domingo, 18 de agosto de 2024

O sal na comida


E voltamos uma vez mais ao dito de António Alves Martins, sobre a quantidade de religião a usar, que, em tempos antigos, li na estátua do Bispo, lá em Viseu - frase que metia o tempero equilibrado do sal na comida, como paralelo – e que o meu pai repetia, que também nasceu por lá - talvez para justificar a falta de prática religiosa na nossa casa, mau grado o respeito pelas doutrinas que se incutiam, sobretudo aquando das comunhões impostas pelo padre de moral do liceu. Sim, nunca fomos de subserviência estrita às práticas religiosas, que serviam essencialmente como fonte de saber e pretexto para avançar na curiosidade das histórias bíblicas, sendo a Bíblia, para mim, o livro mais prodigioso para a curiosidade humana, na simplicidade das origens do mundo e seus testamentos… Por isso, todos esses malabarismos desvirtuadores, trazidos pelas novas sociedades, querendo impor princípios de falsa bondade e falsa destreza mental, enxovalhante, só produzem asco, o asco que educadamente e superiormente, é sentido no texto de um Homem corajoso e sabedor, que por tal motivo nos transmite as suas lições que só temos que encaixar. Só desejamos que não nos falhe. A sociedade bem precisa de JAIME NOGUEIRA PINTO – cada vez mais, ai de nós.

Tempos difíceis

A conflitualidade histórica entre o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo tem agora um quarto pólo: o fundamentalismo laico dos descrentes activos e agressivos de um ocidente decadentista.

JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observadorsubserviência estrita às práticas religiosas, mas guerras mais gerais e sangrentas. E não faltam irresponsáveis e oportunistas, a braços com problemas ou competições eleitorais internas, prontos a usar esses riscos e tensões em benefício próprio, sem pensar nas consequências.

Lembro o Verão europeu de 1914, quando as elites da Europa atiraram milhões para uma carnificina de onde nasceu o século XX e as suas novidades políticas: o bolchevismo e o regime totalitário soviético e as respostas autoritárias e totalitárias ao bolchevismo, entre elas o nacional-socialismo hitleriano, radicalmente antissemitaE depois a Segunda Guerra, o concentracionarismo, o fim do Euromundo e tudo o que se lhe seguiu.

Uma vertente importante do único “discurso de ódio” agora tolerado e até incentivado que poderá levar a outras guerras, é a actual narrativa à volta das duas maiores crenças do globoo Cristianismo e o Islãoe, em certa medida, atingindo também o Judaísmo. A conflitualidade histórica entre o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo, com os seus altos e baixos ao longo dos séculos, tem hoje um quarto pólo, vindo do Ocidente: o fundamentalismo laico dos descrentes activos e agressivos contra o sagrado em geral e contra as “religiões do Livro” em particular.

Convergência anti-religiosa

Sabemos bem que, no passado, se expulsaram, condenaram ou converteram judeus à força, e que, nas guerras religiosas, cristãos e muçulmanos, católicos e protestantes, se exterminaram com zelo e crueldade. Mas a partir do século XVII as contas foram outras; no século XVIII, os iluminados e libertinos atiraram-se ao Trono e ao Altar, e entre o racionalismo à Voltaire e a pornografia blasfema tipo marquês de Sade, tudo se fez para mitigar a influência cultural e espiritual da religião cristã, criando a ideia de que a Igreja e os seus sacerdotes e religiosos não passavam de um bando organizado de sanguessugas legitimadoras da tirania real. Como consequência, Marat, Robespierre, Carrier, Fouquier-Thinville e outros guilhotinaram, afogaram, metralharam, dizimaram, de Paris a Nantes e à Vendeia, muitas dezenas de milhares de franceses cristãos de todas as condições sociais.

