De esperança e fé, e entusiasmo por um grande povo e um grande chefe corajoso que confiou no Ocidente e nunca desistiu, formiga laboriosa e amante da sua pátria: Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia. Que uma JUSTIÇA real reponha o que é justo. E previsível, onde a falsidade acabará por desabar. Sempre. Que o diga Nero. Que o diga Hitler, Putin o dirá também.Agradecimento a JOSÉ CARLOS DUARTE, que escreveu o texto com o pormenor próprio.
Olho
por olho. Ucrânia tenta começar nova fase da guerra e aproveita falhas russas
em Kursk: "Foi uma chapada na cara para Putin"
▲Apanhando
a Rússia desprevenida e focada no Donbass, as forças de Kiev coleccionam
êxitos militares nesta nova linha da frente Global Images
Ukraine via Getty
Putin
está "nervoso". A ofensiva ucraniana na região russa de Kursk é
humilhante e apanhou-o desprevenido. O culpado para já é o seu Chefe militar,
Gerasimov, por ter ignorado os avisos das secretas.
JOSÉ CARLOS DUARTE, TEXTO
OBSERVADOR; 10
ago. 2024, 23:029
Índice
As culpas de Gerasimov e a surpresa de Putin: o que
falhou do lado russo?
O sucesso ucraniano e a pressão para as negociações
Ucrânia não quer “terras russas”, mas quer negociações
e humilhar Putin
Era quase um impasse. Em redor da região
ucraniana do Donbass, as tropas russas estavam a fazer avanços lentos,
conquistando algumas aldeias. No entanto, quase no 30.º mês de conflito, a Rússia e a Ucrânia estão numa longa
guerra de atrito, em que não existe solução à vista no campo de batalha. Diplomaticamente,
nenhum dos lados também dá sinais de querer ceder. Porém,
contrariando este braço de ferro, Kiev adoptou uma nova estratégia: entrou
pelo território do país vizinho adentro e iniciou uma ofensiva na região
Kursk, do outro lado da fronteira, perto da região ucraniana de Sumy.
As incursões em território
russo por parte das tropas ucranianas, ou de grupos aliados que lutam contra o
regime russo liderado por Vladimir Putin, não são novas nesta guerra. O que é
inédito nesta ofensiva não é só a sua intensidade, mas também o seu sucesso. Apanhando a Rússia desprevenida e focada
no Donbass, as forças de Kiev coleccionam êxitos militares nesta nova linha da
frente. Kursk, a região afectada e que faz fronteira com a
Ucrânia, já declarou o estado de emergência. Os motivos? Pelo menos três mil pessoas foram retiradas das regiões
fronteiriças. Há baixas. Os homens leais a Zelensky capturaram soldados
inimigos. E um comboio militar foi destruído.
Neste cenário, a Rússia anunciou esta sexta-feira que irá reforçar a
presença militar em Kursk e Belgorod, outra região fronteiriça com a Ucrânia
que também já foi atacada. O Presidente russo criticou a “provocação em grande
escala” e prometeu agir contra o “regime de Zelensky”. O chefe das Forças
Armadas russas, Valery Gerasimov, assegurou, na quarta-feira, que as tropas de
Moscovo tinham “travado” a ofensiva ucraniana. Mas a realidade revelou-se bastante
diferente — e a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria
Zakharova, admitiu, dois dias mais tarde, que Kiev está a “intensificar” os
ataques em território russo.
▲ Pessoas
a serem retiradas de Kursk na sequência da ofensiva ucraniana Getty Images
Nos corredores do Kremlin há
nervosismo, irritação e tentam procurar-se culpados para esta
situação. Ao jornal Moscow Times, um responsável pela organização de
eventos na presidência russa relata que Vladimir Putin está de “mau
humor”. “Ele provavelmente não viu nada assim desde que [as tropas
russas] foram forçadas a retirar-se de Kherson no outono de 2022”, relata esta fonte, numa
alusão ao momento em que a Ucrânia voltou a controlar a margem direita do rio
Dnieper. Mas desta vez é ainda mais grave: os
ataques são em solo russo. Os
sucessos desta ofensiva ucraniana — mesmo que até sejam temporários — podem ser
vistos como uma “humilhação” para o governo da Rússia.
