quinta-feira, 21 de março de 2019

Diálogos esclarecedores


De uma tragicomédia lusitana, não doméstica mas política, sobre um drama britânico e europeu. Gostei de ler e de admirar a sabedoria portuguesa, de engenhosas opiniões não uniformes, entrando em despique sobre o problema do Brexit, e em resposta a Rui Tavares que o transforma em folhetim histórico de efeitos impeditivos de uma solução clara e a contento. Entre os comentadores sabedores destaca-se Jose, bastamente ironizado por alguns opinadores, mas também aceite por outros, nos seus conceitos sem rebuço, contrários às hipocrisias gerais defensoras de uma permanência numa União propícia, que, para todos, veio a calhar. Até mesmo, certamente, para o Jose, que tão calorosamente defende o direito britânico ao Brexit.



OPINIÃO
A culpa não está nas estrelas
O "Brexit" conseguiu a proeza de mergulhar numa crise constitucional um país que nem sequer tem uma constituição escrita.
RUI TAVARES
PÚBLICO, 20 de Março de 2019
Ah, Londres nos anos 1600! Assistir ao Júlio César de Shakespeare, com Shakespeare, num Globe Theatre acabadinho de estrear. Ir à estalagem “O Pato e o Ganso” e ouvir Guy Fawkes e os seus amigos católicos conspirarem para rebentar com a Câmara dos Lordes e matar o rei Jaime I no dia 5 de novembro — Remember, remember / the 5th of November. E no meio de tudo isso, o gesto mais desapercebido e o de maior consequência. Ver Edward Phelps, o presidente do Parlamento, tomar a sua pena, molhá-la em tinta, e escrever:
“Regra de 2 de Abril, 1604. Que uma questão colocada ao parlamento, e respondida afirmativamente ou negativamente, não pode ser colocada de novo, mas deve ficar como decisão da Casa.”
Anteontem, a poucos dias de esta singela regra fazer 415 anos, Theresa May descobriu que por causa dela o seu governo não pode trazer de novo à aprovação do Parlamento o seu acordo de saída da União Europeia que foi já chumbado por 230 votos de diferença primeiro e, depois de modificações, por 149 votos. Isso significa que o “Brexit” conseguiu a proeza de mergulhar numa crise constitucional um país que nem sequer tem uma constituição escrita. Mas, mais urgente, isso significa que a nove dias do momento em que, às 23h00 de 29 de março, expira o prazo de dois anos fixado pelo artigo 50 do Tratado da União Europeia para a saída requerida por um estado-membro, e o Reino Unido se encontrará fora da UE sem acordo — a não ser que peça um adiamento e ele seja aprovado por unanimidade dos outros 27 estados-membros.
À primeira vista, nada que surpreenda ou desagrade, certo? Sair da UE é o resultado do referendo de 2016, é o que os políticos britânicos votaram ao decidir o envio da notificação a que se refere o artigo 50, há dois anos, e uma saída sem acordo é aquilo que o governo de Theresa May e os seus brexiteiros sempre disseram que seria preferível a um mau acordo. Então por que não cruzar os braços e esperar para ver o que acontece? Sempre teria a vantagem de se saber finalmente como é mesmo uma saída abrupta da UE depois de quarenta anos de estreita integração jurídica e económica e de tirar a limpo, na prática, aquilo que por agora é apenas teoria. Se não houvesse muita gente a sofrer na prática por isso, seria interessante de ver.
O problema é que os brexiteiros passaram três anos a discutir consigo mesmos, não sabem ainda o que significa o “Brexit” nem o que preferem e, consequentemente, não deixaram o Reino Unido preparado. Resta a hipótese de pedir um adiamento aos exasperados parceiros europeus, mais avançados nos seus planos de contingência do que os britânicos, e com pouca vontade de continuar a ver a sua agenda monopolizada pelo tema do “Brexit”. E esse adiamento seria curto, para mais dois meses desta charada, ou longo, para mais dois anos desta charada?
