quinta-feira, 10 de outubro de 2024

E assim continuamos

 

Mais ou menos enganados por quem escolhemos? Muita gente nossa se dá conta disso. Eu não quero acreditar.

O mal e a caramunha

Que o PS, um grande partido político do centro-esquerda, seja, hoje em dia, liderado por radicais como Santos, Leitão & Companhia é, de facto, bem inquietante.

JOÃO PEDRO MARQUES. Historiador e romancista

OBSERVADOR, 09 out. 2024, 00:1868

O raciocínio foi claramente explicitado por Alexandra Leitão, a líder da bancada parlamentar do PS, no último programa Princípio da Incerteza, da CNN Portugal: “se o Chega não conta” — disse a deputada, — “então quem devia ter sido chamado a formar governo era o Partido Socialista, porque a Esquerda, junta, tem 91 deputados e a Direita, junta, tem 88. Portanto se aqueles 50 deputados (do Chega) não estão lá para nada (sic) (…) há uma maioria de Esquerda na Assembleia da República”. Ou seja, é um raciocínio — chamemos-lhe assim por caridade cristã — que se esquematiza em dois pontos: 1- A AD recusa-se a fazer uma coligação ou acordo de governo com o Chega; 2- Assim sendo, e uma vez que a Direita sem o Chega não tem maioria na Assembleia da República, devia ser a Esquerda a governar.

Miguel Macedo contrariou muito bem e in loco, como se pode ver e ouvir no vídeo,  este silogismo coxo, mas talvez se possa dizer mais alguma coisa sobre ele. É que os acontecimentos políticos têm uma história, não têm apenas uma política que possamos torcer como nos apetece e à medida das conveniências tácticas ou estratégicas de cada momento. E a história destes acontecimentos específicos é a seguinte: foi a Esquerda, com destaque para políticos e jornalistas do PS ou próximos dele, que andou durante meses a exigir que Luís Montenegro construísse, em volta do Chega, uma “cerca sanitária”, uma “linha vermelha”, um “interdito” — chamou-se-lhe várias coisas — que impedisse, sob sua palavra de honra ou rígido compromisso político, qualquer eventual futura aliança ou entendimento de fundo entre esse partido e o PSD. Quando, mil vezes perguntado se estava disponível para (ou desejoso de) fazer esse entendimento com o Chega, Montenegro garantiu que não e, inquirido novamente, outra e outra vez, pronunciou o seu famoso “não é não”, houve muita gente de Esquerda que veio sugerir ou quase jurar que ele estaria a mentir como se iria ver, adiante, no pós-eleições.

As eleições fizeram-se em Março, os meses foram-se sucedendo e a Esquerda constatou que Luís Montenegro não mentira. Não houve, de facto, entendimentos com o Chega. Então, dessa constatação, fazendo aquilo a que se chama “pegar na palavra” ou “virar o bico ao prego”, a Esquerda que há dias, no contexto do psicodrama orçamental, falou pela voz de Alexandra Leitão, e que falara logo em Março pela de Rui Tavares, conclui que, sendo assim, tendo Montenegro construído a tal “cerca sanitária” em roda do Chega, então devia ter sido a Esquerda — que, relembre-se, perdeu as eleições — a governar. Ou seja, dito de outra maneira, a Esquerda, com realce para o PS, fez uma exigência política e quando os seus adversários políticos acederam a ela e lhe corresponderam, virou esse cumprimento da palavra dada contra eles e tentou, e continua a tentar com fundamento nisso, arredá-los do poder. Conhecem armadilha mais manhosa do que esta?

A manha disto, a má-fé deste raciocínio, é algo que incomoda e inquieta. Em primeiro lugar porque é imoral que o mesmo PS que quis que Luís Montenegro excluísse o Chega de qualquer convergência, agora o queira penalizar por tê-lo excluído. Em segundo lugar porque, salvo melhor opinião, espelha o que é o actual PS — supondo, claro, que a interpretação que Alexandra Leitão verbalizou no programa Princípio da Incerteza não seja peça única e que haja muitos camaradas seus a perfilhá-la. Ora, que o PS, um grande partido político do centro-esquerda, seja, hoje em dia, liderado por radicais como Santos, Leitão & Companhia é, de facto, bem inquietante e torna o entendimento com o centro-direita muito difícil e cheio de ardis.

