quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O prazer da leitura


Desses que descrevem as suas viagens, e generosamente as comentam, com dados do seu saber. Que abrem os horizontes aos mais limitados aos seus espaços caseiros, pese embora a informação que nesses podem colher, quer pela leitura, quer pela imagem. Mas o acesso aos pontos de vista que acompanham os descritivos dos viageiros dá-nos uma amplitude maior dessa informação, para mais acompanhada do sal próprio da sua argúcia narrativa. Obrigada, Dr. Salles, oxalá continue sempre passeando – corajosamente – por esses mundos de hoje, para nossa informação e prazer - que a Internet favorece com as imagens e o historial da sua objectividade.

 

"FREEDOM" - 1

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO,  05.01.23

Miami tem cerca de dois milhões de habitantes, metade dos quais é constituída por imigrantes. Destes, parte substancial é de refugiados cubanos e seus descendentes.

Diz-se que 80% da população de Miami fala espanhol, mas há irredutíveis de ambos os lados: 20% de anglófonos só fala a sua língua materna e há «latinos» (cubanos) que sobrevive décadas e décadas nos EUA sem falar inglês. É obra! Depois de visitar o auto-gueto «Little Havana» fiquei com a quase certeza de que esses castelhanófonos monolingues o são devido a baixo ou muito baixo nível cultural e porque se restringem a sobreviver no seu «barrio». A sorte desses madraços está no facto de haver muitos bilingues. Foi preciso chegar a «Little Havana» para ouvir um galo a cantar como que a dizer-me que por ali há economia de subsistência, o que confirmei por uma vendedeira ambulante que apregoava com estridência algo que me apressei a ignorar. E tudo isto se passa num local aberto dentro duma cidade (Miami) formidável, próspera e cheia de gente acolhedora e que exibe felicidade. Sim, tudo indica ser bom gozar da liberdade (e da responsabilidade) americana vivendo em Miami.

(continua)

4 de Janeiro de 2023

Henrique Salles da Fonseca     

Tags: viagens

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