Lúdicos isso sim, luditas penso que não. Eles
não se queixam das máquinas destruidoras do trabalho manual dos operários, como
aconteceu na Inglaterra quando as máquinas vieram. Eles nem são operários, embora
obreiros, isso sim, - de máquinas corporais exigentes, e bastante bem
protegidas pelas massas da produção exterior (ao país) eles e os seus
compinchas, como bem descreve Paulo
Tunhas, não precisam de se preocupar senão com o seu ludismo e o seu chupismo de
bons obreiros no chupar, para eles e os seus e para nós também, que também recebemos
chupas, para andarmos contentes, como eles, repousando, rindo ou gemendo,
conforme o jeito. Eu diria antes, como expressão vistosa de trocadilho, lúdicos lídimos ou vice-versa, mas, por
via das dúvidas, até poderia ir aos lúdicos
lúbricos, e, vá lá, aceitaria mesmo, maternalmente, os lúdicos lúcidos. Sempre com vice-versa. De Olhão é que eles, sim, são, e
nunca em vão.
Marcelo e Costa, dois lúdicos luditas
A agência de
empregos do PS e a incompetência governamental florescem graças à cumplicidade,
fundada numa comum incapacidade de conceber um projecto para o país, que liga
Marcelo e Costa.
PAULO TUNHAS
OBSERVADOR, 25 ago 2022, 00:1938
Durante muito
tempo, tive pena dos políticos. Uma pena genuína e abrangente, da qual excluía,
naturalmente, os fanáticos. Não por lhes imaginar vertiginosos sacrifícios pessoais feitos com o
olhar exclusivo para o bem público. Eu sabia que muitos andavam naquilo para
tratar da vida e pouco mais do que isso, mas mesmo assim… Aguentar um
número sem conta de reuniões intermináveis uns com os outros, isto é, com
muitas chatíssimas cabeças incapazes de uma só ideia interessante, um sem fim
de rasteiras, traições e mentiras, o trabalho de andar de um lado para outro do
país, discursando inanidades agramaticais, e, pior, destituídas de qualquer
vestígio de pensamento – tudo isso provocava em mim uma comoção piedosa,
acompanhada do profundo e egoísta alívio de não ser um deles.
Isso foi antes de – também há muito tempo, devo
confessar: estou velho – ter percebido uma verdade básica da qual não me havia,
por pura estupidez, dado conta antes: eles gostam daquilo. Gostam
mesmo: das reuniões intermináveis, das rasteiras, das traições, das mentiras,
dos discursos inanes. Bom, são sem dúvida prazeres como quaisquer outros,
em relação aos quais não se podem levantar questões de legitimidade. Por princípio,
os prazeres são pessoais e, a não ser que envolvam algum crime, devem ser
aceites pela comunidade como perfeitamente permissíveis.
Seja como for, a pena tende a desaparecer num oceano
de indiferença – o que é, de resto, a única boa regra a seguir no que respeita
aos prazeres alheios que não nos dizem directamente respeito. Há casos, no entanto, em que
a reacção pode não se ficar pela útil indiferença que nos protege de gostos
distintos dos nossos. São aqueles em que o entendimento lúdico da política é
celebrado como uma virtude maior que provaria a superioridade dos que o
partilham sobre o comum das gentes. Tenho notado em jornais e televisões um
cada vez maior desvelo para com esse tal entendimento lúdico (a palavra, de
resto, tornou-se frequente quando se fala disso) da actividade política.
Anda-se perto da fascinação e do embevecimento.
Ora, é claro que não há mal nenhum em se gostar do que
se faz. Muito pelo contrário. Quem gosta daquilo que faz, tende, regra geral, a
fazê-lo melhor do que quem não gosta, como é óbvio. O problema aparece quando esse gosto não é acompanhado por certas
qualidades necessárias ao exercício da função. Sá Carneiro, Soares e até, à sua maneira, Cavaco Silva
tinham certamente prazer naquilo que faziam. Mas nos três casos esse aspecto
lúdico era acompanhado por aquilo que, à falta de melhor, se pode chamar uma
visão para o país. Quer dizer: um projecto para
Portugal que guiava as suas acções. E o prazer na sua actividade servia esse projecto. A
nossa tragédia hoje em dia é que, se olharmos à nossa volta, dificilmente
encontramos alguém que possua um tal projecto e encontramos muito facilmente
quem muito goste de mostrar que possui um supremo gozo em fazer o que faz.
