segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Uma graça de texto

 

Este, de Helena Matos, a justificar tanto da desgraça do país e a provocar tanto comentário (acima de 200) gracioso – ou mesmo sério… O que nos vale é que há sempre alguém a alertar, com o rigor e a argúcia do seu espírito, para os preciosismos ridículos da nossa esperteza  saloia…

Os lucros extraordinários das galinhas poedeiras

As urgências hospitalares funcionam quando calha. Polícia não há. A mortalidade sobe inexplicavelmente. Mas nem tudo está perdido: em Setembro, vai ter lugar o Registo das Galinhas Poedeiras.

HELENA MATOS,  Colunista do Observador

OBSERVADOR, 21 ago 2022, 01:30182

Ia o Verão a meio entre incêndios, convites e desconvites para assessorias governamentais mais um presidente da República em implosão de credibilidade, quando chegou a notícia sobre o registo obrigatório das galinhas poedeiras. Logo jornais, rádios e televisões tiveram o seu momento Borda d’Água e avisaram: “Registo de galinhas poedeiras obrigatório em setembro.”

A visão urbana que impera nas redacções supõe que a agricultura e a pecuária estão isentas de burocracia. A isto, que não é pouco, acresce que é público e notório que o estado português não sabe quantos funcionários tem e muito menos quantos imóveis são propriedade pública, portanto este rigor aplicado às galinhas poedeiras apresentava-se pelo menos como esdrúxulo.

Na verdade nada é mais falso: a agricultura e a pecuária tornaram-se terreno fértil para a cobrança de taxas e taxinhas e são objecto de uma burocracia inflexível. Assim, e antes de partirmos para a extraordinária vida burocrática das galinhas poedeiras, convém esclarecer que estas aves são contabilizadas não uma mas sim duas vezes por ano. Sim, duas vezes por ano, certamente mais vezes que as armas nos paióis de Tancos! Mais precisamente em Fevereiro e Setembro, as galinhas poedeiras (não as armas em Tancos) são contadas pelos respectivos proprietários que em seguida preenchem uns tais formulários que muitos deles devem acabar a pensar se não será melhor passar as ditas galinhas a cabidela.

Mas não acaba aqui o interesse administrativo pelas galinhas poedeiras. Por exemplo, o legislador magnanimamente isenta alguns proprietários de galinhas poedeiras de fazerem este registo. Não respirem já fundo os leitores, que existem outros registos à espera das galinhas, sejam elas poedeiras ou não! Mas vamos lá à isenção da apresentação duas vezes por ano da Declaração de Existências de Galinhas Poedeiras. Quem está isento? “Os estabelecimentos de galinhas poedeiras com menos de 350 aves

Como atrás referi não se pense que lá por modestamente não ir além das 349 galinhas um cidadão se vê livre da burocracia. Só fica livre da Declaração de Existências de Galinhas Poedeiras. Tem obviamente de fazer o registo como actividade pecuária que também ele varia consoante o número de galinhas em questão até que de registo em registo se acaba a fazer a pergunta: será que se podem ter algumas galinhas sem ter de as registar? Depende. Ou, melhor dizendo, existe um registo para estas pessoas que por assim dizer não têm de fazer registo.

Este registo das pessoas que não são obrigadas a fazer registo chama-se “Registo de Detenção Caseira de animais de espécies não cinegéticas para lazer ou abastecimento/auto consumo do seu detentor“. Como não podia deixar de ser tem um custo (4,29€) e um formulário. Esclareça-se que é considerada detenção caseira a posse de 2 bovinos; 6 ovinos ou caprinos; 2 equídeos; 4 suínos; 100 aves; 80 coelhos. Mas não se pode ter isto tudo ao mesmo tempo. Os dilemas são como os do Monopólio: por exemplo, se tiver duas vacas (o Rossio do velho Monopólio) com mais de 600kg esgota quase a quota para detenção caseira. Será melhor ir para as seis cabras mais um porco? Com jeito ainda dá para acrescentar umas galinhas ou de preferência uns frangos que burocraticamente contam menos (nestas coisas da capoeira há matéria para debater o género à exaustão!)

