Desses que descrevem as suas viagens, e generosamente
as comentam, com dados do seu saber. Que abrem os horizontes aos mais limitados
aos seus espaços caseiros, pese embora a informação que nesses podem colher, quer
pela leitura, quer pela imagem. Mas o acesso aos pontos de vista que acompanham
os descritivos dos viageiros dá-nos uma amplitude maior dessa informação, para
mais acompanhada do sal próprio da sua argúcia narrativa. Obrigada, Dr. Salles,
oxalá continue sempre passeando – corajosamente – por esses mundos de hoje,
para nossa informação e prazer - que a Internet favorece com as imagens e o
historial da sua objectividade.
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 05.01.23
Miami tem cerca de dois milhões de
habitantes, metade dos quais é constituída por imigrantes. Destes, parte
substancial é de refugiados cubanos e seus descendentes.
Diz-se que 80% da população de Miami
fala espanhol, mas há irredutíveis de ambos os lados: 20% de anglófonos só fala a sua língua materna e há «latinos» (cubanos)
que sobrevive décadas e décadas nos EUA sem falar inglês. É obra!
Depois de visitar o auto-gueto «Little
Havana» fiquei com a quase certeza
de que esses castelhanófonos monolingues o são devido a baixo ou muito baixo
nível cultural e porque se restringem a sobreviver no seu «barrio». A
sorte desses madraços está no facto de haver muitos bilingues. Foi preciso
chegar a «Little Havana» para ouvir um galo a cantar como que a dizer-me que
por ali há economia de subsistência, o que confirmei por uma vendedeira
ambulante que apregoava com estridência algo que me apressei a ignorar. E tudo isto se
passa num local aberto dentro duma cidade (Miami) formidável, próspera e cheia
de gente acolhedora e que exibe felicidade. Sim, tudo indica ser bom gozar da
liberdade (e da responsabilidade) americana vivendo em Miami.
(continua)
4 de Janeiro de 2023
Henrique Salles da Fonseca
Tags: viagens
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