Inúteis não são
Para os que as aplicam… no próprio proveito. E por
vezes dos seus afins.
Portugal, o país das inteligências superlativas.
E inúteis
A propósito do não-Nobel de Guterres relembrou-se a sua extraordinária
inteligência. Também temos o inteligentíssimo Marcelo... Portugal, está cheio
de inteligências superlativas. E inúteis.
HELENA MATOS
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 13
out. 2024, 07:572
António Guterres. Agora que o
Nobel da Paz não lhe foi atribuído – sim, a fazer fé no que por aí se lê e ouve
não foi uma organização anti-armas nucleares japonesa a vencer o Nobel da Paz,
simplesmente o Nobel da Paz não foi atribuído a Guterres – mas voltemos ao
princípio desta conversa: agora que o Nobel da Paz não foi atribuído a António
Guterres logo nos lembraram essa espécie de marco geodésico da política
nacional, a saber a superlativa inteligência de António Guterres.
Há
décadas que colegas, amigos, conhecidos, conterrâneos, camaradas e afins
afiançam da extraordinária inteligência de António Manuel de Oliveira Guterres. Uma pessoa
questiona a razão para os resultados decepcionantes dos seus governos e logo se
vê confrontado com o facto de podendo ser isso verdade não se poder
escamotear Guterres ter sido o melhor aluno do Técnico. Mais estranhamente
ainda quando se tenta perceber o que levou esta
espécie de beato da inteligência lusa a demitir-se do cargo de
primeiro-ministro para, segundo o próprio, evitar que o país “caia num pântano
político”, logo nos respondem
com o QI de Guterres mais o seu brilhantismo enquanto estudante de
Electrotecnia. O que terá a
ver o seu talento para a Electrotecnia com a sua decisão-fuga naquela noite das
eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001?
O
problema é que o engenheiro Guterres não se dedicou à engenharia electrotécnica
em que se licenciou nem a qualquer outra engenharia, áreas em que a sua
indesmentível inteligência se teria podido manifestar, mas sim à política
actividade em que a sua igualmente indesmentível falta de senso se manifesta
todos os dias. A sua actual lassidão perante os ataques do Hezbollah e do
Hamas a Israel, que sucede à sua fase de profeta do Apocalipse a propósito do
clima e a que se soma a sua inoperância perante a captura pelo Hamas da UNRWA
(Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no
Próximo Oriente), completa o capítulo da sua caminhada para o grau absoluto da
ineficácia.
O que me leva a uma outra pergunta:
se Guterres fosse burro teria feito qualquer diferença?
Marcelo Rebelo de Sousa. A inteligência de Marcelo é uma certeza
nacional da mesma natureza arquetípica que detectamos no castelo de Guimarães,
no cabo da Roca ou nos pastéis de nata: não se explicam. Basta-lhes
estar. Não há superlativos absolutos ou relativos que cheguem para
caracterizar a inteligência do actual PR.
O culto da inteligência de Marcelo é
uma verdadeira mania nacional pois sem que ao certo alguém consiga identificar
um momento em que a enorme inteligência de Marcelo se tenha manifestado e
produzido algo de útil, todos garantem que Marcelo é inteligentíssimo. Aliás é tal a clivagem entre a apregoada
inteligência de Marcelo e o desacerto dos seus procedimentos que invocar a
inteligência de Marcelo se tornou o comentário-desculpa mais consensual da
pátria. Mas não só. O
próprio Marcelo beneficia desta dicotomia entre um Marcelo brilhante desde o
berço e um Marcelo em que a táctica se confunde com a infantilidade. Sim, o “Marcelo inteligente” é a muleta
de linguagem que recorrentemente salva o Marcelo real da estupidez dos seus
actos: Marcelo PR enredou-se no caso das gémeas? Sim, responde alguém para de
imediato acrescentar “Mas ele é tão inteligente”. Marcelo contribuiu para o
afastamento de Joana Marques Vidal da PGR? Sim, mas ele é tão inteligente.
Marcelo não teve coragem para travar as medidas da geringonça? Sim, mas ele é
tão inteligente…
A
inteligência de Marcelo existe. Só não se sabe para que serve.
PS. André
Ventura & Pedro Nuno Santos.