Do lado ucraniano, quase não há
informações. Desde
o início da ofensiva em redor de Kursk que as autoridades ucranianas têm
revelado poucos detalhes. Volodymyr Zelensky já sinalizou, contudo, que, como a
“Rússia trouxe a guerra para a Ucrânia”, deve sentir na pele “o que fez”. No sábado, abordou pela primeira vez as
incursões em território russo, mas sem mencionar diretamente Kursk. “O Chefe do
Estado-Maior Sirskyi já relatou várias vezes sobre a frente [de batalha] e as
nossas acções e sobre como empurrar a guerra para o território do agressor”,
disse no seu vídeo diário. As declarações de Zelensky foram feitas no mesmo dia
em que um grupo de soldados ucranianos gravou um vídeo em Poroz, na região
russa de Belgorod.
Outra ideia que o líder
ucraniano tem deixado no ar é que “quanto mais pressão for exercida na Rússia”,
mais cedo chegará “a paz”. “Paz justa através de força justa” — foi a
mensagem do Presidente ucraniano.
As culpas de Gerasimov e a surpresa de Putin: o que
falhou do lado russo?
Não é clara, até ao momento, a
dimensão dos avanços ucranianos. O analista internacional ucraniano Oleksandr Kovalenko aponta, em declarações à agência EFE, que a Ucrânia
conquistou 400 quilómetros quadrados. Uma análise feita pelo Financial
Times dá conta de 350
quilómetros quadrados ocupados pela tropas de Kiev, enquanto as análises mais optimistas
da Radio Free Europe sugerem cerca de
600 quilómetros quadrados. As mais moderadas, como a do New York Times ou
do Washington Post,
referem que as tropas de Zelensky controlam 100 quilómetros quadrados.
Independentemente do território que a
Ucrânia tem sob seu controlo, a situação não deixa de ser incómoda para a
Rússia, um dos maiores países do mundo em arsenal nuclear e teoricamente com um
exército poderoso. O Kremlin sempre olhou para o país vizinho como inferior e
até pensava, no início da “operação militar especial”, em fevereiro de 2022,
conquistar Kiev em três dias. Os
planos saíram completamente ao lado e a guerra já dura há dois anos e meio.
Agora surge este revés, em que forças de um país mais pequeno conseguem
executar uma ofensiva bem sucedida dentro do seu território.
Tendo convocado uma reunião com o
Conselho de Segurança na quarta-feira para debater a situação em Kursk, a
frustração era visível no rosto de Vladimir Putin e dos restantes altos
dirigentes russos. Mais tarde, o Presidente russo foi obrigado a admitir à
nação que a situação era “difícil”. E obrigou
Valery Gerasimov, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, que
raramente aparece em público, a dar a cara para explicar o que se estava a
passar perto da fronteira na Ucrânia.
O que correu mal para a Rússia não se
precaver para uma ofensiva deste género? A resposta estará, segundo a Bloomberg, na maneira como Valery
Gerasimov geriu a situação. De acordo com o que uma fonte dentro do
Kremlin contou àquele meio de comunicação, os serviços secretos russos foram
alertando o chefe das tropas de que a Ucrânia estava a reforçar a presença
militar junto à fronteira. Os avisos, que têm pelo menos duas semanas, caíram
em saco roto — e o líder das tropas de Moscovo terá ignorado os
sinais de alerta.
▲ Vladimir
Putin na reunião do Conselho de Segurança esta quarta-feira POOL/AFP via Getty
Images
Como
não prestou atenção aos avisos dos serviços de informações, Valery Gerasimov
não avisou o Presidente russo da possibilidade de haver uma ofensiva ucraniana
— e Vladimir Putin foi apanhado desprevenido, assim como todos os
mecanismos de segurança que controlam as fronteiras com a Ucrânia. Isso
permitiu que as tropas de Kiev pudessem entrar dentro de território
inimigo praticamente sem resistência. Aliás, nas primeiras horas da
ofensiva que começou na madrugada da passada terça-feira, muitos vaticinavam
que seria algo efémero.
