A propósito do BREXIT: Tantas as cabeças
quantas as sentenças. E isso por cá. Que fará por lá, pelo UK? Quanto a mim,
que sei que nada sei, mas sinto, preferia que fosse tudo como estava dantes,
cada país alombando com as suas responsabilidades e competências, continuando
nós com as nossas habituais do “Lá vamos
cantando e rindo” ….
I - REINO UNIDO:
O Brexit e os referendos perigosos /premium
Quem
é que terá dito a David Cameron que numa democracia representativa cabia ao
povo votar ideias abstractas para que os políticos sacudissem a água do capote?
Quase
três anos após o referendo o impasse do Brexit mantém-se. A 12 de Março a Câmara dos Comuns votará o novo acordo
com Bruxelas conseguido por Theresa May. Caso seja chumbado (o que é provável)
os deputados britânicos votam se querem um hard Brexit (não se espera que o
queiram) após o que decidirão por um adiamento da saída da União Europeia. Ou
seja, quase três anos depois do referendo é provável que o impasse se mantenha
até 2021. Não vou aqui discutir o Brexit, se é bom se é mau, mas o próprio
referendo em si como modo de resolver questões cruciais para a vida de uma
país.
‘Should
the United Kingdom remain a member of the European Union or leave the European
Union?’ A pergunta era simples, directa e os britânicos tiveram apenas de
colocar uma cruz num dos dois quadrados vazios colocados em frente de ‘Remain a
member of the European Union’ ou de ‘Leave the European Union?’. Não havia que
enganar.
Mas
se a pergunta era directa para que os eleitores exprimissem o que desejavam, já
era vaga quanto às consequências. Assim, caso ganhasse (como ganhou) o ‘Leave’ como
é que o Reino Unido iria sair da UE? E qual seria o posicionamento do RU
relativamente à União Europeia? Sairia da União mas ficava na União Aduaneira,
numa posição idêntica à da Turquia? Não ficava na União Aduaneira, mas
aceitaria a livre circulação, à semelhança da Noruega e da Suíça? Ou saía da UE
e pertenceria ao mercado único, como a Noruega e parcialmente a Suíça? Ou ainda
outra possibilidade: sair totalmente e fazer acordos comerciais com a UE, o
Canadá, os EUA, a Índia e o Japão?
Ninguém sabia porque também ninguém
perguntou. Ou seja, se os que votaram
‘Remain’ conheciam as consequências do seu voto, votar ‘Leave’ era (foi)
votar na incerteza. Um tiro no escuro. Nesta medida o erro do referendo
foi a sua própria existência. Porque numa democracia liberal e
representativa os políticos que não conseguem resolver questões prementes não
as podem atirar para cima do eleitorado lavando daí as suas mãos. Precisamente
o que fez David Cameron que ganhou as eleições de 2015 mantendo o Partido
Conservador unido à custa de uma promessa que lhe custou, mais tarde, o cargo e
aos britânicos a paz de espírito.
Referendos
como os de 2016 são um perigo. E numa democracia representativa não se devem
votar ideias abstractas (e sair da UE pode significar muitas coisas diferentes
e contraditórias, com variadíssimas consequências que não cabem numa pergunta).
A existirem os referendos, estes devem ser concretos. No caso do Brexit, uma
pergunta sobre um plano efectivo para a saída do RU da UE. A grande lição a
tirar deste processo, além naturalmente da necessidade da Bruxelas repensar o
seu modelo, é que os referendos, quando mal feitos, são um tiro no escuro: se
se acerta é por acaso.
COMENTÁRIOS:
Liberal Impenitente: Assim se
comprova que a ideia toda pós-modernaça e super-vivaça de que o referendo é a
solução desejável para os males dos países não passa de uma bela treta. Acho
que o "Brexit" pariu um rato! Ide pois agora explicar à maioria que
votou pela saída que não vai haver saída nenhuma!
chints CHINTS: O referendo
do Brexit, além do muito bem apontado, também pôs a nu o incrível baixo nível
de cultura dos ingleses. Foi chocante, uma enorme percentagem é de analfabetos,
como será em muito pouco tempo a de Portugal Efeitos do desinvestimento
na educação que, no Reino Unido começou 7 ou 8 anos antes de Portugal.
Paulo F.: As
"consequências" estão a ser empoladas principalmente por aqueles que
têm medo que daqui a três anos se veja que estar fora da UE é muito melhor do
que estar dentro. Como se a UE fosse o fim da história e depois dela só o
deserto, mas não é, há mais de 100 países no mundo que não fazem parte dela e
muitos estão melhor que alguns países da UE. Ou seja, se os que votaram
‘Remain’ conheciam as consequências do seu voto, votar ‘Leave’ era (foi) votar
na incerteza. Um tiro no escuro. Nesta medida o erro do referendo foi a sua
própria existência." - O erro do referendo foi o governo britânico ter
sido incapaz de explicar as consequências da saída e os iliterados do Reino
Unido terem aceitado votar na saída sem conhecerem essas
consequências. Nada de novo para quem conhece minimamente bem os súbditos
de sua majestade: são tão acéfalos como botas da tropa.