Este caso das galinhas poedeiras vem lembrar-nos que no meio de uma administração que se desmembra, de serviços públicos que ora fecham ora avisam que estão em escusa de responsabilidade e de um Governo incapaz de trabalhar com um horizonte mais lato que os noticiários do dia, algo continua a ser cumprido com rigor. O que é essa excepção? A burocracia que penetra em todos os aspectos da nossa vida. A burocracia que chega sempre para controlar as grandes empresas, os lucros milionários, extraordinários e caídos do céu e que acaba a invariavelmente a complicar ainda mais a vida aos que pouco têm. Por exemplo, a vida daqueles que no incensado país rural se confrontam com as urgências hospitalares e as esquadras fechadas mas não se podem esquecer de preencher duas vezes por ano a Declaração de Existências de Galinhas Poedeiras.

 ESTADO   POLÍTICA

COMENTÁRIOS

Iur Sotam: Obrigado Helena                Antonio Serrano: Notável escrita!                  Otavio Luso: Uma crónica sempre actual com o pequeno senão (que é quase recorrente nas ´´últimas crónicas) que contraria os números, de haver falta de polícias. Será alguma obsessão por fardas? É que num país com um dos maiores rácios de polícia por habitante (lembro que a polícia tem um custo que se inscreve nos impostos) vir com frequência dizer que há falta de polícias ( de facto não há ainda um por habitante) e ainda por cima com baixa criminalidade (aqui já não confio nas estatísticas, pode até não haver muitas, mas que sacam muito sacam), deixa-me um pouco preocupado.               Carlos Vito: E ainda há más línguas a dizer que o governo não faz reformas! Então esta não é uma reforma de fundo, uma medida que pede meças a qualquer outra iniciativa europeia? Criticar é fácil, mas gostava de saber qual dos críticos aqui assumidos era capaz de imaginar uma medida assim tão inovadora e da maior utilidade! Inveja é o que é! Alguns diriam que é necessário uma medida ainda mais impactante do ponto de vista dos resultados económicos. Que acelerasse de forma significativa a redução do nosso défice estrutural. Para esses, proponho a aplicação de uma taxa (nem precisa de ser com um valor elevado, porventura 1 euro chega), por cada selfie que o presidente da República faz. Em menos de um ano o nosso déficit caía pelo menos para metade!         …………….               Alice No País das Maravilhas: As coisas que não sabíamos... está explicado o motivo do estado deste país! Costa, a culpa é das galinhas, o trabalho que dão, nem os funcionários chegam!...                 ………………….              Jorge Bento: Estou preocupado ! No fundo do jardim tenho 4 poedeiras (sério) 2 são militantes e põe todos os dias, as outras duas nem por isso o que me dá uma média de 3 ovos por dia. Como devo calcular o que fico a dever ao fisco ? 😂             S Belo > Jorge Bento: Não esqueça que pode ser ressarcido das perdas que se verificam no período em que as galinhas estão chocas e não põem ovos.            manuel soares Martins: Os nossos atentos governantes com tal afã procuram é encontrar a galinha dos ovos de ouro...mas como na estória tradicional, estão talvez em vias de a matar.           Ana Oliveira: o povo gosta da nossa albania....os q hoje ainda apadrinham este governo espero que se lembrem q país querem deixar aos filhos. excelente artigo Dra Helena            …………………             João Carlos: Tenho um amigo que decidiu abrir um negócio, como tinha um terreno no algarve com medronheiros pareceu-lhe que seria uma boa ideia destilar e vender medronho caseiro e de qualidade. Mas quando descobriu a quantidade de taxas e taxinhas, licenças e autorizações ia desistindo. O problema foi quando soube que o alambique teria que ser selado quando não estava a ser utilizado e só podia ser retirado o selo na presença de um técnico da direcção geral, mas tinha que solicitar a presença do técnico com antecedência e o técnico é que marcava o dia em que ia ao local. Foi o fim do negocio.              