Marcelo Rebelo de Sousa vem imediatamente à cabeça. Nem é preciso elencar
todos os episódios que provam ao mais desprevenido olhar essa sua
característica. Basta ficarmo-nos pela entrevista ao volante que deu, na CNN, a
Anabela Neves (não por acaso, alguém que é, do ponto de vista do jornalismo, um
bom exemplo desse mesmo estilo). Vi a entrevista em diferido e, mesmo assim, às
pinguinhas, porque rapidamente me fartava e precisava de mudar para outra
coisa. Tudo nela, a começar pelo formato adoptado da viagem de carro, era pura
exibição destinada a mostrar até que ponto Marcelo se diverte com o que faz.
Nenhuma substância para lá dessa havia. O único
Portugal que existia era o Portugal composto de portugueses que o amavam e que
lhe confessavam o amor em privado, por vezes sob a forma pudica de conversas
sobre futebol. Era ele, ele, ele. Há muito tempo alguém dizia, com sincera admiração, que
Marcelo era tão inteligente que conseguia ditar dois artigos diferentes
simultaneamente. Não sei se tal feito que eleva
o engenho humano a dimensões quase divinas é verdadeiro, mas certamente que é
capaz de guiar um carro e falar de si para uma jornalista (babada) ao mesmo
tempo.
Outro grande
lúdico sem projecto para Portugal – a conquista e a manutenção do poder pessoal
e do PS não encaixam no conceito – é António Costa. A sua tão celebrada
“habilidade” é também ela o fruto de uma concepção exclusivamente lúdica da
política, sem acompanhamento de quaisquer ideias que não sejam
aquelas que o ar do tempo e a linguagem que o acompanha superficialmente
imprimiram na sua cabeça. É, de resto, o segredo do seu
sucesso: mostrar que a ligeireza é sustentável e garante a sobrevivência. O “político mais talentoso da sua
geração” delicia-se com inesperados golpes (como aquele que o levou ao poder),
rasteiras (como aquela que pregou a António José Seguro) e discursos vazios
(praticamente todos). É essa a substância da sua
acção política. Também ele se diverte com isso e (embora não tão ofuscantemente
como Marcelo) aprecia que o saibam. “Habilidoso” não é um adjectivo que lhe
desagrade, imagino. Finório na destreza e destro na esperteza – cai-lhe bem.
À sombra da
vacuidade cuidadosamente encenada destas duas figuras e de algumas personagens
menores ergue-se um pequeno mundo de interesses que buscam a sua satisfação. Um mundo que, é claro, sempre
existiu, mas que parece agora particularmente efervescente. Temos dele notícia diariamente, sob a forma, por exemplo, das actividades
dessa extraordinária agência de emprego que é o PS. Não há, aparentemente, limites no que se pode fazer
para dar uma ajudinha aos camaradas, por mais absurdas e ridículas que sejam as
justificações – quando se acha necessário justificar o que quer que seja. E, à
superfície, um governo de incompetentes cujos efeitos na vida pública são
geralmente desastrosos. Não é preciso dar exemplos. Em contrapartida, é
necessário sublinhar que toda esta fauna prolifera sob a capa protectora da
vacuidade no que toca a projectos para o país de Marcelo e Costa. A agência de
empregos do PS e a incompetência governamental florescem graças à cumplicidade,
fundada numa comum incapacidade de conceber um projecto para o país, que liga
Marcelo e Costa.
Por tudo isto,
requer-se distância para com as personagens. Marcelo, na tal passeata de carro com Anabela
Neves, mostrou a sua surpresa por a oposição não se “colar” a ele, como Costa,
diz Marcelo, faz. Passo por cima do extraordinário verbo que usou, que, só por
si, justificaria uma psicanálise de vários anos: ele precisa desesperadamente
que as pessoas se colem a ele (aquela mania das selfies é, de resto, a busca de
uma colagem simbólica). Mas uma coisa é certa: a oposição pode fazer tudo menos
“colar-se” a Marcelo. Seria a mesma coisa que um salmão saltar para a boca de
um urso à espera de uma boleia para o lugar da desova.