Por detrás destas perguntas esconde-se uma outra: por que deve o resto da UE ajudar a resolver uma crise constitucional britânica quando já se sabe que a reacção do lado de lá do Canal da Mancha consistirá em culpar a UE de qualquer das formas? Efectivamente, um dos eurocépticos mais conhecidos da política britânica, o meu ex-colega no Parlamento Europeu Daniel Hannan, acusou logo a UE de “esvaziar a democracia interna nos Estados-membros” por causa desta decisão tomada exclusivamente pelo Parlamento britânico de acordo com as regras do Parlamento britânico.
Vamos lá ver. Durante anos os brexiteiros exigiram sair da União Europeia por considerarem que a supremacia do Parlamento britânico não estava a ser respeitada e que precisava de ser restaurada. Quando se prova que essa supremacia exista mas é exercida num sentido diferente do que gostariam, a culpa tem de ser da UE. Ora, já se sabe que a UE para os autoproclamados eurocépticos tem propriedades mágicas: ora ela é composta por estúpidos e incompetentes sem estratégia, ora ela tem uma maquiavélica e inteligentíssima estratégia para dominar o mundo. Ainda assim, o que a UE não pode ter feito é viajar no tempo para pôr nos livros do Parlamento britânico uma regra que já estava lá 388 anos antes da União Europeia ser fundada...
A incapacidade dos autoproclamados eurocépticos em admitirem qualquer erro de análise ou estratégia da sua parte faz com que não consigam ver o que está diante dos olhos: verdade é que os brexiteiros tiveram o “Brexit” nas mãos, e se estão a correr o risco de o falhar não terão mais ninguém a quem culpar senão eles mesmos.
Sei que isto não mudará nada e que Dan Hannan e outros como ele continuarão a achar que a culpa é das estrelas — no caso, as doze estrelas da bandeira europeia. Fariam no entanto bem em viajar até àqueles anos de 1600 para ler o que Shakespeare escreveu em Júlio César: “A culpa, Caro Brutus, não está nas estrelas. Está apenas em nós, seus inferiores”.
Historiador; fundador do Livre
COMENTÁRIOS
Jose 20.03.2019 O titulo da crónica sugere que há um culpado a punir. Ora entre povos livres o que é esperado e entendimentos sem culpa nem castigo.
Nuno Silva , 20.03.2019 : Preconceitos e ameaças veladas à Casa de Saxe-Coburgo-Gota não são admissíveis, mesmo tendo toda a razão do mundo e esquecendo os que votaram pela permanência na UE, Sr. Tavares...
Raquel Azulay , 20.03.2019: Concordo com o artigo mas às vezes interrogo-me: será que este é um caso de "quem ri por último, ri melhor:"(???) A GB está imersa numa crise infernal, é verdade. Artigos como este do RT evidenciam um certo regozijo. Mas: e se a crise na UE se aprofundar (nacional-populismo, dívidas públicas, tensões entre Alemanha-França/Alemanha+França vs países do sul, Norte vs Sul, etc.)...se tal acontecer, e tudo indica que acontecerá, a GB rirá por último?????? O tempo dirá.
cotovia 20.03.2019: Desde o inicio, fico surpreendido com o tom apocalíptico com que se trata esta questão, e o ar agastado do Juncker; como se a UE fosse uma seita da qual é difícil sair e os seus países uma espécie de gémeos siameses impossíveis de separar. E parece que aqui, os "ajustamentos do mercado" não funcionam. No fundo, isto não passa de negociações e respectivo ruído acompanhante; daqui a dez anos, teremos artigos sobre o UK a começar assim: " Ao contrário dos vaticínios da altura...".
Francisco Pinto dos Santos, Coimbra 20.03.2019 11:40 : Olhe que não, olhe que não...
