domingo, 20 de outubro de 2024

Já está


Para o ídolo, pelo menos - para quem a guerra acabou - o que deve incomodar os seus idólatras, apesar do que aquele disse, segundo consta na Internet – “que o Hamas não devolverá os reféns em poder do grupo terrorista enquanto a guerra em Gaza não acabar

Estranho pedantismo dos que, como o nosso engenheiro, mostram a boca cheia de palavras de generosidade hipocritamente parcial, visto que condenatórias da verdadeira coragem, que é a dos que lutam defendendo-se contra os que os atacam, tendo estes sido os primeiros a atacar. Mais valera que o Sr. Engenheiro não nos envergonhasse uma vez mais, com a sua falsa atitude de arrogância condenatória puramente ridícula, que ALBERTO GONÇALVES vibrantemente desmascara, em análise brilhante.

Sinwar morreu sentado

Para quem convive mal com a sobrevivência de Israel, ou pelo menos com a teimosia de Israel em se defender dos que desejam erradicá-lo da superfície do planeta, o sr. Sinwar devia ser um ídolo.

ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador

OBSERVADOR, 19 out. 2024, 00:2031

Quinta-feira não foi um bom dia para o eng. Guterres. Após as IDF rebentarem com o CEO do Hamas, Yahya Sinwar, o secretário-geral da ONU surgiu no Twitter a criticar Israel, o único exercício que pratica regularmente. Como não teve coragem de lamentar a morte do sr. Sinwar, o eng. Guterres optou por achar “inaceitáveis” os ataques à UNIFIL, as forças de “manutenção da paz” que a ONU mantém no Líbano, e cujo conceito de “paz” consiste em permitir que o Hezbollah bombardeie o vizinho a sul sem parança, em permitir que o Hezbollah construa túneis e centros de munições com adequado vagar, em permitir que o Hezbollah ocupe com milícias terroristas as zonas que em teoria deviam controlar, e em ignorar os avisos de Israel para saírem da área de influência que permitiram ao Hezbollah criar. Sem respeitar o luto alheio e com delicioso cinismo, o MNE israelita veio notar que o eng. Guterres não festejou o fim do sr. Sinwar, e aproveitou para lhe recordar o estatuto de persona non grata no país.

Percebe-se a dor do eng. Guterres. Para quem convive mal com a sobrevivência de Israel, ou pelo menos com a teimosia de Israel em se defender dos que desejam erradicá-lo da superfície do planeta, o sr. Sinwar devia ser um ídolo. Antes de falecer subitamente, passou décadas a combater “sionistas”, a assassinar colaboradores de “sionistas” e, nos intervalos, a torturar devidamente homossexuais. Foi, dizem os devotos com admiração, o cérebro por detrás do 7 de Outubro, acção de resistência em que resistentes do Hamas violaram, esventraram, raptaram ou incendiaram mil e tal civis culpados de judaísmo ou complacência. O cérebro costumava ser visto no Qatar, nação-modelo que recebeu um campeonato da FIFA e diversas visitas do eng. Guterres. Partiu, desta para melhor, na sua Gaza natal, sentado num sofazinho e a atirar um pau contra um “drone” que filmou tudo. Pascal garantia que morremos sempre sozinhos. Pascal não se viu perseguido pelas IDF.

Viver, o eng. Guterres não vive sozinho. Por todo o mundo, em particular o ocidental, imensa gente se condói com o fim – terreno – do sr. Sinwar. Nas incontáveis manifestações de apoio ao Hamas, perdão, de críticas a Israel que enfeitaram tantas cidades durante o último ano, a frase mais berrada era “From the river (qual?) to the sea (que mar?), Palestine will be free (livre do quê?)”. A segunda frase teria a ver com o “genocídio” ou assim. Porém, a terceira frase em destaque nos megafones era “Sinwar, não te deixaremos morrer”. Nunca se promete o que não se tem a certeza de poder cumprir, mas esse não é o ponto. O ponto é que milhões de pessoas aplaudiam assumida ou discretamente o sr. Sinwar com o ardor que dedicariam a qualquer primata que abominasse Israel. O ponto, ou o critério de admissão na ortodoxia vigente, é abominar, ou no mínimo destratar Israel. No caldo, ou na ortodoxia, cabem transtornados religiosos, “activistas” da extrema-esquerda, “estadistas” de extrema-esquerda, ditaduras sortidas da Venezuela à Rússia, neo-nazis, “conspiracionistas” de onde calha, “humanistas” selectivos, engenheiros pantanosos, etc. E, sentem-se num sofá mas evitem “drones”, supostos moderados.

Os moderados são sujeitos aparentemente decentes, tão decentes que até reconhecem que o Hamas e o Hezbollah são organizações terroristas, que o sr. Sinwar e os homólogos do Líbano tendem um nadinha para a psicopatia, que o regime iraniano é capaz de não contribuir largamente para a harmonia universal, e que Israel, vá lá, tem direito a existir. Em simultâneo, exigem a Israel o exacto tipo de abdicações e mesuras que conduziriam num ápice à respectiva inexistência.

