua conta mensalmente!
É que esse Passos Coelho, esse verdadeiro verdugo dos pobres,
"inventou" uns impostos e umas taxas de tal ordem exorbitantes, que
este grande democrata e amigo de todos os que são amigos dele e dos seus
familiares, que dá pelo nome de Costa o habilidoso e amigo pobres e ricos,
sobretudo se forem familiares e amigos do peito ou de escritório, não só não os
anulou como ainda por cima os aumentou! E esta, hein? Nuno Filipe > Alberico
Lopes: Eu não quero justificar a
avença ao largo do rato nem pouco mais ou menos. A ver se eu me explico
melhor: são todos culpados. Se fui mencionar "algo" com mais de 30
anos fi-lo porque a entrada na CEE (1986) deveria ter sido para melhorar a vida
de todos os portugueses e aproximar-nos da qualidade de vida que os cidadãos
dos outros estados membros têm. Hoje em dia continua a verificar-se que tal não
acontece e muitas vezes quanto existe crescimento económico em Portugal e
convergência com os outros paises UE/OCDE a maior parte das vezes tal se deve a
"sorte" e a acontecimentos externos e não por politicas implementadas
pelos sucessivos governos de Portugal. Os nossos políticos são poucochinhos
(excepto) no defender os bolos deles e dos amigos que possam garantir lugares
em conselhos de administração. Culpados: - Cavaco Silva - António
Guterres - José Socrates - António Costa - Aproximadamente 2.300.000 eleitores
que votaram PS (coniventes ou cumplices ou recebedores de aluga contrapartida
monetária e com medo de a perder se outro partido ganha-se as legislativas) -
Aproximadamente 5.200.000 eleitores que se abstiveram de ir votar. - Eu - Voce
Sr. Alberico Lopes - todos somos culpados se não exigirmos mudanças e não
exercermos a nossa cidadania, deixarmos de olhar para o nosso umbigo, deixarmos
de acusar os outros quando também temos culpa. Termino "atirando" (não
literalmente) gasolina para a fogueira: - um PR já falecido por menos porcaria
que um ex- PM fez demitiu o governo - o atual PR por todas as porcarias que
este governo e o anterior fizeram nada faz exceto dizer que temos que aguentar.
Sugiro uma alternativa: Num país da UE onde não existiu acordo de governo
durante largos meses (penso que durou mais do que um ano) existiu verdadeiro
crescimento económico porque o país foi governado a "duodécimos". Se
calhar em Portugal estávamos melhor assim.. Cumprimentos e espero que exerca o
seu dever de voto e que exiga responsabilidades aos políticos na medida
apropriada. Ao contrario do que eles tentam fazer passar para a opinião
pública eles não sao ininputáveis e devem ser penalizados. Para que tal
aconteça o mínimo que se exige aos portugueses é que vão colocar a cruz no
boletim de voto (se não se identificar com nenhum dos partidos existentes crie
um e divulgue a sua mensagem).
……. Bernardo Vaz
Pinto: Excelente retrato
do governo : desenvolver o monstro da burocracia… …… João A: Foi um prazer ler a
crónica.. As taxas que são criadas por tudo e por nada, nunca irão
diminuir. Portugal está-se a transformar num país irrespirável. Salve aos
socialistas. Fernando
CE: Adoro as suas
crónicas que, para mim, são de leitura obrigatória. Mas esta das galinhas
poedeiras, está simplesmente deliciosa. Parabéns.……………Alberico
Lopes: Ó Helena
Matos: só este seu artigo me podia fazer rir neste Portugal dos Pequeninos em
que este desgoverno transformou um País tão cheio de história e de heróis! E
não só o desgoverno do sr. Costa, mas também dos sr. Marcelo das selfies, que,
de parceria animada com o discípulo e ex-aluno, nos faz caminhar para um abismo
de que dificilmente sairemos, a menos que apareça por aí algum D. Sebastião ou
alguém com o bom senso de nos fazer ver que isto chegou mesmo ao limite! Esta
história das galinhas poedeiras, fez me lembrar aquela medida extraordinária
assumida no governo do agora muito endeusado António Guterres, quando, com
pompa e circunstância, foi anunciado que se iria acabar com as colheres de pau
na culinária, porque não asseguravam a higiene necessária no fabrico de
enchidos! Pobre Portugal! ………….. Carlos Costa. Incrível! Até onde poderá ir a
imaginação deste governo para sacar mais dinheiro aos contribuintes? Fico mesmo
pateta com tanta imaginação. Falavam do Passos, mas o único erro que cometeu, e
foi o que lhe fez sangrar, foi tirar dinheiro dos ordenados das pessoas, mas a
nível de impostos, taxas, taxinhas, entre outras roubadelas, este governo
ultrapassa tudo o que imaginamos, e, já conto com 61 anos. Incrível! Bom,
mas a culpa irá para o covid e para a guerra. Censurado sem razão
> Carlos CostaQuem fez isso foi o Sócrates .