manuel soares  > MartinsJoão Carlos: História edificante. Nem o medronho escapa...              Joaquim Almeida > João Carlos: Que história é essa de lhe selarem  o alambique ?  Está legalmente impedido. de destilar para consumo próprio ou doméstico ? Não pode ser.                 Vitor Batista > Joaquim Almeida: Pode pode, não é permitido.                 Joaquim Almeida > Vitor Batista: Sabe, por acaso, dizer-me qual é a    lei ? Acho isso uma inadmissível  intromissão autoritária na vida privada de um cidadão.           Simplesmente Maria: É extraordinário o seu artigo Helena Matos e é extraordinário o que nos conta. Obrigada.          Carminda Damiao: Excelente artigo.          Maria Silva: Uma tragicomédia que revela o gravíssimo estado do país. É o que eu digo.... andam mesmo a gozar connosco. Adorei o excelente artigo, como sempre, e apesar da triste realidade que ele revela, obrigada pelas boas gargalhadas!    …………       Francisco Tavares de Almeida: As disrupções de fornecimentos de cereais e adubos devem presumivelmente levar a um aumento do consumo de ovos e aumento do seu preço criando assim lucros aos produtores. Por isso aguardo o despacho preventivo  a nomear o par do Galamba no ministério da Agricultura para verificar as facturas de ovos a creches, hospitais, cantinas, lares etc.. antes do pagamento.. João Floriano > Francisco Tavares de Almeida: Uma possível explicação. No entanto os possíveis lucros serão reduzidos pelo preço das rações, produtos veterinários, energia e outros gastos. Não me parece que os produtores venham a enriquecer com os ovos.           Carlos Almeida: O mata borrão está-se a esquecer de taxar também as abelhas que fabricam o mel, sobretudo as abastadas abelhas mestras...            Myname: Cada galinha poedeira é uma unidade de produção, por conseguinte, e como diria o Coronel Mendes Dias (comentador militar da CNN Portugal com um linguajar especial), "rácio regis", o industrial de galináceos poedeiros terá, automaticamente, que declarar ao Estado a sua capacidade de produção oveira, expressa em número de unidades de produção (nrº de poedeiras) que integram a sua "fábrica de ovos", para que possa ser taxado em conformidade com a sua (salvo seja) capacidade poedeira disponível. No limite, e de acordo com este conceito, um industrial que fosse detentor de uma super poedeira, ou seja um poedeira que fosse capaz de pôr tantos ou mais ovos que 350 poedeiras, digamos assim, o dito industrial teria, "rácio regis", que declarar e registar a dita super poedeira dada a mesma, "de per se", perfazer uma quota produtiva que ultrapassa o limiar das 350 poedeiras exigível para que o registo de poedeiras seja obrigatória. "Estamos entendidos" ou terei de agendar uma nova aula sobre a matéria para dúvidas e revisão da matéria dada?                   José Paulo C Castro > myname: E porque não registar apenas os ovos vendidos e facturados (já o são, suponho) e fazer um índice estimativo a partir daí ? É "rácio regis", não ? Os dados para construir a estimativa podiam ser recolhidos e ajustados de tempo a tempo por uma equipa estatística que faz essa análise em duas dúzias de unidades produtoras representativas sorteadas aleatoriamente. Como na inflação e outras estatísticas.           myname  > José Paulo C Castro: Ah ah ah, vejo que não se apercebeu que o meu comentário era/é todo ele a gozar com a exigência do registo, que não faço a mínima ideia para que serve, aproveitando para também brincar com o linguajar meio esdrúxulo e confuso do dito coronel, embora uma coisa não tenha nada ver com a outra...