Não, a inteligência de cada um não é para aqui chamada mas já a forma como subestimaram a inteligência dos demais
explica a armadilha em que caíram. O problema de André Ventura e Pedro Nuno
Santos nesta negociação do Orçamento é que partiram do princípio que os outros
eram parvos. Ou
menos inteligentes que eles. Nos outros incluo naturalmente Luís Montenegro que
cada um deles subestimou mas incluo sobretudo os demais portugueses. André Ventura e Pedro Nuno Santos acharam que podiam
dizer, desdizer, sim e não porque antes pelo contrário mas talvez… que
certamente isso não lhes seria assacado. Não só foi como pode virar-se contra
eles. Na política pode tentar fazer-se dos outros parvos mas nunca se deve
acreditar que eles são parvos.
COMENTÁRIOS
(de 171):
Fernando ce: Não diria melhor. Muito bom.
Salva-se Cavaco Silva, que além de muito inteligente, mudou o país para muito
melhor. É que os outros (inteligentes) “ falam falam falam , mas não os vejo a
fazer nada”. Americo Magalhaes: HM continua a ser uma mais-valia
no Observador. Vale a pena a assinatura. Desmascara com classe e com nível as
figuretas Guterres e Marcelo . Tenho amigos que me dizem que Marcelo " é
muito inteligente " e um grande constitucionalista, mas quando os
questiono sobre algum livro ou estudos científicos publicados , não conseguem
encontrar um . É uma autêntica fraude. De igual modo o famoso homem do pântano
, usando o seu próprio vocabulário uma completa vacuidade. António Fernandes: Excelente artigo. O primeiro
parágrafo diz tudo. Inúteis! Meio
Vazio: Mas afinal o homem não ganhou o Nobel? Sacrilégio! A minha alma está parva! O embaixador do Reino da Suécia
já foi chamada às Necessidades para as devidas explicações? Para quando um
"manifesto dos 50"? Demora muito o voto de repúdio no Parlamento? Onde
anda o seu amigo e omnipresente "Marcelo", quando da sua inteligência
e do seu verbo fácil a honra lusitana mais precisa? klaus
muller: O Guterres foi o melhor aluno do Técnico. O João Soares foi culturalmente
o melhor Presidente da Câmara de Lisboa. O Costa foi o político mais hábil de sempre. O Sampaio falava Inglês melhor
que a Rainha. Marcelo é duma inteligência inultrapassável. O Sócrates era duma
............. bem, next. O Santos é inexcedível como gestor e rapidíssimo nas
decisões. É impressionante como tendo sido governado por estas inteligências
Portugal está cada vez mais próximo da cauda da Europa. Os únicos que
conseguiram que este país realmente progredisse, Cavaco e Passos, só têm
defeitos. Poupem-me, eu posso não ser tão inteligente como esses socialistas
todos, mas também não sou completamente parvo. Alfredo
Freitas: Outra inteligência fulgurante
agora a despontar para o grande público é a Dourora Alexandra Leitão, uma
grande mulher de esquerda, cheia de vitalidade. A ser verdade trazer os filhos
no colégio alemão ignorando a escola pública é mais uma personagem que de
socialismo só tem a conversa, porque o modo de viver de socialista não tem
nada. O Partido Socialista está cheio deste pessoal, só fachada e verborreia. Afonso
Soares: Eu acredito que somos um país atrasado por isso mesmo. Temos demasiadas
pessoas inteligentes que em vez de se dedicarem a funções em que seriam úteis
aplicando a sua inteligência se dedicaram à política, área em que não é
necessária tanta inteligência. Poderiam ser, por exemplo, bons gestores, bons
empreendedores, bons investigadores, etc, mas não, dedicaram-se à política onde
a sua inteligência não serve para nada. Aliás temos tanta gente inteligente que
somos todos doutores e doutoras.