Os bolcheviques e os seus sucessores, com um ódio cego às Igrejas, fizeram o mesmo na Rússia, no México, em Espanha, na China, na Indochina e em África, nalgumas ditaduras e tiranias comunistas. Como insistia o próprio Marx, o materialismo de Feuerbach era essencial ao sistema e o marxismo-leninismo iria ser, por princípio filosófico e político, materialista. Neste sentido, o Cristianismo assenta em princípios incompatíveis com o comunismo, embora na prática político-social pudesse haver coincidência e até algum entendimento, ora consciente e circunstancial, ora enganoso ou equivocado.

Mas a grande ofensiva contra os cristãos em geral e os católicos em particular dá-se hoje precisamente no chamado Ocidente, através de uma nova cultura que foi tomando de assalto, há já algumas décadas, os centros de poder académico e mediático.

A decadência do comunismo soviético e da sua burocracia autoritária e a incapacidade de atrair novos adeptos, sobretudo entre os jovens, marcou esta mudança. Daí veio o culto pelos “novos comunismos”: primeiro, pelos modelos maoístas e cambojanos, com os seus milhões de mortos; depois pelas causas da “Nova Esquerda”, ditadas por uma curiosa convergência entre o marxismo revisto por Herbert Marcuse e as acções armadas dos Panteras Negras.

A evolução, a partir daí, foi para a adesão às novidades culturais ensinadas por livros como A Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, ou avançadas pela Critical Race Theory norte-americana.

Para este anti-cristianismo militante foi decisivo o contributo de Daniel Dennet, Richard Dawkins, Sam Harris e Christopher Hitchens, os “Quatro Cavaleiros do Novo Ateísmo”. Deles, veio um crescente activismo anti-cristão, destinado a substituir os fundamentos da civilização do Ocidente, os valores de orientação permanente herdados da tradição cristã e testados na própria evolução social, por uma amálgama ideológica feita de filosofia iluminista e metodologia marxista adaptada. O resultado está aí, na multiplicação dos binómios cada vez mais delirantes de um marxismo cada vez mais imaginário e das listas de exploradores-explorados, com a tentativa de mobilização permanente de sucessivas minorias de oprimidos sexuais, raciais, animais ou climáticos para que assumam um papel que outrora era exclusivo do “Proletariado”O inimigo é agora uma “Burguesia” e um “Capital” feitos de brancos, de conservadores, de “fóbicos”, de anti-abortistas, de emissores de CO2, de consumidores de energia não-renovável… e de crentes.

Os ataques à religião cristã vêm muito deste espírito – e também de o alvo ser relativamente fácil, ou pelo menos razoavelmente disposto a dar a outra face, por virtude, sentimento de culpa, desistência ou indiferença. Já quanto ao Islão, desde que os ayatollas lançaram a Fatwa sobre Salman Rushdie depois dos Versículos Satânicos, ou desde que os jornalistas do Charlie Hebdo foram chacinados, os ânimos dos mais temerários parecem ter arrefecido – a ponto de os muçulmanos já integrarem aqui e ali o rol das vítimas a arremessar contra o “inimigo principal”.

Paris é uma festa

Thomas Jolly, o mestre de cerimónias das Olimpíadas de Paris que agora acabaram, um actor e encenador curricularmente modesto, escolheu o caminho mais fácil e festivaleiro.  Porque não, na cerimónia inaugural das Olimpíadas, uma paródia à Última Ceia? Pouca arte e muita “irreverência” trariam com toda a certeza muita polémica e popularidade.  Talvez um bacanal com um elenco de minorias sexuais sortidas, com um involuntário quê de galeria de aberrações medieval e um toque de pedofilia para apimentar; qualquer coisa que pudesse propagandear-se como um “hino ao paganismo dionisíaco e à sua liberdade, simbolizando o amor da Humanidade pelos Jogos”, mas que aludisse inequivocamente à última Ceia de Cristo, de Leonardo Da Vinci.

Do lado muçulmano, quer dos xiitas do Islão, quer dos sunitas da Arábia Saudita, quer de líderes como o presidente Erdogan da Turquia, vieram imediatos protestos sobre o despropósito do que era claramente um quadro paródico da Última Ceia, no meio de todo um festival de clichés.