Darktin Anti Comunistas da Extrema-Direita 20.03.2019: Em caso de não acordo, prevê-se que o RU irá perder cerca de 80 mil milhões por ano nos próximos, pelo menos, 20 anos. Actualmente o RU contribuiu para o bolo comunitário cerca de 13 mil milhões de euros por ano. No entanto volta algum sob a forma da PAC e investimentos comunitários. Para além de fazer parte do maior mercado económico do mundo. Se o caro se refere a um ato de fé, religioso, respeito a sua opinião.
nunos cotovia 20.03.2019: Estas análises, sempre muito categóricas e peremptórias, deixam-me sempre de pé atrás. Um exemplo: Há uns vinte e tal anos, todos os analistas políticos repetiam o mesmo mantra, relativamente à China: Com a reforma económica, é inevitável haver uma reforma política. Ora, nada disso aconteceu, antes pelo contrário, o poder centralizou-se ainda mais, apesar da fé dos analistas. A vida real e a economia, tal como a vegetação que cresce após o incêndio encarrega-se de repor o "bioma". Nada impede os países de fazerem novos acordos apesar do beicinho do Juncker.
Jose , 20.03.2019 O RU apenas votou a integração da CEE. Depois a CEE sem perguntar a povo nenhum transformou-se na UE. Os povos que sabiam ter perdido a independência da sua política aduaneira acharam-se sem soberania alguma. O que os eleitores do RU votaram em 2016 foi a recuperação dos poderes mínimos sem os quais não são de todo uma Pátria independente. Querem a sua Justiça e o seu poder legislativo, mais nada. É isso o Brexit. A chantagem montada pelos não eleitos da UE para condicionar e impedir a aplicação do Art. 50 envolve perdas de bens e agressão a pessoas de toda a Europa. O adiamento desde 2016 do respeito pelo voto vai prolongar-se para derrotar o voto. É o poder não democrático a sufocar o poder democrático do voto custe o que custar. Como na Grécia em 2015 está em curso a humilhação do RU.
Rusty Tachikoma , 20.03.2019: É nestas alturas que se torna claro quem realmente está tão cego pela ideologia que não consegue ver o óbvio. Ninguém está a impedir o RU de sair. Há uma contagem decrescente para uma saída automática dia 29. Para haver qualquer tipo de adiamento tem de ser formalmente solicitado pelo RU. Nestas últimas semanas se houve humilhação do RU foi clara e inequivocamente auto-imposta.
tiagompereira53 , 20.03.2019: A CEE já incluía a política aduaneira. E não sei de que não eleitos fala. É do Parlamento Europeu eleito directamente? É do Conselho Europeu eleito directamente? É da Comissão Europeia eleita indirectamente? Propagar aqui informação falsa é de muito mau gosto, José. E como já referiu acima a Rusty, você está tão cego e obcecado que não consegue ver o óbvio. Saia do casulo em que vive e abra um jornal Britânico.
Francisco Pinto dos Santos Coimbra 20.03.2019:  O RU não votou nenhuma entrada na CEE. O referendo de 1975 - com aprovação de maioria qualificada de 67% - ocorreu 2 anos depois do parlamento ter ratificado a adesão, essa sim, vinculativa. A CEE já era uma comunidade económica e política - se fosse só economia o RU teria ficado na EFTA, comunidade económica à qual pertencia em 1973. Os britânicos, em 2016, nada votaram! Apenas expressaram a sua opinião. Os referendos não são vinculativos, são apenas sondagens em que a amostra é o universo.
tiagompereira53 20.03.2019: Além disso, o falhanço da EFTA foi precisamente por não ter uma política aduaneira como tinha a CEE que proibia um free riding de produtos que colocava em causa a economia dos países que não adoptassem uma liberdade de comércio tão liberal. A política aduaneira assegura que todos os países funcionam com a mesma regra e não há países a aproveitarem os benefícios de outros.
Jose, 20.03.2019: Caro Rusty Tachikoma, o poder não eleito da UE está a impedir o cumprimento do voto dos eleitores do RU e vai impedir custe o que custar por ser um poder que não respeita o voto. Não reconhece virtudes na democracia, repudia as decisões por unanimidade dos representantes dos membros, mesmo sabendo que quem lá está são os que tiram os Estados e seus povos. Se não fosse assim já estava cumprida a decisão do voto de 2016. Não está nem estará por uma única razão: a UE é uma corja de bandidos que roubam os povos cujos Estados traíram.
