Com as explicações de quem conhece os
vastos feitos nos mundos dos triunfalismos provisórios e dos cinismos
constantes. Mais um texto a reler, de Jaime Nogueira Pinto.
Brasil paralelo
Terão os invasores dos Três Poderes,
em Brasília, ao soltarem os seus instintos predadores, desencadeado o discreto
estado de excepção que estava a ser montado e precisava deles?
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 14 jan. 2023, 00:1938
Domingo, 8 de Janeiro: milhares de populares, protestando contra o
que consideram a eleição fraudulenta de Lula da Silva, concentram-se em
Brasília, na Praça dos Três Poderes. Nas horas seguintes, vão invadir e
vandalizar as instalações do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e
do Palácio do Planalto.
Já
na noite de sexta-feira, 6 de Janeiro, se tinham registado, em São Paulo, actos
de protesto, interrompendo os acessos ao Aeroporto
de Congonhas. Perante esta
agitação e perante numerosos indícios de que, em Brasília, poderia haver graves
perturbações da ordem pública, o novo ministro da Justiça e Segurança Pública
contactara os directores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal
para evitar a ocorrência daquilo que qualificava como previsíveis “actos antidemocráticos que
podiam configurar crimes federais”
de “pequenos grupos extremistas”. Para impedir estas eventuais acções violentas de
“pequenos grupos extremistas” que não podiam “mandar no Brasil”, o Ministro
preconizou e autorizou o uso da Força Nacional, uma unidade especial, criada em
2004 e dependente da SENASP – órgão sob a sua tutela. A força, às ordens do
poder central, é constituída por polícias militares e civis e por peritos, e
destina-se a actuar em crises de segurança pública. Segundo os media brasileiros,
o Ministro pôs esta força em alerta em Brasília, para
que as centenas de homens que a constituem estivessem prontos a intervir.
Perfil de um democrata
O
Ministro da Justiça e Segurança Pública, desde 1 de Janeiro de 2023, é Flávio
Dino de Castro e Costa, conhecido por Flávio Dino. Flávio Dino, de 54 anos, é natural de São Luís do
Maranhão, onde foi dirigente estudantil, tendo-se licenciado em Direito na Universidade
Federal do Maranhão, onde também leccionou.
Em
1989, foi um dos dirigentes juvenis da campanha presidencial de Lula. Foi Juiz Federal no Maranhão e Secretário Geral do
Conselho Nacional de Justiça. Em 2015, foi eleito Governador do Maranhão, cargo que exerceu até 2022.
Em
2006 renunciara à magistratura e filiara-se no Partido Comunista do Brasil (PC
do B). O PC do B foi fundado em 1962 por dissidentes do
Partido Comunista Brasileiro (PCB) contrários à destalinização iniciada por
Kruschev e adoptada pelo PCB. O novo
partido, que nos anos 60 começou por se identificar como estalinista, tornou-se
depois maoista, abrindo relações com o Partido Comunista da China.
Foi o PC do B que, durante o regime
militar, na volta dos anos 60 para a década de 70, criou a guerrilha da
Araguaia, na região amazónica. Eram algumas dezenas de militantes e foram
combatidos pelo Exército. Os seus chefes eram José Amazonas, Ângelo Arroyo, Maurício Grabois e Elza
Monnerat (a dirigente do Comité Central do PC do B que, nos anos de Getúlio
Vargas, escalara o Morro dos Dois Irmãos, perto do Rio, para pintar ali o nome
de José Estaline).
A guerrilha foi vencida e, na
transição, o PC do B acabou por integrar-se na normalidade democrática. Foi
neste partido que, em 2006, se inscreveu Flávio Dino. Mas em Junho de 2021, depois de 15 anos de militância,
anunciou a sua saída nas redes sociais, agradecendo ao PC do B “a acolhida
fraterna”, mencionando “diferenças de estratégia e táctica”, e não de
princípios e fins, como razões do abandono, e reconhecendo “o papel histórico
do Partido na defesa de um novo projecto nacional de desenvolvimento para o
Brasil”.