A Santa Sé demorou a emitir um comunicado – o que se entende, por não ser da sua índole nem da sua tradição comentar semelhantes “manifestações artísticas” que, infelizmente, se têm vindo a banalizar. O comunicado da Santa Sé limitou-se, por fim, a referir o absurdo de inaugurar um evento desportivo que deveria celebrar “valores comuns”, ofendendo gravemente as convicções religiosas de muita gente. Um bispo norte-americano, Robert Barron, do Minnesota, definiu a “paródia grosseira” de Jolly como o produto natural de uma “sociedade pós-moderna profundamente secularizada” que tinha “o Cristianismo por inimigo”.

Um ecumenismo singular

Temos de assumir que passámos a ser uma minoria perseguida; mas que, ao contrário de todas as outras minorias perseguidas a “empoderar”, não vamos nunca fazer parte do arco-íris ou ser chamados a preencher cotas de inclusão, diversidade ou paridade.  Antes, vamos sempre funcionar como a maioria opressora, como o inimigo útil ou o catártico saco de box contra o qual os candidatos a cidadãos cumpridores e exemplares deverão treinar a falsa “irreverência”, experimentar os prazeres do único “discurso de ódio” consentido e ensaiar os lugares comuns de uma qualquer “arte”. Sabendo isto, também não podemos ou não devemos, como cristãos, defender-nos activamente da pancadaria, ou pagar na mesma moeda.

A este propósito, há muitos anos, perante os primeiros sinais e sintomas destes desacatos, um velho amigo meu, cristão velho (e por isso também consideravelmente reaccionário e versado em graças reaccionárias), propôs uma Liga das Religiões do Livro (LRL): uma espécie de Nações Unidas, centradas, não nos atentados ao clima físico, mas nos atentados ao clima metafísico. Na Liga, os “climáximos”, a tropa de choque, seriam os muçulmanos, encarregados de punir os atentados à Fé de todos os filiados – judeus, cristãos ou muçulmanos.

Aí, não haveria com certeza tantos Jollys a exercerem de ânimo leve a sua “arte” à custa do erário público e em prejuízo daquilo que para muitos crentes e descrentes é sagrado.

CIVILIZAÇÃO      SOCIEDADE      CRISTIANISMO      RELIGIÃO      EXTREMISMO

COMENTÁRIOS (DE 77)

José Vilaça: Regra geral costumo gostar desta coluna. No entanto, desta vez parei de ler após o autor apelidar Richard Dawkins de "Marxista". Isto só prova que o autor nunca perdeu 1 minuto a ler ou ouvir Dawkins. Dawkins despreza o marxismo tanto como a religião, ou talvez até mais. Das duas uma, ou o autor é ignorante por não perder tempo a ler as pessoas que critica, ou é ignorante por achar que um ateu é forçosamente marxista.                Henrique Mota > Paul C. Rosado: Não esteve atento ao fim da crónica. Subtilmente, através de um “amigo” sugere exactamente o que diz Manuel Gonçalves .              João Santos: Uma das poucas vozes livres e lúcidas! Infelizmente, no Ocidente e, sobretudo na Europa, já ultrapassámos o ponto de não retorno de decadência e a precipitação no abismo já não é uma questão de "se", mas de "quando"...               Fernando CE: Oportuna e muito sábia análise. Sendo católico, mais cultural que religioso em sentido estrito, assisto com preocupação com o deslaçar das sociedades de tipo ocidental, com uma mistura de excesso de hedonismo e de atracção pelo abismo , conduzidos por minorias com agendas woke. Para mim, por exemplo, o proliferar de barrigas de aluguer para qualquer um fazer filhos, numa atitude mais egoísta que outra coisa, em vez de se recorrer à adopção de tantas crianças abandonadas ou órfãs, é sintoma da ausência de autênticos valores humanistas               Carlos Quartel: Padres, bispos, rabinos, mulás ou muftis têm muitas culpas no cartório. Foram, por milénios , as vozes do ódio e da exclusão. mobilizaram  o poder sempre baseado na seita, com necessidade de eliminar os infiéis.  São responsáveis por muitos milhões de mortos, de crimes hediondos, por séculos e séculos.  Despoletaram reacções de igual sinal, pretensamente racionais e livres de fé, mas que, de facto, não passam de novas fés.  Comunismo, nazismo ou wokismo enfermam dos mesmos defeitos, têm o exclusivo da verdade, não toleram quem não decifra a mensagem e mantêm a  necessidade de neutralizar os infiéis. Por isso penso que o  valor supremo a preservar é o direito à liberdade, todas as liberdade, especialmente a liberdade de pensamento. Quanto a religiões é algo que, quem não recebeu a graça da fé, não consegue entender. Mas não odeia ... Interessante texto. Parabéns ao autor.