Borda d'Água Angra 20.03.2019:"o poder não eleito da UE está a impedir o cumprimento do voto dos eleitores do RU" E de que forma é que isso está a acontecer, caro José? De que forma é que o poder não eleito da UE está a impedir?
Jose 20.03.2019 12:07  Caro Francisco Pinto dos Santos: a CEE - Comunidade Económica Europeia é uma união aduaneira que implica a perda da soberania das políticas aduaneiras. Inicialmente os seis (Alemanha, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos) tiveram a ilusão de referendar os passos da chamada construção europeia. Rapidamente desistiram não sem repetirem referendos na Dinamarca e Irlanda para darem o resultado da encomenda. A construção europeia nunca foi, não é e jamais será democrática. Certo é que o eleitorado do RU foi chamado pelo parlamento a pronunciar-se e votou pela perda da soberania das políticas aduaneiras. Após a evolução antidemocrática que transformou uma união aduaneira, a CEE, no império colonial que é a UE, os eleitores do RU, a pedido do parlamento votaram Brexit.
tiagompereira53 20.03.2019: As mentiras que o Jose diz aqui são de bradar. A construção Europeia é única precisamente por ser Democrática e por vir da vontade dos seus cidadãos e eleitos. Mas ainda ãao nos explicou quem é esse poder não eleito e de que forma está a impedir a saída do UK. Essa sua obsessão pela política aduaneira nos seus comentários demonstra que o Jose não sabe sequer o que é uma politica aduaneira pois não?
Jose 20.03.2019: Caro Borda d'Água o Art.º 50 prevê a saída da UE. As condições impostas pela UE no chamado "acordo" que May não consegue aprovar no parlamento do RU são inaceitáveis. Impõem que as leis do RU sejam hierarquicamente inferiores às Directivas dos tecnocratas da UE. Impõem que os tribunais do RU sejam súbditos dos tribunais da UE. Impõe que as taxas aduaneiras do RU sejam decididas pela UE. Impõe que a política de fronteiras do RU seja decidida e esteja às ordens da UE. A leitura geral é do tipo "se queres ir embora vai mas quem manda na tua casa e na tua vida somos nós". Isto não é um acordo, é um ultimato em forma de chantagem. Nem os parlamentares do RU que são todos europeístas podem aceitar tal afronta. É uma provocação irresponsável de desesperados tontos. Ninguém o leva a sério.
Borda d'Água , Angra 20.03.2019: Caro José, em que é que um acordo, que é livre de ser ou não aceite por ambas as partes, condiciona a saída do UK ao abrigo do artigo 50? Onde é que o artigo 50 impõe um acordo para a saída? O que é que impede a saída do UK já no próximo dia 29 sem a existência de qualquer acordo?
Jose  20.03.2019: Caro Borda d'Água, tudo o que governo e parlamento do RU e negociadores da UE andam a fazer há anos sobre o Brexit é criar condições objectivas e subjectivas para obrigar o povo do RU a ficar, à força, na UE. A campanha de comunicação social que se arrasta para denegrir a imagem do RU, as mudanças de sede de empresas, as anunciadas catástrofes apocalíptica que anunciam, as incertezas e dúvidas absurdas que lançam sobre a população já atónita e, em muitos casos, doente, é o processo de chantagem que levará ao desrespeito da decisão dos eleitores colocados sob tortura. O cinismo desses negociadores é tal que prejudicarão objectivamente todos os povos da UE e fá-lo-ão com alegria interna e disfarçada para punir como gostam os tiranos sádicos. A saída sem acordo é um absurdo implica a guerra!
Borda d'Água Angra 20.03.2019: Mas que caldeirada... costuma levar-se a sério? Se costuma, deve ser o único.
manuel.m2 , 20.03.2019: José: Em relação a todas as decisões tomadas pela UE, o RU tinha o direito de veto, (como aliás todos os outros 27 membros). O Acordo de Saída foi livremente negociado entre o Governo Britânico e Bruxelas. O Governo Britânico tem de respeitar o Acordo de Paz da Irlanda do Norte, do qual é signatário, e que impede a existência de fronteira física entre as Irlandas. O Governo de May invocou o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o qual estipula a saída desse membro da UE num prazo de 2 anos. No caso de falta de acordo entre as partes a saída será automática, (29 de Março, pelas 23 horas). Após essa data o RU será, conforme consta do Tratado, um "país terceiro", e nessa qualidade terá o tratamento devido pela UE. O Tratado de Lisboa foi ratificado pela Grã-Bretanha.
