Mais ou menos enganados por quem escolhemos? Muita gente nossa se dá conta disso. Eu não quero acreditar.
O mal e a caramunha
Que o PS, um grande partido político
do centro-esquerda, seja, hoje em dia, liderado por radicais como Santos,
Leitão & Companhia é, de facto, bem inquietante.
JOÃO PEDRO MARQUES.
Historiador e romancista
OBSERVADOR, 09 out. 2024, 00:1868
O raciocínio foi claramente explicitado por Alexandra Leitão,
a líder da bancada parlamentar do PS, no último programa Princípio da
Incerteza, da CNN Portugal: “se o
Chega não conta” — disse a deputada, — “então quem devia ter sido chamado a formar governo era o Partido
Socialista, porque a Esquerda, junta, tem 91 deputados e a Direita, junta, tem
88. Portanto se aqueles 50 deputados (do Chega) não estão lá para nada
(sic) (…) há uma maioria de Esquerda na Assembleia da República”. Ou seja, é
um raciocínio — chamemos-lhe assim por caridade cristã — que se esquematiza em
dois pontos: 1- A AD recusa-se a fazer uma coligação ou acordo de
governo com o Chega; 2- Assim sendo, e uma vez que a Direita sem o Chega não
tem maioria na Assembleia da República, devia ser a Esquerda a governar.
Miguel
Macedo
contrariou muito bem e in loco, como se pode ver e ouvir no vídeo,
este silogismo coxo, mas talvez se possa dizer mais alguma coisa sobre
ele. É que os acontecimentos políticos têm uma
história, não têm apenas uma política que possamos torcer como nos apetece e à
medida das conveniências tácticas ou estratégicas de cada momento. E a
história destes acontecimentos específicos é a seguinte: foi a Esquerda, com destaque para
políticos e jornalistas do PS ou próximos dele, que andou durante meses a exigir
que Luís Montenegro construísse, em volta do Chega, uma “cerca sanitária”, uma
“linha vermelha”, um “interdito” — chamou-se-lhe várias coisas — que impedisse,
sob sua palavra de honra ou rígido compromisso político, qualquer eventual
futura aliança ou entendimento de fundo entre esse partido e o PSD. Quando, mil
vezes perguntado se estava disponível para (ou desejoso de) fazer esse
entendimento com o Chega, Montenegro garantiu que não e, inquirido novamente,
outra e outra vez, pronunciou o seu famoso “não é não”, houve muita gente de
Esquerda que veio sugerir ou quase jurar que ele estaria a mentir como se iria ver, adiante,
no pós-eleições.
As eleições fizeram-se em Março, os
meses foram-se sucedendo e a Esquerda constatou que Luís Montenegro não
mentira. Não houve, de facto, entendimentos com o Chega. Então, dessa constatação, fazendo aquilo
a que se chama “pegar na palavra” ou “virar o bico ao prego”, a Esquerda que há
dias, no contexto do psicodrama orçamental, falou pela voz de Alexandra Leitão,
e que falara logo em Março pela de Rui Tavares, conclui que, sendo assim,
tendo Montenegro construído a tal “cerca sanitária” em roda do Chega, então
devia ter sido a Esquerda — que, relembre-se, perdeu as eleições — a governar.
Ou seja, dito de outra maneira, a
Esquerda, com realce para o PS, fez uma exigência política e quando os seus
adversários políticos acederam a ela e lhe corresponderam, virou esse cumprimento da palavra dada
contra eles e tentou, e continua a tentar com fundamento nisso, arredá-los do
poder. Conhecem armadilha mais manhosa do que esta?
A manha disto, a má-fé deste raciocínio, é algo que incomoda e
inquieta. Em primeiro lugar porque é imoral que o mesmo PS que quis que Luís
Montenegro excluísse o Chega de qualquer convergência, agora o queira penalizar
por tê-lo excluído. Em segundo lugar porque, salvo melhor opinião, espelha o
que é o actual PS — supondo, claro, que a interpretação que Alexandra Leitão
verbalizou no programa Princípio da Incerteza não seja peça única e que haja
muitos camaradas seus a perfilhá-la. Ora, que o
PS, um grande partido político do centro-esquerda, seja, hoje em dia, liderado
por radicais como Santos, Leitão & Companhia é, de facto, bem inquietante e
torna o entendimento com o centro-direita muito difícil e cheio de ardis.