Só quando as autoridades em Kursk se
aperceberam do risco é que o governo agiu. E Vladimir Putin ficou imediatamente
“nervoso”, conta fonte do governo russo ao Moscow Times. “É uma chapada na
cara para o Presidente. Temos sido incapazes de fazer recuar o inimigo. Foi
criado um perigo para a população em algumas regiões da Rússia. O preço do gás
europeu subiu. Isto não é como um país confiante na sua vitória se
comporta.” Fonte do governo russo ao Moscow Times
A mesma fonte do governo russo lamentou ver que os “guardas
fronteiriços” estavam a ser cercados pela Ucrânia e que tenham sido levados
prisioneiros de guerra para a Ucrânia. Ainda que preconize que a ofensiva
ucraniana seja curta, realça que o que aconteceu é “muito desconfortável”,
principalmente em “termos de reputação” na imagem de potência que a Rússia quer
projectar
para o estrangeiro.
Por
agora, no núcleo duro da presidência, culpa-se Valery Gerasimov pela falta de avisos e de preparação para a ofensiva
ucraniana. O chefe das Forças Armadas russas é próximo de
Vladimir Putin e comanda as tropas do Kremlin há 12 anos. Além disso, no início de 2023, após os desaires
sofridos pelas tropas de Moscovo na Ucrânia, também foi nomeado principal
responsável pela “operação militar especial”.
Na guerra da Ucrânia, Valery
Gerasimov conseguiu estancar as perdas russas. Foi um dos
responsáveis por frustrar a contraofensiva ucraniana no verão do ano passado e
colocou as forças de Moscovo na ofensiva novamente. Pelo lado negativo, não
evitou a “marcha pela justiça” de 2023 do antigo líder do grupo Wagner, Yevgeny
Prigozhin, que controlou algumas regiões russas. Apesar desta mancha no
currículo, Vladimir Putin parecia confiar nesta sua alta patente militar.
Prova disso é que Valery Gerasimov sobreviveu à renovação da
cúpula militar empreendida por Putin em maio de 2024. Por exemplo, no centro da
remodelação, Sergei Shoigu deixou de liderar o Ministério da Defesa
e passou para o cargo de secretário do Conselho de Segurança. Agora, a falta de preparação para esta
ofensiva, nota a Bloomberg, pode ser fatal para a carreira do chefe político
das tropas russas. No Kremlin, a paciência com o militar está a esgotar-se,
ainda que uma fonte tenha realçado ao jornal que é improvável que seja afastado
do cargo no curto prazo.
▲ Valery
Gerasimov é comandante das tropas russas desde 2012 Mikhail Metzel/TASS
O sucesso ucraniano e a pressão para as negociações
Silêncio. Durante os
primeiros dias da ofensiva ucraniana, Volodymyr Zelensky — bastante activo nas redes sociais e
mantendo um discurso diário — deixava poucos comentários sobre o que se passava
em território russo. Das restantes autoridades ucranianas, também não houve
muitos comentários ao assunto. Quem acabou por dar mais detalhes foi Mykhailo
Podolyak, o conselheiro presidencial.
Numa
publicação no X, Mykhailo Podolyak sublinhou, na tarde
desta quarta-feira, que houve uma resposta “calma, balanceada, objectiva e
baseada no entendimento do espírito do direito internacional e dos princípios
da guerra defensiva” por parte da comunidade internacional aos “eventos de
Kursk”. Frisando a humilhação
que isto significa para a Rússia, o conselheiro presidencial destacou que o “impossível tornou-se
possível”: “A brutalidade russa virou-se contra eles.” Agora, dizia Podolyak,
uma parte significativa da comunidade global “considera a Federação Russa um
alvo legítimo de operações”.
Esta sexta-feira, alguns militares
ucranianos publicavam um vídeo nas redes sociais — o primeiro do género — a reivindicar o controlo da
localidade de Sudzha, na região Kursk, que conta com cerca de cinco mil habitantes e fica a 11 km da
fronteira com a Ucrânia (e a 625 de Moscovo). “A cidade está silenciosa e os
edifícios estão intactos”, disseram, revelando ainda que uma “instalação” da
rede de gás “da Gazprom está sob controlo” ucraniano.
Face à falta de preparação russa, a
Ucrânia obteve uma importante vantagem neste plano de entrar em Kursk. Não foi
o único factor que levou aos êxitos de Kiev em território hostil. No passado,
as tropas ucranianas, juntamente com alguns dissidentes, já tentaram fazer
incursões em regiões perto da fronteira com a Rússia. Nunca tiveram grande
sucesso e algumas foram frustradas em horas pela guarda fronteiriça.