Os dez % foi o Sócrates e foi isso que ficou inscrito do memorando de
entendimento assinado pelo Sócrates. O passos coelho se não seguisse o
memorando não tinha 78 000 milhões para pagar os ordenados da função pública. O
que passos coelho teve foi uns tubarões descomunais para fazer cumprir o
memorando é ser insultado por todos enquanto elogiavam o filho da dita do
Sócrates. Haja decoro. Se fosse ao passos coelho mandava está gentalha toda
tomar onde o sol não brilha. Estamos melhor com o chamuça, queres ver. …………… Mario Figueiredo:
Todos aqueles que
com razão se revoltam com o modelo socialista de governação, com a sua
regulação férrea da economia, a obsessão incessante pela burocracia, o desejo
permanente pelo aumento da receita fiscal e o consequente asfixiamento da
iniciativa e investimento privado, não se esqueçam que o PSD (Partido
Socialista Dois) é grande amigo deste tipo de medidas enquanto as condena na
oposição. Carlos
Vito: Não vejo razão
para criticar ou ironizar esta tão nobre quanto indispensável tarefa. Diria
mesmo mais. O governo tinha a obrigação de ir mais longe nesta matéria. Não é
apenas do número de galinhas que se trata, mas sim dos ovos propriamente ditos,
o "objeCto" da sua proficiência. Como todos sabemos, o facto de se
ser galinha poedeira, ou melhor, de existir num galináceo essa potencialidade,
nada indica que esta seja mesmo capaz de dar à luz o ovo. O ovo sim, é que
devia se contabilizado. Acho bem, por isso, saber o número de poedeiras desde
que sejam também indicados os números de ovos efectivamente depostos. Temos o
direito de saber o rácio de cada galinha poedeira, o valor mediano de cada
postura. Mas não é tudo. Ovos há muitos, é necessário averiguar as dimensões, é
verdade que a classificação já existe, mas é imprescindível saber quais são os
criadores destas (super)aves que produzem ovos de duas gemas. Esses deviam ser
taxados a dobrar. Bem sabemos que a gema é mais valiosa do que a clara. Esta só
serve para castelos (que pouco duram) e até a função de servirem para goma no
tempo dos ferros a carvão já está também ultrapassada. Que se dê pois o
exemplo, começando pelas poedeiras, mas aplicando depois a muitas outras
atividades produtivas que escapam no meio da malha grossa do nosso querido
ministério medina. ………………. Pedro de Noronha Pissarra: Uma sociedade dependente do
estado… a verdadeira Animal Farm de George Pedro de Noronha
Pissarra > Pedro de Noronha Pissarra: Deviam preocupar-se com a
produtividade e não com a burocracia. O resultado de politicas socialistas
retrogradas, de mentalidades e expectativas dependentes e “pendentes” do Estado
é este. Desde o ano 2000, a média da taxa de crescimento real do PIB português
foi de 0,3 % quando comparado com os 3,72% entre 1976-2000. Desde a excessiva
carga fiscal para alimentar um Estado ineficiente que não para de crescer e
esmaga a economia, à baixa produtividade das empresas portuguesas, a baixa
qualificação da mão-de-obra, a falta de competitividade internacional, a pesada
dívida pública que condiciona os investimentos, a necessidade de disciplina
orçamental, só para citar alguns exemplos.... Quando é que os Portugueses
aprendem? Estão mais pobres, mais precários e mais dependentes de um Estado
semi-falido, sem soberania e dependente de terceiros....Pode ser que o
"consultor" de Fernando Medina, consiga resolver o problema... (Not) Liberales Semper
ErexitquePedro de
Noronha Pissarra: Acho que nunca! Depois de uma bancarrota e de tudo o
que se seguiu durante três anos, voltaram a "empoleirar" exactamente
a mesma política que nos fez passar pelo vexame de 2011, o
"guterrismo", mas desta terceira vez apoiada por comunistas ortodoxos
e heterodoxos. Não aprendem!