Paulo Alves > Madalena Magalhães Colaço: Ora nem mais! Poucos são os Católicos que têm consciência plena dos danos nefastos que causou o Concílio Vaticano II à Igreja Católica. Foi a grande Brecha que atingiu a Igreja e que, de forma insidiosa, tem minado os alicerces desta instituição. Lenine a dada altura disse que o grande entrave à expansão dos ideais marxistas a nível internacional era precisamente a Igreja Católica. Há quem advogue, dentro dos círculos restritos do KGB da antiga URSS, que foi uma operação planeada durante décadas e que acabou por ser bem sucedida (Ver Mikai Pacepa, Sakharovsky, os antecedentes históricos ao Concílio Vaticano II, o percurso cronológico dos eventos.)                   vitor manuel: Mais um excepcional artigo de J.N.P. a chamar a atenção para um problema que há muito acontece mas com muito mais atrevimento e impunidade nos tempos actuais, que é a ligeireza e irresponsabilidade com que a hierarquia da Igreja Católica encara os ataques de quem a quer destruir continuamente lhe faz. Ainda há pouco tempo houve um artigo aqui no Observador da responsabilidade de alguém com responsabilidades na Igreja a desvalorizar o que se passou em Paris e que só faltou felicitar os seus autores. É inadmissível que um hipócrita canalha oportunista, como é um dos afilhados do fundador ds PSDois, RAP de seu nome, tenha sido convidado para entrar no Vaticano. Foi só mais um dos sinais, muito negros, de tempos que acabarão muito mal.                 Maria Nunes: Excelente e oportuno artigo. Parabéns JNP.                João Floriano: Tal como os nomes de crianças têm modas, os nomes dos cães idem. Há uns anos, na rua onde cresci, se alguém chamasse Jolly apareciam vários rafeiros, qual o mais feioso, porque cães de raça são também uma tendência recente. Nos meus tempos de meninice, os cães comiam ossos e espinhas, não iam ao veterinário porque o dinheiro não chegava e uma vez o nosso cão ficou mal das pernas e a minha mãe levou-o ao veterinário da Cãmara sem o meu pai saber. O que é certo é que o Bochita levou uma injecção não sei de quê, ganiu como um perdido mas saiu de lá com um andar novo. Portanto quando vi o nome Jolly associei imediatamente com cães rafeiros roedores de ossos. O grande problema desta gente é que invadiram os governos, mesmo os que se declaram laicos. Deixam de o ser quando permitem que assuntos de religião se tornem centrais e motivo de discórdia. Um estado não pode ser laico quando se intromete na vida religiosa das pessoas quer para impor uma religião, quer para «ridicularizar e hostilizar» a crença noutra. Esta hostilidade contra a igreja católica e os cristãos em geral é perfeitamente compreensível. É preciso destruir, desorganizar e a igreja por muitos defeitos que tenha, e tem-nos sem dúvida, ainda é uma forma sólida de agregação das pessoas, dos crentes. Daí  a perseguição permitida, apoiada pelas autoridades porque quem cala consente. e ao calar, ao consentir, fazem o jogo dos que não se calam e não estão dispostos a oferecer  a outra face. O Islão quando é insultado não mostra a outra face, mas a faca.               Pobre Portugal: No nosso espectro político caseiro, a grande novidade é que “somos perseguidos” não só pelos expectáveis PS, PCP e BE, mas também pelo PSD.                 