Este
anúncio foi depois ratificado numa carta à “Companheira Presidenta”
Luciana dos Santos, que
terminava assim:
“Acredito
que uma grande Frente da Esperança será um vector decisivo para um novo ciclo
de conquistas sociais para o Brasil. As bandeiras da Igualdade e da Liberdade,
sínteses das melhores utopias e projectos, serão erguidas cada vez mais alto. E
venceremos. Abraços fraternos.”
Foi
só depois dos “abraços fraternos” aos correligionários do PC do B que Flávio
Dino passou para o Partido Socialista Brasileiro, um partido fundado na
transição democrática que tem como símbolo uma simpática pomba da Paz.
O Partido Socialista, com mais de 600 000 filiados, é
o 9º do Brasil, e era, para Flávio Dino, que na juventude já andara pelo PT de
Lula, uma etiqueta mais adequada para seguir em frente.
Terá sido por amor à paz e à pomba da
paz socialista que o Ministro se esqueceu de mandar avançar a Força Nacional?
Teria mudado de ideias desde que, na véspera, mobilizara as suas centenas de
agentes de elite para impedir os “bolsonaristas da ultra-direita” de assaltar e
saquear o Supremo Tribunal e o Congresso? Congresso esse com uma maioria de
direita que pode dificultar muito as tentações mais radicais do Executivo Lula.
E as campanhas populares para levar à intervenção militar, ainda que
impressionantes, não costumam ser eficazes. Os militares não intervêm assim…
As Américas ao rubro
Com a eleição de Lula da Silva no
Brasil, praticamente todos os países importantes da América Latina – México,
Argentina, Chile, Colômbia –, bem como o Peru, a Bolívia e as Honduras,
passaram a ter governos de esquerda mais ou menos populista, mais ou menos
radical. E a estes podemos juntar os abertamente ditatoriais e comunistas Cuba,
Venezuela e Nicarágua. Quer isto dizer que os países com as maiores populações
e as maiores economias do subcontinente estão à esquerda.
Alguns
dizem que, dada a ineficácia ou incapacidade de os governos lidarem com os
problemas estruturais e sociais da região, o
descontentamento leva a uma espécie de alternância, em que direita e esquerda
se sucedem, porque os descontentes, que são a maioria, votam sempre contra o
que está.
A
isto talvez só escape, como excepção, o Uruguai, que desde 1985 tem uma circulação pacífica de poder,
mantém um Estado social modelar e vê a economia crescer. Mas o Uruguai tem 3,5
milhões de habitantes e uma produção-exportação de base agrícola e
agroindustrial.
Estas esquerdas não estão em total
sintonia, embora tenham raízes ideológicas próximas. Dividem-nas os métodos e a
prática – o colombiano Petro chamou ditador ao venuzuelano Maduro e o chileno
Gabriel Boric não hesitou em dizer que a experiência chavista-madurista da
Venezuela tinha falhado. Em resposta, Maduro referiu-se a uma “esquerda
cobarde”, visando Boric e outros legalistas. Boric tentou referendar
recentemente uma Constituição woke, mas perdeu por larga margem.
Além
de uma retórica utópica, radical e populista, ao modo do século passado, estes regimes – os que mantêm as instituições
democráticas a funcionar – introduziram os temas da Nova Esquerda, desde o zelo
ambiental, às políticas de género e alguma agenda do wokismo anglo-saxónico.
Mas nenhum, à excepção das ditaduras cubana, venezuelana e nicaraguense, se tem
empenhado contra a economia do mercado.
E
também aí há divisões, por exemplo, em matéria ambiental: o chileno
Boric e o colombiano Petro são ambientalistas firmemente empenhados na
“descarbonização”, enquanto Lula, Lopez Obrador e Maduro insistem na continuidade
das explorações do petróleo e gás, essenciais para a economia dos seus países.