Joaquim Almeida: Excelente peça de humor, pronta para ir ao palco. Isto
é socialismo : atrapalhar a vida de quem trabalha e produz. ……… Hipo Tanso: HM, que delícia de artigo! …………………. Alfaiate Tuga: O actual governo é genericamente constituído por um
bando de oportunistas incompetentes, mas neste caso parece que o decreto que
obriga ao registo das galinhas poedeiras é de 2006, governo Socrático
portanto e da responsabilidade da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária.,
não sou jurista mas parece-me transcrição de uma directiva europeia.
Agora a substância, se amanhã
houver um problema de saúde pública com as galinhas ou os ovos e ninguém souber
onde estão as explorações e quantos animais tem como é? Pois…Se for preciso
abater animais como sabemos onde estão e quantos são? Penso que esta lei vai no
sentido de proteger a saúde pública e não de aumentar a carga fiscal.
Como digo no
início, o actual governo pode ser atacado por muitíssimos motivos, mas manter o
registo obrigatório de explorações com mais de 350 galinhas não me parece ser
um deles . João
Floriano > Alfaiate
Tuga: Bom dia Alfaiate. Está a falar da Directiva
1999/74/CE. e também do Decreto Lei nº 72-F/2003 de 14abril. Como pode
ver e consultar online já têm uns anos valentes em cima e só agora se lembraram
da aplicação de taxas. Restringe-se ao bem-estar das galinhas poedeiras e
especificamente das reprodutoras. Assim sendo deixa de fora todos os
milhões de galináceos que são criados intensivamente para irem parar à grelha.
Podemos sempre argumentar com o interesse da saúde pública, mas não me parece
que seja aqui o ponto essencial. Maria Silva > João
Floriano: Exactamente! ficam de fora os
milhões que diariamente vão directamente do aviário para a grelha, sem nunca
terem visto a luz do Sol, alimentados a farinha e a própria caca, e que deixam
muito a desejar no que concerne o bem da saúde.. parece que o tempo desde o ovo
até à grelha são cerca de 3 semanas... : Paulo Cardoso Perfeito, como sempre, mas com
um pequeno grande erro: “…um presidente da República em implosão de
credibilidade…”. Mas, qual credibilidade? Como se pode implodir, o que não
existe? Fernando
Cascais: Taxas e
tachinhas, um país alimentado por elas. Na Câmara Municipal de Cascais, quando submetemos um
processo online pelo site da câmara no urbanismo, finalizado o processo, é gerada
habitualmente uma taxa para pagar a fim de formalizar a entrada do processo. Um
processo no urbanismo tem quase sempre uma panóplia de documentos imensa. Até
aqui tudo bem. Por vezes há um documento que escapa ou não estava pronto a
tempo na altura de submeter o processo. Havia e há solução. Chama-se junção
voluntária de elementos (via online pelo portal da CMC) e tinha uma taxa
associada de 20 euros. Tinha, porque, de um dia para o outro a taxa subiu para
69,10 euros. Como foi calculada esta taxa e o porquê do aumento não faço a
mínima ideia, mas sei que é um ataque cerrado de quem tem a faca e o queijo na
mão. Nem Putin foi tão longe com o gás russo. Obviamente, que depois do
processo dar entrada e após análise dos documentos, a câmara emite um ofício a
solicitar os documentos em falta, e respondendo ao ofício pode-se juntar os
documentos em falta sem custos... por enquanto. O que vai acontecer: quem tem