Veja-se os exemplos, de resto corriqueiros e inconsequentes, do governo português, leia-se do dr. Rangel e do dr. Montenegro. Ambos condenam o “uso excessivo” de força pelas tropas de Israel em Gaza e no Líbano. Ambos condenam Israel por não aceitar cessar-fogos “imediatos” e conversa fiada. Ambos condenam que militares da ONU sejam “alvos intencionais” (palavras do dr. Rangel) de Israel. Ambos condenam Israel por desprezar o eng. Guterres, cujo “papel é mais necessário que nunca” (idem).

Vamos por partes. Primeira Parte: qual seria a retaliação que os nossos queridos governantes achariam adequada? Estuprar e esfaquear 1.139 transeuntes em Gaza e devolver ao Hezbollah a mesmíssima quantidade de “rockets” que caem em Israel? Pelos vistos, nem isso, já que temos a Segunda Parte, na qual Israel tem de parar “imediatamente” (e, supõe-se, unilateralmente) as hostilidades, aceitar ataques de tarados a sul e a norte e dialogar com os tarados, talvez enquanto estes degolam uma ou duas crianças. Na Terceira Parte o dr. Rangel engana-se quando considera os militares da ONU “alvos intencionais” de Israel: pelas razões acima referidas, no máximo os militares da ONU prestam-se a ser alvos por intenção do Hezbollah. E na Quarta Parte, sobre o “papel” do eng. Guterres (e da ONU), o PM e o MNE devem estar a brincar.

Israel não brinca e, indiferente aos que, com óptimos ou péssimos propósitos, concorrem para a sua extinção, prossegue a extinção metódica e útil dos inimigos. Os “amigos” têm sido inúteis. Israel depende de si próprio. E, em larga e irónica medida, a civilização que lhe volta as costas depende de Israel.

ANTÓNIO GUTERRES     POLÍTICA     ISRAEL     MÉDIO ORIENTE     MUNDO     TERRORISMO

COMENTÁRIOS (de 31)

Maria Paula Silva: O mundo  está doido, virado do avesso. Nunca pensei, a sério, chegar a ver as coisas que hoje se vêem. Como é que se chegou a este ponto não sei, só sei que não gosto. Qual é mesmo o papel do tal sr. Guterres? p.s. - há 2 pessoas que actualmente só de ler o nome delas me fazem vomitar: um é esse Gugu Guru da Catástrofe Climática, o outro é aquele que lambe gelados ali pros lados de Belém. Todos os outros vêm a seguir.                    unknown unknown: Hitler, quando os judeus não tinham a sua própria terra - queria exterminá-los… usava o trabalho forçado e as câmaras de gás. Guterres, quer retirar-lhes a terra… retirando-lhes o direito de se defenderem e morrendo por Rockets, facas e outros meios terroristas. Há 50 anos, Hitler tinha cabelo curto e bigode. Hoje, ele cresceu o cabelo e perdeu o bigode. Mais práticos ou mais esquissos, o fim é o mesmo - recusar aos Judeus a sua auto-determinação. Sou ateu de matriz cristã. E repulsam-se tanto as accões do Hamas como do ‘eng’ Guterres. Isto não é uma questão religiosa, é uma questão de ética e respeito por direitos humanos. E para mal do nosso mundo (ocidental, entenda-se), o líder da ONU é o maior opositor aos direitos humanos mais básicos - defendendo terroristas que tratam as mulheres abaixo de cão; o terrorismo dos Rockets, facadas e bombistas suícidas. Para aqueles que defendem a autocracia, os gulags e o assassínio dos outros que pensam/são diferentes, o Guterres é um génio. Muito embora as suas únicas provas dadas tenham sido em eletrotecnia. Guterres está para os direitos humanos como o SOS racismo está para o racismo. E dado que dizem que ele é um génio, isso deveria preocupar-nos a todos. Um génio com este nível de antissemitismo, deve ser uma preocupação para todo o judeu. Na prática, o nível de genialidade do Eng. Guterres, só poderá evitar que o próximo pager a ser explodido seja o seu. Para azar nosso                   Coronavirus corona > Joao Cadete: Não, não sabemos se chega ou não. Se tiver uns vizinhos que de-tempos a tempos disparam para a janela da sala para matar a família, que já tenham conseguido matar dois filhos, que prometam todos os dias acabar com a família completa, arrasar parte da casa deles não chega. É preciso ter a certeza que acabou com eles. Caso contrário eles reconstroem a parte estragada e continuam a disparar.               Pedro Sena Esteves: Muito bom, como sempre. Na verdade, mudam os governos, mas o apoio a terroristas mantém-se! Vergonha dos nossos governantes!   Maria Augusta Martins: "For de kidney to the knee" diziam os adeptos do Esebolá quando lhes rebentou o "pager" que traziam no bolso das calças levando-lhes os "tarecos" para o Alá, ficando por tal impossibilitados de se reproduzir, a não ser que recorram a um banco de esperma. Inchalá!        AL MA: Excelente retrato da hipocrisia bacoca, do Politicamente correcto que corre no sangue dos lideres Europeus.                joaquim Pocinho >Joao Cadete: Chega porquê? O Hamas está completamente eliminado?                  Cupid Stunt: Muito bem A.G.! A chamar os bois pelos nomes, como de costume. 👏🏻

 

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