O que explica, então, este sucesso da
Ucrânia? O antigo ministro da Defesa ucraniano, que ainda é
conselheiro do governo, Andriy Zagorodnyuk, disse ao Financial Times que esta ofensiva foi planeada durante
muito tempo e contou com uma ajuda preciosa: militares ocidentais partilharam informações e
treinaram os homens que agora entraram por território russo adentro.
De acordo com o Washington
Post, o ataque envolveu vários batalhões — alguns deles
considerados de elite dentro das tropas ucranianas. E alguns estarão mesmo a
utilizar tanques e veículos blindados que o Ocidente cedeu. Os avanços são
cirúrgicos e rápidos, contando com o apoio da artilharia, da defesa aérea e de
meios electrónicos sofisticados.
Em declarações ao New York Times, Franz-Stefan Gady, um
analista militar austríaco, não tem dúvidas de que esta operação está a ser
“bem coordenada” e foi bem planeada. No
terreno, estão “meios de guerra electrónica que se mobilizam para bloquear o
sistema de comando e controlo russo. Há defesas aéreas que criam bolhas seguras
em torno do avanço ucraniano. E os carros de combate são bastante eficazes e
avançam a um ritmo constante.”
Os ataques ucranianos sucedem-se com
uma velocidade estonteante nas regiões em redor de Kursk, segundo o relatório do think
tank norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW,
sigla em inglês) desta sexta-feira. A rapidez é o trunfo de Kiev. “Pequenos
grupos de veículos blindados avançam e contornam as fortificações antes de
enfrentarem as tropas russas. Depois, retiram-se dos combates sem tentaram
consolidar o controlo sobre os seus avanços mais distantes”, relata o ISW (Instituto para o Estudo da Guerra)
Isto é o suficiente, porque existem
“poucos homens” a defender Kursk, que não estão preparados para, como descreve
o ex-ministro da Defesa ucraniano, esta “nova táctica”. E também porque o
objetivo da Ucrânia não é controlar território russo “por muito tempo”. “Não
queremos terras russas”, assegura Andriy Zagorodnyuk, acrescentando: “Nós
queremos que eles percam nas nossas.”
Ucrânia não quer “terras russas”, mas
quer negociações e humilhar Putin
De
facto, não existem quaisquer indicadores que apontem para a tese de que Kiev
ambicione conquistar territórios russos. O objectivo estratégico de Volodymyr
Zelensky não será esse. Segundo Andriy Zagorodnyuk, Kiev deseja que
Moscovo desvie tropas dentro do seu território e que isso trave a ofensiva
da Rússia no Donbass e em Kharkiv. Outro membro do governo ucraniano confirmou
essa informação ao New York Times. Tendo em consideração a falta de homens na
linha da frente, a Ucrânia pretende que a Rússia transfira as suas tropas
para Kursk.
Adicionalmente, o governo ucraniano quis
mostrar ao mundo que ainda tem a iniciativa e que pode surpreender. Numa altura
em que já existe alguma fadiga, e com a possível chegada de Donald Trump à Casa
Branca (que quer terminar o conflito em 24 horas), a Ucrânia pode dar um sinal
aos aliados de que ainda pode ter sucesso no campo de batalha e que a
ajuda enviada pelos aliados não foi em vão. Não é por acaso que acontece logo
depois da entrada em cena dos tão desejados F-16.
O ex-ministro da Defesa
comprova ao Financial Times que um dos objectivos desta ofensiva em
território russo passa claramente por voltar a ter a iniciativa no campo
de batalha. E também mostrar à comunidade internacional as fraquezas da
Rússia, incluindo a incapacidade de proteger o seu território. À Associated Press, Mathieu
Boulegue, analista de Defesa no think tank britânico Chatham House,
considera que é um “golpe de relações públicas” da Ucrânia, que prejudica a
imagem de Moscovo.
Este ataque, prossegue Mathieu
Boulegue, tem uma “grande simbologia” e é uma “grande demonstração de força”. Mostra
que a “guerra não está congelada” e
manda uma mensagem ao Kremlin: “A
guerra está a chegar.” Daniel Fried, antigo secretário de Estado para a
Europa no Departamento de Estado norte-americano, vinca, em declarações ao site do think
tank Atlantic Council, que esta ofensiva “subverte a narrativa do Kremlin sobre a
inevitável vitória russa”.