dinheiro paga os 69,10 euros pelo esquecimento e o processo não perde etapas
pelo caminho, quem não tem espera pelo ofício e perde uma imensidão de tempo
entre receber ofícios e responder. Uma tristeza na minha opinião esta operação
especial que o Estado Português e Câmaras Municipais, como é o caso da de
Cascais, faz ao dinheiro dos contribuintes e utentes em geral. Hoje contamos
com uma taxa X e amanhã a taxa passa a ser de X+Y, unicamente com o intuito de
sacar dinheiro deixando o objectivo de serviço público para as calandras. ……………….. Maria
Tubucci: Ena, Ena, o Costa começou a governar, finalmente uma
reforma estrutural, o registo das galinhas poedeiras obrigatório em setembro,
podia ter ido mais longe, e que tal o registo obrigatório das abelhas de uma
colmeia? Vocês não se riam, são os burocratas que temos, sendo
a prova provada que o ar condicionado faz mirrar o cérebro! O estado socialista
torra milhares de milhões, sabe-se lá onde, mas o grande problema é que as
pessoas podem enriquecer tendo galinhas poedeiras. O que eles não dizem é que
os portugueses são a galinha dos ovos de oiro do estado socialista, reparem,
estão a ter lucros extraordinários com a inflação, mas estão calados que nem
ratos, a ver se passam por entre os pingos da chuva, desviando as atenções para
ver se ninguém vê nada. Pedro Sena EstevesMaria
Tubucci: Boa resposta, Maria, tal como
as outras que já deu! Quando é que passamos à acção, mais a Helena Matos e
pomos estes socialistas de vez no desemprego?? Maria Tubucci > Pedro Sena
Esteves: Já estamos na reacção!
Quantas mais
pessoas abrirem os olhos, ou tirarem as palas, ou quiçá deixarem de ser cegas,
mais o estado socialista irá regredir. Acho eu! Alberico Lopes > Maria
Tubucci: O artigo da Helena Matos é
extraordinário! Mas, Maria, perdoe-me pelo que vou dizer: O seu comentário
ainda é mais extraordinário! …………………… S Belo > Pedro Sena
Esteves: Muitas ilusões do 25/4 (.1) se
perderam a 01/05 do mesmíssimo ano. Apatia e conformismo são a nota
dominante no panorama social de hoje. Joaquim
Almeida > Maria
Tubucci: No Brasil, o conservador
Bolsonaro suspendeu o imposto federal sobre os combustíveis, forçou os
governadores estaduais a reduzi-lo e fez pressão sobre a gorda, autónoma
e quase-monopolista Petrobrás reduzisse o preço na refinaria. Resultado : uma
imediata e quase geral queda dos preços (com deflação decerca de
0,5%) e a esquerda lá do sítio a gritar que era uma benesse, uma
perigosa benesse aos ricos... João Floriano: Há dois dias, no incêndio em Ourém, morreram um milhão
de aves, deduzo que fossem galináceos. Vai ser preciso emitir certidões de
óbito? Esta decisão governamental à altura das melhores decisões alguma vez
tomadas, vai ter um profundo impacto no funcionalismo público: vamos passar a
ter inspectores de conta galinhas. A figura tradicional do pilha galinhas ou
ainda da raposa a espalhar o terror nos galinheiros foi substituída pelo moderno cobrador de taxas. Alexandre Barreira > João
Floriano: Sim. E Habilitação de Herdeiros ! Alberico Lopes > João
Floriano: Impecável! João Floriano > João
Floriano: O meu comentário contem um erro
grave de informação que me passou despercebido. Perderam-se 200.000 mil
galinhas poedeiras e não 1 milhão. Um milhão de euros é o prejuízo.
