Como exemplo de não descobrimento. Terra desabitada, quando os portugueses lá chegaram:
NOTAS DA INTERNET:
História
«As ilhas de Cabo Verde foram descobertas por
navegadores portugueses em Maio de 1460, sem indícios de presença humana
anterior. Santiago foi considerada a ilha mais favorável para a
ocupação, cujo povoamento se iniciou em 1462.
Dada a sua posição estratégica, as ilhas serviram de
entreposto comercial e de aprovisionamento, com particular destaque no tráfego
de escravos. Com a abolição do comércio de escravos e a constante
deterioração das condições climáticas, Cabo Verde entrou em decadência e passou
a viver com base numa economia pobre, de subsistência.
Europeus livres e escravos da costa africana fundiram-se num só povo, o
caboverdiano, com uma forma de estar e viver muito própria e o crioulo emergiu
como idioma da comunidade maioritariamente mestiça.
Em 1956, Amílcar Cabral criou o Partido Africano para a Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), lutando contra o colonialismo e iniciando uma
marcha para a independência. A 19 de Dezembro de 1974 foi assinado um acordo
entre o PAIGC e Portugal, instaurando-se um governo de transição em Cabo Verde.
Este mesmo Governo preparou as eleições para uma Assembleia Nacional Popular
que em 5 de Julho de 1975 proclamou a independência.
A demarcação cultural em relação a Portugal e a
divulgação de ideias nacionalistas conduziram à independência do arquipélago em
Julho de 1975.
Em 1991, na sequência das primeiras eleições
pluripartidárias realizadas no país, foi instituída uma democracia parlamentar com todas as
instituições de uma democracia moderna. Hoje Cabo Verde é um país com
estabilidade e paz sociais, pelo que goza de crédito junto de
governos, empresas e instituições financeiras internacionais.»
Não quero que se ensine esta
História aos meus netos
Não é compreensível nem aceitável que
se queira instilar nas escolas visões da História deformadas, militantes e
ignorantes.
JOÃO PEDRO MARQUES Historiador
e romancista
OBSERVADOR, 02 out. 2024, 00:1854
O vídeo circula no Instagram, no X, no
Facebook, e mostra um grupo de crianças africanas — do arquipélago de Cabo
Verde, ao que tudo indica — declamando uma mensagem patriótica e política. Não
é claro se a actuação das crianças decorre numa escola ou num outro espaço, mas
é manifesto que resulta de algo que lhes foi ensinado, e que elas estão a
aprender, e que é, acima de tudo, uma visão da História profundamente
deformada, militante e ignorante. Ou seja, trata-se de ideologia política, no
pior sentido da palavra.
Mas vejam e ouçam o vídeo. O primeiro
menino diz o seguinte: “Verde é o que
simboliza a terra; dourado são as nossas riquezas; vermelho é o sangue
derramado na luta contra a escravatura e preto é a cor da pele. Prestando
reverência ao original africano e não imitação. Prestando reverência ao ventre
preto que gerou todas as nações do mundo. Prestando reverência ao berço e farol
da Humanidade, a fundação de toda a espiritualidade, porque a história insiste
em negar e a academia eurocêntrica não quer que saibamos quem nós somos.”
Quando esse primeiro menino se cala um
segundo menino prossegue com a declamação: “E
continua essa blasfêmia” — diz. — “Eles continuam a ensinar que um tal Pedro
Álvares Cabral descobriu o Brasil. Imagina que prepotência afirmar que
descobriu um lugar onde já havia moradores, um lugar onde estava a civilização
milénios antes. Além disso o africano já estava nos quatro cantos do mundo
muito antes. Não te deixes, não te deixes ser enganado! Melanina não é tua
desgraça, mas sim tua glória. Nossa história não começou na escravatura.
Escravatura foi a interrupção de nossa história e nossa grandeza”.
O vídeo termina com uma menina a fazer
uma espécie de súmula e um apelo final ao combate, ao brio africano, e uma
invectiva aos dados da História: “Já
chega, já chega de fraude intelectual africana. Vamos acordar, levantar e unir. Lutamos para unir e unimos para lutar.
África para os africanos. Hoje e sempre”.
Ora, de onde vem isto? Uma breve
investigação permite perceber que se trata de excertos de uma canção chamada
“Reverência”, do grupo de música reggae brasileiro GrooVI, cuja versão original
pode ser ouvida aqui e
cuja letra integral pode ser lida aqui.
