São os textos a seguir transcritos: o de Francisco Assis, expondo com muita elegância – afinal artificiosa,
de pura especulação pedante, terminando em citações – a disparatada, de Alexandre Quintanilha (“querer” e “decidir”
geralmente incompatíveis), a descontextualizada, de Petrarca, cujo “bel
morir” não se refere a leito de incapacidade física, coadjuvada por solícita
assinatura prévia previdente, como hoje se pretende, mas um “morir” virtuoso ou
glorioso, mais ou menos quixotesco, próprio da altura (- hoje seguimos melhor a
versão rebarbativa do heroísmo segundo Reinaldo Ferreira – o seu “Serve-se
morto” da “Receita para fazer um
herói”, na nossa condição humana actual de pura piedade e meiguice convidando
o doente presente ou futuro a despachar-se em beleza); o texto de João Miguel Tavares de linguagem
e pensamento sãos e escorreitos, sem ambiguidades e proveniente de uma mente
bem formada que, naturalmente, se atrai adesões nos comentadores, também
provoca comentários de uma sujidade moral que não deixei de colocar hoje,
embora me sujem o blog, como comprovativo da muita baixeza que existe entre muitos
dos nossos cidadãos. Contrariamente, os comentários a Francisco Assis são de extrema seriedade e correcção no
pensamento moral, uma lição para todos os Franciscos Assis ou outros Franciscos
e Franciscas igualmente falsos, encobrindo um pensamento reles sob a capa ambígua
de uma falsa harmonia.
E já agora, pese embora o discurso de
convite à cobardia, saboreemos uma vez mais o poema de Reinaldo Ferreira, que
poderemos aplicar aos heróis e heroínas dos tempos que correm, puritanos e
generosos, sem coragem para matar à vista, mas com autoridade para decretar a morte.
Só corrigiria o seu final para: “Serve-se
vivo”. Bem vivo, por sinal. O resto da população é que parece estar moribunda,
ao permitir a proliferação de tais heroísmos.
RECEITA PARA FAZER UM HERÓI
Tome-se um
homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
I - OPINIÃO: Eutanásia – Autonomia e Liberdade
Carecem de razão as posições que contestam a
legitimidade do Parlamento para legislar sobre este assunto.
FRANCISCO ASSIS
PÚBLICO, 15 de Fevereiro de 2020
Tal
como era fácil de prever o tema da eutanásia
está de regresso ao debate político nacional. Não há qualquer motivo para nos
espantarmos com isso e são desprovidas de fundamento as críticas que
pretendem alegar um suposto carácter intempestivo deste agendamento. Não há
ocasiões mais ou menos propícias para levar a cabo uma discussão que será
sempre travada de uma forma polarizada, dada a complexidade e o melindre do
tema e a natureza das paixões que facilmente pode convocar. Ninguém poderá
verdadeiramente afirmar, de resto, que não esperava que os defensores da
despenalização da morte medicamente assistida voltassem a apresentar iniciativas
parlamentares visando a sua aprovação.
para
legislar
sobre este assunto. Uma coisa é
advogar as vantagens do recurso ao referendo, outra é procurar vilipendiar a
sede da representação nacional com recurso a uma linguagem de índole
populista que não enobrece quem a utiliza. Ocorre, ademais, que sobre este
súbito fervor referendário recai a legítima suspeita de não constituir mais do
que um simples expediente visando a correcção de uma decisão parlamentar que se
adivinha ir num determinado sentido. Não colhem por isso as objecções que têm
vindo a ser apresentadas à promoção deste debate.
Afastemo-nos, assim, da apreciação das circunstâncias que envolvem
esta discussão parlamentar e concentremo-nos na substância da mesma.
Dada a importância da questão em causa, e mau grado ela remeter imediatamente
para o domínio do direito penal, impõe-se uma abordagem que, entre outros
planos, convoque uma reflexão antropológica e filosófica. Na verdade, estão em
causa princípios e valores que, no limite, nos reconduzem a um debate entre as
diversas compreensões do humano. Não há nenhuma vantagem em elidir essa
confrontação de pontos de vista, desde que partamos do pressuposto de que a complexidade
do assunto desautoriza inflamadas proclamações dogmáticas.
Procurarei,
assim, dar o meu contributo para esta discussão expondo as razões de fundo que
me levam a apoiar as iniciativas legislativas em debate no Parlamento.
São basicamente três: a afirmação do princípio da autonomia humana; a
consagração da primazia da independência individual; a importância do
acolhimento na ordem jurídica do pluralismo das orientações morais que é
constitutivo das sociedades democráticas modernas.
A
Modernidade iluminista europeia, de que os nossos sistemas políticos
demo-liberais são subsidiários, alicerça-se na noção de autonomia do Homem que
surgiu historicamente por contraposição às teorias que privilegiavam o
princípio de uma hetero-determinação, fosse esta de natureza mítica, religiosa
ou meramente tradicional. A ruptura moderna consiste precisamente no
reconhecimento de uma razão e de uma vontade humanas que se podem representar
como uma autoconsciência e uma capacidade de autodeterminação. Essa é, sem
dúvida, uma das grandes metamorfoses observadas na História da Humanidade.
O
pensamento democrático e liberal contemporâneo consagrou o princípio do primado
da independência individual face ao risco de uma tirania comunitária
manifestada sob o modo de uma intrusiva presença na esfera das decisões
privadas de cada pessoa. Não há, como é evidente, subjectividades puras ou
indivíduos atomizados, mas há a possibilidade de salvaguardar um vasto campo
de independência individual que constitui, aliás, condição necessária para a
plena construção de um sujeito moral.
Atendendo
ao atrás referido chegamos facilmente à conclusão de que uma das
características das sociedades contemporâneas consiste no reconhecimento e na
valorização do pluralismo ideológico, axiológico, estético e religioso.
Compete ao direito regular, em grande parte, a convivência entre a diversidade
de opiniões, de convicções e de crenças que coabitam no interior de um mesmo
espaço sociopolítico.
Aqueles
que agora pretendem alterar a legislação de modo a permitir a prática da
eutanásia voluntária inscrevem-se nesta linhagem de origem iluminista que se
fundamenta nos três princípios enunciados: autonomia do Homem; independência
do indivíduo; reconhecimento do pluralismo das opções morais. No fundo, o
que está em causa é o valor superior da liberdade. A vida humana tem uma
dignidade ontológica indiscutível, permanente e alheia às circunstâncias em que
se desenvolve. Não há vidas mais ou menos dignas nesse plano objectivo.
Só
que a vida humana não pode ser entendida como uma entidade puramente
abstracta ignorando que ela se realiza em pessoas concretas e que estas têm a
capacidade de conscientemente se autodeterminarem em função das suas próprias
referências morais e éticas. Aqui reside a grandeza do Homem. É por isso
que o Homem em determinadas circunstâncias se dispõe a abdicar da sua
própria vida em nome de causas e de valores que superam a preocupação com a
preservação daquela. Só um ser livre, capaz de superar ou de se subtrair
aos seus impulsos vitais, pode agir desta forma. Em nome de uma certa
concepção da vida o Homem ousa pôr em risco a sua vida. Fá-lo por uma questão
de dignidade subjectiva fundada num sistema moral que livremente concebeu ou
acolheu. Há que admitir que possa usar dessa mesma liberdade perante o acto
final da sua vida que a morte constitui. Falando da eutanásia é ainda - e
sobretudo - da vida que estamos a falar.
Como
lembrava há dias Alexandre Quintanilha num belíssimo artigo: “A forma como cada
um quer morrer é provavelmente a decisão mais importante da sua vida”. Tem
inteira razão. Ouvimos ainda ecoar um dos mais célebres versos de Petrarca: “Un
bel morir tutta una vida onora”.
Militante do PS
COMENTÁRIOS:
Luis_Morgado: Muito
bem escrito! No entanto, por melhor que se argumente em abstracto as pessoas de
um lado e de outro da discussão, acabam por ter convicções inamovíveis. Talvez
valesse a pena revisitar alguns exemplos de casos de pessoas que tomaram a
difícil decisão, em países onde a eutanásia é autorizada e então ver depois o
que cada um pensa do tema.
