sábado, 30 de julho de 2022

A Ana neste espaço


Do meu blog. Mas sem a foto que o meu blog não acolheu, julgo que por incapacidade técnica minha, foto que o Word, todavia, aceitou.

Sempre gostei da escrita sagaz da Ana, significativa, na sobriedade objectiva e mansidão sardónica do seu relato rigoroso, de um viver real tenso e fatigante, que desliza num discurso em prosa ou verso simultaneamente doce e inconformista, ágil e aparentemente simples, subentendendo reivindicação de direitos, e simultaneamente castigador das deficiências da comunidade que nos governa. Afinal, bem retrato da Ana, mãe de três filhos, dois dos quais gémeos - que não distingo, mas ela sim - sempre atenta e desvelada, embora sabendo-se rodear de participantes auxiliares, nessa tarefa esfalfante, que os avós acompanham. Felizmente que os infantários já propiciam alívio, durante a semana, mas o poema seguinte da Ana – originário da formação de um projecto musical como ela explica – mostra bem esse sentimento de amor mas de fadiga extrema também, que requereria maior atenção do governo responsável pelo trabalho feminino materno – para além da resolução urgente das absurdas condições de indigência que sofrem hoje as mulheres em tantas maternidades no país.

Confesso que, pouco entendedora de música, não gosto de jazz, e a voz da Ana, excessivamente sóbria no trecho musical que me mandou, não me encheu as medidas, como outras prestações suas, anteriores, que conheço, da sua voz trabalhada. Mas, sim, gosto do seu projecto musical original, que me parece bem preciso, e desejo-lhe o maior êxito.

 

Da  ANA:

Fwd: MATER - NOVO PROJETO MUSICAL. Ser mãe. Ser mãe sentada no chão a brincar, ser mãe ao fogão a cozinhar.

Caixa de entrada


Ana Margarida Lacerda

Anexos12:03 (há 1 hora)

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para mim

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 «Ser mãe a trabalhar, ser mãe a amamentar. Ser mãe que grita, ser mãe que não pode gritar. Ser mãe de dia, ser mãe de noite, ser mãe que não está. Ser mãe que dá colo, ser mãe que não dá.

 

Em 2020, voltámos a ter filhos sozinhas no hospital. Ou a perder filhos sozinhas no hospital. Em 2020, a aldeia desapareceu e a criação de um bebé ficou num lugar solitário e escureceu. 

 

Isto levou-me a uma reflexão sobre o lugar da mãe, à pesquisa de poesia relacionada com a maternidade e ao desenvolvimento de uma linguagem musical em torno deste lugar.

 

Um lugar estranho, escuro, indefinido, cheio de contradições. Um lugar de muitas vozes, de muitas idades, de novas relações, de velhos amores. De muito amor.»

 

O Trio

No trio, formado por Margarida Lacerda (voz e composição), Ricardo Rogagels (guitarra) e André Pizarro (contrabaixo), encontrámos a familiaridade necessária para criar uma linguagem íntima e verdadeira e o espaço para a desenvolver, através da canção, da palavra e da improvisação.

 

A música surge da palavra, convivendo com ela ou transformando-a. Segue por caminhos escritos ou improvisados, procurando explorar o lugar de conflito em que se encontra a figura da mãe.

 

A linguagem musical deste projeto encontra a sua maior inspiração no jazz, mantendo também uma relação muito forte com a música tradicional, com melodias simples, muito ligadas à infância.

 

A Nossa Música

Poderá ouvir alguns dos temas nos links abaixo:

Baby Blues

Seahorse

Lugar Incerto

Eggshell

 

Poderá ainda ver mais informação sobre o projeto no documento em anexo.

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Gostaríamos muito de apresentar este projeto no vosso espaço. Digam-me pfv se, para vocês, faria sentido.

 

Estou disponível para conversar um pouco mais sobre o projeto também.

 

Fico a aguardar a vossa resposta.

 

Muito obrigada

Margarida

 

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Margarida Lacerda

Instagram | anamargaridalacerda | solidomusicaparabebes

Email | ana.m.a.lacerda@gmail.com

Telefone | 910249672

Youtube | https://www.youtube.com/channel/UCTjgRmP3Ti-l8UT5G2nbl2A

 

 

 

 

 

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