segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Supremacias


Socialistas, está visto, tudo bem explicadinho por Helena Matos e os seus acompanhantes nos esclarecimentos, em precisão de traços.

Os fidalgos da casa socialista

Como invariavelmente acontece aos fidalgos, os fidalgos da casa socialista não percebem porque se tornou um escândalo aquilo que para eles era a normalidade.

HELENA MATOS, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 08 jan. 2023, 00:2184

Eles são os fidalgos da casa socialista. Essa casa em que a mãe está na empresa pública, o pai no gabinete de estudos, a filha na Santa Casa, o namorado da filha no gabinete do ISCTE… Esta gente está com o PS por instinto de sobrevivência pois sendo a máquina do Estado a sua casa ninguém a controla e usa com tanta eficácia como o PS, logo a proximidade ao PS tornou-se tão natural e indispensável quanto respirar.

O poder dos fidalgos da casa socialista advém-lhes precisamente da sua capacidade na hora de agilizar os procedimentos, contornar as exigências e ultrapassar os requisitos desse conglomerado de leis, regulamentos, procedimentos, empresas públicas, comissões, institutos, gabinetes que nem o Governo consegue contabilizar (só estruturas temporárias serão 206 segundo o Governo que demorou seis meses a contá-las e mesmo assim esqueceu-se de algumas).

Agora, alguns desses fidalgos são apanhados nos enredos dessa máquina que eles mesmos acrescentam e alimentam. E como invariavelmente acontece aos fidalgos, os fidalgos da casa socialista não percebem porque se tornou um escândalo aquilo que para eles era a normalidade.

A zona por excelência dos fidalgos da casa socialista (e das outras, mas a sua dimensão tem-se reduzido significativamente) é esse nenhures que fica na rectaguarda do governo, constituído pelos cargos de nomeação e também alguns de eleição municipal. Em termos de remuneração podem ganhar mais do que se estiverem no governo. Em termos de poder têm muito à sua escala. Em termos de escrutínio predomina a opacidade ou mesmo a quase invisibilidade. Este último e muito invejável estatuto – o da invisibilidade – é por exemplo aquele de que goza a holding estatal das indústrias de Defesa, IdD — Portugal Defence. Nem o descontrolo do custo das obras no Hospital Militar ou a detenção do ex-presidente Conselho de Administração de uma das empresas desse entramado (a EMPORDEF) foi suficiente para que se desse mais atenção ao universo da IdD — Portugal Defence, cujo peso nos gabinetes dos ministros da Defesa Gomes Cravinho e Helena Carreiras é evidente.

Quando, num momento de irreflexão, os fidalgos saem dessa zona de conforto expõem-se. Carla Alves e Alexandra Reis devem amaldiçoar agora o momento em que aceitaram convites para integrar o Governo, sendo que no caso de Alexandra Reis cabe perguntar: alguma vez a indemnização que recebeu da TAP seria questionada se não tivesse aceite o convite de Fernando Medina? Provavelmente não. Sobre Carla Alves o caso configura quase o regresso às personagens secundárias de um romance de Camilo!

Não é um acaso que nos governos socialistas de António Costa as relações familiares no círculo mais interior do poder tenham atingido proporções inéditas: pais, filhas, irmãos, maridos e mulheres são os representantes de uma nomenclatura endogâmica que, ao contrário do que acontece com os fidalgos, está mais ou menos blindada contra os escândalos dos Vinhais de cada um dos recém-chegados. A ministra Mariana Vieira da Silva é o rosto mais genuíno dessa nomenclatura que muda de cargos no governo como se estivesse a progredir na função pública: filha de um antigo ministro, passou do ISCTE para assessora, de assessora para adjunta, de ajunta para secretária de Estado, de secretária de Estado a ministra… Mas temos também os irmãos Mendes (Ana Catarina e António Mendonça, ela ministra e ele secretário de Estado) e já tivemos o casal Eduardo Cabrita e Ana Vitorino. No preciso momento em que acabo este artigo constato que a mulher de Fernando Medina, Stéphanie Sá da Silva, filha de Jaime Silva, ministro da Agricultura durante o primeiro Governo de José Sócrates, vai ser substituída no cargo de directora jurídica da TAP por Manuela Vasconcelos Simões, que vive com João Tiago Silveira, antigo secretário de Estado de José Sócrates.