Maria Marques: O direito à liberdade sem os meios
para alcançá-la é apenas um sonho, neste caso, o derradeiro pesadelo, a última
injustiça social; pessoas carenciadas que necessitem de cuidados paliativos
apenas um caminho.- É isto liberdade de escolha ?O socialismo é uma utopia , os
direitos humanos são também uma utopia, mas onde se situa a fraternidade
dirigindo um indivíduo para a morte, sem alternativa? Os soi-disant socialistas
venderam a alma ao Deus do capitalismo de mercado. Médica Sem credo religioso
TML: O
que fica por abordar é o direito de matar outra pessoa, mesmo que por vontade
desta. Confunde-se muita coisa nesta discussão e eufemiza-se a eutanásia como
se tratasse de mera rejeição de obstinação terapêutica ou no máximo de suicídio
assistido. A verdade
é que ao mesmo tempo que se advoga a liberdade de querer ser morto, só se
aceita a liberdade de alguns. O que põe necessariamente um problema. Quais
é que são livres o suficiente para ser livres, e quais não são? É falso que
tenha havido debate suficiente, não em termos de quantidade mas de qualidade,
nomeadamente de honestidade e humildade. Cada lado da barricada finge que este
assunto é óbvio e simples.
gualter.cabral: No
que toca à eutanásia temos, aqui, duas correntes destintas: 1º) Os que advogam
que os que querem morrer (em estado de doença prolongada, com vida sem qualquer
dignidade, e com morte anunciada: não têm que ter o beneplácito do Estado nem
da sociedade - é uma substância que não pode ser referendável. 2º) Os elitistas - como é o caso de alguns partidos e
deputados - que pensam que podem legislar sobre a morte de
alguém ( nos casos, acima, indicados. É evidente, e a própria Constituição o
diz: "Que a pessoa é livre de escolher o que entender sobre o seu
corpo" Assim sendo,
nesta matéria estamos conversados. O que a sociedade tem que referendar é
a forma e os meios que necessariamente têm que ser postos à disposição e
despenalizar os médicos e pessoal auxiliar perante a justiça.
henrique Mota: Uma excelente análise com uma pontaria
errada (o suicídio não é proibido, creio) e um último parágrafo arrepiante -
"Viva la Muerte! do general Astray? Um brado necrófilo e insensato"
terá dito Unamuno".
II - Para eutanasiar de vez a politiquice à portuguesa
Caros senhores deputados do PS e do PSD,
tenham ao menos a dignidade de colocar a decisão nas mãos dos portugueses de
quem cobardemente se esconderam em Outubro de 2019.
JOÃO MIGUEL TAVARES
PÚBLICO, 15 de Fevereiro de 2020
Só
para despacharmos à cabeça a irresolúvel questão dos princípios: podemos aceitar,
como mínimo dominador comum, que a eutanásia é um tema complexo, tanto para
aqueles que acham que a vida é um dom de Deus em que ninguém pode tocar, como
para aqueles que acham que a vida diz respeito somente a cada indivíduo, que
faz dela o que bem entender?
Tanto uns como outros estão unidos nisto: ambos acreditam que a eutanásia não
deve ser permitida em qualquer ocasião. Uns acham que nunca deve ser
permitida; os outros acham que só deve ser permitida em casos muito específicos
e controlados. Donde, em vez de estar a discutir princípios e a debater a
existência de Deus, a mim interessa-me muito mais discutir a legislação e o processo político que nos trouxe até aqui.
Novidade,
novidade: o processo político que nos trouxe até aqui é miserável. E é
miserável quer se queira a aprovação da eutanásia, quer não se queira. Recordem
comigo. Em Maio de 2018, o tema da eutanásia foi debatido na Assembleia da
República. Havia quatro projectos de lei e o do PS foi rejeitado por apenas cinco votos.
Aquilo que mais se debateu na altura foi a falta de legitimidade dos partidos
para votarem uma lei da eutanásia quando ela não constava de nenhum programa
eleitoral, à excepção do PAN (sim, nem o Bloco tinha a eutanásia no programa de
2015). O deputado do PSD Cristóvão Norte (que é favorável à eutanásia) votou a
favor da proposta do PAN e absteve-se nas restantes três com este argumento: “O
único que tinha legitimidade para apresentar era o PAN porque foi o único que
colocou no programa eleitoral.” Nessa mesma altura, Rui Rio, no livro Morrer
com dignidade, escreveu queera “um imperativo” o Estado despenalizar a eutanásia.
