Realmente, parece que é o mal dos regimes de absolutismo, no nosso caso
actual, disfarçado com designações de liberalismo que aparenta ser bastante
falso, na sua maioria absoluta, que o torna maquiavelicamente cego e surdo às
minorias partidárias, que, porque não se aliam, em defesa não de si próprias
mas da nação, estão condenadas a sujeitarem-se ao partido que o povo escolheu,
seduzido que foi pelo canto de sereia por aquele entoado aquando das eleições,
de uma doutrinação debruçada sobre o auxílio pecuniário, proveniente do
exterior, mais do que obtido pela faceta laboral própria. Quanto aos outros
partidos, se não fossem tão pretensiosos e desejassem, de facto, virar o país,
no sentido de um maior respeito pela nação, unir-se-iam mais no mesmo sentido,
de forma a superar a tal maioria
absoluta do partido socialista, cada um dando as suas achegas para uma
realização mais produtiva e mais justiceira na distribuição dos vencimentos,
por exemplo, que hoje mal distinguem os possuidores de cursos dos de ordenado
mínimo. Sim, partidos pequenos, mas unidos para governar em comum, cada um dando
a sua achega. Não é isso viável entre nós, não somos educados como os
dinamarqueses, habituados às práticas individualistas da nossa arrogância
exclusivista.
É o que me sugere o texto de Luís Soares
de Oliveira, chegado por email.
2 d ·
O PARTIDO QUER-SE PEQUENO
O que se passou ontem na AL veio mostrar uma vez mais que os pequenos
partidos são os mais adequados a um regime democrático parlamentar. Já me
tinha dado conta disto mediante observação da vida política da Dinamarca,
mas ontem, ao acompanhar as intervenções na Assembleia, tive plena confirmação
do facto: os grandes partidos seguem-se a si próprios e
gradualmente perdem contacto com o eleitorado. Às tantas, julgam que a comunidade, são
eles. Depois, há outro aspecto inegável: a quantidade é inimiga da qualidade. Quanto
mais cresce o partido, pior fica, tanto em termos de politologia como de moral. Governos de coligação ficam atentos
às realidades e imunes a vaidades…Maiorias absolutas julgam que são o Estado.
Para a democracia portuguesa seria altamente salutar pulverizar os
partidos existentes. Aqui fica um conselho.
Foto WIKIPEDIA
COMENTÁRIOS:
Joao Arez: A tradição
nórdica (parlamentarista) não tem resultado na Europa mediterrânica e latina
(vd. a instabilidade governamental da I República Portuguesa).
Luis Soares de Oliveira: Não aceito essa conclusão: o que tornou a
república instável foi, em primeiro lugar, a falta de pão, e em segundo, o
narcisismo do Afonso Costa. Note mais que os nórdicos nunca afastaram o
rei/rainha como a nossa república fez. Note também que a fragmentação
dos partidos só ali começou no pós-II Guerra Mundial.
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