Maria Tejo: Concordo até certo ponto. Na verdade estas duas super
inteligências têm o condão de piorar tudo em que tocam. Não são inócuos como os
inúteis. José
Paulo Castro: Uma inteligência que só serve a carreira do próprio é inútil para os
outros. Os outros é que têm de ser inteligentes e perceber isso a tempo. Não
tem sido o caso. Recentemente, despachámos mais um para Bruxelas, depois de o
deixarmos manipular tudo e todos. Maria
Melo: Marcelo tem utilizado a dita inteligência apenas em proveito próprio (e da
família, namorada e amigos). Como político é um inútil e razão tinha PPCoelho para lhe chamar “catavento
“. António
Martins: Tanto Guterres como Marcelo têm aquilo a que se pode chamar
"inteligência confidencial" : são muito inteligentes mas não se sabe
para quê. Ruço
Cascais: 5 estrelas, não, 6 estrelas numa escala de 1 a 5. Grande artigo. Finalmente
alguém com coragem para atacar a inteligência. Sabem porque é que Guterres
tem aquele ar atarracado, com o pescoço meio enterrado no tronco? Tudo foi
devido à inteligência. Quando era pequenino já todos lhes diziam com uns tapas
no cimo da cabeça: - quando fores grande vais ser um grande homem! Tantos calduços
no toutiço atarracaram o homem. Marcelo escapou-se porque o padrinho não
gostava de dar palmadinhas. Guterres é inteligente e está picado com os
israelitas e os israelitas agora com ele. Se Guterres andasse por Portugal,
consigo facilmente imaginá-lo com um lenço palestiniano à volta da cabeça a
marchar de braço dado com a Mortágua (está a envelhecer mal, cada vez está mais
feia o raio da mulher) numa manifestação anti-semita. Os lapsos de Guterres na
ONU em condenar os ataques que Israel sofre, não são lapsos, são sinais da
inteligência de Guterres. Guterres não gosta de Israel, ponto. Marcelo também é
inteligente, basta ver como ele se escapou a defender Guterres após este ter
sofrido o ataque de persona não grata por parte dos israelitas na ONU. Ah,
disse Marcelo, é tudo uma questão de bom-senso, os israelitas ainda vão rever a
posição. Marcelo pôs-se ao fresco. Para os guterristas pode ser visto como uma
facada nas costas. Marcelo foi inteligente; mexer com israelitas pode queimar,
e, depois da presidência, quiçá ainda pide vir a trabalhar para alguma
organização judaica. Até eu gostava. São um povo extraordinário. Um Marcelo
pouco inteligente, ou melhor, menos inteligente, com os neurónios sossegados e
ordenados como numa cidade japonesa seria a nossa sorte. Só que os neurónios de
Marcelo são como o trânsito em Deli, funcionam, mas só no caos. Alguém com os
neurónios sossegados, ligeiramente casmurro, pragmático e com a têmpera de um
Eanes colocava o país rapidamente na ordem. Não há entendimentos na aprovação
do OE e é chumbado, vamos para novas eleições. Não há nenhum partido que
garante a estabilidade governativa? Ok, ficamos em duodécimos até surgir uma
solução de governabilidade que garanta a aprovação dos Orçamentos de Estado e a
implementação de reformas estruturais de que o país precisa. Por último, Luís
Montenegro, à semelhança de Pedro Nuno e André Ventura também não se achou mais
esperto que a concorrência e desprezou a esperteza da oposição? Eu acho que
sim, e, dos três, Montenegro é o que treme mais com novas eleições. O pior que
pode acontecer a alguém é passar de cava.lo para bu.rro. SDC Cruz: Pobre Portugal este, cheio de hiper
inteligentes mas tudo muito artificial. F. Mendes: Como já por aqui escrevi várias
vezes, o negócio do Milénio seria comprar a inteligência do Marcelo pelo pouco
que vale, e vendê-la por aquilo que ele julga que vale. Nem é preciso
acrescentar nada! José Ferreira: Excelente artigo. No caso das
inteligências pardas que refere, foi uma pena que não tivessem ido para
cientistas, já que, dessa forma, poderiam ter feito alguma coisa de útil pelo
País e pelo Mundo... A atribuição do Prémio Nobel ao Eng. Guterres seria,
no mínimo, estúpido. De qualquer forma, tudo serve para que os amigos e os
"de serviço" nas redes sociais e nos media o promovam ... Nuno Abreu: Bolas. Leio aqui tantos comentários a
concordar com Helena Matos que eu, não concordando com eles, fico a pensar que
sou ainda mais burro do que pensava. Então Marcelo, Guterres, Costa não são
afinal superinteligentes como eu pensava? Então gente que não tem na vida
qualquer obra digna de registo – nem o assentar de meia dúzia de tijolos! – e
consegue atingir os objectivos com que sempre sonharam não revela a sua
egoística superinteligência?! Um atinge o cargo de o mais alto magistrado da
nação portuguesa durante uma década. Outro alcança o cargo de Secretário-Geral da