Madalena Magalhães Colaço: Como se pressentissem que uma guerra vinha a caminho, um ano antes desse verão de 1914 que traria uma carnificina horrível, em maio de 1913, no teatro dos Campos Elísios, o empresário dos Ballets Russos Sergei Diaghilev provocava uma escandaleira com a Sagração da Primavera. Diaghilev sabia que misturar dois públicos conservador e vanguarda provocaria um escândalo o que seria uma óptima forma de publicidade. A música de Stravinsky, com as suas dissonâncias e ritmos espasmódicos e selvagens, criando uma atmosfera dionisíaca convidava aos maiores excessos. Mas a coreografia de Nijinsky era talvez ainda mais chocante, homens e mulheres vestidos de nu,  o que resultou, nessa noite de 29 de maio, em gritos, pateada, assobios, socos e pontapés...Mais de cem anos passados muitos acham ainda o "Sacre" espinhoso e moderno. Talvez seja um clássico, coisa que certamente a cerimónia de Jolly nunca será. Mas os excessos e a atmosfera dionisíaca há muito que caracterizam as festas em Paris. Talvez um dos golpes mais duros no cristianismo tenha vindo da própria igreja. Com o concílio Vaticano II, para adaptar a igreja às novas modas, os crentes julgaram estar perante uma nova religião. Nunca mais a igreja conseguiu recuperar desse duro golpe e o que está em curso, que tão bem descreve JNP, visa acabar com o resto.          Frederico Teixeira de Abreu: Artigo corajoso. Quem é cristão sabe bem como tem razão. Mas o que fazer sobre tudo isto?              Ronin kaishakunin: Mais um artigo de excelência. Os dois últimos parágrafos são muito interessantes, nada que muitos não pensem onde podem levar as derivas das políticas inclusivas, pagas pelos contribuintes.                bento guerra: O conflito religioso é um pretexto para arregimentar seguidores. A II Guerra foi entre cristãos e a da Ucrânia entre ortodoxos. A deriva de Paris tem a ver com a necessidade de afirmação dos sexualmente anormais, não em parada "pride" mas num palhaçada transmitida a nível global Maria Cordes: Quer queiramos, quer não, somos seres espirituais. Por mais voltas que o planeta dê à volta do sol, por mais trágicos séculos se forem acumulando, com a maldade e perversidade sempre à tona de água, a nossa essência divina estará sempre aí e move montanhas. Nunca o Vaticano se aproximou tanto dos passos de Cristo, como nestes tempos. A pirosice horrenda, apresentada em Paris, dionisíaca, ou lá o que lhe queiram chamar, foi um fogacho satânico. O Universo se encarregará de o reduzir às suas proporções.            Carlos Real: Estando de acordo com muito do que foi dito, sendo eu um não religioso, o que são tempos difíceis para o cristianismo e a imensa maioria de católicos e protestantes não praticantes. Um absurdo por natureza. É o mesmo que ser desportista sentado num sofá. O Ocidente, sobretudo na Europa (muito menos nos EUA) apenas usa a religião como uma etiqueta que serve para rituais como o baptismo, os funerais e festas ditas religiosas. A grande maioria que vai a Fátima nunca leu a Bíblia. Nem sabem muitos deles as diferenças que existem entre as religiões. Isto sim, poderá significar uma perda definitiva face a estrutura das instituições, tornar a religião apenas um acto individual e egocêntrico na crença de uma vida/alma imortal. Na Europa cristã a tendência significa uma prática religiosa artificial que vai muito para além das modas wokistas. Não é por acaso que em Portugal até os membros do clero são cada vez mais estrangeirados. O futuro não é brilhante.               