Deixe-me adivinhar....tribalizou o comentário e não topou o lado divertido, mas se calhar a falha foi minha...tentativa fracassada de humor... PS: o homem está sempre a dizer "por conseguinte", "por assim dizer" e de vez em  quanto mete um "rácio regis" para dar um ar mais intelectual à conversa...           José Paulo C Castro > myname: Desculpe mas, ultimamente, quando a conversa envolve argumentos usados por militares, eu não consigo distinguir os que estão a falar sério dos que estão a gozar à russa. Na dúvida, tento contrariar o disparate. E, sim, se vem de cima é "ratio regis". Seja com ovos ou com penas.           Sérgio: Excelente.          Liberales Semper Erexitque: Lá dizia o Capitão, "... e há o Estado a que isto chegou!"            …..          Nuno Filipe: É totalmente verdade que estamos no país das raça e taxinhas mas também é verdade que estamos no país onde no tempo de um ex PR que tambem foi PM se pagou aos “agricultores” para comprarem casas no Algarve e jipes Range Rover. Convém não esquecer que tanto os da rosa como os das setinhas a apontar para cima são igualmente culpados do estado em que a agricultura portuguesa se encontra. Com a crise dos cereais que existe em resultado da guerra. O governo de um país decente já tinha constituído um verdadeiro grupo de trabalho (não daqueles cuja constituição vem publicada no DR é que só serve para chupar mais uns cobres) para ver a viabilidade de plantas cereais nos terrenos portugueses (que não estejam estéreis). É só uma ideia vale o que vale. Já agora os agricultores que reclamam do estado registam na sua contabilidade os seus “autoconsumos”? É que alguns de nós que não tem rendimentos prediais, nem industriais, nem agrícolas nem de distribuição de lucros nem rendimentos de profissões liberais, alguns de nós que só temos rendimentos de trabalho dependente, TEMOS DE PAGAR TUDO, NÃO RECEBEMOS POR FORA. nem fazemos biscates.            Maria Silva > Nuno Filipe: Concordo, tem toda a razão no que diz sobretudo no que concerne a culpa de todos os governos: são todos culpados, após o 25 abril, e após as regras impostas pela UE, a agricultura (e as Pescas tb) regrediram. Nós tínhamos uma agricultura e pescas florescentes, exportávamos. Depois disso passámos a importar, o que não faz sentido nenhum. Pelo menos para mim não faz sentido comer fruta de Espanha ou de França quando Portugal tinha fruta muito melhor. A ideia de se plantarem cereais, é boa, mas não sei que idade tem, eu sou do tempo de ver searas e searas lindas ondulantes ao vento... agora, o que se vê? monoculturas intensivas (péssimo para a agricultura e ecologia) e oliveiras "bonsai" pelo Alentejo... :(  quando há 2 anos passei por aquela zona e vi aquele horror de "abortos" de oliveiras ia-me dando uma coisa muito má... a oliveira, uma árvore milenar e sagrada (como todas), se não tivesse visto nem tinha acreditado.  É criminoso o que estão a fazer a este país.               Alberico Lopes > Nuno Filipe: Não são críticas de esterco, não senhor! Mas como para justificar a "avença" foi chamar à liça o Cavaco Silva - em que realmente houve muitos abusos também - apesar de isto se ter passado há mais de 30 anos, lamento que o sr. Nuno Silva, na sua ânsia de justificar a avença do largo do rato, não se tenha também lembrado de escrever que este caso tão importante e transcendental para a nossa vida com as  galinhas e o seu registo obrigatório, em que só falta acrescentar o registo das c.agadelas que põem a todo o momento,  não seja culpa do Passos Coelho! Assim é que estava mesmo certo de que a avença continuaria a cair na sua conta mensalmente! É que esse Passos Coelho, esse verdadeiro verdugo dos pobres, "inventou" uns impostos e umas taxas de tal ordem exorbitantes, que este grande democrata e amigo de todos os que são amigos dele e dos seus familiares, que dá pelo nome de Costa o habilidoso e amigo pobres e ricos, sobretudo se forem familiares e amigos do peito ou de escritório, não só não os anulou como ainda por cima os aumentou! E esta, hein?              