Por aí.
Lituanos estão preocupados com as milícias nas fronteiras: "Como
podemos confiar na Rússia?"
Com o avanço russo sobre o território
ucraniano os habitantes dos países das fronteiras começam a temer represálias
de um país que durante muitos anos oprimiu homens em campos de concentração.
Observador,01 jul 2022, 23:18
▲Com receio da entrada russa os Riflemen aumentaram a sua recruta para fazer
face a uma possível invasão
Vytas Grudzinskas, cidadão lituano de 59
anos, não tem descanso desde que as tropas russas decidiram invadir a Ucrânia
na noite de 24 de fevereiro. Grudzinskas
vive no Kybartai em Grudzinska, uma cidade que está dentro
do perímetro da NATO e da União Europeia (UE) mas que
faz fronteira directa com uma das zonas mais ‘quentes’ da guerra — o corredor de Suwalki.
A
zona com cerca de 100 km de largura está entre dois locais fortemente munidos
de armas nucleares: o buraco
báltico de Kaliningrado e a Bielorússia. “Eu vejo melhor os soldados [russos] à noite. Têm um
campo de tiro que usam ali atrás daquele campo. À tarde, ouvem-se as armas.”
contou à CNN.
O
medo dos homens da Lituânia, conta a cadeia norte-americana, remonta às décadas
de 40 e 50 do século XX, quando dezenas de milhares de lituanos foram
deportados para a Sibéria onde foram obrigados a realizar trabalho escravo
em campos de concentração.
O meu pai foi enviado para Sakhalin,
no extremo oeste da Rússia, durante 15 anos. Comeu erva no primeiro ano para
sobreviver. Como podemos confiar na Rússia? Com a nossa história? Claro que
tenho medo. Como poderia não ter? A minha família vive aqui, eu construi esta
casa com as minhas próprias mãos”,
confessa durante a entrevista
Desde o começo da guerra na Ucrânia,
a milícia centenária Riflemen tem aumentado a sua recruta. Egidijus
Papeckys, comandante do 4º Comando Regional dos Riflemen, revelou à mesma
televisão que a quantidade de novos soldados no exército subiu de 10 a 12 por
mês para 100. Esta é uma infantaria que surgiu no século XVI e especializa os
soldados na utilização de espingardas longas.
Karolis
Baranauskas, que
garante que sempre quis fazer parte da milícia, considera que o conflito na
Ucrânia chamou por ele: “todos os lituanos sabem que a Rússia é uma ameaça.
Os acontecimentos mais recentes provam-no”.
O ministro adjunto da Defesa da Lituânia, Margiris
Abukevicius, diz que o corredor
de Suwalki sempre foi motivo de preocupação, sendo mesmo um “ponto fraco” para os
Bálticos a NATO, e admite mesmo que possa existir uma melhoria substancial das
capacidades militares desta região. “Na situação actual entendemos a vulnerabilidade [de Suwalki] de forma muito clara. Acho que a NATO compreende
isso e toma decisões”, defendeu.
A Lituânia queixa-se de ser alvo de ciber ataques
russos acreditando que o motivo está nas decisões impostas pela UE em bloquear
alguns bens como o grão e o aço. Embora os ataques provocados por hackers russos sejam
relativamente comuns na Lituânia, Abukevicius diz que o bloqueio foi o “gatilho”.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA
EUROPA MUNDO LITUÂNIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário