E alguns comentadores também, lúcidos e destemidos a
valorizarem quem o merece e a desfazerem em quem contribuiu para o demérito do
nosso país.
Uma herança difícil de corrigir
Assim como os sucessos nos primeiros anos de Governo de António
Costa se devem a Pedro Passos Coelho, os principais problemas enfrentados por
Montenegro são a herança de Costa.
HELENA GARRIDO
Colunista
OBSERVADOR, 06 ago. 2024, 06:0337
António Costa
herdou um país com boa parte das correcções financeiras e económicas, que mais
votos tiram, realizadas. Pedro
Passos Coelho conseguiu colocar o país numa trajectória de
crescimento financeiramente mais equilibrada, podendo apenas dizer-se que
deixou alguns bancos, nomeadamente o Banif e a CGG, com problemas por resolver. E que Costa resolveu, melhor na CGD e
pior no Banif. Mas será sempre a Pedro Passos Coelho que se fica a dever a
coragem de ter dito “não” a Ricardo Salgado e, claro, de ter adoptado algumas
medidas que lhe custaram votos e a zanga dos pensionistas.
O ex-primeiro-ministro capitalizou com mestria a herança de Pedro
Passos Coelho, mas por razões que não se conseguem entender, não acrescentou
valor, não aumentou o crescimento potencial. O país está financeiramente mais equilibrado – a dívida total da
economia diminuiu tal como a dívida pública – mas o estado do Estado é de
colapso em praticamente todas as frentes. Como aliás várias vezes identificámos
neste espaço, desde a primeira hora em que se percebeu que as contas públicas estavam a ser corrigidas à custa da
depauperação dos serviços públicos.
O
suporte que António Costa teve do PCP e do Bloco de Esquerda permitiram ir
degradando os serviços públicos – ao mesmo tempo que se faziam juras pela sua
defesa -, sem qualquer tipo de denuncia desses partidos ou mesmo das
associações ou sindicatos. Agarrados ao poder, os partidos nada disseram, tal
como os sindicatos. Com o medo de retaliações do Governo, as
associações ficaram caladas. Até porque perceberam, desde o início da
governação de António Costa, que a famosa frase de Jorge Coelho “quem se mete
com o PS leva” ia ser levada ao seu limite, como foi.
É assim que chegamos à herança de
Luís Montenegro, com reivindicações em todas as frentes num reflexo do estado a
que chegaram os serviços públicos.
Na Educação o ministro Fernando Alexandre conseguiu pacificar
rapidamente a relação com os professores através do acordo de recuperação do
tempo de serviço. E tem colocado a si próprio desafios ambiciosos –
como garantir a redução em 90% do
número de alunos sem aulas logo no primeiro período. Também as ministras da Administração
Interna e da Justiça conseguiram acordos importantes que trouxeram alguma paz à
polícia e com os oficiais de justiça, embora neste caso mantendo-se alguma
controvérsia.
É na Saúde que os desafios são maiores, com a ministra a enfrentar
dificuldades quer em estabelecer um acordo com os representantes do sector,
como em estabilizar a oferta de cuidados médicos, como se percebe pelo que está
a acontecer nas urgências de obstetrícia. Claro que podemos sempre dizer que o
problema da Saúde não se limita a Portugal, os outros países enfrentam
igualmente dificuldades, como
consequência do envelhecimento da população, da evolução de tecnologia e da
falta de profissionais de Saúde. A questão é se não poderíamos estar
melhor do que estamos, principalmente na relação do Estado com os médicos e
enfermeiros e na abordagem da prestação de cuidados de saúde numa perspetiva de
Sistema, usando todos os recursos em vez de se centrar a preocupação na
propriedade pública ou privada.
A
avaliação de um Governo nos seus primeiros tempos depende sempre mais daquilo
que deixou o seu antecessor do que daquilo que está a fazer. E se em
alguns casos os problemas herdados se resolvem com dinheiro – como é o caso dos
acordos salariais -, naquilo que é fundamental isso não é possível. A
desorganização e a desresponsabilização são difíceis de corrigir, exigem tempo
e margem de manobra dada pelo poder.
Um governo minoritário, a gerir a governação para a qualquer momento ir
a eleições e com uma oposição à espera da melhor oportunidade, não tem
condições para resolver os problemas da herança recebida de António Costa. Há
muitas medidas impopulares que têm de ser tomadas para reorganizar os serviços
públicos. Luís Montenegro, se quiser reforçar a sua votação quando a oposição
decidir que é tempo de voltar às urnas, não as vai seguramente adoptar.
Após quase oito anos em que praticamente nada se fez para melhorar o
funcionamento do Estado, vamos
continuar a viver num fazer de conta que se faz alguma coisa importante,
enquanto se adoptam apenas medidas que agradam a todos. A má herança de
António Costa em pouco ou nada será corrigida. Perdemos a
oportunidade da maioria absoluta e teremos de esperar que a próxima seja
liderada por alguém mais reformista.