A AD deve evitar esses ardis, deve recusar-se a jogar num tabuleiro de xadrez armadilhado e deve continuar a contornar o raciocínio de Alexandra Leitão. É óbvio que a líder parlamentar dos socialistas gostaria de ter poderes para abduzir os 50 deputados do Chega, fazendo-os desaparecer nos confins da nossa galáxia. Gostaria de poder apagá-los da aritmética parlamentar. Mas o “não é não” de Montenegro, com o qual eu pessoalmente concordo, não implica abduções nem aritméticas falsificadas, não exclui nem apaga o Chega da vida política nacional. Esse partido e o seu grupo parlamentar fazem parte da Direita, ainda que não saibamos se o actual não-entendimento com os outros segmentos dessa Direita será para todo o sempre ou apenas para um determinado período de tempo, dependente de conjunturas políticas e de lideranças partidárias, como aconteceu, aliás, com o PS e os partidos à sua esquerda quando, em 2015, no primeiro governo de António Costa, se aliaram ao arrepio do que sempre haviam feito até então.

Ao contrário do que pretende a tese que Alexandra Leitão tenta fazer passar e reactivar, para, de novo, comprometer e entorpecer o PSD, o Chega existe e faz parte da vida parlamentar portuguesa. Está aberto a entendimentos, incluindo entendimentos com a AD porque o “não é não” de Montenegro, se exclui uma coligação de governo, não exclui entendimentos pontuais ou parciais. Mais. Os 50 deputados do Chega não são ilegítimos, inexistentes ou leprosos. Não estão de quarentena perpétua nem respiram por guelras. São cidadãos portugueses legalmente eleitos. Fazem parte do jogo parlamentar quer PS e AD queiram quer não, e têm sido, em vários momentos, aliados e compagnons de route do próprio PS. Fingir que se ignora que assim foi reforça a má-fé do argumento de Alexandra Leitão. Será necessário lembrar-lhe que nesta legislatura o grupo parlamentar socialista já conseguiu fazer aprovar medidas com a convergência ou anuência do grupo parlamentar do Chega? Se valeu para que o PS conseguisse fazer aprovar essas medidas, sem que isso implicasse qualquer aliança entre ele e os socialistas, como não valeria para que a AD possa governar?

Numa situação em que nenhum partido ou coligação tem maioria absoluta, Alexandra Leitão e o Partido Socialista não podem estipular ou impor à AD com quem, e como, ela pode ou não pode confluir, nem de quem, e em que circunstâncias, pode ou deve divergir. Isso cabe à AD definir passo a passo, caso a caso. O PS faz o mal e a caramunha, mas a AD não deve dar para esse peditório nem ir atrás dessa choradeira.

PS     POLÍTICA     EXTREMISMO     SOCIEDADE

COMENTÁRIOS (de 68)