No YouTube um comentador escreveu o seguinte
a respeito desta canção: “um hino… Se
todas as escolas passassem essa música uma vez ao ano, já mudaria muita cabeça”.
Ora é justamente aqui que eu quero chegar. É perfeitamente compreensível e
legítimo que em Cabo Verde se ensine às crianças de escola este hino reggae e a
ideologia que ele veicula. O mesmo se
diga no Brasil, ou em grandes regiões do Brasil, cuja maior parte da população
é afrodescendente. O que já não é compreensível é ver que há, aqui
em Portugal, gente que quer transpor parte desta visão, parte desta mensagem,
para as nossas escolas básicas e secundárias, e para o ensino da nossa
História. O que já não é compreensível nem aceitável é que se queira injectar
nas crianças europeias a rejeição do conceito e da palavra “descobrimento”
com o indigente argumento de que as terras descobertas pelos navegadores
portugueses, italianos, espanhóis, já tinham habitantes. Saberão essas pessoas
o que significa o verbo “descobrir”? Perceberão elas que implica uma acção que
não é exactamente a mesma coisa para quem descobre e para quem é descoberto?
O dicionário da Porto Editora dá uma ajuda a essas cabeças. “Descobrir”
significa “achar ou encontrar o
que se ignorava, desconhecia ou estava oculto; pôr à vista, mostrar; avistar”.
E é claro que para os portugueses, os
europeus e quaisquer outros habitantes do Velho Mundo, a chegada de Pedro
Álvares Cabral ao Brasil implicou um descobrimento. Querer subverter isto ou
fazer da história de África aquilo que ela não foi, ensinar às crianças que os
africanos lutaram sistematicamente contra a escravidão — o que é falso —,
transmitir que a academia e os historiadores brancos estão a omitir
maliciosamente a verdade e a esconder dos africanos a sua (suposta) anterior
grandeza, dizer que no ano 1500 d.C. os africanos já estavam há muito nos
“quatro cantos do mundo”, ou que a África foi a “fundação de toda a
espiritualidade” é colaborar numa trama de ficções e mistificações, num
encadeado de fraudes históricas, numa mitologia.
É claro que tudo isso é perfeitamente aceitável
no plano da arte, no reportório de uma banda musical ou como estímulo ao
patriotismo, ao orgulho étnico e civilizacional. Mas já o não é a nível do ensino oficial no nosso país. Ora
a insistência para que as coisas caminhem nesse sentido é pública e conhecida.
Ainda há dias o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda promoveu na Assembleia
da República uma sessão subordinada ao tema “Libertar
Portugal do colonialismo: reparações e políticas públicas”, com a audição de
cinco supostos especialistas, sendo que um deles, que iria falar sobre
políticas públicas para a educação, é Miguel Monteiro de Barros, cujas posições
nessa área são bem conhecidas. Essa
sessão passou despercebida, não foi a bem dizer noticiada — excepção feita ao
jornal Público —, mas revela que as coisas continuam a mover-se. Não
tenho qualquer dúvida de que Monteiro de Barros irá continuar a tentar levar a
sua carta a Garcia, e o Bloco de Esquerda também, claro. Nada disso surpreende.
Estão no seu papel e a exercer os seus direitos e a sua militância política. O
que surpreende e inquieta neste contexto é o silêncio ou falta de clareza do
ministério da educação. Quais são as linhas com que se cose nesta matéria?
Alguém o sabe?