Nota da autora: Regresso a 27 de Agosto. Até
lá, boas férias.
ANTÓNIO COSTA POLÍTICA LUÍS MONTENEGRO
COMENTÁRIOS (de 37):
Henrique
Valente: Uma mentira contada muitas
vezes não se torna verdade. Quem tomou as medidas foi a troika, Passos foi um
moço de recados. Passos foi um mau moço de recados, arrogante, insensível,
desrespeitoso. Próprio do menino mimado que sempre foi Indo ao menino mimado,
Passos foi um jotinha licenciado já pelos 30 adentro quando lhe estragaram a
adolescência e teve que “trabalhar” como administrador numa empresa do padrinho
Ângelo Correia. A adoração a Passos Coelho traduz bem a mediocridade da política
portuguesa nos últimos 30 e muitos anos bento guerra: Se é difícil de corrigir, que
não façam tanta propaganda e promessas que são só conversa. Apenas querem
sobreviver J. Gabriel > Rui Lima: Tínhamos um estadista? Ou um,
deixem passar o tempo, que estou BEM, E vou para melhor, Táctica do chico
espertinho , Empurrando sempre com a grande barriga ,em frente .
Rui Lima: Tínhamos um estadista
que trocámos por um político . O afastamento de Pedro Passos Coelho um dos
poucos estadistas que Portugal teve na sua história em 2015 é um dos maiores
erros da história de Portugal tal como ter corrido com os judeus. Ele
governou sem o bar aberto do BCE onde hoje está alojado parte da nossa dívida,
não teve juros negativos pelo contrário eram altos, ou direito a bazucas da
Europa ou seja num período de vacas magras e nesse tempo um médico um professor
ou polícia podia comprar casa ou alugar, estado funcionava hoje poucos serviços
respondem às necessidades, um desastre total a governação de António Costa.
O chocante da situação é que Costa é premiado com lugar dourado em Bruxelas,
Passos Coelho vai para um bairro pobre nos arredores de Lisboa. Quem serve
Portugal sempre foi maltratado penso em Camões (justamente o seu escravo que o
ajudou tem nome de rua em Lisboa) “Porque ali estava o seu Jau, que lhe pedia
duas moedas para carvão, e ele não tinha para lhas dar. […] se não tevera hum
Jau, chamado António, que da India trouxe, que de noyte pedia esmola para o
ajudar a sustentar, não podera aturar a vida; como se viu, tanto que o Jau
morreu, não durarà ele muitos meses!”. José B DiasHenrique Valente: Vai ter de se decidir. Ou foi
"moço de recados" e apenas fez o que lhe mandaram ou foi para além da
Troika por gostar de fazer mal aos portugueses ... Sugiro contacte o seu
controlador e peça instruções mais detalhadas 🤭 Rui Lima: O Costa pode pagar ao
avançados que aqui escrevem tal como o Sócrates fazia para o defender. Costa é
o responsável do período mais negro porque falamos da destruição da nação, ele
destruiu o país para sempre não há esperança, já Passos Coelho não terá ninguém
a pedir esmola para ele nisso o Camões teve mais sorte . Mario
Figueiredo > Henrique Valente: O comício do PS é ali - - João Floriano
> Henrique Valente: Oh Henrique, tenha dó! Lá vem
outra vez a mesma conversa. No domingo por acaso ouvi um destacado
propagandista do PS de seu nome Miguel Prata Roque precisamente com o mesmo
discurso requentado que já não interessa a ninguém. O PS está mesmo aflito! A
escolha de PNS foi um erro de casting e agora não sabem como se livrar dele e
PNS tão pouco sabe . PNS estava preparado para ser PM e não para ser oposição.
Joaquim Rodrigues: Se existisse verdadeiro
jornalismo em Portugal já tinha sido feito, ou estava a ser feito, um
levantamento, análise e avaliação da acção Governativa do Sr. Costa como
Primeiro Ministro. Apenas a título de exemplo: Portugal tem mais de 300
Concelhos e, 52% do montante do PRR para a habitação foi para os Concelhos de
Lisboa, Seixal, Setúbal e V.R. S.to António. Alguém conhece os critérios de
distribuição dos dinheiros do PRR pelas várias Regiões e Concelhos do País?