José Paulo Castro: Quando o PS se abstém, a AD manda. Quando a AD se abstém, o PS manda.   MAS Quando o Chega se abstém, de facto a esquerda manda. Quando o Chega vota de acordo com a AD, a esquerda não manda nada. Quando o Chega vota de acordo com o PS, a AD não manda nada e a extrema-esquerda é irrelevante. Isto de termos três parlamentos diferentes, consoante o voto do Chega, significa que o Chega pode ser ignorado, não é? O Vasco Pulido Valente nunca chegou a conhecer Rui Tavares e o Livre, senão saía uma crónica sobre o "picareta pensante".                  Carlos Chaves: Caro João Pedro Marques, a manhosice do PS não é só de agora, começou com Mário Soares e Almeida Santos! O grande problema é que temos uma comunicação social de esquerda (porque será?) que fecha os olhos a todos estes comportamentos altamente reprováveis em democracia, e como infelizmente o povo não lê artigos como este seu e é bombardeado todas as noites (muitas vezes depois de penosos dias de trabalho) com inverdades, não consegue perceber o engodo onde o querem enfiar! O problema em si não é este indecoroso comportamento dos elementos do PS, o problema é não os denunciar no grande “main stream” e até branqueá-los torná-los inócuos aos olhos dos eleitores. Por isto agradeço-lhe esta sua crónica. Fazendo suas as minhas palavras – “Conhecem armadilha mais manhosa do que esta?”                  Ricardo Ribeiro: O Chega é relevante sim, como explicou e muito bem o Sr. José Paulo Castro no comentário abaixo. Mais relevante ainda é realçar que o Chega NUNCA iria permitir um desvario desses de haver uma nova geringonça de esquerda minoritária,  só se a AD permitisse (já não digo nada...) Para ver bem a relevância do Chega, recue-se até  2015 e imaginar se houvesse um partido destes com a implementação que tem actualmente...se calhar não teria havido geringonça nem o pesadelo de 8 anos de Costa... Portanto actualmente o partido charneira da Democracia Portuguesa é o Chega e é uma defesa que existe para que não volte a ser implementado geringonças esquerdoidas e extremadas.          Novo Assinante: Senhor dr. João Pedro Marques, "(O Chega) está aberto a entendimentos, incluindo entendimentos com a AD porque o “não é não” de Montenegro, se exclui uma coligação de governo, não exclui entendimentos pontuais ou parciais." - Receio que V.Exa não esteja a fazer a melhor interpretação da actual situação. Sim, o nosso PM dr. Luis Montenegro, com o não é nãoEXCLUI qualquer coligação governamental com o Chega, pela simples razão de que NÃO quer fascistas no governo. Mas a questão não é essa: o Chega, para fazer qualquer acordo, de qualquer tipo, com o nosso PM dr. Luis Montenegro, vai querer, como sempre disse e reiterou, lugares no governo, o lugar de vice PM para ele e para mais 4 a 6 ministros, o que o dr. Luis Montenegro EXCLUI pela simples razão de que NÃO quer fascistas no governo, vai querer o referendo à imigração que não faz qualquer sentido, vai querer a saída de uma quantidade enorme de imigrantes que estão a mitigar os problemas da nossa demografia e a trabalhar e a sustentar a nossa Segurança Social, com enorme prejuízo para a nossa economia, vai querer uma panóplia de medidas no foro económico-financeiro (reduções de impostos, aumentos de salários e de pensões para todos, etc,) para a elas ficar associado e assim ganhar votos que a economia não comporta e que o Chega nem sequer sabe do que está a falar por não dispor nas suas filas (militantes e simpatizantes) de um ÚNICO Economista digno desse nome (assim como também não dispõe de NENHUM Quadro digno desse nome em NENHUMA das restantes relevantes áreas do conhecimento - Saúde, Educação, Engenharia, Finanças Públicas, etc, com excepção do Direito, por razões óbvias.               Antonio Coelho: Está na altura de o Chega crescer, ser mais coerente, constante e responsável. Demonstrando que o PSD pode contar com Chega ..assim conseguirão estabelecer maiorias parlamentares capazes de implementar reformas que bem precisamos.                Meio Vazio: Miss Piggy nunca morreu de amores pelo (para ela) sapo da democracia.                   Novo Assinante Novo Assinante: Senhor dr. João Pedro Marques, O nosso PM dr. Luis Montenegro disse ontem que o Ventura já teve mais de dez posições sobre o OE, que não passa de um indivíduo não confiável, um catavento, etc, em suma, um aldrabão. Mas atenção: o problema maior do Ventura, neste momento, é haver eleições antecipadas e ele perder cerca de metade dos 50 parlamentares. Por isso, lhe digo: não ficarei surpreendido, se o Ventura, só para não perder parlamentares na AR, não aldrabar mais uma vez os portugueses, dar o dito por não dito relativamente a todas as exigências que lhe fez ao nosso PM, e VOTAR FAVORAVELMENTE o OE A TROCO DE NADA!!! Os militantes e simpatizantes do Chega (votantes), sendo os segundos mais iletrados e ignorantes deste país (sondagem da Católica à boca da urna no dia das recentes legislativas), são muito fáceis de aldrabar e comem de cebolada tudo o que o Ventura lhes disser, nem que seja a maior mentira deste mundo. Exactamente o mesmo que se passa com os seguidores do Trampas nos EUA.                     