António Costa vive agora um momento de crise: a sua nomenclatura dividiu-se — Pedro Nuno Santos desafia-o e os fidalgos da casa socialista geram escândalos atrás de escândalos. Mas pode dizer-se que isso faz parte da vida de qualquer um que ocupe o lugar de primeiro-ministro por tanto tempo. O que realmente choca é que para lá da espuma dos dias chegamos à razão de ser do nosso presente bloqueio: aquilo que garantiu a António Costa, primeiro, fazer governo e, depois, anos de governo sem contestação é também a razão do seu insucesso como primeiro-ministro: em 2015 António Costa comprou o poder garantindo às corporações que não faria uma única reforma.

O resultado foi primeiro a degradação dos serviços públicos e agora a sua contestação. A contestação a quem em 2015 garantiu o que não podia nem devia: nesta semana que agora acaba os comboios não andaram; a espera nas urgências de alguns hospitais foi de 14 horas; o ministro da Educação desistiu de tentar alterar o regime de colocação de professores. Na semana que vem os oficiais de justiça começam uma greve por tempo indeterminado e outros sindicatos da educação anunciam mais lutaA não ser que por reforma se entenda o imobilismo, o estatismo e a redistribuição de fundos comunitários não se entrevê uma reforma que tenha a assinatura dos governos de António Costa.

Por ironia, o mesmo António Costa que não vai deixar uma marca no progresso do país vai deixar uma marca no PS: mudou-o decisivamente. Deslocou-o para a esquerda acreditando que mais tarde podia fazer alianças ao centro. Não foi isso que aconteceu. Acabou a insuflar a ala esquerda do PS que neste momento em nada se distingue do BE. Asfixiou a ala centrista do PS e gerou um antagonista, Pedro Nuno Santos. O muro que Costa dizia ter derrubado à esquerda caiu, só que caiu dentro do PS.

Como é que isto vai acabar? Muito provavelmente António Costa vai beneficiar de um último favor do Presidente: em 2024 pode muito bem acontecer uma crise a tempo de António Costa deixar o governo e vir a ocupar o lugar de Charles Michel no Conselho Europeu.

Portugal ficará com um PS em deriva esquerdista e com um PSD com medo de ser poder num país que passou de uma ditadura de partido único para uma democracia de política única, o estato-dependentismo.

PS. O ministro da Saúde, Manuel Pizarro resolveu anunciar que não exclui o encerramento de maternidades privadas pois “é preciso “fazer com que as regras muito exigentes no sector público” sejam aplicadas ao sector privado também”Portanto perante o descalabro do SNS o ministro anuncia um estudo alargado do sistema, tão alargado que inclui também a oferta dos privados. Quando o público corre mal nada como virar as atenções para os privados, não é?!

Para abreviar o ministro pode fazer aquelas respirações de trabalho de parto e perguntar-se: que sentido faz excluir os privados do SNS? Porque não pode uma grávida ir ter o seu filho na unidade que quiser pagando o SNS à maternidade pública ou privada esse parto?

Em seguida pode simular o que de mais aproximado existe de um parto com recurso a fórceps “fazer com que as regras muito exigentes no setor público” sejam aplicadas no sector público. Boa sorte e que tenha uma hora pequenina, como diz o povo.

ANTÓNIO COSTA   POLÍTICA   GOVERNO

COMENTÁRIOS (de 85):

Américo Silva: Helena Matos, nas suas excelentes crónicas, parece sempre esconder alguma coisa. A grande burguesia deu realmente continuidade à fidalguia, mesmo continuidade biológica, e as suas fortunas dependem da relação com o estado. Na mota-engil, depois de Jorge Coelho temos Paulo Portas, o partido é indiferente.             Cipião Numantino: Perfeito, cara HM! A mim, bem mais que os fidalgos de uma casa socialista, parece-me uma espécie de albergue espanhol onde tudo (ou quase tudo) cabe. A entreajuda é notória e a cumplicidade bem mais que evidente. Uma lógica de seita que sem, claro, os excessos peculiares da N'drangetha obedece a similares formas de organização. No limite, para a família tudo, para os amigos o empurrãozinho necessário e, aos restantes, que se aplique a lei. E lá vamos assim cantando e rindo. A "créme de la créme" xuxa em franca progressão expansionista e o resto do país afundando-se numa mais que vil miséria e tristeza. Mas (há sempre um mas) ultimamente tenho-me deparado  com algumas surpresas. Que não são lá muito próprias ao relambório xuxualista nem são lá muito habituais naquelas paragens. Refiro-me aos muitíssimos casos e casinhos que ultimamente têm vindo a ser dados à estampa. Parece que os diques de informação para aquelas bandas definitivamente se romperam e um ou mais gargantas fundas puseram mesmo a boca no trombone. Donde, nos diz a prática das seitas, de que poderá tratar-se de mero ajuste de contas ou alguém pretender fazer a cama a alguém. Eu até tenho as minhas desconfianças mas, logicamente, não as revelo porque poderá tratar-se de um mero processo de intenções. Assim como assim, estou com a pulga atrás da orelha. Tanto mais, que um pouco de atenção, nos indicia que as lutas intestinas neste tipo de organizações, primam por este tipo de jogadas. Em síntese, alguém mesmo "andou a dormir com o inimigo". Seja como for que se amanhem. E até desejaria que se entretivessem a passar rasteiras entre eles pois, em tais jogos de poder, teriam menos tempo para empurrarem o país para a desgraça. Assim sendo, tal como perfilhava Napoleão Bonaparte "nunca interrompas o inimigo enquanto ele estiver a cometer um erro". Algum dia alguém nos livrará dos grandes malefícios do socialismo. E se não for a divina providência, pois que seja a envolvência de todos à canelada uns com os outros. Qualquer coisa servirá, conquanto alguém nos possa livrar desta espécie de peste maléfica xuxualista que está a garrotar Portugal. Quanto mais depressa melhor!...               Maria Paula Silva: Excelente, HM!  como sempre :) Obrigada. Infelizmente é o ponto a que chegámos: a mediocridade generalizada. Em qualquer país verdadeiramente democrático e evoluído, como os países nórdicos por exemplo, isto nunca aconteceria. O mal já teria sido cortado pela raiz logo no início. O ps é actualmente um polvo gigante, muito corrupto, com tentáculos em todos os lugares, até na PJ (José Gomes Ferreira falou disso há cerca de 2 anos).  E como se cortam todos esses tentáculos? Os partidos psd + il + chega + o que resta do cds deviam deixar-se de egocentrismos e protagonismos idiotas e inúteis, unirem-se e formarem um novo partido de centro. Se tiverem alguma dignidade e verdadeiro espírito de SERVIR a pátria, talvez consigam. Ou talvez isto não passe de uma  ideia onírica da minha parte. Mas não vejo outra alternativa de acabar com esta pornochanchada.            Filipe Paes de Vasconcellos: E depois esta maralha-fidalga não percebe que não está capacitada para o exercício dos cargos públicos que ocupa. Falta-lhe experiência de vida, profissional e, o mais importante, arcaboiço ético-moral e dignidade para o exercício desses cargos. Donde vem esta gentalha-fidalga que ninguém conhece e que ninguém nunca ouviu falar. Em que é que se distinguiram, repito , distinguiram na sua vida pública, académica, profissional para serem convidados para o exercício dos cargos mais exigentes que o pais lhes oferece? E ninguém se revolta! E ninguém vai preso por má gestão dos dinheiros públicos?             Amigo do Camolas: Um partido corrupto tal como um ladrão ainda é um ladrão, quer use uma máscara, um casaco ou uma camisa cor-de-rosa de fidalgo com um slogan de justiça social. Quando as pessoas escolhem ladrões para roubar para elas, elas não se devem  surpreender quando os ladrões também roubam delas para beneficio próprio. Como o escorpião disse ao sapo: "Você sabia o que eu era quando me deixou saltar para as costas". E visto que os socialistas não mostram o mínimo de vergonha na cara, o mínimo que se pode fazer para o bem deles não é tratá-los como fidalgos mas como eles merecem: A Máfia socialista é pouco mais do que uma recriação servil da bagunça russa pós-comunista que sequestrou o estado e a democracia para perpetuar seu próprio poder e encher seus próprios bolsos.                   João Ramos:  Os fidalgos da casa socialista “, casa essa onde impera a mediocridade e a falta de vergonha…               João Floriano: A maioria absoluta tornou-se tudo o que António Costa disse que não seria naquela noite vencedora de Janeiro, já lá cai quase um ano. Segundo ele seria uma maioria de diálogo com a oposição e ninguém deveria recear a tentação de abusar que muitas vezes acontece nas maiorias absolutas,  porque lá estaria ele mesmo, António Costa e o Sr. Presidente da República para exercer o escrutínio e evitar as más práticas. Precisamente o inverso! A maioria PS transformou-se num pesadelo daqueles em que temos de acordar mas não sabemos como. O que nos acontece agora não é surpresa, só que chegou demasiado cedo. Até 2026 ainda temos muito que penar e nos arrastar entre casos e casinhos. Em 2015 António Costa não prometeu apenas que não haveria reformas e que o mais que aconteceria seriam operações cosméticas simples como depilação de sobrancelhas ou de buço, mas nada de mexer na estrutura de um nariz, ou fazer uma mentoplastia. E é isso que tem acontecido. António Costa não tem feito nada de notável, embora anuncie regularmente, as novidades não saem do papel. Mas em 2015 António Costa prometeu mais a Bloco e PCP. Prometeu a reversão de várias medidas tomadas pelo culpado disto tudo: Passos Coelho. E durante algum tempo manteve os parceiros contentes até que não havia mais nada para escavacar e as exigências feitas a Costa ultrapassavam aquilo que ele podia fazer. O resultado está à vista. Aumento da pobreza, serviços públicos desgraçados, escândalos semanais, governo desorientado, clivagens no partido e aquele  enorme poço de Carkoon  para onde Jabba , o mafioso da Guerra das Estrelas  queria atirar Han Solo e amigos: a TAP. Mas esta não é o único sarlacc. O Hospital Militar de Belém tinha um orçamento para obras de 750.000 euros. Houve uma «pequeníssima» derrapagem nos custos e ficou pela bagatela de cerca de 2.600.000 euros. Deve ser o único hospital militar com arrastadeiras e escarradeiras de platina. Não demorou muito até Manuel Pizarro começar com delírios semelhantes ao da sua antecessora e como ela a atingir os privados. Não tarda muito e os portugueses de 2023 nascerão em casa, pelo que é aconselhável ir verificando na internet como evolui um parto e como se corta e trata o cordão umbilical.           Fernando CE: Brilhante.            Ana Maria Pina de Melo Adrião: Muito bom, como sempre!           Ana Oliveira: provavelmente nestes 7 anos de PS regrediu-se uma ou duas gerações....a sociedade perdeu fôlego, o país esmoreceu, fechou-se numa redoma de esquerda que não permite o desenvolvimento do privado. Provavelmente o futuro vai passar por uma habituação ao convívio com a mafia socialista em que o privado terá de se subordinar a este poder obscuro tutelado por algumas famílias. Quando a quinta deixa, os porcos instalam-se na casa da quinta tal como descreveu Orwell quase há cem anos              Pedro Campos > Américo Silva: Você confunde as coisas...Jorge Coelho foi presidente executivo e ex-ministro da tutela. Paulo Portas  nunca foi ministro na área da Mota-Engil e não vai exercer funções executivas na empresa. Percebeu bem a diferença????                    Pedro de Freitas Leal: A Helena Matos cada vez melhor! O artigo é fabuloso. É sempre um prazer ler as suas crónicas que resultam de um trabalho aprofundado e de muita reflexão e intuição feminina. Parabéns! Consegue sempre surpreender quem a lê.             Pedro Campos: Esta ideia, também propagada por Marques Mendes de que  António Costa irá deixar o governo e para ir ocupar o lugar de Charles Michel no Conselho Europeu é completamente disparatada e desprovida de qualquer sentido. Não apenas a UE se está "deslocar" para leste como, pior, António Costa não tem curriculum interno e europeu, nem condições para exercer tal cargo. A UE pode estar a atravessar um período mau, mas ter um individuo como António Costa a exercer um cargo politico seria o descalabro da UE. Os alemães tratam das perninhas do Costa...             Maria Tubucci: Muito bom, HM. Claro que “os fidalgos da casa socialista não se apercebem porque se tornou um escândalo aquilo que para eles era normalidade”, porque se consideram acima de tudo e de todos, a eles as leis não se aplicam e a ética não existe. Eu não acredito que a Ministra da Agricultura não soubesse das minhocas da sujeita das 25 horas de tacho, porque numa organização há sempre um bufo para lamber a botas ao dono contando-lhe tudo o que se passa, natureza humana. Além disso, a sujeita eventualmente contou à ministra a sua situação e a ministra desvalorizou, porque de certeza o seu currículo tem mais minhocas que o da sujeita. Que pena a comunicação social não fazer o escrutínio dos governantes, acertava em cheio no jackpot em vez de recebem migalhas pela porta do cavalo.        L. Solla: Muito bem, Helena! O panorama é terrível! Mas pergunto só, por que carga de água deveria o PSD tentar, uma vez mais, assumir o ónus de governar o país em situação de crise extrema, deixando ao PS, sem novidade, o papel de bonzão crítico daqueles que tentariam desse modo emendar todos os estragos causados pelos desmandos desse mesmo PS? Para mal dos nossos pecados, os Socialistas só desbarataram oportunidades quando, nestes últimos anos navegaram com vento a favor. Deixemos-lhes pois agora, a missão de bolinar com ventos fortes pela frente. Espero que alguma comunicação social, tão ciosa de um tipo de "verdade" aquando do governo de Passos Coelho, faça agora o seu trabalho com a mesma interventora acuidade que demonstrou em tempos ser capaz de ter.                   João Angolano: A superioridade moral da esquerda resume-se a destruir o país de duas formas: quando está no poder come por dentro e distribui os seus peões pelos cargos de poder, quando por breves momentos não tem o poder não deixa governar e tudo faz para sabotar.                     Vitor Batista > Rosa Lourenço: Mário Soares? Não creio, pois foi ele que os ensinou, juntamente com Almeida Santos, que afirmava que, para o pêiés tudo, e aos outros que se aplicasse a lei. Como é habitual o chefe da quadrilha dizer: habituem-se.              Censurado sem razão > Maria Paula Silva: Já não vamos a tempo. Estes 7 anos liquidaram Portugal. Você tem 60 a 70% da população totalmente dependente do estado. Mesmo a ser enganado, prefere manter quem diz que lhe aumenta dez euritos por mês o ordenado ou a pensão. Portanto, o melhor é emigrar. Isto tornou-se uma choldra socialista. Hei-de morrer fascista é a elogiar passos coelho, mas nunca por nunca votei socialista. Também nunca votarei em escumalha esquerdalha.              Fernando Cascais: Muito bem Helena Matos. Já não foi a tempo de referir o novo escândalo com a ex-secretaria de estado do turismo.  Fazer parte de um governo foi sempre um vínculo para encaminhar o núcleo familiar numa carreira com bons lugares dentro da administração pública. Numa outra escala, famílias inteiras trabalham numa câmara municipal. Quem está dentro do sistema facilmente mexe os cordelinhos para encaixar mais um familiar. Nas câmaras municipais - isto é corriqueiro - são lançados concursos públicos com currículos à medida para contratações já pre-determinadas. Por vezes aparecem intrusos como foi o caso da escolha para o procurador europeu. António Costa venceu todos os seus adversários políticos, agora é tempo, depois de sete anos, de mostrar o que vale como governante para o país. PNS é um problema interno do PS, e Costa não se pode servir dele como desculpa para não governar. Governar é fazer reformas e é aqui que a porca torce o rabo. António Costa não pode fazer reformas porque qualquer reforma passa quase obrigatoriamente por ser uma reforma liberal para poder produzir resultados positivos. O SNS é um bom exemplo. Os problemas estão identificados: mais utentes menos oferta de serviços médicos. Para agravar, o problema é sazonal, com a procura a duplicar ou mesmo a triplicar no inverno. O governo não pode montar uma super-estrutura médica no inverno para depois essa estrutura passar o verão a coçar a micose com custos enormes para os contribuintes. A reforma do SNS passa inevitavelmente por acordos durante o período inverno com os hospitais privados e sociais para aumentar a oferta, ou seja, passa por uma reforma liberal. Costa não tem condições para governar, não porque os escândalos são muitos no governo, mas porque não pode fazer reformas. Costa está castrado na governação porque não pode cair na teia do liberalismo. Assim, o SNS continuará a ser um poço sem fundo para os dinheiros públicos. Na TAP, Costa contra tudo aquilo que prometeu aos amigos comunistas decidiu fazer uma reforma na empresa. Qual? Uma reforma liberal. Costa, o Comunista, na TAP veste agora a pele de um liberal. Como disse Costa a Maduro na última cimeira do clima: “ - vamos pouco a pouco manejando as coisas”, ou seja, governando dia-a-dia ao sabor do vento sem uma ideia definida do caminho a seguir.  Vou esperar para ver o que Costa, agora, que pode despir o fato de político e vestir o de governante consegue fazer. Na minha opinião, pessimista, mas é a minha, acho que nem vai conseguir mudar de fato.                Carlos Quartel: Mesmo uma colunista séria tem dificuldade em reconhecer o óbvio. Tudo a que se refere é do conhecimento de muita gente, há demasiado tempo. Só que a dita informação "de referência" tratava do assunto com pinças, com receios vários, desde o corte de publicidade até ao corte de relações com gente que pode sempre ajudar numa emergência- Nestes assuntos, a novidade é a o CM e CMTV, que resolveu pespegar estes assuntos na primeira página do jornal ou do telejornal. E assuntos escaldantes começaram a ser impossíveis de desconhecer e deram nisto. Mas a desfaçatez mantém-se e a ministra irmã de ministro veio agradecer ao "caminhense" os 300 mil que voaram. Um gesto de gestão de elevado mérito. Quanto aos  de Vinhais, parece haver mais uns rabos de palha, com heranças e verbas na câmara, tudo dentro dos procedimentos habituais e que se repetem por centenas de chafaricas, criadas para esse efeito, aliás.               TIM DO Ó: É isto tudo que eles vão comemorar no 25 de Abril. Volta Salazar!                 Rui Cotrim: O OBS tem a sorte de ter duas Helenas nos seus quadros. Muito bom como sempre. Ainda sobre as maternidades... NASCER EM SEGURANÇA NO SNS. É o último título propagandista do Governo e do agora CEO... Tendo como primeira medida REDUZIR o número de maternidades... Não percebo.           Rui Teixeira: Tal como o queijo Tipo Queijo da Serra, estes "fidalgos", para já mais feios do que os que o eram, são "fidalgos" do Tipo Ratazana.

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