E deslocações afins, cá pela zona atlântica, de ventos
e chuvas qb. O Outono saudando a
ocidente, oxalá que, ao menos, poupe a oriente, na zona guerreira, de quadros
comoventes, sem precisar de reforços nesse capítulo.
Meteorologia
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Restos do furacão Kirk
trazem vento forte (com rajadas até 100 km/h) e chuva intensa ao Norte e Centro
do país
O furacão Kirk está perto do Norte
dos Açores e atinge o arquipélago, já na forma de tempestade, na 2.ª feira.
Depois dirige-se para o continente, onde se fará sentir com muito vento e chuva
intensa.
OBSERVADOR, 06 out. 2024,
15:51
A temporada dos furacões está na recta
final, mas ainda ‘mexe’. Três estão actualmente activos no Oceano Atlântico:
o Leslie, que está a iniciar o seu percurso entre Cabo Verde e a América do Sul, o Milton, que está
no Golfo do México, e o Kirk, que vai
passar pelos Açores e depois dirigir-se à
Península Ibérica.
Quando
passar pelo Norte do nosso país, o Kirk já terá perdido o estatuto de furacão,
uma vez que ficará sem grande parte da intensidade com a passagem por águas
frias, e deverá ser uma tempestade extra tropical forte que se fará sentir com
muito vento e chuvas intensas.
Tudo aponta para que os restos do furacão Kirk atinjam o Norte da
Península Ibérica, muito perto da Corunha, percorrendo depois o Golfo da
Biscaia antes de se desfazerem em França. Paula Leitão, meteorologista do
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explica que em território
nacional os efeitos que se farão
sentir, “mais do que do furacão propriamente dito”, serão da “superfície
frontal que [o Kirk] tem associado porque transporta uma massa de ar muito
quente e húmida”.
A passagem do Kirk vai começar a
sentir-se a partir do final da tarde de terça-feira, dia 8, mas os efeitos “mais gravosos serão principalmente na madrugada de
quarta-feira”, indica a meteorologista. Com base nas previsões
disponíveis até ao momento, os portugueses devem esperar “ventos de
sudoeste muito fortes, com rajadas até 100 km/hora nas terras altas e até
90 km/hora no litoral a Norte de Lisboa”.
Há
ainda previsão de “precipitação muito forte, persistente e com bastante
intensidade nas regiões Norte e Centro”, ainda que deva chover em todo o país
nesse dia. Deverá
também ser verificada uma “agitação marítima muito forte“, sendo
que as ondas serão “do quadrante oeste, temporariamente de sudoeste” e podem
“atingir cerca de seis metros de altura”.
Questionada, pelo Observador, sobre se a
trajectória do furacão ainda se pode alterar antes do final do dia de
terça-feira, Teresa Leitão afirma que
o IPMA tem “alguma confiança na previsão actual” e defende que existe uma
“grande probabilidade” de que não esteja “muito errada”.
Neste momento, o Kirk é um furacão de categoria três (numa escala de cinco).
Deverá ser na altura em que passar pelo Norte dos Açores, antes de se dirigir a
território continental, que perderá essa designação e passará a ser uma tempestade.
Em
território insular, os efeitos da passagem do Kirk vão sentir-se a partir do
final da tarde de segunda-feira, principalmente nos grupos Ocidental e Central
dos Açores. Rita Mota, meteorologista da delegação dos Açores do
IPMA, disse à agência Lusa este sábado que o centro do furacão deverá “passar a oeste-noroeste do arquipélago”,
sendo que as ilhas do Corvo, Flores, Faial, Pico, São Jorge, Terceira e
Graciosa deverão registar “um aumento da intensidade do vento e da agitação
marítima”. São esperadas “rajadas até 100 km/hora” no grupo
Ocidental e “rajadas até 85 km/hora” no Central.
Devido à passagem do Kirk nos Açores, o
IPMA colocou o Corvo e as Flores
sob aviso vermelho devido
à agitação marítima (e às previsões de que as ondas possam atingir 17 metros de
altura máxima) entre as 00h e as 6h locais de terça-feira. As duas
ilhas estarão ainda sob aviso laranja entre as 00h e as 9h de terça-feira
devido ao vento e sob aviso amarelo por precipitação por vezes forte (entre as
12h e as 18h de segunda-feira).
O
grupo Central dos Açores estará sob aviso amarelo por agitação marítima entre
as 00h e as 18h de terça-feira. As ilhas do Faial, Pico, Terceira, São Jorge e
Graciosa estarão também sob aviso amarelo por precipitação, por vezes forte e
acompanhada por trovoada, das 15h de segunda-feira às 6h de terça-feira.
Apesar dos ventos fortes e da chuva
persistente, o Kirk não vai afectar as temperaturas. Rita
Leitão explica ao Observador que a “massa
de ar que este furacão está a transportar é muito quente e húmida, por isso é
que vai chover muito”.
O ar ficará, de certa forma, “abafado“,
mas as temperaturas vão manter-se estáveis. “Na quarta-feira em particular temos a temperatura a rondar os 22 a
24 graus Celsius, mais ou menos em todo o país. Não há grandes
oscilações, só o interior é que tem temperaturas um bocadinho mais baixas, como
Viseu com 16 graus Celsius na temperatura máxima, por exemplo”, afirma a
meteorologista do IPMA.
Questionada
sobre se é comum que um furacão tenha a força que o Kirk tem apresentado ao
longo dos últimos dias (chegou a ser de categoria quatro numa escala com cinco
níveis de intensidade) e que chegue à Europa na recta final da temporada, Rita
Leitão diz que sim.
“Ao
longo do verão, a água do mar vai aquecendo. Quanto mais quente estiver mais
condições há para que os furacões se formem, tenham alguma intensidade e sejam
mais persistentes. No fim do verão é quando a água está mais quente, porque
veio acumulando calor. E ainda não teve condições para arrefecer“,
nomeadamente porque ainda não existiram, por exemplo, períodos de “noites frias”.
Ainda assim, o meteorologista norte-americano Philip Klotzbach, que diz
ser especialista em “previsões
sazonais de furacões na bacia do Atlântico”, nota que a presença de Leslie, Milton e Kirk marca a primeira vez desde 2018 (com
Leslie, Michael e Nadine) que no mês
de outubro esse oceano tem, ao mesmo tempo, três “tempestades que receberam um
nome”.
METEOROLOGIA CIÊNCIA IPMA PAÍS
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