Paul C. Rosado: A coisa que mais asco dá são esquerdistas caviares hipócritas, que defendem que a escola pública é maravilhosa, mas colocam os seus filhinhos em escolas privadas. Que juram que o SNS é uma maravilha, enquanto recorrem aos privados. Em relação à honestidade de Leitoas, PNS e companhia, estamos conversados. São tão honestos como a extrema esquerda sempre foi ao longo da história e devem ser desmascarados sempre e em toda a parte.              Manuel Lisboa: Palavras certas. Comentário correcto. Aliás, quem ouvir os actuais dirigentes socialistas parece escutar o eco dos bloquistas e comunistas. Gente que vive ainda no século passado...               Gabriel Madeira > JOHN MARTINS: Ou seja, pouco. Porque, apesar de ter votado AD, o que se tem visto, salvo alguns pontos positivos (o Ministro da educação é um exemplo), é seguir as anteriores políticas (pessoas que menstruam, legalização de imigrantes ad-hoc, etc). Resultado, menos um voto.            Ricardo Ribeiro > Antonio Coelho: E será que o Chega pode contar com este Psd? Não me parece... E será que o eleitorado de Direita pode contar com este Psd? Não me parece... Basta ver as declarações do Montenegro na entrevista de hoje que até reconhece que a proposta do Irs jovem do Ps era melhor e que para negociar só com o Ps! Foi nisto que os Portugueses e o eleitorado de Direita votou na prometida mudança em Março?  Por isso sou fervorosamente a favor de novas eleições para clarificar as águas                Maria Cordes: O PS, não é a cara de PNS, piggy e a geringonça, apesar de ter deixado destruir o país, é também o PS da Alameda. Que Montenegro se deixasse chantagear pelo PS atual, é uma vergonha e um desrespeito pela democracia. É imperativo, que a bem do país, seja considerado, que a questão da imigração seja regulamentada. O PS atual não quer saber de Portugal para nada. Pelo contrário, quanto pior, melhor, gostam de pobrezinhos submissos e iletrados, e desta amálgama esquisita em que isto se tornou. Montenegro tem que rever a sua teimosia rústica, o Chega tem que acabar com a truculência e o foguetório. As suas bases são portugueses de gema.               João Barreira: O Luís Montenegro devia ter reunido toda a direita à sua volta desde o primeiro momento. Era imperioso tirar a esquerda do Governo por muitos anos. Ficava assim com poder suficiente na AR para conseguir aprovar todas as reformas necessárias ao progresso de Portugal. Ao mesmo tempo que "disciplinava" o Chega, aproveitava as suas boas ideias sobre justiça e segurança, bem como as boas ideias da IL sobre finanças e economia.         Maria Diniz: A má-fé do argumento de Alexandra Leitão revela a sua verdadeira natureza enquanto política: a democracia e os seus princípios são plasticina moldáveis aos seus interesses                     Nuno Abreu: Fiquei completamente revoltado quando ouvi Alexandra Leitão afirmar isso no “Princípio da Incerteza”. Como pode uma professora de Direito, da faculdade onde durante três anos trabalhei, deturpar completamente os princípios democráticos? O Direito é uma base fundamental da democracia. Alexandra Leitão, perdoe-se-me a eventual desumanidade, é um ser biológico que se apropria de tudo que lhe está próximo atingindo as proporções físicas que todos conhecemos. Mas cada vez mais constato que também em termos ideológicos quer absorver todos quantos lhe possam fazer sombra. Nota: - O Princípio da Incerteza é um pilar da Física Quântica e refere que a velocidade e a posição de um corpo não pode ser definida exactamente. Mas Alexandre Leitão tenta provar, naquele programa, exactamente o contrário. Alexandre tem a certeza de tudo. Sabe exactamente a posição e a velocidade de tudo aquilo que lhe interessa. E no momento oportuno engole-o.              JOHN MARTINS: Quando a n.1 do partido socialista cai nessa asneirada, e sem qualquer espécie de sobrevivência parlamentar; imaginem o que seria se conseguissem fazer nova geringonça... Venham as eleições e votemos em massa no Montenegro para podermos ter um governo reformista a sério. Em poucos meses Montenegro já mostrou o que vale.               