Qual tráfico de influências? Foi o “parágrafo” que demitiu o Primeiro Ministro
“estúpidos” O Costa, anda a fingir que não percebeu as razões por que teve de
se demitir por “indecente e má figura”. O Costa anda a fingir que ainda não
percebeu que, depois de “saltar muros (quais linhas?) vermelhos” para salvar a
sua carreira política, com as “políticas” que desenvolveu, foi um dos grandes
promotores do “populismo” em Portugal. O Costa anda a fingir que ainda não
percebeu que, apesar dos milhões que teve para distribuir e da cumplicidade que
teve, e continua a ter, na Comunicação Social, foi no pântano das suas
“políticas públicas” que enterrou o País e se enterrou, até ao pescoço, após
menos de dois anos de maioria absoluta. O Costa anda a fingir que ainda
não percebeu que, esgotada a política de reversões, que uniu a Geringonça (e
que conduziu à destruição dos “Serviços Públicos” em Portugal) nunca teve, nem
tem, qualquer ideia, qualquer desígnio, qualquer estratégia para o
desenvolvimento de Portugal e deixou como "imagem de marca" das suas
“políticas públicas”, as “crenças pessoais”, o “achismo”, a “arbitrariedade”, a
opacidade e informalidade de processos, seja para o PRR, seja para o lítio,
seja para as Bombas de Hidrogénio, seja para a TAP, seja para o Plano
Ferroviário Nacional, seja para o Pacote da Habitação, seja para o que for.
O Sócrates, pelo menos, tinha a preocupação de estudar e fundamentar com alguma
racionalidade a aldrabice das Políticas, Planos e Programas que nos
apresentava, e que depois executava, de forma um pouco fraudulenta, com
proveitos próprios, segundo consta. O Costa nem a esse trabalho se deu. O
Costa anda a fingir que ainda não percebeu que assentou as políticas que
desenvolveu em "convicções", “crenças”,” intuições”,
"fezadas", “pressupostos” e "achismos" mas, sem qualquer
racionalidade, estudo, análise, avaliação e fundamento, onde reinou a mais
absoluta arbitrariedade, ligeireza, informalidade, obscuridade e opacidade nas
tomadas de decisão, apresentadas como factos consumados. Em
caso algum, foram recolhidos e analisados dados do passado, foram feitos
diagnósticos com seriedade, se estudaram a fundo os assuntos, se fizeram
previsões de evolução para o futuro, se avaliaram soluções alternativas, se
fundamentaram e justificaram racionalmente as propostas apresentadas, quer de
"Políticas", "Planos", "Programas" ou
"Medidas". Em caso algum foram mobilizadas e qualificadas tecnicamente as
“instituições públicas” responsáveis pela execução dessas funções, reduzidas
todas elas a simples “prestadores de serventia” aos “achismos” do Sr. Costa. O
Costa anda a fingir que ainda não percebeu que foi a "arbitrariedade"
e o “palpite “com que governou o País, que abriram caminho a todo o tipo de
amiguismos, compadrios e até de corrupção e que no final o obrigaram a
demitir-se. Aconteceu assim no chamado “Pacote da Habitação”. Aconteceu
assim, quando aldrabaram a divisão territorial das NUTs II, que é estrutural,
tinha sido adoptada com base em estudos multidisciplinares e é essencial
para o estudo e execução dos PROTs (Planos Regionais de Ordenamento do
Território) e para a definição e execução de políticas de Desenvolvimento
Regional. Sem qualquer estudo, justificação, racionalidade e fundamentação,
tiveram o desplante de subverter a delimitação das NUTs II, apenas com o
objectivo de aldrabarem a Comissão Europeia e os indígenas e poderem sacar
Fundos Comunitários às Regiões mais pobres do País para os aplicarem no
"arco ribeirinho na Margem Sul do Tejo", pertencente à Região de
Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), que é a Região mais rica do País, (e que,
enquanto tal, deveria apoiar, com Programas Regionais específicos, o
desenvolvimento da Margem Sul). Convém esclarecer que a RLVT é mais rica que a
média das Regiões Europeias, e que, por essa razão, já não tem direito a Fundos
Estruturais Comunitários. Quanto ao Aeroporto, o Sr. Costa, inventou uma
“Comissão Independente” para forçar à escolha de Alcochete quando, como,
designadamente, tem demonstrado o Professor Luís Janeiro da Universidade
Católica, a exemplo de Barajas, a solução é óbvia e entra pelos olhos dentro:
construção de uma segunda pista do Aeroporto da Portela em Alverca, enquadrável
no contrato com a VINCI, portanto a custo zero para os contribuintes e onde a
3ª Travessia do Tejo custa 5 a 10% da Ponte Chelas-Barreiro, permitindo ainda a
construção (na Portela/Alverca) da grande “Plataforma Multimodal e Logística de
