De Alexandre
Homem-Cristo, que o comentário de F.
Mendes., que reponho, confirma em luminoso esclarecimento. Há
muito, de resto, que a postura anteriormente imperial da segunda figura
nacional, Augusto português, de
menor mansidão hoje, todavia, gato escondido antes, com o rabo de fora, todavia,
pronto a desferir as garras, visíveis hoje, ao modo putinesco, que é o que está
a dar, em termos imperiais contemporâneos, que irrisoriamente o nosso Augusto tenta imitar, esquecido da pequenez nacional
e de que tal postura, mansa ontem, altiva hoje, apenas pode fazer suscitar a
gargalhada irreprimível do observador atento…
F. Mendes: Excelente artigo, que tem também o mérito
de expor essa figura miserável, que dá pelo nome de Augusto SS. Faço notar que
a diabolização da extrema-direita faz parte de uma estratégia de medo, seguida
consistentemente pelo PS. E destina-se a desviar as atenções dos reais
problemas deste país desgraçado. Outros exemplos: o suposto racismo estrutural,
os cortes do tempo da Troika implementados por PPC mas negociados por Sócrates,
supostas destruições do ensino público e do SNS (que hoje estão como se sabe),
etc. Objectivo: convencer os eleitores, enganosamente, de uma falta de
alternativa e continuarem no poleiro para sempre. O prof. Marcelo tem também
enormes responsabilidades nesta situação, ao atropelar repetidamente a
Constituição e ignorando os atentados ao funcionamento da democracia e do
estado de direito.
O bloqueio, o alheamento e a ausência
Metemo-nos num beco sem saída. Por um
lado, uma democracia bloqueada por expectativas frustradas. Por outro, uma
elite que tudo faz para a manter assim. No meio, a ausência de uma alternativa
política
ALEXANDRE HOMEM CRISTO Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 26
jan. 2023, 00:2124
Portugal é uma economia estagnada e em perda de competitividade
europeia, apoia-se numa Justiça lenta e sofre de corrupção endémica. Ao mesmo tempo, as suas
instituições democráticas exibem inconstância, fragilidade e a permeabilidade
das portas giratórias. Não há planeamento, apenas o desenrascanço das soluções
de curto prazo. E, por isso, os dossiers reformistas arrastam-se ao
longo de anos (ou décadas), acumulando oportunidades perdidas na modernização e
no desenvolvimento social e económico do país. Nem quando suportados por uma maioria
absoluta os governos ousam desafiar corporações e clientelas eleitorais. Não se
vislumbra, no horizonte, sinais de esperança num futuro diferente.
Este
é um retrato de uma democracia bloqueada, onde a pandemia aprofundou
desigualdades, onde os ganhos do investimento nas qualificações estão a diminuir, onde as
expectativas de ascensão social são frustradas pela degradação da rede pública
de educação (e consequente aumento das
matrículas no ensino privado)
e onde a promessa de um SNS para todos esbarra na realidade de serviços de
saúde à beira do colapso. Sim, Portugal é um país extraordinário para se viver,
mas com vários “se” cada vez mais improváveis de conjugar — se os custos da
habitação o permitirem, se se conseguir pagar um colégio, se se tiver um seguro
de saúde.
Um país assim é uma bomba-relógio de
frustrações e insatisfações, à espera de rebentar. Os protestos dos professores são o exemplo do momento:
bastou uma faísca para uma classe profissional explodir em protestos, não
contra uma medida recente, mas em nome de reivindicações ignoradas durante
anos. Eis a
ponta do icebergue e um sintoma de uma democracia doente — ou seja, incapaz de responder aos anseios dos
cidadãos.
Outro
sintoma de uma democracia doente é o
alheamento das suas elites. Quando a
bolha é pequena e estanque, quem se fecha lá dentro fica impossibilitado de
compreender os anseios, as expectativas e as dificuldades de vida da classe
média — já para não falar dos grupos sociais desfavorecidos. August
o Santos Silva é nesse aspecto exemplar. O
segundo político português da nossa democracia que mais tempo acumulou em
governos (só António Costa o supera), que agora é segunda figura do Estado e
que (diz-se) será candidato à Presidência da República, faz o seu diagnóstico:o real perigo
para a democracia está na “extrema-direita”.