Ricardo Pinheiro Alves: Leave means
leave. Quem faz as confusões é quem não quer sair. Isso é muito evidente
no caso britânico, em que são os deputados que estão a bloquear a saída. Os
mesmos que aprovaram o referendo e que foram eleitos a defender a saída. A
hipocrisia está toda nos representantes da democracia representativa.
Maria L Gingeira: O contexto do referendo foi a onda de
refugiados a entrar pela Europa. Os ingleses viram o seu sistema social ainda
mais ameaçado do que já está. E resolveram trancar as portas. Eles lá sabem.
Talvez o contexto hoje seja outro. Mas a ideia enraizou-se. Os britânicos
preservam uma identidade muito sua. E não vão quebrar. É uma questão de honra.
Marco Silva > Maria L Gingeira: Correcto. A situação do Reino Unido já está num
extremo onde há pessoas a serem presas por apenas criticar a migração em massa ou
fazer qualquer espécie de crítica contra muçulmanos e as suas crenças por
exemplo. O referendo do Brexit foi a possibilidade de muitos poderem dar a sua
palavra de modo a querer de volta o controlo sobre o seu próprio país. Já há
zonas no Reino Unido onde os ingleses são a minoria, quando no passado (até há
relativamente poucos anos) não era assim. Os casos de violações de crianças
(1400 crianças inglesas) por parte de gangs de muçulmanos, com a protecção da
própria polícia inglesa foi mais uma prova de como o Reino Unido estava a
definhar e obviamente a maior parte dos ingleses não quer ver as suas crianças
nas mãos dos selvagens sub-humanos. Quando já há locais onde há mais muçulmanos
que querem implementar a lei Sharia, a escravatura sexual de crianças será uma
garantia se nada fizerem contra isso. O referendo foi uma bênção, pois como foi
provado pelos próprios políticos ingleses e europeus, a decisão de abrir
fronteiras aos selvagens de terceiro mundo, foi a pior decisão de SEMPRE da UE.
E
portanto, ao contrário do que este autor quer fazer parecer, a democracia
representativa não garante o melhor interesse do povo, que vê as suas crianças
a serem atacadas, bem como as suas próprias vidas, e esses
"representantes" nada fazem...aliás até apoiam os criminosos a fazer
mais, pois recebem-nos de braços abertos à custa dos contribuintes do país.
Marco Silva > Rodrigo Ferreira: Haha "extrema direita"...não
falha... Então e os remainers ? Não pensaram apenas nos prós do remain,
esquecendo-se dos cons ? Esse argumento é ridículo, pois obviamente qualquer
lado puxa sempre a "brasa à sua sardinha". Tanto os brexiteers como
os remainers fizeram isso. Pessoalmente e conhecendo a realidade britânica
actual, o Brexit é uma necessidade imperativa. Ou no mínimo dos mínimos
fazer como faz a Polónia, Hungria e Itália, que ignoram por completo as
politicas migratórias globalistas dos acéfalos esquerdalhas europeus, como
Macron, Merkel, Costa, Sanchez, etc, que já custaram a vida a milhares de
europeus inocentes, ao deixar os selvagens do terceiro mundo entrar na Europa.
II - NOTÍCIA: Brexit: “Nenhuma
solução foi identificada” para resolver o impasse
OBSERVADOR, 6/3/2019
O
porta-voz da Comissão Europeia informou esta quarta-feira que "apesar das
conversações decorrerem numa atmosfera construtiva", não há para já
nenhuma solução identificada para o impasse do Brexit.
O
principal porta-voz da Comissão Europeia falou na conferência de imprensa
posterior à reunião semanal do colégio de comissários
Nenhuma
solução foi identificada para resolver o impasse do ‘Brexit’, admitiu esta
quarta-feira o porta-voz da Comissão Europeia, após a conclusão de uma nova
ronda de negociações, descrita como difícil, entre Bruxelas e Londres.
Michel
Barnier esteve presente na reunião [do colégio] e informou os comissários de
que, apesar das conversações decorrerem numa atmosfera construtiva, as
discussões têm sido difíceis. Nenhuma solução foi identificada neste momento
que seja consistente com o acordo de saída e com o protocolo [de salvaguarda]
para a Irlanda e a Irlanda do Norte”, declarou Margaritis Schinas.
O
principal porta-voz da Comissão Europeia, que falava na conferência de imprensa
posterior à reunião semanal do colégio de comissários, reiterou ainda que o
acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, acordado em novembro entre
Bruxelas e Londres, não será reaberto.
COMENTÁRIO:
Lucindo Monteiro: Quando um
parto natural se revela problemático, a única solução alternativa óbvia é a cesariana.
Neste caso do Brexit, a cesariana será um segundo referendo, que
colocará um ponto final no actual imbróglio. Com tanta relutância em
realizá-lo, quem mais sofre é a parturiente.
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