Nuno Filipe > Alberico Lopes: Eu não quero justificar a avença ao largo do rato nem pouco mais ou menos. A ver se eu me explico melhor: são todos culpados. Se fui mencionar "algo" com mais de 30 anos fi-lo porque a entrada na CEE (1986) deveria ter sido para melhorar a vida de todos os portugueses e aproximar-nos da qualidade de vida que os cidadãos dos outros estados membros têm. Hoje em dia continua a verificar-se que tal não acontece e muitas vezes quanto existe crescimento económico em Portugal e convergência com os outros paises UE/OCDE a maior parte das vezes tal se deve a "sorte" e a acontecimentos externos e não por politicas implementadas pelos sucessivos governos de Portugal. Os nossos políticos são poucochinhos (excepto) no defender os bolos deles e dos amigos que possam garantir lugares em conselhos de administração. Culpados: - Cavaco Silva - António Guterres - José Socrates - António Costa - Aproximadamente 2.300.000 eleitores que votaram PS (coniventes ou cumplices ou recebedores de aluga contrapartida monetária e com medo de a perder se outro partido ganha-se as legislativas) - Aproximadamente 5.200.000 eleitores que se abstiveram de ir votar. - Eu - Voce Sr. Alberico Lopes - todos somos culpados se não exigirmos mudanças e não exercermos a nossa cidadania, deixarmos de olhar para o nosso umbigo, deixarmos de acusar os outros quando também temos culpa. Termino "atirando" (não literalmente) gasolina para a fogueira: - um PR já falecido por menos porcaria que um ex- PM fez demitiu o governo - o atual PR por todas as porcarias que este governo e o anterior fizeram nada faz exceto dizer que temos que aguentar. Sugiro uma alternativa: Num país da UE onde não existiu acordo de governo durante largos meses (penso que durou mais do que um ano) existiu verdadeiro crescimento económico porque o país foi governado a "duodécimos". Se calhar em Portugal estávamos melhor assim.. Cumprimentos e espero que exerca o seu dever de voto e que exiga responsabilidades aos políticos na medida apropriada. Ao contrario do que eles tentam fazer passar para a opinião pública eles não sao ininputáveis e devem ser penalizados. Para que tal aconteça o mínimo que se exige aos portugueses é que vão colocar a cruz no boletim de voto (se não se identificar com nenhum dos partidos existentes crie um e divulgue a sua mensagem).           …….  Bernardo Vaz Pinto: Excelente retrato do governo : desenvolver o monstro da burocracia…           ……             João A: Foi um prazer ler a crónica.. As taxas que são criadas por tudo e por nada, nunca irão diminuir. Portugal está-se a transformar num país irrespirável. Salve aos socialistas.             Fernando CE: Adoro as suas crónicas que, para mim, são de leitura obrigatória. Mas esta das galinhas poedeiras, está simplesmente deliciosa. Parabéns.……………Alberico Lopes: Ó Helena  Matos: só este seu artigo me podia fazer rir neste Portugal dos Pequeninos em que este desgoverno transformou um País tão cheio de história e de heróis! E não só o desgoverno do sr. Costa, mas também dos sr. Marcelo das selfies, que, de parceria animada com o discípulo e ex-aluno, nos faz caminhar para um abismo de que dificilmente sairemos, a menos que apareça por aí algum D. Sebastião ou alguém com o bom senso de nos fazer ver que isto chegou mesmo ao limite! Esta história das galinhas poedeiras, fez me lembrar aquela medida extraordinária assumida no governo do agora muito endeusado António Guterres, quando, com pompa e circunstância, foi anunciado que se iria acabar com as colheres de pau na culinária, porque não asseguravam a higiene necessária no fabrico de enchidos! Pobre Portugal!               …………..         Carlos Costa. Incrível! Até onde poderá ir a imaginação deste governo para sacar mais dinheiro aos contribuintes? Fico mesmo pateta com tanta imaginação. Falavam do Passos, mas o único erro que cometeu, e foi o que lhe fez sangrar, foi tirar dinheiro dos ordenados das pessoas, mas a nível de impostos, taxas, taxinhas, entre outras roubadelas, este governo ultrapassa tudo o que imaginamos, e,  já conto com 61 anos. Incrível! Bom, mas a culpa irá para o covid e para a guerra.               Censurado sem razão > Carlos CostaQuem fez isso foi o Sócrates . Os dez % foi o Sócrates e foi isso que ficou inscrito do memorando de entendimento assinado pelo Sócrates. O passos coelho se não seguisse o memorando não tinha 78 000 milhões para pagar os ordenados da função pública. O que passos coelho teve foi uns tubarões descomunais para fazer cumprir o memorando é ser insultado por todos enquanto elogiavam o filho da dita do Sócrates. Haja decoro. Se fosse ao passos coelho mandava está gentalha toda tomar onde o sol não brilha. Estamos melhor com o chamuça, queres ver.             ……………                 Mario Figueiredo: Todos aqueles que com razão se revoltam com o modelo socialista de governação, com a sua regulação férrea da economia, a obsessão incessante pela burocracia, o desejo permanente pelo aumento da receita fiscal e o consequente asfixiamento da iniciativa e investimento privado, não se esqueçam que o PSD (Partido Socialista Dois) é grande amigo deste tipo de medidas enquanto as condena na oposição.              