João Floriano > Alberico
Lopes: Bom dia Alberico Peço desculpa de não concordar
consigo, mas o meu comentário está incorrecto. Perderam-se 200.000 poedeiras no
valor de 1 milhão de euros. São muitos ovos perdidos. Muitos galos viúvos.
Espero que até final do seu mandato, já tenha havido recuperação das poedeiras
e Marcelo possa gozar o seu merecido (????) bife com o ovo a cavalo. Maria SilvaJoão
Floriano: desculpe mas fartei-me de rir,
apesar de tudo isto ser trágico, o seu comentário é delicioso :) S Belo > João
Floriano: Olá João Floriano. Não
mencionou a figura tradicional dos " ovinhos caseiros" que se compram
com prazer e se vendem, como livros proibidos, um pouco por todo o lado. João Floriano > Maria Silva: Boa tarde gentil Maria Silva. Só posso ficar feliz por a ter feito rir. E tem toda a
razão, isto é uma tragédia que parece sem fim à vista. Estamos arder de
norte a sul e nem sei como as pessoas ainda têm forças para defender as suas
casas. Entretanto o nosso Chefe de Estado tem conversas ligeiras sobre
ovos a cavalo. É o que temos!
…………………… Américo Silva: Uma crónica excelente. Mas não
pensem que só acontece em Portugal, se te secar uma árvore no jardim em certos
países europeus ditos avançados, para a remover são necesários tantos
pareceres, inspecções, autorizações, certificações, responsabilizações, com
tanta despesa, que um casal meu conhecido por causa disso vendeu a casa, e
comprou um apartamento. ……………….. Andrade QB; A regulamentação é um modo de
vida em que Portugal é o melhor aluno do mundo, mas que não deixa de estar a
ser ensinado por outros. Cada vez há mais pessoas a viver da regulamentação e
cada vez mais o Estado e seus apêndices exploram a actividade produtiva e os
consumidores sugando-lhe dinheiro obrigando-os em troca a horas de
trabalho adicionais infindáveis. Esta casta de reguladores
cresceu tanto que até consegue abafar que a revolta contra o excesso de
regulamentação é uma das realidades aproveitadas pelos populistas de que não se
gosta. Os populistas de que se gosta aproveitam realidades mais prazerosas. klaus muller: lolololol, este texto foi dos
melhores de HM. Ainda estou a rir, apesar do artigo mostrar a tristeza de país em que o PS
nos está a transformar.
Idalina Moutinho: Coisinhas tão simples que podiam
ser alteradas ……………… Lily Lx: Que gozo… este governo é
ridículo. Carlos
Rosario: E no registo vou
ter que dar nome a cada uma das galinhas ?
Vitor
Batista > Carlos
Rosario: De preferência a data de Nascimento também, e deixar bem expresso no
formulário quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. António
Lamas: Excelente MHM. A burocracia tuga é uma espécie
de Marcelo que anseia tirar uma selfie com todos os cidadãos, só que estes são
obrigados a fazê-la (qualquer dia com o Marcelo também) Quando por Decreto-lei,
Portugal ficou rico - a entrada na CEE - os senhores das alfândegas perderam um
poder imenso no controlo de mercadorias. Inventaram então um documento
extraordinário para as exportações para UE, chamava-se: DECLARAÇÃO VERBAL DE EXPORTAÇÃO Maria Silva > António
Lamas: verbal? António Lamas > Maria Silva: Exactamente. Veja bem a idiotice Ainda tenho na minha posse um
exemplar desses.
Maria Silva > António
Lamas: há coisas extraordinárias..... maria bacelar: Andamos todos tão tristinhos
que esta lei serve para nos fazer rir !!!! Xico Nhoca: Resta-nos de facto rir de um
país que é uma palhaçada, onde tudo o que é sério é tratado com se fosse uma
brincadeira ……………………..
Mário Rodrigues: No fundo o Estado e boa parte de nós individualmente sabe que o privado tem
melhor poder de organização que o público. O ridículo é que decidimos colectivamente
que a parte mais mal organizada é aquela que deve crescer…………………….
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