João Floriano > Antonio Coelho: Caro António. Mas nem que no CHEGA fossem todos modelos de perfeição e 100% responsáveis, coerentes, constantes, o partido seria aceite no parlamento pelos restantes e em particular pelo PSD. O CHEGA é um partido de direita e como tal é para rejeitar, amordaçar, insultar, menorizar. Não fica bem ao PSD aceitar que tem linhas vermelhas em relação ao CHEGA porque isso leva o eleitor a pensar que afinal de contas o PS manda em Montenegro, o que é verdade. Por outro lado, Montenegro está convencido que com o Não é Não, mas fingindo não estar a usar linhas vermelhas consegue vir buscar eleitores ao CHEGA. Puro engano. Como poderá ver na caixa de comentários, há um grande desconforto com Montenegro e pode ter  a certeza de que as probabilidades de o PSD perder eleições é maior do que vir  a ganhá-las. Este PSD é uma total decepção                Ruço Cascais > João Floriano: A nossa democracia é esquizofrénica e o nosso Presidente da República também. A única malta que se safa é o caro Floriano, a Maria Paula e mais uns tantos comentadores aqui do fórum. Do Observador também se safam alguns, poucos, mas alguns. Já nós, o Fernando e o Ruço também somos esquizofrénicos, só que somos bons esquizofrénicos. Somos como o saudoso pai de Marcelo, que foi um colono, mas um bom colono. Já quanto ao Chega também anda numa esquizofrenia doida. O que é que vão fazer em relação ao OE? O Montenegro tratou-os mal, a comunicação social trata-os mal, o Observador trata-os mal. Agora dizem que vai aprovar para não perder a bancada parlamentar. Na minha opinião, Ventura só tem um caminho; exigir alguma coisa do governo para aprovar. Se o governo ceder muito hem, senão é ir para eleições sem medo.                   João Floriano > Paul C. Rosado: Pior ainda do que considerar o SNS um dos melhores do mundo e ir depois à Luz ou à CUF com os familiares, é passar à frente de todos no SNS  usando cunhas e influência política. O caso das gémeas brasileiras é apenas a ponta do iceberg da quantidade de casos que entram pela porta do cavalo no SNS e têm tratamento especial.               João Floriano: Numa democracia saudável nem sequer estaríamos  a falar das manhas do insignificante Rui Tavares e da «bloquista» Alexandra Leitão. Mas como  a nossa democracia está doente e como em Belém está um presidente da República muito sui generis que até  poderá achar o argumento  válido, o que nos parece estapafúrdio e pornográfico em termos democráticos, até pode bem ter acolhimento. Já é a segunda vez esta manhã que ao ler as crónicas me deparo com o termo centro direita. Será por acaso? Talvez não. O centro-direita está vazio. O PSD inclina-se para  a esquerda pelos motivos que sabemos e o CHEGA é felizmente um partido de direita, o único que temos no parlamento. Os próximos tempos do PS vão ser extremamente complicados e no final PNS que está em processo de envelhecimento acelerado, parecerá um homem de 70 anos, tal é já o seu aspecto cansado, o cabelo e  a barba grisalha. A nível interno é impossível que as paredes do largo do Rato não assistam a grandes divisões, cismas mesmo, que nem o apregoado pluralismo pode salvar. Pelo menos é uma coisa boa que sai desta vergonha nacional, desta anedota em que o orçamento se tornou. E ainda há quem se admire por eu votar CHEGA!            Ruço Cascais: "Mas o “não é não” de Montenegro, com o qual eu pessoalmente concordo,..." É a escrever coisas destas que se perde capital político, ou melhor, simpatizantes entre os leitores. Não havia necessidade.  A turba do Chega tem andado mais sossegada e como tem uma grande consideração pelo João Pedro Marques pode ser que façam como os comunistas que fecharam os olhos quando votaram em Mário Soares para PR. Voltando ao tema, ou melhor a Alexandra Leitão, começa-se a perceber que esta tem um maior alcance vocal naquilo que diz do que PNS mesmo sendo a n⁰ 2.  Tendo-se percebido que o PS está a ser tomado pelo extremismo e que o bom senso é agora uma minoria, é perfeitamente compreensível que as lideranças tendem a ir de pior radical para outro pior ainda. Pode piorar ainda mais? R: SIM! Não podemos colocar de lado a hipótese de Marta Temido vir um dia a tomar o PS, nem mesmo a esteticista Isabel Moreira.  Seria o trio maravilha (Leitão + Temido  + Moreira) ao qual podíamos também juntar a Ana Gomes o Trans Ascenso Simões. WOW, Leitão no Ensino, Temido na Saúde, Moreira na Cultura, Gomes na habitação (dizem que percebe de obras e piscinas) e Simões nas Infraestruturas já que parece que gosta de aviões pagos pelos contribuintes. Este radicalismo notório nas mulheres do PS merecia ser estudado. Será que ê a luta pela emancipação da mulher que as deixa indomáveis? Hum, não, senão não apoiavam o Hamas e os terroristas islâmicos anti emancipação da mulher. Será o ambiente doméstico que as deixa assim? Nã, há uma delas que até canta no banheiro. O que fará então as mulheres do PS serem tão radicais? Há também uma resposta ordinária para a pergunta, mas nem eu me arrisco a ir por aí. Trata-se realmente de um assunto da psicologia.

 

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