Carlos Vito: Não vejo razão para criticar ou ironizar esta tão nobre quanto indispensável tarefa. Diria mesmo mais. O governo tinha a obrigação de ir mais longe nesta matéria. Não é apenas do número de galinhas que se trata, mas sim dos ovos propriamente ditos, o "objeCto" da sua proficiência. Como todos sabemos, o facto de se ser galinha poedeira, ou melhor, de existir num galináceo essa potencialidade, nada indica que esta seja mesmo capaz de dar à luz o ovo. O ovo sim, é que devia se contabilizado. Acho bem, por isso, saber o número de poedeiras desde que sejam também indicados os números de ovos efectivamente depostos. Temos o direito de saber o rácio de cada galinha poedeira, o valor mediano de cada postura. Mas não é tudo. Ovos há muitos, é necessário averiguar as dimensões, é verdade que a classificação já existe, mas é imprescindível saber quais são os criadores destas (super)aves que produzem ovos de duas gemas. Esses deviam ser taxados a dobrar. Bem sabemos que a gema é mais valiosa do que a clara. Esta só serve para castelos (que pouco duram) e até a função de servirem para goma no tempo dos ferros a carvão já está também ultrapassada. Que se dê pois o exemplo, começando pelas poedeiras, mas aplicando depois a muitas outras atividades produtivas que escapam no meio da malha grossa do nosso querido ministério medina. ……………….          Pedro de Noronha Pissarra: Uma sociedade dependente do estado… a verdadeira Animal Farm de George           Pedro de Noronha Pissarra > Pedro de Noronha Pissarra: Deviam preocupar-se com a produtividade e não com a burocracia. O resultado de politicas socialistas retrogradas, de mentalidades e expectativas dependentes e “pendentes” do Estado é este. Desde o ano 2000, a média da taxa de crescimento real do PIB português foi de 0,3 % quando comparado com os 3,72% entre 1976-2000. Desde a excessiva carga fiscal para alimentar um Estado ineficiente que não para de crescer e esmaga a economia, à baixa produtividade das empresas portuguesas, a baixa qualificação da mão-de-obra, a falta de competitividade internacional, a pesada dívida pública que condiciona os investimentos, a necessidade de disciplina orçamental, só para citar alguns exemplos.... Quando é que os Portugueses aprendem? Estão mais pobres, mais precários e mais dependentes de um Estado semi-falido, sem soberania e dependente de terceiros....Pode ser que o "consultor" de Fernando Medina, consiga resolver o problema... (Not)             Liberales Semper ErexitquePedro de Noronha Pissarra:  Acho que nunca! Depois de uma bancarrota e de tudo o que se seguiu durante três anos, voltaram a "empoleirar" exactamente a mesma política que nos fez passar pelo vexame de 2011, o "guterrismo", mas desta terceira vez apoiada por comunistas ortodoxos e heterodoxos. Não aprendem!               Joaquim Almeida: Excelente peça de humor, pronta para ir ao palco. Isto é socialismo :  atrapalhar a vida de quem trabalha e produz.     ……… Hipo Tanso: HM, que delícia de artigo!            ………………….  Alfaiate Tuga: O actual governo é genericamente constituído por um bando de oportunistas incompetentes, mas neste caso parece que o decreto que obriga ao registo das galinhas poedeiras é de 2006, governo  Socrático portanto e da responsabilidade da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária., não sou jurista mas parece-me transcrição de uma directiva europeia. Agora a substância, se amanhã houver um problema de saúde pública com as galinhas ou os ovos e ninguém souber onde estão as explorações e quantos animais tem como é? Pois…Se for preciso abater animais como sabemos onde estão e quantos são? Penso que esta lei vai no sentido de proteger a saúde pública e não de aumentar a carga fiscal. Como digo no início, o actual governo pode ser atacado por muitíssimos motivos, mas manter o registo obrigatório de explorações com mais de 350 galinhas não me parece ser um deles .             João Floriano > Alfaiate Tuga: Bom dia Alfaiate. Está a falar da Directiva 1999/74/CE. e também do Decreto Lei nº 72-F/2003 de 14abril.  Como pode ver e consultar online já têm uns anos valentes em cima e só agora se lembraram da aplicação de taxas. Restringe-se ao bem-estar das galinhas poedeiras e especificamente das reprodutoras. Assim sendo deixa de fora todos os milhões de galináceos que são criados intensivamente para irem parar à grelha. Podemos sempre argumentar com o interesse da saúde pública, mas não me parece que seja aqui o ponto essencial.             Maria Silva > João Floriano: Exactamente! ficam de fora os milhões que diariamente vão directamente do aviário para a grelha, sem nunca terem visto a luz do Sol, alimentados a farinha e a própria caca, e que deixam muito a desejar no que concerne o bem da saúde.. parece que o tempo desde o ovo até à grelha são cerca de 3 semanas... :            Paulo Cardoso Perfeito, como sempre, mas com um pequeno grande erro: “…um presidente da República em implosão de credibilidade…”. Mas, qual credibilidade? Como se pode implodir, o que não existe?              Fernando Cascais: Taxas e tachinhas, um país alimentado por elas. Na Câmara Municipal de Cascais, quando submetemos um processo online pelo site da câmara no urbanismo, finalizado o processo, é gerada habitualmente uma taxa para pagar a fim de formalizar a entrada do processo. Um processo no urbanismo tem quase sempre uma panóplia de documentos imensa. Até aqui tudo bem. Por vezes há um documento que escapa ou não estava pronto a tempo na altura de submeter o processo. Havia e há solução. Chama-se junção voluntária de elementos (via online pelo portal da CMC) e tinha uma taxa associada de 20 euros. Tinha, porque, de um dia para o outro a taxa subiu para 69,10 euros. Como foi calculada esta taxa e o porquê do aumento não faço a mínima ideia, mas sei que é um ataque cerrado de quem tem a faca e o queijo na mão. Nem Putin foi tão longe com o gás russo. Obviamente, que depois do processo dar entrada e após análise dos documentos, a câmara emite um ofício a solicitar os documentos em falta, e respondendo ao ofício pode-se juntar os documentos em falta sem custos... por enquanto. O que vai acontecer: quem tem dinheiro paga os 69,10 euros pelo esquecimento e o processo não perde etapas pelo caminho, quem não tem espera pelo ofício e perde uma imensidão de tempo entre receber ofícios e responder. Uma tristeza na minha opinião esta operação especial que o Estado Português e Câmaras Municipais, como é o caso da de Cascais, faz ao dinheiro dos contribuintes e utentes em geral. Hoje contamos com uma taxa X e amanhã a taxa passa a ser de X+Y, unicamente com o intuito de sacar dinheiro deixando o objectivo de serviço público para as calandras.           ………………..             Maria Tubucci: Ena, Ena, o Costa começou a governar, finalmente uma reforma estrutural, o registo das galinhas poedeiras obrigatório em setembro, podia ter ido mais longe, e que tal o registo obrigatório das abelhas de uma colmeia? Vocês não se riam, são os burocratas que temos, sendo a prova provada que o ar condicionado faz mirrar o cérebro! O estado socialista torra milhares de milhões, sabe-se lá onde, mas o grande problema é que as pessoas podem enriquecer tendo galinhas poedeiras. O que eles não dizem é que os portugueses são a galinha dos ovos de oiro do estado socialista, reparem, estão a ter lucros extraordinários com a inflação, mas estão calados que nem ratos, a ver se passam por entre os pingos da chuva, desviando as atenções para ver se ninguém vê nada.               Pedro Sena EstevesMaria Tubucci: Boa resposta, Maria, tal como as outras que já deu! Quando é que passamos à acção, mais a Helena Matos e pomos estes socialistas de vez no desemprego??         Maria Tubucci > Pedro Sena Esteves: Já estamos na reacção! Quantas mais pessoas abrirem os olhos, ou tirarem as palas, ou quiçá deixarem de ser cegas, mais o estado socialista irá regredir. Acho eu!              Alberico Lopes > Maria Tubucci: O artigo da Helena Matos é extraordinário! Mas, Maria, perdoe-me pelo que vou dizer: O seu comentário ainda é mais extraordinário! ……………………             S Belo > Pedro Sena Esteves: Muitas ilusões do 25/4 (.1) se perderam a 01/05 do mesmíssimo ano. Apatia e conformismo são  a nota dominante no panorama social de hoje.                Joaquim Almeida > Maria Tubucci: No Brasil, o conservador Bolsonaro suspendeu o imposto federal sobre os combustíveis, forçou os governadores estaduais a reduzi-lo e fez pressão sobre  a gorda, autónoma e quase-monopolista Petrobrás reduzisse o preço na refinaria. Resultado : uma imediata e quase geral  queda dos preços (com deflação decerca de 0,5%)  e a esquerda lá do sítio  a gritar que era uma benesse, uma perigosa benesse aos ricos...             João Floriano: Há dois dias, no incêndio em Ourém, morreram um milhão de aves, deduzo que fossem galináceos. Vai ser preciso emitir certidões de óbito? Esta decisão governamental à altura das melhores decisões alguma vez tomadas, vai ter um profundo impacto no funcionalismo público: vamos passar a ter inspectores de conta galinhas. A figura tradicional do pilha galinhas ou ainda da raposa a espalhar o terror nos galinheiros  foi substituída pelo moderno cobrador de taxas.              Alexandre Barreira > João Floriano: Sim. E Habilitação de Herdeiros !             Alberico Lopes > João Floriano: Impecável!               João Floriano > João Floriano: O meu comentário contem um erro grave de informação que me passou despercebido. Perderam-se 200.000 mil galinhas poedeiras e não 1 milhão. Um milhão de euros é o prejuízo. João Floriano > Alberico Lopes: Bom dia Alberico Peço desculpa de não concordar consigo, mas o meu comentário está incorrecto. Perderam-se 200.000 poedeiras no valor de 1 milhão de euros. São muitos ovos perdidos. Muitos galos viúvos. Espero que até final do seu mandato, já tenha havido recuperação das poedeiras e Marcelo possa gozar o seu merecido (????) bife com o ovo a cavalo.            Maria SilvaJoão Floriano: desculpe mas fartei-me de rir, apesar de tudo isto ser trágico, o seu comentário é delicioso :)            S Belo > João Floriano: Olá João Floriano. Não  mencionou a figura tradicional dos " ovinhos caseiros" que se compram com prazer e se vendem, como livros proibidos, um pouco por todo o lado.            João Floriano > Maria Silva: Boa tarde gentil  Maria Silva. Só posso ficar feliz por a ter feito rir. E tem toda a razão, isto é uma tragédia que parece sem fim à vista. Estamos  arder de norte a sul e nem sei como as pessoas ainda têm forças para defender as suas casas. Entretanto o  nosso Chefe de Estado tem conversas ligeiras sobre ovos a cavalo. É o que temos!         ……………………              Américo Silva: Uma crónica excelente. Mas não pensem que só acontece em Portugal, se te secar uma árvore no jardim em certos países europeus ditos avançados, para a remover são necesários tantos pareceres, inspecções, autorizações, certificações, responsabilizações, com tanta despesa, que um casal meu conhecido por causa disso vendeu a casa, e comprou um apartamento.         ………………..               Andrade QB; A regulamentação é um modo de vida em que Portugal é o melhor aluno do mundo, mas que não deixa de estar a ser ensinado por outros. Cada vez há mais pessoas a viver da regulamentação e cada vez mais o Estado e seus apêndices exploram a actividade produtiva e os consumidores sugando-lhe dinheiro obrigando-os em troca a horas de trabalho  adicionais infindáveis.  Esta casta de reguladores cresceu tanto que até consegue abafar que a revolta contra o excesso de regulamentação é uma das realidades aproveitadas pelos populistas de que não se gosta. Os populistas de que se gosta aproveitam realidades mais prazerosas.           klaus muller: lolololol, este texto foi dos melhores de HM. Ainda estou a rir, apesar do artigo mostrar a tristeza de país em que o PS nos está a transformar.        Idalina Moutinho: Coisinhas tão simples que podiam ser alteradas      ………………          Lily Lx: Que gozo… este governo é ridículo.           Carlos Rosario: E no registo vou ter que dar nome a cada uma das galinhas ?              Vitor Batista > Carlos Rosario: De preferência a data de Nascimento também, e deixar bem expresso no formulário quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha.  António Lamas: Excelente MHM. A burocracia tuga é uma espécie de Marcelo que anseia tirar uma selfie com todos os cidadãos, só que estes são obrigados a fazê-la (qualquer dia com o Marcelo também)  Quando por Decreto-lei, Portugal ficou rico - a entrada na CEE - os senhores das alfândegas perderam um poder imenso no controlo de mercadorias. Inventaram então um documento extraordinário para as exportações para UE, chamava-se: DECLARAÇÃO VERBAL DE EXPORTAÇÃO    Maria Silva > António Lamas: verbal?            António Lamas > Maria Silva: Exactamente. Veja bem a idiotice  Ainda tenho na minha posse um exemplar desses.             Maria Silva > António Lamas: há coisas extraordinárias.....               maria bacelar: Andamos todos tão tristinhos que esta lei serve para nos fazer rir !!!!           Xico Nhoca: Resta-nos de facto rir de um país que é uma palhaçada, onde tudo o que é sério é tratado com se fosse uma brincadeira  ……………………..

Mário Rodrigues: No fundo o Estado e boa parte de nós individualmente sabe que o privado tem melhor poder de organização que o público. O ridículo é que decidimos colectivamente que a parte mais mal organizada é aquela que deve crescer…………………….

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