Com a vitória no Brasil, uma grande mancha vermelha cobre o
subcontinente americano. E o Brasil,
com mais de 200 milhões de habitantes, metade da população do Subcontinente, é
a potência dominante da América do Sul.
Foi
aqui que, numa eleição renhida, Lula da Silva triunfou em Outubro, graças à votação maciça nos Estados do chamado Nordeste, onde
ganhou por 70 contra 30%. Os Estados mais desenvolvidos, mais instruídos, mais
industrializados – São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas
Gerais – votaram maioritariamente por Bolsonaro. E no
Congresso, no Senado e na Câmara dos Deputados, há uma clara maioria de direita.
A
invasão, o saque e as destruições dos indignados bolsonaristas – que não
poderiam nunca beneficiar a oposição a Lula – caíram do céu para o novo poder.
Talvez por isso, o aparelho de Segurança mobilizado por Flávio Dino não tenha
recebido ordens para actuar. Isto foi notado até por um órgão de informação
notoriamente progressista e hostil a Bolsonaro como o New York Times que,
na edição de 9 de Janeiro, além de sublinhar a estranha abstenção das forças da
ordem, que nem mesmo eventuais “cumplicidades” na Polícia Militar explicariam,
confessa a sua perplexidade perante a ausência da Força Nacional, convocada
na véspera, e da Guarda Presidencial do Planalto.
A ditadura dos juízes
No Estado
de São Paulo, o jornalista José Roberto Guzzo, um respeitadíssimo colunista do Estadão,
não se inibe de denunciar aquilo a que chama a “ditadura dos juízes”. Segundo Guzzo, nos últimos anos, os Juízes
do Supremo Tribunal Federal, os chamados “Ministros”, vêm exercendo uma tutela
sobre as instituições que, para o jornalista brasileiro, se configura como uma
“ditadura do Poder Judiciário”.
O
Supremo Tribunal Brasileiro tem algumas prerrogativas semelhantes às do Supremo
Tribunal dos Estados Unidos: é o Tribunal de última ou terceira
instância, os seus onze membros são indicados pelo Presidente da República e
aprovados pelo Senado e, não sendo vitalícios, só se reformam aos 75 anos.
Estes juízes nos últimos tempos têm vindo promover medidas executivas com
efeitos directos e imediatos, usando e abusando da sua função de tutela da
Constituição. No que é, segundo Guzzo, uma práctica anti-constitucional, o
ministro Alexandre de Moraes tem também proibido de falar deputados federais,
como Bia Kicis e Carla Zambelli, socorrendo-se ainda da pomposa Assessoria
Especial de Enfrentamento à Desinformação para policiar as redes sociais. Tudo
isto – sempre segundo o artigo de Guzzo no Estadão – depois de terem os Juízes eliminado a lei, aprovada
pelo Congresso Nacional, que obrigava os réus condenados em segunda instância a
cumprirem pena de prisão. Graças a
esta medida, Lula saiu da cadeia. Depois, anularam as acções penais contra o
ex-presidente por razões processuais, incluindo a condenação por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro – o que lhe limpou a ficha e permitiu a sua
candidatura e vitória. Deste modo, conclui Guzzo, foram anuladas todas as
condenações da Operação Lava Jato – “o único momento, em 500 anos de História,
em que a Justiça mandou para a cadeia condenados por corrupção de primeira
grandeza”.
Já
antes do 8 de Janeiro, o governo Lula anunciara a criação de uma Procuradoria
Nacional de Defesa da Democracia (PNDD), aprovando a instituição no seu
primeiro dia de presidência, pelo decreto 11.328. Entre outras funções, a PNDD
tem o encargo de “representar a União, judicial e extrajudicialmente” na
demanda e instrução, “para resposta e enfrentamento”, da “desinformação sobre
políticas públicas”.