Santos Silva isola a
“extrema-direita” da “extrema-esquerda”
— tradução: para o PS, só a direita é que é perigosa
para a democracia e é falsa a equivalência anti-democrática entre extremos (há
que legitimar a geringonça). Santos Silva lamenta o populismo, que faz a
“extrema-direita” crescer e que se observa noutros movimentos que “degradam o
uso das greves” — tradução: para o PS, todas as formas de combate ao governo
são populistas, incluindo greves de esquerda. Santos Silva quer uma linha
vermelha contra a direita no seu todo, porque alega que esta é permeável à
“extrema-direita” — tradução: para o PS, a democracia só é saudável se o PS
governar sempre. Santos
Silva critica o “judicialismo” e a “lógica de tentarmos descobrir a roupa suja”
— tradução: para o PS, a corrupção não é o problema-chave, mas sim que se faça
escrutínio político de episódios sob investigação do Ministério Público. Santos Silva considera que os eleitores
tradicionalmente de esquerda que votam no radicalismo da direita são
manipulados — tradução: para o PS, a insatisfação e o protesto expressados em
voto por esses eleitores explicam-se por falha dos próprios eleitores, que se
deixam manipular.
Metemo-nos
num beco sem saída. Por um lado, uma democracia bloqueada, que parece uma
panela de pressão de expectativas frustradas. Por outro lado, uma elite
política que tudo faz para a manter bloqueada — afinal, os anos de
estagnação correspondem ao período dourado da afirmação política do PS
(governou em 20 dos últimos 27 anos).
No meio, a ausência de uma alternativa
política a este rumo pantanoso.
Eis o triângulo que compõe o maior perigo para a democracia portuguesa. A
continuar assim, desconfio que 2023 não acabará bem.
GOVERNO POLÍTICA REFORMA DO
ESTADO ESTADO EXTREMA
DIREITA EXTREMA
ESQUERDA
COMENTÁRIOS (de 32):
Américo Silva: O rendimento disponível das famílias aumentou 32% desde 2014. observador censurado: Senhores jornalistas e
comentadores, divulguem a Luz que vem dos países que nos dão esmolas. Por
exemplo, é aceitável que Portugal, país pobre que recebe: 1. Esmolas da Holanda, tenha metade da sua população
mas tenha um governo com o dobro do tamanho? 2. Esmolas da Suécia, ofereça um subsídio de alojamento
generoso a deputados e os deputados suecos sejam alojados em algo semelhante a
uma residência universitária? Existem centenas de exemplos para explicar porquê
que Portugal é uma nação inviável. Censurado sem razão: Augusto santos Silva é um
comunista disfarçado. Um ditadorzinho de trazer por casa. Um verdadeiro
democrata. Dá perceber o sentido democrático da esquerdalha. Continuem a votar
PS. Como diz o Américo Silva, estamos muito melhor que em 2014. A imbecilidade
em todo o esplendor. Bruno
Morais: Este bloqueio
respaldado por uma comunicação social condescendente permite perceber que isto
vai durar até à bancarrota final
F. Mendes: Excelente
artigo, que tem também o mérito de expor essa figura miserável, que dá pelo
nome de Augusto SS. Faço notar que
a diabolização da extrema-direita faz parte de uma estratégia de medo, seguida
consistentemente pelo PS. E destina-se a desviar as atenções dos reais
problemas deste país desgraçado. Outros exemplos: o suposto racismo
estrutural, os cortes do tempo da Troika implementados por PPC mas negociados
por Sócrates, supostas destruições do ensino público e do SNS (que hoje estão
como se sabe), etc. Objectivo: convencer os eleitores, enganosamente, de uma
falta de alternativa e continuarem no poleiro para sempre. O prof. Marcelo tem
também enormes responsabilidades nesta situação, ao atropelar repetidamente a
Constituição e ignorando os atentados ao funcionamento da democracia e do
estado de direito. João
Ramos: Se algum dia Augusto Santos Silva for eleito presidente da República, isso
sim será um perigo real para a democracia portuguesa, não tenhamos dúvida
disso!!! Português
indignado: ASS é dos piores que este país tem no exercicio de
funções governativas. Uma criatura que nunca trabalhou a sério na vida.
Execrável. E vocês que votaram nestes socialistas horrorosos, estão orgulhosos
de vocês? Francisco Almeida
> Américo Silva: Esses 26 "likes" não
o envergonham? Carlos
Almeida: Acabe-se
é, definitivamente, com os dinheiros vindos da Europa!! Um cancro para
Portugal. voto
em branco lembro-me do marcelo dizer que "agora é que é!" com o
imenso guito do PRR. estou a vê-lo ir todo pra calar sindicatos e pra safar a
tap (e para um palco de uma missa). o povo não verá um cêntimo. falta-nos um
zelenski que demita ministros às dúzias
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