A AD deve evitar esses ardis, deve recusar-se
a jogar num tabuleiro de xadrez armadilhado e deve continuar a contornar o
raciocínio de Alexandra Leitão. É óbvio que a líder parlamentar dos socialistas
gostaria de ter poderes para abduzir os 50 deputados do Chega, fazendo-os
desaparecer nos confins da nossa galáxia. Gostaria de poder apagá-los da
aritmética parlamentar. Mas o “não é
não” de Montenegro, com o qual eu pessoalmente
concordo, não implica abduções nem aritméticas falsificadas,
não exclui nem apaga o Chega da vida política nacional. Esse partido e o seu
grupo parlamentar fazem parte da Direita, ainda que não saibamos se o actual
não-entendimento com os outros segmentos dessa Direita será para todo o sempre
ou apenas para um determinado período de tempo, dependente de conjunturas
políticas e de lideranças partidárias, como aconteceu, aliás, com o PS e os
partidos à sua esquerda quando, em 2015, no primeiro governo de António Costa,
se aliaram ao arrepio do que sempre haviam feito até então.
Ao contrário do que pretende a tese que
Alexandra Leitão tenta fazer passar e reactivar, para, de novo, comprometer e
entorpecer o PSD, o Chega existe e faz parte da vida parlamentar portuguesa. Está aberto a entendimentos, incluindo
entendimentos com a AD porque o “não é não” de Montenegro, se exclui uma
coligação de governo, não exclui entendimentos pontuais ou parciais. Mais. Os
50 deputados do Chega não são ilegítimos, inexistentes ou leprosos. Não estão
de quarentena perpétua nem respiram por guelras. São cidadãos portugueses
legalmente eleitos. Fazem parte do jogo parlamentar quer PS e
AD queiram quer não, e têm sido, em vários momentos, aliados e compagnons
de route do próprio PS. Fingir que se ignora que assim foi reforça a má-fé
do argumento de Alexandra Leitão. Será
necessário lembrar-lhe que nesta legislatura o grupo parlamentar socialista já
conseguiu fazer aprovar medidas com
a convergência ou anuência do grupo parlamentar do Chega? Se valeu para
que o PS conseguisse fazer aprovar essas medidas, sem que isso implicasse
qualquer aliança entre ele e os socialistas, como não valeria para que a AD
possa governar?
Numa
situação em que nenhum partido ou coligação tem maioria absoluta, Alexandra
Leitão e o Partido Socialista não podem estipular ou impor à AD com quem, e
como, ela pode ou não pode confluir, nem de quem, e em que circunstâncias, pode
ou deve divergir. Isso cabe à AD definir passo a passo, caso
a caso. O PS faz o mal e a caramunha, mas a AD não deve dar para esse peditório
nem ir atrás dessa choradeira.
PS POLÍTICA EXTREMISMO SOCIEDADE
COMENTÁRIOS (de 68)
José Paulo Castro: Quando o PS se abstém, a AD manda. Quando a AD se abstém, o PS manda. MAS Quando o Chega se abstém, de facto a esquerda manda. Quando o Chega vota de acordo com a AD, a esquerda não manda nada. Quando o Chega vota de acordo com o PS, a AD não manda nada e a
extrema-esquerda é irrelevante. Isto de termos três parlamentos
diferentes, consoante o voto do Chega, significa que o Chega pode ser ignorado,
não é? O Vasco Pulido Valente nunca
chegou a conhecer Rui Tavares e o Livre, senão saía uma crónica sobre o
"picareta pensante". Carlos Chaves: Caro João Pedro Marques, a manhosice do PS não é só de agora, começou com
Mário Soares e Almeida Santos! O grande problema é que temos uma comunicação social
de esquerda (porque será?) que fecha os olhos a todos estes comportamentos
altamente reprováveis em democracia, e como infelizmente o povo não lê artigos
como este seu e é bombardeado todas as noites (muitas vezes depois de penosos
dias de trabalho) com inverdades, não consegue perceber o engodo onde o querem
enfiar! O problema em si não é este indecoroso comportamento dos elementos do
PS, o problema é não os denunciar no grande “main stream” e até branqueá-los
torná-los inócuos aos olhos dos eleitores. Por isto agradeço-lhe esta sua