Entre Orwell e Tocqueville
Esta
“resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas” serve,
claramente, para abrir a porta à censura prévia e dissuadir a crítica aos
poderes instalados. De resto, o ministro Jorge Messias, titular da chefia da Advocacia
Geral da União, declarou como objectivo da nova Procuradoria para a Defesa da
Democracia – “contribuir com os esforços da democracia defensiva e promover
pronta resposta a medidas de desinformação e atentados à eficácia das políticas
públicas”.
Talvez
para completar estes esforços em prol da Democracia, o ministro Flávio Lino
tenha criado no Ministério da Justiça uma plataforma, denuncia@mj.gov.br,
para acolher as denúncias dos cidadãos vigilantes – presumimos que anónimas –
sobre os terroristas do 8 de Janeiro. Até à manhã de segunda-feira, 9 de
Janeiro, já tinham sido recebidas três mil. “Qualquer informação ou pista é bem
vinda”, pode ler-se na plataforma.
Quem conheça a história das revoluções da Esquerda – da Revolução
Francesa à Soviética, da Espanha em 36 ao PREC do Portugal dos “brandos
costumes” – não demorará muito a estabelecer paralelos e a tirar ilações e
consequências.
Os
manifestantes que invadiram e saquearam as sedes dos Três Poderes em Brasília,
com os titulares dos Três Poderes fora da capital federal e com os defensores
convocados nas vésperas estranhamente ausentes, estão por enquanto detidos em
instituições prisionais provisórias. Também para aí foram mais de mil dos acampados
em Brasília.
Os
invasores, ao soltarem os seus instintos predadores num acto impensado ou
manifestamente mal-pensado – tanto mais que teriam certamente presentes os
acontecimentos norte-americanos depois da derrota de Trump – acabaram por ser, objectivamente,
os “inocentes úteis” e os detonadores do discreto estado de excepção que estava
a ser montado e que precisava deles para funcionar.
Estas
disposições preventivas, com algum cheiro orwelliano, parecem enquadrar-se no
despotismo descrito por Tocqueville; um despotismo que tem, do lado dos
dominados, “uma multidão inumerável de homens parecidos e iguais que rodam sem
parar à volta de si mesmos para disfrutar dos pequenos e vulgares prazeres com
que enchem a alma”; e do lado dos dominadores, “um poder imenso e tutelar que
se ocupa de garantir-lhes os prazeres e velar sobre a sua sorte. Um poder que é
absoluto, detalhado, regular, previdente e doce”.
Tocqueville, em A Democracia na América, compara este poder ao “poder paternal”, com a
diferença que, enquanto o poder paternal preparava os homens para a idade
adulta, o novo poder pretende mantê-los na infância, contentes e felizes, mas
sempre sob tutela. Sob esta tutela, os denunciantes eram sempre considerados
bons cidadãos – exemplares, mesmo.
Será que o Brasil do denuncia@mj.gov.br, o
Brasil desta esquerda corrompida, também básica e maniqueísta, vai vencer e
prevalecer, aproveitando o direitismo primário, instintual e irreflectido do
inimigo – para o qual a Direita tem vindo a ser empurrada, de dentro e de fora?
COMENTÁRIOS (de 38)
Paulo Maio: Não
tentemos branquear o que se passou, para mais uma cópia barata do Trumpismo.
Esta direita ultra-liberal só é democrática, quando ganha. Quando perde é
porque foram roubados. Devem ser bem presos e expulsos para sempre da política.
Infelizmente o Brasil não teve dois candidatos à altura, algo similar a um
futuro lusitano Sócrates-Ventura; bem como uma radicalização da esquerda no
Continente Americano, com o Peru a ser outro exemplo, agora de esquerda. Pedro: Mais uma excelente análise a justificar a assinatura do Observador.
E são cada vez menos os textos e o jornalismo que o justificam. Diogo Araújo Dantas: A melhor análise, com o devido enquadramento histórico, que já li
sobre a situação política no Brasil. Obrigado JNP.