HISTÓRIA CULTURA ENSINO BÁSICO EDUCAÇÃO ENSINO SECUNDÁRIO
COMENTÁRIOS (de 54)
klaus muller: Passado algum tempo depois de
José Manuel Fernandes ter deixado de ser director do Público, deixei de comprar
o Jornal pois não me estava a agradar o rumo que estava tomando. Nunca percebi porque é que os
Belmiros continuam a "aguentar" um jornal que só dá despesa e é cada
vez menos lido. Pelos vistos, aquilo agora é onde se acolhe toda essa gentalha
woke. Daí que tenha deixado de ir ao Continente pois não há de ser com o meu
dinheiro que o Público é aguentado. A D: Concordo com o que a menina
terá dito de que a África é para os africanos; e também que a Europa seja para
os europeus, ou isso já se não pode dizer? João
Floriano: Sobre as linhas com que se cose o Ministério da Educação, penso não haver
dúvidas e segue o mesmo caminho de todo o governo: medo da esquerda, medo de
«humilhar« mas total falta de amor próprio quando se deixa humilhar. O exemplo
das «pessoas que menstruam», embora não seja da responsabilidade do Ministro da
Educação, é a prova provada que este governo está infestado de wokismo e
que daqui não se espera nada. Lamento que a sessão esclarecedora do Bloco de
Esquerda tenha passado despercebida e aqui estou a usar de ironia, porque não
lamento absolutamente nada. O que o Bloco de esquerda é e o que representa
ficou bem à vista no último domingo no largo do Intendente: discurso pueril,
perdido no tempo, muita doutrina ultrapassada e é pena que as imagens não
tivessem cheiro porque todos sabemos que seria um a mistura de ganzas, sovacos
mal cheirosos, rastas rancosas e sapatilhas que intoxicariam uma doninha
fedorenta que estivesse no local. É isto o Bloco de esquerda representado na
contra manifestação por organizações que pagamos como o SOS Racismo. «África
para os africanos», diz a criança inocente. Então que estão a fazer em África os russos e os
chineses? então porque milhares e milhares de africanos
pagam pequenas fortunas para sair do inferno em que se tornaram vários países
de África dominados por ditadores e guerras fraticidas? O problema não está em
quem anda por aí a pregar disparates e mentiras. o problema está nos que lhes
dão cobertura e não os combatem. O
governo de Montenegro ignorando, fingindo-se de morto, tolhido pelo medo
daquilo que a extrema esquerda e a CS a ela associada poderão dizer, está
a dar apoio. Carlos
Chaves: Muito obrigado João Pedro Marques, por levantar mais uma vez esta
importante questão. Começo
a suspeitar que este governo AD está a dar mais importância do que julgamos à
defesa de políticas esquerdistas e “woke”, e não é só na educação. Porque é que
o imposto “Mortágua” ainda está em vigor? Joao
Lamim: Como luso-brasileiro, tenho imenso orgulho da nossa história comum. A
história deve ser compreendida no seu contexto, sem os filtros do anacronismo,
para que possamos aprender com os erros e celebrar os acertos. Portugal é um gigante, com uma
trajetória notável que moldou o mundo através das grandes navegações. Nunca
deixem de ter orgulho dessa herança.
José Quintã > klaus
muller: O Jornal Público, e a “taxa revolucionária” que a Sonae paga, para ser poupada
às acções dos Sindicatos e comentários críticos, dos activistas de esquerda. Joaquim
Almeida: Até os tupiniquins do Brasil já inscreviam no tronco das palmeiras a
fórmula de Einstein e a rainha Ginza, em Angola, ensinava a lei de
Lavoisier aos quimbundos ...E os xavantes já praticavam o canibalismo
anti-racista ou cultural.. Rui Lima: O grave não é o que o jovem
diz, muito grave é o Ocidente comprar esta versão da humanidade. Manuel
Lisboa: A tolerância em relação ao sectarismo e racismo deve ser zero. Portanto,
não me revejo na compreensão que se pode ter face às crianças em Cabo Verde ou
noutro sítio qualquer a repetir tamanhos disparates, que só as podem confundir.
Na expressão musical cada um cantará o que lhe bem aprouver, mesmo disparatado
ou demagógico. No Brasil conhecem-se os complexos de muita gente, quanto à
própria complexidade étnica e histórica das respectivas origens. Quase nunca vi
telenovelas brasileiras, mas tenho a recordação vaga de raramente ter ouvido
apelidos portugueses, principalmente nas personagens que representavam os ricos
ou os bem sucedidos. Todavia, concordo com as concluões de João Pedro
Marques, quanto à necessidade de se tomar em atenção o que é ensinado nas escolas
portuguesas. Repetindo pela enésima vez, Portugal é um dos estados mais
antigos da Europa, cujo percurso ao longo de quase nove séculos está, evidente
e intrinsecamente, ligado, desde o início até aos dias de hoje, à História
Europeia. Nunca estivemos sós, nem orgulhosamente; os portugueses estiveram e
estão bem ou mal acompanhados, conforme as conjunturas e as suas decisões. No
entanto e ao contrário da esmagadora maioria dos países do mundo, Portugal teve
papel precursor na aproximação de povos e territórios. Claro, nem tudo
se revelou idílico, como a carta de Pêro Vaz de Caminha narrava ao Rei D.
Manuel I, perante a recepção acolhedora dos ameríndios, em 1.500; pelo
contrário, as experiências demonstraram-se traumáticas em múltiplas ocasiões.