mais alta organização da Política Mundial, a ONU. Por fim o Costa, espezinhando
económica e socialmente os portugueses durante oito anos, é nomeado Presidente
do Conselho Europeu! Haverá algum português que tenha feito tão pouco e que
tenha atingido tão altos patamares? Burros? Burros fomos nós que os
carregamos às “Costas”! Quanto a André Ventura e Pedro Nuno Santos estou a
sentir que “trabalham” apenas para tentar seguir aqueles exemplos! Manuel F: Com uma vida activa já
encerrada e não me considerando muito inteligente nem totalmente destituído da
mesma, constatei ao longo da minha vida profissional que, pessoas que tiveram
um aproveitamento acima da média nos estudos (para não dizer brilhante), em não
poucos casos se revelaram uma nulidade na vida profissional. Mario
Figueiredo: Isto da inteligência já vem de trás, cara Helena. Eu sei que a memória em
Portugal é curta. Mas alguns de nós ainda se lembram quando ainda há dois
anos, num dos vossos Contra Corrente, se teciam grandes sonetos à inteligência
de Marcelo e se procurava perceber isso no contexto das trapalhadas em que se
metia. A vossa tese era que do alto da sua grande inteligência, Marcelo não
via a inteligência dos outros. Era, asseguravam vocês, com o vosso diploma
conjunto em Psicologia, uma característica das pessoas inteligentes. Nesse dia
intervim no programa. E questionei-vos que inteligência seria essa que não
tomava em conta a inteligência dos outros. Seguramente, seria uma inteligência
pouco inteligente. Fiquei sem resposta, como aliás muitas vezes vocês fazem
naquele programa. O ouvinte interveniente é gado para ocupar espaço no
programa. Nada mais. E o programa acaba como começou, com a Helena e o José
Manuel Fernandes a acharem que ele era um homem muito inteligente. E só,
coitadinho. Muito só. Mas muito inteligente. (Sinceramente já nem sei bem
porque vos continuo a ouvir...) Fiquei à espera, enquanto lia o artigo hoje do
momento em que a Helena se ia lembrar de ser uma das pessoas que aqui critica,
que se assombra e declara a inteligência dos outros... Mas como seria de
esperar, a memória em Portugal é curta. E a hipocrisia sobra. António
Soares > Américo Silva: O prepúcio dos judeus incomoda-o?
Fique-se pelos muçulmanos com prepúcio. JORGE
PINTO: São inteligentes não praticantes” Maria
Paula Silva: Mais importante do que ser inteligente é saber o que se faz (ou não) com a
inteligência que se tem. Não se percebe, portanto, porque estamos a ser
(des)governados por tantos iluminados há décadas e temos o país afundado. Bu.rro
é aquele que apesar de ser inteligente não conta com a inteligência dos outros.
Sintético, divertido e elucidativo, gostei do texto, muito bom. Vasco Esteves: Artigo acertado. A inteligência destes dois
homenzinhos não passa de propaganda dos seus partidos. São duas nódoas que nada
contribuíram para o país e mundo, envergonhando o país e os portugueses. Não
passam de um palhaço e um comuna …. João
Ramos: Excelente, este artigo é a prova provada da
celebérrima história de que “o Rei vai Nu”, as últimas frases referentes no
artigo a cada um dos “inteligentíssimos” são absolutamente lapidares, não há
nada como demonstrar a verdade com clareza! Quanto ao PostScript devo de dizer
que em relação a Ventura ainda falta provar o que ali escreveu e é bom não
esquecer que o homem é espezinhado todos os dias por tudo quanto é lado e isto
na grande maioria das vezes porque quem o faz se acha ou quer parecer “muito inteligente”
por fazê-lo, mesmo assim representa o 3o partido com 50 deputados, também é bom
ver com clareza neste capítulo…
Carla Martins: Na mouche, @Helena Matos. Como
sempre. Muito obrigada pela sua clarividência que tão bem passa a palavras. Uma
pérola no o problema-chave
de Portugal! José B Dias: Está identificado o problema
base que aflige o país e o impede de sair da estagnação ... a definição de
inteligência carece de ser revista! Antonio
Sennfelt: A lassidão - para não utilizar
outro substantivo! - do actual SG das NU poderá estar na origem da
estranhíssima infiltração da UNRWA por terroristas do Hamas, tendo vários
funcionários daquela agência humanitária das NU comprovadamente participado no
massacre de 7 de Outubro do ano passado! A mesma lassidão - para não
utilizar outro substantivo! - poderá igualmente estar na origem da não
menos estranha e total passividade da UNIFIL - a força de "capacetes
azuis" encarregue da "manutenção da paz" na fronteira entre
Israel e o Líbano - que nunca reage, nem mesmo quando terroristas do Hezbollah,
acoitados junto aos seus postos de observação, abrem fogo contra soldados do
exército israelita. Ele por vezes há "génios" que antes não fossem
tão "geniais"!
Liberales Semper Erexitque: Já há muito que não lia um realmente bom artigo desta colunista. Foi hoje!
Sobre as "inteligências" de Guti e Selfito, é caso para dizer, se são
isto os inteligentes, venham os burros! Achei piada ao P.S., sobretudo na parte
que refere que Montenegro foi mais uma vez subestimado. Cá para mim ele adora
ser subestimado, o "rústico"!
José Paulo Castro: O Post Scriptum deste artigo
enferma de um erro fatal. Considerar que LM e os demais portugueses,
especialmente os que votaram nele, não foram parvos quando estão prestes a
votar e aceitar um orçamento quase ditado pelo PS e que o PS não reconhece como
seu, quando votaram maioritariamente - como quase nunca o fizeram - para se
verem livres do PS. Se isto não é ser parvo, não sei que mais o seja. Luis
Fernandes Machado: A melhor forma de perceber que
não anda ali muita inteligência é que muito pouca gente realmente inteligente
se mete na política. Pessoas inteligentes não querem frequentar os meios que
esta gente frequenta. Zé das
Esquinas o Lisboeta: Todo o raciocínio explanado neste
artigo, serve, infelizmente, para muitas outras situações no panorama da
política nacional e não só. A articulista tem a 'sorte' de estar no Observador
porque se estivesse no Público era bloqueada. Muito bom. Plenamente de
acordo. Manuel
Lisboa: Excelente Helena Matos. De
facto, tem sido bastante deficiente a actuação do actual secretário-geral das Nações Unidas em relação
à crise iniciada com o ataque terrorista do Hamas, de há um ano; e, sobretudo,
enquanto primeiro-minitro português revelou a sua soberba inteligência apenas
na noite em que anunciou a sua demissão da chefia do governo. Aquele
alto-funcionário internacional português, outro primeiro-ministro que foi,
durante dez anos, presidente da comissão europeia e o penúltimo chefe de
governo português na actualidade presidente do conselho europeu preferiram
carreiras internacionais, nas quais a necessidade de escolha ou tomar
decisões políticas pessoais são, de facto, inexistentes e o exercício
efectivo de influência foram ou são irrisórias, do que o peso da
responsabilidade de chefiar um governo ou instituições, que dependam das suas
capacidades de planeamento e visão. Outras "personalidades"
portuguesas menos notórias, que desempenharam funções em cargos governamentais
ou em instâncias superiores nacionais optaram também pela emigração para
organismos internacionais burocráticos, que se multiplicaram, após a Segunda
Guerra Mundial e continuam a crescer, onde exerceram ou estão ainda vegetando. Compreende-se:
os vencimentos são bastante maiores, os locais atraentes e o escrutínio da
opinião pública praticamente inexistente. Eram e continuam, sem dúvida,
a ser inteligências brilhantes; claro nenhuma superlativa como a primeira
mencionada na saborosa e arguta crónica de Helena Matos. E não comento o
presidente da república portuguesa; fala por si a triste e inegável
realidade diária das televisões. António
Soares: Disse inúteis e disse muito bem.
Eu acrescentaria perniciosos, perniciosos para Portugal (Marcelo) e pernicioso para
o Mundo inteiro (Guterres). Jose Miguel Pereira: Howard Gardner defendia a existência de 8 tipos de inteligência, sendo que
uma pessoa pode ter muita de uns tipos e muito pouca dos outros. Se calhar é
isso... Maria
Emília Ranhada Santos: Para se ser agradável à ONU e
se ser eleito para prémios nóbeis, é só preciso ser-se da esquerda, muito da esquerda!
Ou seja, contra a ciência, a ordem, a moral, a integridade, e todos os mais
valores que neste século das trevas se tornaram "luz"! Paul C.
Rosado: Muito bem. É verdade.
Inteligência não é sinónimo de sabedoria, nem de ética, nem de honestidade
intelectual. Henrique Mota: Mariano Gago foi ainda melhor
aluno que Guterres. Mas a inteligência é apenas uma das características de um
ser humano. Existem muito mais atributos que fazem com que alguém seja bem-sucedido.
