Do meu blog. Mas sem a foto que o
meu blog não acolheu, julgo que por incapacidade técnica minha, foto que o Word,
todavia, aceitou.
Sempre gostei da escrita sagaz da
Ana, significativa, na sobriedade objectiva e mansidão sardónica do seu relato rigoroso,
de um viver real tenso e fatigante, que desliza num discurso em prosa ou verso simultaneamente
doce e inconformista, ágil e aparentemente simples, subentendendo reivindicação
de direitos, e simultaneamente castigador das deficiências da comunidade que
nos governa. Afinal, bem retrato da Ana, mãe de três filhos, dois dos quais gémeos
- que não distingo, mas ela sim - sempre atenta e desvelada, embora sabendo-se
rodear de participantes auxiliares, nessa tarefa esfalfante, que os avós
acompanham. Felizmente que os infantários já propiciam alívio, durante a semana,
mas o poema seguinte da Ana – originário da formação de um projecto musical
como ela explica – mostra bem esse sentimento de amor mas de fadiga extrema também,
que requereria maior atenção do governo responsável pelo trabalho feminino
materno – para além da resolução urgente das absurdas condições de indigência que
sofrem hoje as mulheres em tantas maternidades no país.
Confesso que, pouco entendedora
de música, não gosto de jazz, e a voz da Ana, excessivamente sóbria no trecho
musical que me mandou, não me encheu as medidas, como outras prestações suas, anteriores,
que conheço, da sua voz trabalhada. Mas, sim, gosto do seu projecto musical original, que me parece bem
preciso, e desejo-lhe o maior êxito.
Da ANA:
Fwd: MATER - NOVO PROJETO MUSICAL. Ser mãe. Ser
mãe sentada no chão a brincar, ser mãe ao fogão a cozinhar.
Caixa de entrada
|
12:03 (há 1 hora) |
|
||
|
Em
2020, voltámos a ter filhos sozinhas no hospital. Ou a perder filhos sozinhas
no hospital. Em 2020, a aldeia desapareceu e a criação de um bebé ficou num
lugar solitário e escureceu.
Isto
levou-me a uma reflexão sobre o lugar da mãe, à pesquisa de poesia relacionada
com a maternidade e ao desenvolvimento de uma linguagem musical em torno deste
lugar.
Um
lugar estranho, escuro, indefinido, cheio de contradições. Um lugar de muitas
vozes, de muitas idades, de novas relações, de velhos amores. De muito amor.»
O Trio
No trio, formado por Margarida Lacerda (voz e composição), Ricardo
Rogagels (guitarra) e André Pizarro (contrabaixo), encontrámos a
familiaridade necessária para criar uma linguagem íntima e verdadeira e o
espaço para a desenvolver, através da canção, da palavra e da improvisação.
A música surge da palavra, convivendo com ela ou transformando-a. Segue
por caminhos escritos ou improvisados, procurando explorar o lugar de conflito
em que se encontra a figura da mãe.
A linguagem musical deste projeto encontra a sua maior inspiração no
jazz, mantendo também uma relação muito forte com a música tradicional, com
melodias simples, muito ligadas à infância.
A Nossa Música
Poderá ouvir alguns dos temas nos links abaixo:
Poderá ainda ver mais informação sobre o projeto no documento em anexo.
___
Gostaríamos muito de apresentar este projeto no vosso espaço. Digam-me pfv
se, para vocês, faria sentido.
Estou disponível para conversar um pouco mais sobre o projeto também.
Fico a aguardar a vossa resposta.
Muito obrigada
Margarida
--
Margarida Lacerda
Instagram | anamargaridalacerda | solidomusicaparabebes
Email | ana.m.a.lacerda@gmail.com
Telefone
| 910249672
Youtube | https://www.youtube.com/channel/UCTjgRmP3Ti-l8UT5G2nbl2A
Nenhum comentário:
Postar um comentário