distribuição do tráfego Nacional e Internacional de Passageiros pela Região e
Área Metropolitana de Lisboa”. (Aeroporto; Estação Ferroviária Central
Lisboa-(Porto/Algarve /Madrid) ; Metropolitano; CREL; A1). O País pouparia “12
mil milhões de euros” de investimento inicial e pouparia muito mais, (cerca de
2 mil milhões/ano) nos custos de investimento, operação e exploração do aeroporto
e da ferrovia, ao longo do seu tempo de vida útil. No caso da ferrovia, o
Sr. Costa/PNS, lançaram um concurso para a Linha Ferroviária Lisboa-Porto, a
que eles chamam TGV, para fazer um “aborto” de Projecto em Bitola Tuga (*),
onde vão gastar muitos biliões, à custa dos contribuintes, que é contra os
interesses dos cidadãos, da economia portuguesa, de Portugal e da União
Europeia. A “Bitola Tuga” tem apenas como objectivo manter uma “Barreira
Proteccionista” à entrada de operadores ferroviários internacionais, no mercado
nacional quando, a União Europeia, está a construir o mercado ferroviário
europeu, por forma a que os comboios possam circular livremente, de Norte a Sul
e de Leste a Oeste, em todo o espaço da União. O que o Costa/PNS estão a fazer é um crime económico
que vai condenar Portugal a ficar de fora da Rede Transeuropeia Ferroviária de
Transportes e vai condenar a eficiência do transporte ferroviário, em Portugal,
para todo o sempre. (Na ligação ferroviária Madrid-Barcelona, operam, em concorrência,
Companhias Espanholas, Francesas e Italianas e o custo da viagem fica a cerca
de 2 cêntimos/Km, a uma velocidade de 250 Km/h. Na ligação ferroviária
Lisboa-Porto a CP, por favor, com muitas greves à mistura, oferece-nos uma
viagem com um custo de 9 cêntimos/Km, a uma velocidade de 113 Km/h.) O Sr.
Costa anda a fingir que ainda não percebeu que, foi na
"irracionalidade" das políticas definidas com base na subjectividade,
na opacidade, nos "achismos", na obscuridade e crenças pessoais e na
qualidade ética das pessoas de que se rodeou para as protagonizar, que se
enterrou. Foi quando o Costa soube, que nós ficámos a saber, que era assim
que ele Governava Portugal que, o Costa, teve de se demitir por “indecente e má
figura”. O parágrafo da nota da PGR de que o Costa se serviu para se demitir
foi a “deixa piedosa”, forjada ou não, usada pelo Costa, fazendo de todos nós
parvos, ao pretender que acreditemos que se demitiu por causa do famigerado
parágrafo. (*) – “Bitola Tuga” porque já nem “Ibérica” é. Os espanhóis já têm a
“Bitola Europeia” em todas as suas principais linhas. antonyo antonyo: O Partido do Estado ,como Medina Carreira
caracterizou os cerca de 50% dependentes desse mesmo Estado , impede qualquer
reforma . Não existe saída … Tim do A >
Henrique Valente: Tenha respeito pelo Homem que
salvou Portugal da bancarrota corrupta socialista! Tenha vergonha de denegrir
assim o único estadista que (juntamente com Cavaco Silva) o país teve depois de
74. Os socialistas corruptos levaram o país 3 vezes à falência em 50 anos. O PS
foi a causa de todas as austeridades, da destruição do SNS e da pobreza em que
estamos. O menino mimado que diz teve a coragem de assumir o país na troika de
Sócrates e Teixeira dos Santos. Tirou em pouco tempo Portugal da ruina voltou a
pôr o país a crescer. Quem dera a algum dirigente do PS ou mesmo do PSD actual
chegar aos calcanhares de Passos Coelho. Pedro Ribeiro de Mesquita: Sem uma reforma global da
administração pública, nada de substancial vai mudar na prestação de serviços
de saúde, no funcionamento do sistema de ensino e na criação de riqueza. Não há
recursos para continuarmos a gastar fundos públicos numa espiral crescente de
desperdício. Tim do A: Sim, mas
Montenegro afastou-se de Passos Coelho, aproximou-se do PS, tal como Rui Rio. Não tem estratégia. Governa à vista. Pouco diferente
do PS está a ser. Nem com o célebre imposto Mortágua soube acabar. Será que
também concorda? Manuel F: Uma franja significativa dos barões do PSD e tudo o que está à sua esquerda
odeiam e principalmente têm medo do PPC, porque sentem que é a única pessoa que
os derrotaria em eleições para primeiro- ministro. Espero que ele não caia na
armadilha de concorrer a PR, cargo que pouco acrescenta. Se vier a reingressar
na vida política activa que o faça naquilo de que já deu provas de ser muito
melhor do que todos os outros da sua geração. Ah!, em 2015 eu já era pensionista
e admirador do PPC, que ia passar férias à Manta Rota, no meio do povo (que
diziam tanto o odiava), ao contrário dos Sócrates e cia. que iam e vão para
hotéis *****
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