No Hades: Uma resposta taxativa
à de
INÊS DOMINGOS sobre a inteligência
artificial: a de ADRIANA ALVES sobre os torpedos do Putin, de nome – Poseidon – adequado às
intenções diabólicas do “czar”: resposta anuladora das justas preocupações pela
fabricação robótica desumanizante, que as intenções malévolas de um risonho criminoso
à solta relativizam quanto à eficácia humana da construção artificial.
1 - Rússia produz primeiro conjunto de
torpedos Poseidon com capacidade nuclear
Uma fonte do departamento militar
russo confirmou que a Rússia produziu os torpedos nucleares Poseidon, que vão
"em breve" equipar o submarino K-329 Belgorod.
OBSERVADOR, 17
jan. 2023, 00:42
A
Rússia conseguiu produzir o primeiro conjunto de torpedos nucleares “Poseidon”,
desenvolvidos para equipar o submarino russo K-329 Belgorod. A notícia,
divulgada pela agência russa TASS, surge depois de, em novembro, Moscovo ter
tentado testar a arma sem sucesso.
“Foi
produzido o primeiro conjunto de Poseidon e o submarino Belgorod vai recebê-los
num futuro próximo”, revelou uma fonte próxima do departamento militar à
agência estatal
russa.
A
mesma fonte indicou que testes em separado aos componentes principais dos
Poseidon, que incluem um reactor nuclear, foram completados com sucesso. A TASS
refere ainda que a equipa do submarino Belgorod já completou os testes com os
torpedos nucleares.
Os
Poseidon foram apresentados pela primeira vez em 2018 pelo Presidente Vladimir
Putin, que os descreveu como
uma “arma inovadora” durante o seu discurso à Nação. Conhecidos como a “arma do
Apocalipse”, são considerados uma das grandes vantagens militares da Rússia. Em
novembro do ano passado, as autoridades norte-americanas disseram que a Rússia
tentou testar o torpedo no Mar Ártico, mas o teste acabou por não avançar
devido a dificuldades técnicas.
Segundo
a CNN, os Poseidon têm
capacidade para transportar armas nucleares e são eles próprios movidos por um
sistema de propulsão nuclear, característica que lhes permite ter um alcance
muito superior aos dos torpedos convencionais.
Os sistemas Poseidon,
considerados dos mais poderosos no mundo, vão ser carregados pelo Belgorod,
construído pela empresa russa Sevmash Shipyard. A embarcação da marinha russa é
capaz de lançar um torpedo a uma distância de 10 mil quilómetros, o que
poderia, alegadamente, causar um tsunami radioactivo.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA
MUNDO RÚSSIA
O desenvolvimento da inteligência
artificial tem de ser acompanhado de um reforço da filosofia, a área do
conhecimento humano que, pelo seu método, mais fomenta o espírito crítico.
INÊS DOMINGOS Colunista do Observador,
economista
OBSERVADOR, 15
jan. 2023, 00:135
A introdução no final do ano passado
de tecnologias de inteligência artificial de acesso rápido e intuitivo para o
público em geral, sendo o mais popular atualmente o ChatGPT da OpenAI,
reacenderam a já velha questão sobre a natureza (e a sobrevivência) do trabalho
humano.
A
rapidez com a qual os utilizadores estão a adoptar esta nova tecnologia já
começou a provocar mudanças nas instituições. Por exemplo, a Universidade de
Liverpool publicou um vídeo sobre como se pode usar a Inteligência Artificial
para fazer perguntas de escolha múltipla para um teste, incluindo respostas
correctas e erradas, ou preparar um plano de aulas. Mas muitas instituições têm
apontado também os riscos. Esta
semana, segundo uma notícia do Guardian, um grupo de universidades australianas
indicaram que regressarão aos exames tradicionais escritos à mão, depois de
terem descoberto estudantes a usarem inteligência artificial para escrever
ensaios.
Para além da academia, as aplicações
desta plataforma para várias áreas do conhecimento humano são praticamente
inesgotáveis. Segundo um
relatório do World Economic Forum “The Future of Jobs 2020”, 85 milhões de empregos serão substituídos por
inteligência artificial no mundo até 2025. Mas também é verdade que outros
serão criados, sobretudo ligados às novas tecnologias e análise de dados,
muitos dos quais ainda não existem e que nós nem imaginamos.