crónica. Fazendo suas as minhas palavras – “Conhecem armadilha mais manhosa do que
esta?” Ricardo Ribeiro: O Chega é relevante sim, como explicou e muito bem o Sr. José Paulo Castro
no comentário abaixo. Mais relevante ainda é realçar
que o Chega NUNCA iria permitir um desvario desses de haver uma nova geringonça
de esquerda minoritária, só se a AD permitisse (já não digo nada...) Para ver bem a relevância do Chega, recue-se até 2015 e imaginar se
houvesse um partido destes com a implementação que tem actualmente...se calhar
não teria havido geringonça nem o pesadelo de 8 anos de Costa... Portanto actualmente o partido charneira da Democracia Portuguesa é o Chega
e é uma defesa que existe para que não volte a ser implementado geringonças
esquerdoidas e extremadas. Novo
Assinante: Senhor
dr. João Pedro Marques, "(O Chega) está aberto a
entendimentos, incluindo entendimentos com a AD porque o “não é não” de
Montenegro, se exclui uma coligação de governo, não exclui entendimentos
pontuais ou parciais." - Receio que V.Exa não esteja a fazer a melhor interpretação da actual
situação. Sim, o nosso PM dr. Luis Montenegro, com o não é não, EXCLUI qualquer coligação
governamental com o Chega, pela simples razão de que NÃO quer fascistas no
governo. Mas a questão não é essa: o Chega, para fazer qualquer
acordo, de qualquer tipo, com o nosso PM dr. Luis Montenegro, vai querer, como sempre disse e reiterou, lugares no governo, o lugar
de vice PM para ele e para mais 4 a 6 ministros, o que o dr. Luis Montenegro
EXCLUI pela simples razão de que NÃO quer fascistas no governo, vai
querer o referendo à imigração que não faz qualquer sentido, vai querer a saída
de uma quantidade enorme de imigrantes que estão a mitigar os problemas da
nossa demografia e a trabalhar e a sustentar a nossa Segurança Social, com
enorme prejuízo para a nossa economia, vai querer uma panóplia de medidas no
foro económico-financeiro (reduções de impostos, aumentos de salários e de
pensões para todos, etc,) para a elas ficar associado e assim ganhar votos que
a economia não comporta e que o Chega nem sequer sabe do que está a falar por
não dispor nas suas filas (militantes e simpatizantes) de um ÚNICO Economista digno desse nome (assim como também
não dispõe de NENHUM Quadro digno desse
nome em NENHUMA das restantes relevantes áreas do conhecimento
- Saúde, Educação, Engenharia, Finanças Públicas, etc, com excepção do Direito,
por razões óbvias. Antonio
Coelho: Está na altura de o Chega crescer, ser mais coerente, constante e responsável.
Demonstrando que o PSD pode contar com Chega ..assim conseguirão estabelecer
maiorias parlamentares capazes de implementar reformas que bem precisamos. Meio Vazio: Miss Piggy nunca morreu de
amores pelo (para ela) sapo da democracia. Novo Assinante Novo Assinante: Senhor dr. João Pedro Marques, O nosso PM dr. Luis Montenegro
disse ontem que o Ventura já teve mais de dez posições sobre o OE, que não
passa de um indivíduo não confiável, um catavento, etc, em suma, um aldrabão. Mas atenção: o problema maior do
Ventura, neste momento, é haver eleições antecipadas e ele perder cerca de
metade dos 50 parlamentares. Por isso, lhe digo: não ficarei
surpreendido, se o Ventura, só para não perder parlamentares na AR, não
aldrabar mais uma vez os portugueses, dar o dito por não dito relativamente a
todas as exigências que lhe fez ao nosso PM, e VOTAR FAVORAVELMENTE o OE
A TROCO DE NADA!!! Os militantes e simpatizantes do Chega
(votantes), sendo os segundos mais iletrados e ignorantes deste país (sondagem
da Católica à boca da urna no dia das recentes legislativas), são muito fáceis de aldrabar e comem de cebolada tudo o que
o Ventura lhes disser, nem que seja a maior mentira deste mundo. Exactamente
o mesmo que se passa com os seguidores do Trampas nos EUA. Paul C.