Jose  20.03.2019 : Como sabe, Caro Manuel.m2, foi Cameron quem fez a promessa eleitoral de convocar um referendo para a saída do RU da UE se esse eleitorado lhe desse uma maioria absoluta. O eleitorado cumpriu. O Sr. PM Cameron, honrou a palavra e propôs ao parlamento a convocação do referendo de 2016. O parlamento aprovou, o referendo realizou-se e deu vitória ao "SIM". Cumprir essa decisão é o que está em dívida por parte do governo do RU. Cameron desapareceu em combate por realmente ter usado o referendo a pensar que ia ganhar o "NÃO". May, europeísta, tomou o lugar de PM e ainda não cumpriu com a decisão do eleitorado. Um acordo só é acordo quando as partes se revêem completamente nele. Esse acordo ainda não chegou. Os negociadores da UE impõem cláusulas contra a soberania do RU para atrapalhar.
 O acordo de paz da Irlanda do Norte não tem nada a ver com a UE excepto se a UE quiser mandar nos outros. A fronteira física entre Irlanda é uma ficção inventada pela UE para complicar. É inimaginável! A UE quer manter o RU mesmo contra a vontade dos eleitores. A saída sem acordo está a ser usada como pressão para dramatizar e levar às mais amplas cedências do RU. A escalada da tensão crescerá. Um adiamento manterá a escalada e pode ocorrer que o RU vá a eleições para o PE. Tudo no sentido de configurar uma situação impossível e irreversível. Uma saída sem acordo pode fazer-se, mas no instante seguinte tem de fazer-se um acordo como fazem todos os países todos os dias. Seria um acordo sobre grande tensão e há armas nucleares dos dois lados e são todos da NATO.
Caro Borda d'Água a questão do RU ficar de fora da UE é muito simples se não a complicarem. As complicações são artificiais mas as consequências nas pessoas comuns são reais.
AndradeQB  Porto 20.03.2019 :"Theresa May e os seus brexiteiros". Curioso como a par do radicalismo da exigência de uma hilariante nova terminologia de "género" e de "defesa" dos animais, se abusa de termos insultuosos para se atacar quem pensa diferente. Volte Mário Soares, ou Viriato, volte alguém com instinto de sobrevivência, independência e liberdade capaz de resistir a esta onda repressiva mascarada de defesa de direitos.
Jose, 20.03.2019: Caro AndradeQB, a May é europeísta, tem ódio ao voto dos eleitores. Vê nos eleitores ignorantes desprezíveis. Aguenta e é aguentado nesta peça de teatro cínica para derrotar o voto de 2016 e culpar o próprio eleitorado como já fazem os antidemocratas todos há muito. Incluindo o Rui Tavares.
AndradeQB Porto 20.03.2019: Caro Jose, concentrando-me no que diz, receio que esteja absolutamente certo. Se a politica não tivesse impacto directo na vida das pessoas, até poderia ser apreciada como um jogo divertido.
Eme R  Bruxelles 20.03.2019: brilhante como (quase) sempre!
Rusty Tachikoma  20.03.2019: Subscrevo completamente. Se até ao fim da negociação do acordo havia margem para os brexiters culparem a UE de tudo e mais alguma coisa (independente de terem razão ou não), o que se tem passado desde então é única e exclusiva responsabilidade do parlamento do RU. Desta vez não dá mesmo para culpar os outros. Adicionalmente, a piada de ver quem criticava a possibilidade de mais que um referendo como um ataque à democracia e "votar até ter o resultado pretendido", estar agora a tentar passar um mesmo acordo numa terceira votação no parlamento...



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