Estes nossos
dois queridos lúdicos são, simultaneamente, dois luditas de um novo tipo. Ao
contrário dos originais, os operários que, em protesto contra a
industrialização, destruíam, na Inglaterra do século XIX, as máquinas das
fábricas, os nossos luditas dedicam-se a um exercício na aparência menos
violento: a destruição da ideia de que a política não dispensa projectos que
vão para lá do dia de hoje e que vivam de alguma substância real. Dito de outra
maneira: os nossos lúdicos luditas destroem as razões que ainda temos para ter
alguma confiança na fábrica da sociedade, na nossa existência como comunidade
política viável. É o resultado inevitável da cultura da ligeireza.
PS1. Fico espantado como o jornalismo continua a referir-se a Alexandre
Dugin como “o filósofo Alexandre Dugin”. Ninguém se refere, que eu saiba, a
Alfred Rosenberg como “o filósofo Alfred Rosenberg”. Nos dois casos, trata-se
de puros ideólogos, caracteristicamente delirantes, por vocação ou oportunismo,
de regimes criminosos. É verdade que a falta, ao longo dos séculos, de qualquer
tradição filosófica digna desse nome na Rússia facilita a confusão (tudo o que
vem à rede é peixe). Mas não a justifica.
PS2. Terei sido eu o único a ficar surpreendido com a cobertura extensa e
detalhada que as televisões fizeram da transladação do corpo de José Eduardo
dos Santos para Angola? Aquilo excedia, de longe, a natural notícia. Será que
os portugueses se interessam tão desmesuradamente pela coisa? Duvido imenso. Em
contrapartida, percebe-se que a dinâmica Tchizé inspire curiosidade. Quem não
aprecia o argumento de que o pai não era um ditador, apenas um ditador
reformado?
MARCELO REBELO DE SOUSA PRESIDENTE DA REPÚBLICA POLÍTICA ANTÓNIO COSTA
COMENTÁRIOS:
Censurado sem razão: As televisões usam tudo o que possibilite não ter que divulgar até à
exaustão que uma grávida teve que ir do Seixal até Caldas da Rainha, passando
por dois hospitais centrais para poder ter o seu filho. Ou que a Serra da
Estrela teve que arder para poder ficar melhor, ou que o governo é tão
competente que conseguiu que não se cumprisse a previsão do algoritmo evitando
que ardesse mais trinta por cento de floresta. Para evitar isto transmitem-se
as maiores insanidades. O povo anda distraído julgando viver no melhor país do
mundo. O único onde o socialismo funciona. Anónimo de Anónimo: Muito obrigado por este artigo
excelente. Paulo
C.: Eu tenho pena dos
políticos que abdicam do seu tempo com a sua família e amigos para servirem o
seu país. De abdicarem de ver os filhos crescerem, de brincarem com eles só
porque estão ao serviço do seu país. Mas esse tipo de político não existe em
Portugal, não é endémico de cá para os vermos temos de ir aos países do norte
da Europa ou em último caso vê-los na televisão. Luis Figueiredo: Marcelo tem um só projecto, que
é de manutenção do seu lugar, pelo que tudo fez para conseguir a reeleição,
incluindo andar com o Dr. Costa e o bando de incompetentes que é o Governo, ao
colo todo este tempo. Nem sequer percebendo que se tornou refém dele, e que
depois de ter maioria, o Dr. Costa o desconsidera e afronta todos os dias. O
Dr. Marcelo é o Presidente dos afectos, mas dos afectos dele, pois quem parece
precisar de afectos é ele, não o povo. Tirar selfies e dar beijinhos a velhas é
muito pouco para um Presidente, para mais que se alheia de todos os problemas
da governação, de todas as incompetências governativas (o caso da Ministra da
Saúde é de bradar) e de todos os tristes episódios que violam a ética
republicana, como os sucessivos casos do inenarrável Medina. Chamem o
Gen. Eanes. João
Alves > Luis Figueiredo: O Sousa de Belém e o Costa de
S. Bento são dois paradigmas da banalidade: o Sousa é a banalidade da vaidade,
o Costa a banalidade da ambição. Alberico Lopes: Só para ter o prazer de ler os
artigos deste Senhor, já vale a pena ser subscritor do Observador! É sempre bom
ler os artigos do Paulo Tunhas!
Pedro Ferreira: Artigo delicioso, a inveja (salutar) que eu tenho de
não conseguir exprimir-me assim.
Rui Teixeira: Até quando teremos de aturar estes dois sorridentes
anti-patriotas?! Tone
da Eira: Muito bom. Mas
sobre este ponto: "vacuidade
cuidadosamente encenada destas duas figuras" - será que a
vacuidade é encenada ou é da natureza dos PR e PM? Mesmo sobre o PR, alguém lhe
mediu verdadeiramente a inteligência em todas as suas componentes, por exemplo
matemática e resolução de problemas? Quanto à frase "os
nossos luditas dedicam-se à destruição (1) da ideia de que a política
não (2) dispensa projectos que vão para lá do dia de hoje e que vivam
de alguma substância real" pareceu-me muito complicada. No
entanto tirando-lhe as primeiras negações fica "os
nossos luditas dedicam-se .. à afirmação (1) da ideia de que a política (2)
dispensa projectos que vão para lá do dia de hoje e que vivam de alguma
substância real". Por isso a frase está de acordo com o resto
da mensagem de Tunhas de que os PR e PM querem que a política portuguesa seja
superficial. João
Ramos: Muito bom artigo, pena é que haja tanta gente que não consiga perceber a
sua importância e realidade, nós temos as principais figuras do Estado piores e
irresponsáveis que alguma vez passaram por aqueles postos a partir do 25
de Novembro!!! João
Alves > João Ramos: Desculpe, mas a partir do 5 de
Outubro de 1910. Alex
Carnide: Óptimo e
cativante artigo. Os tipos seguem de sorriso permanente à medida que vão dando
cabo disto. Oxalá a abstenção acorde para a urgência de ir às urnas pôr
um basta neste circo Alexandre
Barreira > Alex Carnide: Duvido. A abstenção quer é
sopas e descanso !
Sérgio: Absolutamente delicioso! Que dizer deste sitio que
elege tamanhos "estadistas"?! Maria Soares: Muito bom ! António Lamas:
Brilhante. Obrigado
pela partilha. Como eu o compreendo. O "ludismo", não é só
na politica, é também nas organizações intimamente ligadas à política. Associações,
grupos de intervenção, e quejandos. pedro marques: Excelente (como quase todos os
outros) artigos. Obrigado pela leitura. Iur Sotam: Sempre acutilante, Paulo
tunhas, obrigado e cumprimentos.
Filipe F: Discordo. Apenas Costa tem uma perspectiva lúdica da política como jogo permanente
amoral e desligado da realidade. Acrescenta uma cultura rudimentar e uma manha
rústica que conduzem a um governante incompetente. Para ele a traição faz parte
do jogo. Por isso também não consegue que pessoas mais competentes o sigam.
Transmite ao país um exemplo de incompetência, irresponsabilidade, impunidade e
falta de ética que acaba por contagiar a sociedade inteira. Marcelo é
diferente. É o pequeno-burguês que gostava de ser aristocrata e procura
comportar-se como tal. Na visão lúdica da vida - e não só da política, no
esforço por estabelecer uma ligação directa ao povo, meramente artificial mas
vistosa, na infantilidade de quem ignora os problemas julgando-se acima deles. Entre
eles apenas partilham a incompetência para os cargos que ocupam. Manuel Cabral > Filipe F: E eu discordo de si por chamar
«pequeno burguês» ao actual PR a fim de o rebaixar. Esse tipo de insulto trai
aliás a estatuto social do «insultante». Quanto ao «insultado», cujos tiques e
defeitos todos conhecemos, é tudo menos um «pequeno burguês». Tratando-se de
uma questão de classe social que ninguém chamou à baila, então se Marcelo sofre
de alguma coisa, é do contrário. Basta saber que o pai dele, Baltasar de seu
nome, teria feito cem anos se ainda fosse vivo no ano passado, foi médico de
formação e desde o início simpatizante fervoroso da ditadura salazarista,
durante a qual desempenhou toda uma série de altas funções até à de ministro do
Ultramar (vulgo Colónias) até ao 24 de Abril! Quanto ao 1.º ministro, é uma
pessoa completamente diferente... João Eduardo Gata: Costa e Marcelo são dois
completos inúteis e parasitas, que só têm prejudicado Portugal. bento guerra: Com o dinheiro prometido por
Bruxelas, o aumento de receita fiscal nominal, pela inflação, mais as
cativações, que ninguém critica, o horizonte de 2025 está garantido e nessa
altura, Costa sucede a Marcelo. Incerteza, só na dimensão da crise, mas "o
povo é sereno" Pedro
Ferreira > bento guerra: Isso era se o dinheiro
prometido por Bruxelas não fosse todo torrado pelos xuxas muito antes de 2025, acho
que quando lá chegarmos já não vai haver um tusto. Mario Areias: Mais um artigo a acertar em
cheio no alvo.
Jose Augusto Mira Pires Borges: Tudo certíssimo. Infelizmente
para Portugal...
João Floriano; Seria a mesma coisa que um salmão saltar para a boca
de um urso à espera de uma boleia para o lugar da desova. Muita coisa já se
escreveu sobre a grande entrevista monólogo de Marcelo e Anabela. Destaco a
imagem acima que é simplesmente genial e cheia de simbolismo. Espero que o «salmão»
enfrente as perigosas correntes, rápidos, baixios, ursos, lobos , águias e
barragens que lhe vão aparecer no longo caminho de 4 anos até ao local onde se
espera que «desove» e inicie um novo ciclo. Uma palavra de apreço para Anabela
Neves, injustiçada sem razão. Muitas vezes criticamos o jornalista por não
deixar falar o entrevistado. Estivemos muito longe disso. Anabela deve ter
chegado ao destino com os maxilares presos por manter durante quatro
horas aquele esgar de sorriso: parecia o sorriso do joker do Jack Nicholson. E
é de louvar não ter adormecido no caminho. Eu ao fim de meia hora a ouvir
aquela torrente de autoelogios, já estaria a passar pelas brasas. E as
associações sucedem-se e eu lembro-me daquela entrevista fabulosa que
Welwitschea dos Santos deu à CNN. Ninguém merece um nome destes e ainda por
cima o nome de uma planta que parece alienígena. Daí ser perfeitamente
compreensível a ansiedade de Tchizé dos Santos que ainda hoje não percebe
porque a irmã se chama Isabel e ela Welwitschea. Ao contrário de Paulo Tunhas
compreendo perfeitamente o interesse da CS à volta deste assunto: dá uma
perfeita soap opera, melhor que o Dallas. O lúdico não parece ter fim à
vista. Fernando
Cascais > João Floriano: Bom comentário... como
sempre! João
Floriano > Fernando Cascais: Boa tarde caro Fernando Agradeço
a sua apreciação, mesmo reconhecendo que comparado consigo sou um mero
aprendiz. Deve ser dado metade do mérito, pelo menos, às personalidades
políticas que infelizmente preenchem os nossos dias. Há muito por onde pegar.
Veja só esta entrevista que já leva duas semanas e ainda continua a gerar
crónicas excepcionais como a que hoje escreveu o filósofo Tunhas.
Cumprimentos. Vitor
Batista: Uma das melhores
crónicas do Paulo Tunhas, e bastante contundente, deveria ser de leitura
obrigatória para marcelo e costa.
Carlos Quartel: Eles gostam disto e gostam de se ver ao espelho, para
o qual fazem poses e treinam discursos. Ideias, projectos, nada de nada. Um
excelente texto que caracteriza muito bem esta classe de inúteis que parasitam
a país, vivendo dos impostos, que distribuem a seu gosto, por familiares e
amigos, em empregos, bolsas e subsídios. Descobriram a fórmula da anestesia ideal
para manter o rebanho tranquilo: muito Benfica, algum Porto, fogos e bombeiros
quanto baste. Alguns crimes e facadas, como complemento. Com uma lupa de
boa qualidade e alguma vontade, podemos descobrir o destino idealizado para o
país : Um país de cozinheiros e empregados de bandeja, espinha dobrada e
sorriso pronto para o turista- basbaque. Um país de pelintras e de pedintes
..... Fernando
Cascais: As grandes
tarefas dos políticos portugueses pós 25 de Abril: 1. Sá Carneiro afirmou a
Social-Democracia em Portugal como alternativa política às esquerdas que
tomaram conta da revolução. 2. Soares impediu que o comunismo tomasse as rédeas
do poder e encaminhou o país para a CEE. 3. Cavaco liberalizou a economia das
garras do estadismo do 25 de Abril e iniciou as reformas no país já com o apoio
dos fundos da CEE 4. Sócrates continuou as reformas, mas não resistiu em tratar
simultaneamente da sua reforma e acabou coveiro e preso. 5. Passos tapou a
cova, sacudiu o moribundo Portugal e iniciou um novo caminho com sacrifícios e
mau discurso. 6. Costa I conseguiu derrotar Passos, trouxe o bom discurso
e substituiu a austeridade pelas cativações 7. Costa II está à toa e
desespera por Passos e por um cargo na UE para fugir ao pântano. Nota: Marcelo
sonha com a vitória de Portugal no próximo campeonato do mundo de futebol com
um hat-trick de Ronaldo na final. Laurentino Cerdeira
> Fernando Cascais: A nota final é, sem dúvida, um
magnífico remate! Alberico
Lopes > Fernando Cascais:
comentário
excelente!
Carlos Vito: A incompetência dos nossos políticos, com os dois
exemplos em causa à cabeça é na minha opinião real e maior do que outros
exemplos europeus. A prova está à vista em todas as situações em que é
necessário tomar medidas urgentes. Para não ir buscar outros casos mais
antigos, como o do aeroporto de Lisboa, que continua nas nuvens, veja-se como
ontem o governo "conseguiu" muito depois de outros países, sair com
umas medidas para combater a seca, mas que não passam de meras recomendações
sem qualquer eficácia. Imagine-se o que seria em caso de cataclismo grave e de
repercussão imediata (caso de um sismo). Marcelo e Costa são o melhor exemplo
da inépcia política. Falam bem e muito, mas fazem muito pouco. Infelizmente, a
comunicação social veio valorizar excessivamente a imagem e a capacidade de
comunicação dos políticos e confunde-se isso com competência. Veja-se como as
prestações do Costa são sempre elogiadas pela comunicação enquanto vitórias
sobre os adversários. Não interessa se são tergiversações, se não responde às
perguntas, mas simplesmente porque soube fazer a melhor encenação. Prevalecem
como valores dos políticos a desfaçatez e o à vontade com as câmaras e não a
substância e o rigor. Manuel
Martins: Não sou tão
pessimista como o cronista em relação aos nossos políticos, mesmo os do
governo: basta comparar com os políticos de outros países para pensarmos:
afinal os nossos não são assim tão maus. Concordo no entanto que a qualidade
dos governantes tem vindo a decrescer: temos poucos políticos com
coragem, sentido de estado, e uma visão de longo prazo ( temos, sim,
politicas comandadas pelas redes sociais....) Luís Rodrigues
> Manuel Martins: Não julgo que seja razão para
diminuir o pessimismo, mas dou-lhe razão nesse ponto: em comparação com alguns
outros líderes do mundo ocidental, os nossos até não são do pior. Basta olhar
para o lado: Espanha vai à frente nas asneiras da governação. E se procurarmos
na maioria de outros governos uma ideia para os seus países e para a Europa, o
que há a registar para além de políticas de restrição da liberdade e de
empobrecimento energético? (Refiro-me às que já estavam em execução antes da
guerra na Ucrânia.) Joaquim
Lopes > Manuel Martins: Pois não são são piores, apesar
de serem muito maus, é a prova que os regimes deixaram de ser democracias, os
governos passaram a ser entrepostos de trocas de favores e projecção para
empregos em empresas que estão a ser vendidas à China. Afinal não são assim tão
maus dentro da escala do pior que existe, as consequências essas são
desgraçadas para toda a UE, com uma Comissão corrupta até à medula, começou com
Merkel. Pedro
Ferreira > Manuel Martins: Além de não estar de acordo com
o seu comentário não acho que seja desculpa para os nossos políticos que outros
sejam piores , porque acontece que eu pago impostos é em Portugal , por isso o
que os políticos dos outros países são ou deixam de ser é problema de outros
não nosso.
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