Muitas centenas de portugueses perderam as suas vidas por esse mundo fora
nesses arrojados anos pioneiros. No entanto, as ligações marítimas com
as consequentes trocas de gentes, animais e flora permaneceram e
desenvolveram-se, até aos dias de hoje. Assim, não houve uma "primeira
globalização", seguida por outras, mas apenas uma, cujo início aconteceu
com a chegada de Vasco da Gama à Índia em 1498, porque tudo se começou a mudar,
a partir daí. Portanto, os Descobrimentos Portugueses integram
indubitavelmente a História Universal. Impossível ignorá-los. E, de certeza,
que não constituíram apenas glórias; contudo pretender que foram apenas
perniciosos ou reduzi-los ao esclavagismo só pode ser demonstração de estupidez.
Carminda
Damiao: São
necessários mais artigos destes para mostrar como estão a enganar as crianças
(e adultos), com narrativas falsas da história. A África é dos africanos, mas
todos estão desejosos de vir para a Europa ou para a América. Estes movimentos
wokes, só, servem para fazer divisões e aumentar o racismo. Licínio
Bingre do Amaral: Muito interessante o seu artigo. É absolutamente
essencial que se defenda o ensino de uma história que não esteja sujeita a
ideias falsas e que respeite os factos. Não se pode permitir a tentativa que os
wokistas tentam fazer para mudar o ensino da história baseado em razões
ideológicas e destinada apenas a atacar a civilização ocidental. Isabel
Amorim: Mais um belissimo artigo de opinião. Bem ao modo da ditadura
marxista, obrigam os miúdos a decorarem ou repetirem o que vai na cartilha.
(Ainda têm o desplante de insultarem o regime do Estado Novo de ter feito
o mesmo) Usarem as crianças para repetirem inverdades é um abuso e deveria ser
investigado a fundo, a seguir será que os vão treinar militarmente para se
"defenderem" dos brancos? Bem possível, com os horrores sabidos que as
ditaduras marxistas fizeram e continuam a fazer. Acerca dos manuais escolares
pejados de mentiras terão que ser os pais a corrigir essas falhas em casa, informá-los
da verdade e explicar-lhes que há gente desonesta que escreve para os meninos
serem aldrabados. bento guerra. Os africanos ficaram com a
sua terra e é bem feita! Perderam a corrida da modernização. Estão enterrados
em dívidas, em grande parte à China e têm chefes nababos à moda medieval. Mas é
o caminho deles Maria Nunes: Excelente artigo Dr. João Pedro
Marques. É inacreditável como o ME não tem uma palavra a dizer sobre o assunto.
Espero que o faça, para que os que votaram AD não se sintam defraudados. Maria Cordes: Quando acordarem, já será tarde, o que se passa nos conteúdos
programáticos, insidiosamente convertidos em aberrações wokistas , é grave.
Ando na carreira 58, a caminho das portas de Benfica ou nos transportes para
a Amadora, e sou a única branca. No BE, não vejo pretos e também não se
encontram em transportes coletivos. Nuno Abreu: Mais uma vez
extraordinário. Muito bem explicada a razão de os europeus falarem em
descobertas. É lamentável que esses doidos varridos proclamem “África para
os Africanos”. Não pensam eles que isso levará a que cada vez mais
europeus gritem “Europa para os Europeus?” Maria Augusta Martins: O Pedro Alvares
Cabral descobriu o Brasil e quem lá estava, depois levaram para lá muitos
cabeças de burro e eles germinaram bem "em semeando tudo se dá" dizia
o Pero Vaz de Caminha. E não é que o homem tinha razão! Novo
Assinante: Parabéns ao senhor João Pedro Marques por ter conseguido, pela terceira
semana consecutiva, escrever um artigo de opinião de forma clara e objectiva,
sem usar os habituais e desnecessários termos "woke",
"wokismo", derivados,
similares e afins, que apenas serviam para atrair um maior número de
comentários e de gostos, nada acrescentando ao valor intrínseco da opinião
formulada. Joaquim
Almeida > klaus
muller: Estão simplesmente a trair a ideia democrática do pai Belmiro e a comprar a
corda para serem enforcados quando for abolida a liberdade sindical pelos
neo-leninistas. Tim do Aklaus
muller: Fez muito bem em deixar de comprar o jornal Público. Aquilo é o jornal mais
Woke de Portugal. É um lixo de propaganda Woke. Os belmiros são Wokes. O único
jornal decente em papel é o seminário O Diabo.
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