Salto para os programas eleitorais de
2019. Esses programas começaram a ser
preparados menos de um ano após a votação de Maio de 2018. A eutanásia é um
tema que anda na boca de toda a gente desde a dramática
história do galego Ramón Sampedro, que comoveu Espanha, Portugal e
depois o mundo inteiro graças ao filme Mar Adentro. Sampedro morreu em 1998,
vinte anos antes do psicodrama político da última legislatura. E depois de
tanta conversa, depois de tanto debate, depois de tanta discussão no Parlamento
acerca da legitimidade dos deputados para tomarem uma decisão tão sensível,
qual foi o resultado? O resultado, acreditem ou não, foi este: número de
referências à palavra “eutanásia” no programa eleitoral do PS de 2019? Zero.
Número de referências à palavra “eutanásia” no programa eleitoral do PSD de
2019? Zero. Nada. Nicles. Bulhufas.
Cristóvão
Norte continua a ser deputado do PSD. O PS de António Costa continua a ser a
favor da eutanásia. E Rui Rio, que considerava “um imperativo” a despenalização
da eutanásia, continua
imperativamente a favor. Curiosamente, nenhum deles mexeu um dedo
para inserir os seus pensamentos e as suas propostas nos programas eleitorais
com que se apresentaram aos portugueses (só Bloco, PAN e Livre o fizeram). Portanto,
caros senhores deputados do PS e do PSD, as pessoas que reclamam um referendo estão
cheiíssimas de razão. Queriam legitimidade política? Tivessem clarificado a
vossa posição antes das eleições. Não tiveram a coragem de assumir o que
pensavam. Não quiseram que a eutanásia se transformasse em tema de campanha
eleitoral. Então tenham ao menos a dignidade de colocar a decisão nas mãos dos
portugueses de quem cobardemente se esconderam em Outubro de 2019.
Jornalista
COMENTÁRIOS:
Eng. Jorge Simões: Completamente de acordo. Caso esta bestialidade passe,
como tudo parece indicar, o Chega irá muito justamente capitalizar ainda mais
apoios. Depois queixem-se.
asvenancio, 15.02.2020: Totalmente de acordo.
João Cunha, 15.02.2020:Dois pontos apenas. O simples facto de o assunto ter
sido objecto de discussão e votação na anterior legislatura e não haver
alteração das posições dos partidos faz com que os argumentos da falta de
discussão e da ausência do tema na campanha não tenham fundamento. Segundo,
lamento, mas não concordo com o mínimo denominador comum proposto no início do
texto. Contrariamente ao aborto, o suicídio assistido e a eutanásia não são um
tema complexo como parece ser quase consensual. Para quem acha que a vida é um
dom de Deus não é sequer discutível; para os restantes é uma questão de decisão
pessoal, salvo se houver implicações com terceiros, das quais a mais óbvia é a
existência de filhos menores. Fora isso deveria bastar a certificação notarial
da vontade. Médico só para certificar o óbito!
ALRB, 15.02.2020: Se bem percebi João Cunha quando diz "médico só
para certificar o óbito": o candidato a defunto era morto à paulada. E o
problema não eram os filhos menores como afirma. O problema era com os filhos
maiores e malandrecos (assim tipo António Costa que quer resolver o problema
dos cuidados paliativos limpando-nos o sebo).
Luis_Morgado, 15.02.2020: Nem tudo o que é decidido no parlamento está nos programas
dos partidos. Os referendos têm o perigo de exacerbar ódios, excitar populismos
e difundir mentiras. O que está em causa é o direito de cada um poder decidir
sobre a sua vida, em casos excepcionais. Porque é que há tanta gente empenhada
em limitar a liberdade dos outros? Essa é que me parece ser uma discussão
importante.
Liberal Duro de Desactivar, 15.02.2020: Esse é um mistério insondável e, digamos, eterno!
Ruben Fontoura, 15.02.2020: Já Salazar era da mesma opinião. Por isso não havia
referenduns, nem campanhas eleitorais.