Para
além da intensificação dos empregos nas áreas tecnológicas, existem três
competências humanas que a inteligência artificial não deverá ser capaz de
substituir.
A
primeira é o pensamento crítico e o discernimento. A ausência de espírito crítico das máquinas obriga os
criadores de inteligência artificial a introduzirem limites éticos nos seus
programas, o que representa uma fonte crescente de preocupação para as
políticas públicas, até por causa das discrepâncias entre os valores éticos em
diferentes regiões. A União
Europeia criou em 2018 um conjunto de linhas directoras para a utilização ética
de inteligência artificial, tal como a China em 2019 (princípios de Beijing),
mas a implementação desses princípios e os valores destas duas regiões são
muito diferentes, nomeadamente no que diz respeito à proteção da vida privada. A inteligência artificial obrigará também a
uma aceleração na transformação do ensino. Quando
temos acesso imediato e sem filtros a informação, mesmo que tecnicamente correcta,
só o discernimento permite saber se agir
com base nela é eticamente aceitável. Assim, o
desenvolvimento da inteligência artificial tem de ser acompanhado de um reforço
da filosofia, a área do conhecimento humano que, pelo seu método, mais fomenta
o espírito crítico.
A inovação e a criatividade são
também espaços privilegiados da inteligência humana. Embora os aspectos
da criatividade e da inovação incremental possam eventualmente ser apreendidos
pela inteligência artificial, os aspectos mais disruptivos e originais dificilmente
serão captados pela inteligência artificial, que trabalha sobretudo com base na
informação existente.
Por fim, a terceira área onde a inteligência artificial não tem
competência é nas relações humanas e na capacidade de colocar o ser humano no
centro do pensamento e das escolhas. Embora os
robots possam substituir muitas tarefas e até analisar os sentimentos humanos
com base em análise de expressões faciais ou movimentos, a pandemia ensinou-nos
que uma máquina, e até mesmo uma conferência virtual que tem uma pessoa real do
outro lado do écran, não substituem a presença humana. Isto é muito importante
nos trabalhos que lidam com pessoas, sejam de natureza social, de recursos
humanos, ou de aprendizagem, sobretudo entre os mais novos.
Os
desafios da inteligência artificial para o futuro do trabalho humano são muito
relevantes e irão exigir respostas das políticas públicas em áreas que vão das
qualificações à fiscalidade. Mas no fim do dia, o que agora parece claro desde
já é que há duas
coisas insubstituíveis, a filosofia e o humanismo.
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL TECNOLOGIA FILOSOFIA CULTURA
COMENTÁRIOS:
Maria Paula Silva: Certíssimo. Mas
o facto é que, com o aumento das tecnologias e cada vez mais meios de
comunicação tecnológico, as pessoas, sobretudo os mais jovens, quase não lêem,
escrevem mal e ficam "preguiçosos para pensar" e isto não vai parar
nem regredir, antes pelo contrário, a tendência é para aumentar. Este seu apelo
à manutenção do estudo da Filosofia faz cada vez mais sentido, até porque é uma
disciplina que estava (não sei se ainda está) em risco de ser retirada dos
curricula escolares !!! Por muito que as máquinas nos substituam, a
verdade é que, basicamente e acima de tudo, somos "seres
sociais" e a pandemia, como bem diz, veio provar
isso. Há alguns, Raymond Kurzweil por exemplo, que afirmam que o
Transhumanismo está mais próximo do que imaginamos. Antonio
Tavares: Os sistemas de inteligencia artificial
vão ser muito utilizados desde que aumentem a quantidade de dinheiro nas contas
bancárias dos donos das empresas e/ou accionistas das empresas de várias
atividades económicas mesmo que exista regulamentação legal a limitar a sua
utilização. Na
actividade militar esses sistemas de inteligência artificial vão ser muito
utilizados e aperfeiçoados para aumentar a destruição e o número de mortos
inimigos. Maria
Paula Silva > Antonio Tavares: "vão ser" ou ... já são? Antonio Tavares
> Maria Paula Silva: Não me parece que os sistemas de inteligência artificial
militares na presente data tenham autonomia para disparar armas, disparar
misseis e lançar bombas. No futuro esse problema jurídico e cientifico vai ser
resolvido e as máquinas fazem as guerras de forma autónoma sem intervenção
humana. Maria
Paula Silva > Antonio Tavares: Um pouco assustador. Mas, ao fim e ao cabo, o ser
humano também pode ser assustador.
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