Hipo Tanso: Muito
bom, JNP, como habitualmente. Só faltou incluir na análise um elemento importantíssimo: A fraude eleitoral perpetrada pelo próprio Supremo Tribunal
Eleitoral (leia-se Alexandre de Moraes, também ministro do Supremo Tribunal
Federal e o verdadeiro ditador do Brasil), que adulterou os resultados das
urnas fabricadas antes de 2020, o suficiente para dar a vitória ao actual
presidente. O
mesmo STE/STF que mandou prender, multar e cancelar contas bancárias das
principais vozes discordantes, jornalistas não esquerdistas, órgãos de
informação independentes - ignorando e espezinhando a Constituição que lhe
competia defender.
O
mesmo STE/STF que, a seguir à eleição fraudulenta, se encarniçou a negar a
auditoria dos resultados eleitorais e ainda ameaçou de prisão quem se atrevesse
a exprimir alguma dúvida (tudo isto em defesa, claro, da democracia). José Pinto
de Sá: Muito bom, como de costume, mas
permito-me duas pequenas correcções: não foi o PCdoB que saiu do Partido
Comunista Brasileiro, mas o contrário. O Brasil e a Indonésia foram os
únicos países do Ocidente em que a dissidência pró-chinesa do início dos anos
60 teve maioria, ficando portanto com o nome original do Partido. A outra
correcção é que esta corrente comunista não começou por ser estalinista e
depois evoluiu para maoísta, porque ideologicamente eram a mesma coisa. A
clivagem teórica entre Mao e Krushchev era a posição relativa a Estaline, com
Mao e o PCCh a dizerem que ao renegar Estaline os soviéticos na realidade
renegavam o marxismo-leninismo, tornavam-se revisionistas. Portanto, ser
estalinista e ser maoísta era a mesma coisa. A guerrilha do Araguaia,
todavia, tentou de facto imitar a táctica maoísta específica da "guerra
popular que começa por ganhar o campo e depois cerca as cidades", tendo os
seus principais dirigentes recebido treino militar na China. Recordo ainda que
o PCdoB sempre teve grande influência sobre a extrema-esquerda portuguesa,
tendo mesmo dirigido a UDP, através do PCP(R) entre 1977 e 78. Nem 4 anos depois ....: Excelente artigo. O perigo da ditadura judicial no Brasil e
derivados. A imprensa segue cegamente ou melhor porque lhe serve e tira
proveito. Fico chocado quando vejo programas na TV que apenas dão palavra a um
lado. Preciso mais? Tiago Bana Franco: Análise sensacional! É sempre um prazer ler os artigos de Jaime
Nogueira Pinto! Pedro de
Freitas Leal: Muito
obrigado, Jaime, por mais um artigo da maior pertinência! Esta sua análise,
como quase todas, são autênticas lições. Bem haja! Jose Luis Salema: Grande análise, comme d'habitude. Medonho, está tudo medonho... lá como cá. João Floriano: Mais do que a informação contida na crónica de hoje, as questões e
dúvidas colocadas, sobretudo a dos «inocentes úteis», que como se diz por
aquelas bandas entraram na coisa «por gaiatos», são um excelente motivo de
reflexão e discussão. É bem possível que na altura em que se vandalizava o
Palácio do Planalto, Lula em Araraquara discretamente esfregasse as mãos de
contente enquanto ia preparando o discurso que se seguiu. Df: Termos uma evolução à turca, com a ditadura na sequência da
alegada tentativa de golpe? Uma espécie de Erdogan tropical? Primeiro Cabo: Obrigado JNP. Este artigo é um antídoto ao veneno dos
correspondentes das televisões. Fernando
Cascais: Excelente, trazendo, pelo menos
para mim, novas perspectivas do que se está a passar no Brasil com a esquerda no
poder.
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