Luis_Morgado, 15.02.2020: O exemplo que dá não será o melhor para defender a sua
posição. Reveja um pouco a História do Estado Novo e veja lá o que Salazar
sabia sobre a manipulação de referendos e eleições. Desde a Constituição de
1933 até à campanha de Humberto Delgado. Já sobre a eutanásia, provavelmente
Salazar estaria mais próximo da sua opinião que da minha.
baptista.n, 15.02.2020: contra este referendo, este é o único argumento válido
para se pedir um neste caso. Em todo o caso, vê-se na cabeça de muitos dos que
são contra um cenário em que o estado anda a matar a seu bel prazer doentes incuráveis,
e tal é um cenário da lamentável desinformação e talvez a principal razão para
não haver um referendo e simplesmente legislar um direito e deixar à
consciência de cada um quando chegar a hora.
Ruben Fontoura, 15.02.2020: Eu sou a favor da eutanásia... e já. Mas para ser
aplicada a este Parlamento moribundo, doente, desorientado, fascista. Desta chaga,
só o Chega, o CDS e o PCP salvam a honra. Repare-se que os que agora aparecem a
toda a velocidade, querendo impor a eutanásia, já em tempos aplaudiram o
aborto. Matança de inocentes bebés e de pessoas doentes, está no espírito e é
herança histórica de um lugar: Auschwitz!
Liberal Duro de Desactivar: 15.02.2020 No ventre das mulheres que abortam não há crianças, há
embriões, e as matanças dos nazis não tinham como vítimas pessoas quase a
morrer e que preferiam abreviar a morte.
António Cunha, 15.02.2020: Ruben Fontoura deve ter sido acometido pelo surto da
imbecilidade. Credo!
Maria Marques, 15.02.2020: Citando Voltaire "A política tem a sua fonte na
perversidade e não na grandeza do espírito humano."
António Cunha, 15.02.2020: Ridículo. O grupo de Cavaco & Passos ganhou mais
uma voz.
Liberal Duro de Desactivar, 15.02.2020: Compreendam de vez, não é o grupo de Cavaco, nem o de
Passos, nem o de João Miguel Tavares. A voz, a quase única voz, é a da Santa
Igreja Católica Apostólica Romana, dos herdeiros daquelas pessoas simpáticas
que queimavam os hereges vivos e lhes enfiavam chumbo líquido pela goela
abaixo.
António Cunha, 15.02.2020: Caro Liberal, tanto Cavaco, Passos e Igreja são tudo
farinha do mesmo saco. Se não fossem estariam a passar dias na jaula. Deviam
preocupar-se mais com a pedofilia na Igreja Católica em vez de se imiscuírem na
vida dos outros. Que seita!!!!
mário borges, 15.02.2020: Ah... Aí está o populista de volta... Vamos lá
referendar a vida dos outros... Eu ao menos sou coerente. Fui contra o
referendo da interrupção voluntária da gravidez e sou contra o referendo à
eutanásia. Não se referenda a vida privada. Não se proíbe a decisão de vida dos
outros. As pessoas fazem ou não. Isso é liberdade. Isso é democracia.
António Cunha, 15.02.2020: Dito. A conversa da eutanásia já chateia. Estas mentes
medievais da qual a Igreja católica, Cavaco e Passos são exemplos das trevas
regressadas.
o gaivotas, 15.02.2020: sr António, não se esqueça de acrescentar a ordem dos
médicos e os hospitais privados nesses exemplos! não deixam de ser mentes
medievais.
Manuel, 15.02.2020 : Você erra quando afirma que a eutanásia é algo privado:
o suicídio é privado, ao contrário da eutanásia, ou seja, morte medicamente
assistida: Médicos que ajudam a morrer, com o estado a suportar, ou seja, todos
nós..
António Cunha, 15.02.2020: Gaivotas, todos sabemos quem são os donos dos
hospitais privados. Quer um desenho?
Diabinho Malandro, 15.02.2020: A
eutanásia passiva (e discretamente ilegal) já existe, e muito bem. A eutanásia
activa é bem mais problemática e cria pressão inútil nos médicos e nos
familiares.
Liberal Duro
de Desactivar: 15.02.2020: Depende
dos médicos, e depende dos familiares. O moribundo nem entra no seu raciocínio,
mas por isso mesmo é um raciocínio de Diabinho Malandro!
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