A Rússia pode, assim, ganhar problemas
no estado dos ânimos das suas tropas, ao passo que a Ucrânia consegue dar a
volta à ideia de “impasse” que estava impregnada no conflito desde há algum
tempo. Adicionalmente, como escreve o Washington Post, pode ser uma maneira de enviar uma
mensagem à população civil russa de que o conflito pode chegar às suas casas —
e quem sabe se isso, em última instância, não leva a protestos e ao apelo da
população para que Vladimir Putin termine o conflito.
Quem já aproveitou a ofensiva ucraniana
em Kursk foi Yuliya Navalyna. A viúva do opositor russo Alexei Navalny publicou um vídeo no X em que critica duramente o Presidente
russo: “O Exército está a morrer por causa de Putin, que enviou pessoas comuns
para a guerra, depois de as ter conduzido à pobreza. Agora, ir para a guerra
parece normal. Putin, o teu silêncio mata ucranianos e russos. Trouxeste a
guerra até à Ucrânia no início e agora até Kursk e Belgorod.”
▲ A
narrativa do Kremlin sobre o conflito fica comprometida com a ofensiva
ucraniana Getty Images
Ainda
há mais uma vantagem que Kiev pretende explorar desta ofensiva. Caso consiga
manter os territórios russos durante algum tempo, pode usá-los como uma moeda
de troca para eventuais negociações de paz. Ou seja: as autoridades
ucranianas podem apenas libertar Kursk ou os territórios em volta se a Rússia
concordar em desocupar territórios ucranianos.
De
acordo com o Washington Post, os ucranianos terão pedido aos
norte-americanos para usar mísseis de longo alcance ATACMS em Kursk, de modo a
controlar esta região durante algum tempo. Se os Estados Unidos acederam, é uma
incógnita, mas um conselheiro da presidência que não se identificou comentou
àquele jornal que isso daria uma “vantagem” a Kiev quando encetasse
“negociações com a Rússia”: “É para isto que isto foi feito”.
Surgem
dúvidas, ainda assim, sobre até quando a Ucrânia vai conseguir manter os
territórios em solo russo sob sua alçada. Se bem que possa estar a ser
demorada, a resposta russa pode ser eficaz — e obrigar os ucranianos a recuar
até à fronteira. “Entrar e conquistar um território russo e usá-lo como uma
moeda de troca para eventuais negociações é um grande salto. Uma coisa são
incursões, outra coisa é uma ofensiva de larga escala”, ressalva Daniel Fried.
"Entrar e conquistar
um território russo e usá-lo como uma moeda de troca para eventuais negociações
é um grande salto. Uma coisa são incursões, outra coisa é uma ofensiva de
larga escala" Daniel Fried, antigo secretário de Estado para
a Europa no Departamento de Estado norte-americano
O desfecho desta ofensiva é incerto.
Para a Ucrânia, no melhor dos cenários, pressiona a Rússia e senta-se à mesa
das negociações mais confiante e com mais poder; no pior, as forças ucranianas
voltam para o seu território e podem sofrer uma retaliação russa. Para a Rússia,
nenhum dos cenários é particularmente atractivo. Mesmo que até seja de curta
duração, esta operação militar transmite a ideia de vulnerabilidade dentro
do território russo — e dá esperança aos ucranianos.
GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA VLADIMIR
PUTIN
COMENTÁRIOS (de 9)
Victor Emanuel: Isto só tem um sinal claro: uma guerra entre a Nato
e a Rússia, a Rússia nunca teria qualquer hipótese de vitória. O facto de ser
uma potencial nuclear não quer dizer que seja uma potência militar.
Estrategicamente são uns nabos, só usam a força bruta e cruel, típico da
mentalidade russa porque capacidade de análise são uns autênticos nabos... Eduardo
CunhaL > iberales Semper Erexitque: tomou a medicação hoje? não falhe senão
nao se cura.. mas do que eu tenho lido escrito por sua senhoria,
cheira-me que só lá vai operando. Lily Lx: Boa estratégia. Apesar de simbólico, pode acrescer a
pressão para Putin sair da Ucrânia.
António Abreu: Malvados dos
Ukras, a invadirem terra "alheira"... não se faz! Borram a peliça do
fd putina e das suas esbugalhadas putinêtas.
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