sábado, 2 de julho de 2022

A Guerra


Por aí.

Lituanos estão preocupados com as milícias nas fronteiras: "Como podemos confiar na Rússia?"

Com o avanço russo sobre o território ucraniano os habitantes dos países das fronteiras começam a temer represálias de um país que durante muitos anos oprimiu homens em campos de concentração.

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 Observador,01 jul 2022, 23:18  

Com receio da entrada russa os Riflemen aumentaram a sua recruta para fazer face a uma possível invasão

Vytas Grudzinskas, cidadão lituano de 59 anos, não tem descanso desde que as tropas russas decidiram invadir a Ucrânia na noite de 24 de fevereiro. Grudzinskas vive no Kybartai em Grudzinska, uma cidade que está dentro do perímetro da NATO e da União Europeia (UE) mas que faz fronteira directa com uma das zonas mais ‘quentes’ da guerra — o corredor de Suwalki.

A zona com cerca de 100 km de largura está entre dois locais fortemente munidos de armas nucleares: o buraco báltico de Kaliningrado e a Bielorússia. “Eu vejo melhor os soldados [russos] à noite. Têm um campo de tiro que usam ali atrás daquele campo. À tarde, ouvem-se as armas.” contou à CNN.

O medo dos homens da Lituânia, conta a cadeia norte-americana, remonta às décadas de 40 e 50 do século XX, quando dezenas de milhares de lituanos foram deportados para a Sibéria onde foram obrigados a realizar trabalho escravo em campos de concentração.

O meu pai foi enviado para Sakhalin, no extremo oeste da Rússia, durante 15 anos. Comeu erva no primeiro ano para sobreviver. Como podemos confiar na Rússia? Com a nossa história? Claro que tenho medo. Como poderia não ter? A minha família vive aqui, eu construi esta casa com as minhas próprias mãos”, confessa durante a entrevista

Desde o começo da guerra na Ucrânia, a milícia centenária Riflemen tem aumentado a sua recruta. Egidijus Papeckys, comandante do 4º Comando Regional dos Riflemen, revelou à mesma televisão que a quantidade de novos soldados no exército subiu de 10 a 12 por mês para 100. Esta é uma infantaria que surgiu no século XVI e especializa os soldados na utilização de espingardas longas.

Karolis Baranauskas, que garante que sempre quis fazer parte da milícia, considera que o conflito na Ucrânia chamou por ele: “todos os lituanos sabem que a Rússia é uma ameaça. Os acontecimentos mais recentes provam-no”.

O ministro adjunto da Defesa da Lituânia, Margiris Abukevicius, diz que o corredor de Suwalki sempre foi motivo de preocupação, sendo mesmo um “ponto fraco” para os Bálticos a NATO, e admite mesmo que possa existir uma melhoria substancial das capacidades militares desta região. “Na situação actual entendemos a vulnerabilidade [de Suwalki] de forma muito clara. Acho que a NATO compreende isso e toma decisões”, defendeu.

A Lituânia queixa-se de ser alvo de ciber ataques russos acreditando que o motivo está nas decisões impostas pela UE em bloquear alguns bens como o grão e o aço. Embora os ataques provocados por hackers russos sejam relativamente comuns na Lituânia, Abukevicius diz que o bloqueio foi o “gatilho.

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