Rosado: A coisa que mais asco dá são esquerdistas caviares
hipócritas, que defendem que a escola pública é maravilhosa, mas colocam os
seus filhinhos em escolas privadas. Que juram que o SNS é uma maravilha,
enquanto recorrem aos privados. Em relação à honestidade de Leitoas, PNS e
companhia, estamos conversados. São tão honestos como a extrema esquerda sempre
foi ao longo da história e devem ser desmascarados sempre e em toda a parte. Manuel Lisboa: Palavras certas. Comentário
correcto. Aliás, quem ouvir os actuais dirigentes socialistas parece escutar o
eco dos bloquistas e comunistas. Gente que vive ainda no século passado... Gabriel Madeira > JOHN MARTINS: Ou seja, pouco. Porque, apesar
de ter votado AD, o que se tem visto, salvo alguns pontos positivos (o Ministro
da educação é um exemplo), é seguir as anteriores políticas (pessoas que
menstruam, legalização de imigrantes ad-hoc, etc). Resultado, menos um voto. Ricardo Ribeiro > Antonio Coelho: E será que o Chega pode contar
com este Psd? Não me parece... E será que o eleitorado de Direita pode contar com
este Psd? Não me parece... Basta ver as declarações do Montenegro na entrevista de hoje que até reconhece
que a proposta do Irs jovem do Ps era melhor e que para negociar só com o Ps! Foi
nisto que os Portugueses e o eleitorado de Direita votou na prometida mudança
em Março? Por isso sou fervorosamente a favor de novas eleições para clarificar as
águas Maria
Cordes: O PS, não é a
cara de PNS, piggy e a geringonça, apesar de ter deixado destruir o país, é
também o PS da Alameda. Que Montenegro se deixasse chantagear pelo PS atual,
é uma vergonha e um desrespeito pela democracia. É imperativo, que a bem do país, seja considerado, que
a questão da imigração seja regulamentada. O PS atual não quer saber de
Portugal para nada. Pelo contrário, quanto pior, melhor, gostam de pobrezinhos
submissos e iletrados, e desta amálgama esquisita em que isto se tornou.
Montenegro tem que rever a sua teimosia rústica, o Chega tem que acabar com a
truculência e o foguetório. As suas bases são portugueses de gema. João
Barreira: O Luís Montenegro devia ter reunido toda a direita à
sua volta desde o primeiro momento. Era imperioso tirar a esquerda do Governo
por muitos anos. Ficava assim com poder suficiente na AR para conseguir aprovar todas as
reformas necessárias ao progresso de Portugal. Ao mesmo tempo que
"disciplinava" o Chega, aproveitava as suas boas ideias sobre justiça
e segurança, bem como as boas ideias da IL sobre finanças e economia. Maria Diniz: A má-fé do argumento de
Alexandra Leitão revela a sua verdadeira natureza enquanto política: a
democracia e os seus princípios são plasticina moldáveis aos seus interesses Nuno Abreu: Fiquei completamente revoltado quando ouvi Alexandra Leitão afirmar isso no
“Princípio da Incerteza”. Como pode uma
professora de Direito, da faculdade onde durante três anos trabalhei, deturpar
completamente os princípios democráticos? O Direito é uma base fundamental da
democracia. Alexandra Leitão, perdoe-se-me a eventual desumanidade, é um ser biológico
que se apropria de tudo que lhe está próximo atingindo as proporções físicas
que todos conhecemos. Mas cada vez mais constato que também em termos ideológicos
quer absorver todos quantos lhe possam fazer sombra. Nota: - O Princípio da Incerteza é um pilar da Física
Quântica e refere que a velocidade e a posição de um corpo não pode ser
definida exactamente. Mas Alexandre Leitão tenta provar, naquele programa,
exactamente o contrário. Alexandre tem a certeza de tudo. Sabe exactamente a
posição e a velocidade de tudo aquilo que lhe interessa. E no momento oportuno
engole-o. JOHN
MARTINS: Quando a n.1 do partido socialista cai nessa asneirada, e sem qualquer
espécie de sobrevivência parlamentar; imaginem o que seria se conseguissem
fazer nova geringonça... Venham as eleições e votemos em massa no Montenegro
para podermos ter um governo reformista a sério. Em poucos meses Montenegro já
mostrou o que vale. João
Floriano > Antonio Coelho: Caro António. Mas nem que no CHEGA fossem
todos modelos de perfeição e 100% responsáveis, coerentes, constantes, o
partido seria aceite no parlamento pelos restantes e em particular pelo PSD. O
CHEGA é um partido de direita e como tal é para rejeitar, amordaçar, insultar,
menorizar. Não fica bem ao PSD aceitar que tem linhas vermelhas em relação ao
CHEGA porque isso leva o eleitor a pensar que afinal de contas o PS manda em
Montenegro, o que é verdade. Por outro lado, Montenegro está convencido que com
o Não é Não, mas fingindo não estar a usar linhas vermelhas consegue vir buscar
eleitores ao CHEGA. Puro engano. Como poderá ver na caixa de comentários, há um
grande desconforto com Montenegro e pode ter a certeza de que as
probabilidades de o PSD perder eleições é maior do que vir a ganhá-las.