João Floriano > Carlos Quartel: «Quanto a religiões é algo que, quem não recebeu a graça da fé, não consegue entender. Mas não odeia ...» É precisamente aí que me encontro. Quanto aos malefícios originados pelo fanatismo e oportunismo religioso, são de facto inegáveis. Mas não podem ser um motivo de desculpa para que em pleno século XXI, baixemos os braços e não nos insurjamos contra a fantochada organizada pelo Jolly que possivelmente teria mais sucesso  a organizar o desfile  do Carnaval de Nice. O que se passa com as culpas atiradas à igreja é um tanto ou quanto semelhante à questão das compensações devido á escravatura. O que verdadeiramente interessa é que não se voltem  a repetir os erros do passado. Entretanto já estamos a caminho  do final do primeiro quartel do século XXI e penso que têm sido anos desperdiçados em que em vez de a Humanidade ter progredido, tem regredido e o wokismo tem  a sua cota parte de culpa.              Maria Emília Santos Santos: Quem defende regimes totalitários não pode ter boas intenções! A liberdade é o maior bem que o Criador nos deixou e, quando alguém nos quer roubar aquilo que não nos deu. que não lhe pertence, essa pessoa é um ladrão! Um ladrão não é um cidadão respeitador! É um abusador.  É como querer ganhar eleições para impor as suas ideias, mesmo sabendo que vão contra a liberdade dos outros! Essas pessoas ditadoras, são seres humanos que se julgam superiores aos outros em inteligência e na realidade é sempre o contrário!       Americo Magalhaes: Mais um excelente texto do Prof JNP  cheio de oportunidade e de antecipação para o que nos espera até 2030. Reconheço com perfeita naturalidade a autoridade educativa e elucidativa com que o Prof nos brinda todas as semanas. Depois compete a cada um de nós analisar, reflectir e com normalidade aceitar ou discordar, também e de algum modo de acordo com os acontecimentos históricos do passado.                GateKeeper >  Frederico Teixeira de Abreu: Too late to tell. "Tempos difíceis", enfim...! GateKeeper: Toda a razão caro Jaime. Como tecla aqui um comentador a principal força desagregadora que "deslaça e torna perigosamente "sensaborona" e falsamente puritana a sociedade chamada "ocidental" é, sem qualquer margem para dúvidas, a corja situacionista & engajada nas águas turvas/ tóxicas liberaleco-pop-woke negacionistas da absurda e desastrosa realidade, " under/behind the golden dust curtains" da hollywodesca decadência actual. Vivemos num "mundo virtual/artificial" em que a verdade passou a fazer parte de um "cenário" teatral de serial. Os tradicionais "filtros" já funcionam mal, tal é a dimensão apocalíptica da fraude global que impera, sobretudo pela via me[r]diática que nos cobre diariamente com um manto "gasoso" pestilento. Antigamente dizia-se [ e muito bem] que "em Terra de cegos quem tem um olho manda." Contudo, actualmente, quem roubou e possui todos os olhos que vêem e não vêem é uma agremiação mono-oligo-populista de Big-bros, que nos expliram e secam os espíritos e a nossa pobre capacidade de iniciativa própria. Somos autó-matos sem o sermos. Aparentamos seres humanos artificiais, seguidistas, situacionistas, limitados a isso para conseguirmos sobreviver como... Seres humanos, enfim...              Tim do A: A questão é que, com o a avanço da ciência, todas as religiões, tal como estão, deixaram de ter sentido e é natural que haja menos crentes no sobrenatural. O Ocidente está a pagar o preço de estar bem mais avançado do que o terceiro mundo medieval. Em todo o caso, o Ocidente deve defender os seus valores tal como os outros e não entregar-se nas mãos do inimigo, que é o que sucede na actualidade, sem dignidade e em estranha auto flagelação. Um triste fim que, a continuar a fazer caminho, pode mesmo acabar com a raça branca.

 

Nenhum comentário: