segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Eles só a si escutam


Realmente, parece que é o mal dos regimes de absolutismo, no nosso caso actual, disfarçado com designações de liberalismo que aparenta ser bastante falso, na sua maioria absoluta, que o torna maquiavelicamente cego e surdo às minorias partidárias, que, porque não se aliam, em defesa não de si próprias mas da nação, estão condenadas a sujeitarem-se ao partido que o povo escolheu, seduzido que foi pelo canto de sereia por aquele entoado aquando das eleições, de uma doutrinação debruçada sobre o auxílio pecuniário, proveniente do exterior, mais do que obtido pela faceta laboral própria. Quanto aos outros partidos, se não fossem tão pretensiosos e desejassem, de facto, virar o país, no sentido de um maior respeito pela nação, unir-se-iam mais no mesmo sentido, de forma a superar a tal  maioria absoluta do partido socialista, cada um dando as suas achegas para uma realização mais produtiva e mais justiceira na distribuição dos vencimentos, por exemplo, que hoje mal distinguem os possuidores de cursos dos de ordenado mínimo. Sim, partidos pequenos, mas unidos para governar em comum, cada um dando a sua achega. Não é isso viável entre nós, não somos educados como os dinamarqueses, habituados às práticas individualistas da nossa arrogância exclusivista.

É o que me sugere o texto de Luís Soares de Oliveira, chegado por email.

 

Luis Soares de Oliveira

2 d  · 

O PARTIDO QUER-SE PEQUENO

O que se passou ontem na AL veio mostrar uma vez mais que os pequenos partidos são os mais adequados a um regime democrático parlamentar. Já me tinha dado conta disto mediante observação da vida política da Dinamarca, mas ontem, ao acompanhar as intervenções na Assembleia, tive plena confirmação do facto: os grandes partidos seguem-se a si próprios e gradualmente perdem contacto com o eleitorado. Às tantas, julgam que a comunidade, são eles. Depois, há outro aspecto inegável: a quantidade é inimiga da qualidade. Quanto mais cresce o partido, pior fica, tanto em termos de politologia como de moral. Governos de coligação ficam atentos às realidades e imunes a vaidades…Maiorias absolutas julgam que são o Estado.

Para a democracia portuguesa seria altamente salutar pulverizar os partidos existentes. Aqui fica um conselho.

Foto WIKIPEDIA

COMENTÁRIOS:

Joao Arez: A tradição nórdica (parlamentarista) não tem resultado na Europa mediterrânica e latina (vd. a instabilidade governamental da I República Portuguesa).

Luis Soares de Oliveira: Não aceito essa conclusão: o que tornou a república instável foi, em primeiro lugar, a falta de pão, e em segundo, o narcisismo do Afonso Costa. Note mais que os nórdicos nunca afastaram o rei/rainha como a nossa república fez. Note também que a fragmentação dos partidos só ali começou no pós-II Guerra Mundial.

 

 

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