Este PSD é uma total decepção. Ruço
Cascais > João Floriano: A nossa democracia é
esquizofrénica e o nosso Presidente da República também. A única malta que se
safa é o caro Floriano, a Maria Paula e mais uns tantos comentadores aqui do
fórum. Do Observador também se safam alguns, poucos, mas alguns. Já nós, o
Fernando e o Ruço também somos esquizofrénicos, só que somos bons
esquizofrénicos. Somos como o saudoso pai de Marcelo, que foi um colono, mas um
bom colono. Já quanto ao Chega também anda
numa esquizofrenia doida. O que é que vão fazer em relação ao OE? O Montenegro
tratou-os mal, a comunicação social trata-os mal, o Observador trata-os mal.
Agora dizem que vai aprovar para não perder a bancada parlamentar. Na minha
opinião, Ventura só tem um caminho; exigir alguma coisa do governo para
aprovar. Se o governo ceder muito hem, senão é ir para eleições sem medo. João Floriano
> Paul C. Rosado: Pior ainda do que considerar o
SNS um dos melhores do mundo e ir depois à Luz ou à CUF com os familiares, é
passar à frente de todos no SNS usando cunhas e influência política. O
caso das gémeas brasileiras é apenas a ponta do iceberg da quantidade de casos
que entram pela porta do cavalo no SNS e têm tratamento especial. João Floriano: Numa democracia saudável nem
sequer estaríamos a falar das manhas do insignificante Rui Tavares e da
«bloquista» Alexandra Leitão. Mas como a nossa democracia está doente e
como em Belém está um presidente da República muito sui generis que até
poderá achar o argumento válido, o que nos parece estapafúrdio e
pornográfico em termos democráticos, até pode bem ter acolhimento. Já é a
segunda vez esta manhã que ao ler as crónicas me deparo com o termo centro
direita. Será por acaso? Talvez não. O centro-direita está vazio. O PSD
inclina-se para a esquerda pelos motivos que sabemos e o CHEGA é
felizmente um partido de direita, o único que temos no parlamento. Os próximos
tempos do PS vão ser extremamente complicados e no final PNS que está em
processo de envelhecimento acelerado, parecerá um homem de 70 anos, tal é já o
seu aspecto cansado, o cabelo e a barba grisalha. A nível interno é
impossível que as paredes do largo do Rato não assistam a grandes divisões,
cismas mesmo, que nem o apregoado pluralismo pode salvar. Pelo menos é uma
coisa boa que sai desta vergonha nacional, desta anedota em que o orçamento se
tornou. E ainda há quem se admire por eu votar CHEGA! Ruço Cascais: "Mas o “não é não” de
Montenegro, com o qual eu pessoalmente concordo,..." É a escrever coisas destas que
se perde capital político, ou melhor, simpatizantes entre os leitores. Não
havia necessidade. A turba do Chega tem andado mais sossegada e como tem
uma grande consideração pelo João Pedro Marques pode ser que façam como os
comunistas que fecharam os olhos quando votaram em Mário Soares para PR. Voltando
ao tema, ou melhor a Alexandra Leitão, começa-se a perceber que esta tem um
maior alcance vocal naquilo que diz do que PNS mesmo sendo a n⁰ 2. Tendo-se
percebido que o PS está a ser tomado pelo extremismo e que o bom senso é agora
uma minoria, é perfeitamente compreensível que as lideranças tendem a ir de
pior radical para outro pior ainda. Pode piorar ainda mais? R: SIM! Não podemos
colocar de lado a hipótese de Marta Temido vir um dia a tomar o PS, nem mesmo a
esteticista Isabel Moreira. Seria o trio maravilha (Leitão + Temido
+ Moreira) ao qual podíamos também juntar a Ana Gomes o Trans Ascenso Simões.
WOW, Leitão no Ensino, Temido na Saúde, Moreira na Cultura, Gomes na habitação
(dizem que percebe de obras e piscinas) e Simões nas Infraestruturas já que
parece que gosta de aviões pagos pelos contribuintes. Este radicalismo notório
nas mulheres do PS merecia ser estudado. Será que ê a luta pela emancipação da
mulher que as deixa indomáveis? Hum, não, senão não apoiavam o Hamas e os
terroristas islâmicos anti emancipação da mulher. Será o ambiente doméstico que
as deixa assim? Nã, há uma delas que até canta no banheiro. O que fará então as
mulheres do PS serem tão radicais? Há também uma resposta ordinária para a
pergunta, mas nem eu me arrisco a ir por aí. Trata-se realmente de um assunto
da psicologia.
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