A empatia, a inteligência emocional são mais importantes do que a inteligência
geral. E , sem pretender ofender ninguém, será assim tão inteligente alguém que
acredita na concepção sem acto sexual, na ressurreição, e em seres extra-terrestres
que aparecem em cima de azinheiras ? Josél
Paulo > klaus muller: Tem razão. Mas como dizia Medina Carreira bastava às
nossas avós iletradas saber como governar uma casa e um país. Estou farto
de seres iluminados e bajuladores... senti vergonha alheia a quem se despediu
da Procuradora... cinismo...hipocrisia e gente se são inteligentes... antes os
meus amigos animais os burros Louvor a eles. Os outros deviam
extinguir-se! o mundo ficaria muito melhor.
Maria
Paula Silva > Liberales Semper Erexitque: M Tatcher dizia muitas coisas
e quase todas elas acertadas. Talvez lhe interesse recordar: www.rtp.pt/play/p12811/thatcher-nao-morre
com os políticos actuais acho que nem se coloca essa questão de confiarem no
povo. Acredito profundamente que eles, sem excepção, se estão literalmente nas
tintas para o povo e que a principal e maior motivação de irem para a política
é obterem tachos que lhes garantem uma boa vida com pouco trabalho e reformas
chorudas garantidas. Isso do espírito de Servir acabou, já era. Antonio
Moreira: Cara Helena Matos. Artigo arguto e oportuno. Nem sempre de acordo consigo,
mas reconhecendo-lhe pensamento original e livre. Parabéns e obrigado por
partilhar. Deixo uma achega. Há largos anos que chamo a atenção dos mais jovens
para uma frequente confusão entre qualidades ou caraterísticas humanas. Esperteza, inteligência, instrução,
cultura e sabedoria não são a mesma coisa. Esperteza? Capacidade de se desenrascar numa
dificuldade específica, sem se preocupar com o que vem a seguir... Inteligência? Capacidade de
analisar um problema e encontrar uma solução teórica para o mesmo. Nada tem a
ver com a capacidade de executar a solução encontrada ou com a bondade da
mesma. Instrução? A quantidade de graus
académicos que fomos capazes de adquirir ao longo da vida. Cultura? Conjunto de
conhecimentos sobre a Humanidade e vivência deles. Como se diz no Norte de um
homem ou mulher cultos: "tem mundo". Quem viaja com vontade de
conhecer e apreender com diferentes culturas, também acrescenta à sua. Sabedoria? Trata-se de qualidade
com dois componentes. Um inato - o bom senso - e outro adquirido - a capacidade
de apreender com a experiência. Todos nós conhecemos pessoas com muita
experiência que praticam sempre os mesmos erros. Estas não são sábias, pois não
apreendem com os erros. Muitas vezes confundem-se estes conceitos ou
qualidades. Todos têm o seu tempo e espaço. A um político pede-se, além de
qualidades éticas (honestidade intelectual e pessoal, sentido de serviço
público, etc), que seja sábio na sua acção. Por isso, e porque a
experiência e a capacidade de aprender com essa experiência é elemento
constituinte da sabedoria, a idade bem vivida e de comportamento ético de um
político é também factor relevante. Então
sugiro que se olhe para os políticos como aquilo que se espera de tais cidadãos
numa democracia: que sejam eticamente exemplares e com sábia acção. Haverá
poucos assim? Talvez, mas não é por essa eventual constatação que mudo de
opinião. Outras qualidades são, porventura, apelativas, mas irrelevantes ou
quase irrelevantes num momento de escolha de um político. Ou, pelo menos. Seria
desejável que assim fosse.
Francisco
Ramos: A isto chama-se coragem, coisa
rara na atualidade. João
Floriano: Excelente análise. Tanto
Guterres como Marcelo Rebelo de Sousa são os mais citados exemplos da
inteligência nacional e no entanto as suas acções não fazem jus à inteligência
que lhes é atribuída. Penso tratar-se de uma questão de inteligência emocional
que nitidamente lhes falta. Quanto à avaliação da inteligência de PNS e
Ventura, penso que ainda é cedo para tirar conclusões. Como se diz no futebol,
a bola ainda corre no campo e até ao apito final pode-se sempre marcar golo. Ronin
kaishakunin > Ruço Cascais: Excelente comentário e com humor!
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