Aproveitando a ausência, bem fornida de
manjares – daí a confiança no seu êxito, da parte do ministro atrevido, em
semear aeroportos hipotéticos, assim dos pés para as mãos, sem esperar o
regresso do P-M. Mas este não se zangou, bem-disposto que regressou, para mais
com a alma semeada de regozijo e o corpo de bons sabores. Tudo se processará na
decência dos nossos cozinhados, à nossa maneira. Não há que temer. Helena Matos que não se preocupe em excesso, o povo
está por tudo, habituado aos excessos – de estradas igualmente – muitas delas
inúteis também, feitas com dinheiros de estranhas fontes… O costume, por agora.
Assalto ao aeroporto
Neste assalto ao aeroporto que teve
lugar em Portugal nem tudo o que parece é. Afinal Pedro Nuno Santos cometeu uma
traição ou simplesmente enganou-se nas horas?
HELENA MATOS
OBSERVADOR, 03 jul 2022
29 de Junho. A orquestra de Kiev toca no Museu do Prado. São
quinze minutos que antecedem o jantar dito informal oferecido pelo presidente
do Governo espanhol no âmbito da cimeira da NATO. Mas por mais informal que a
imprensa diga que é o jantar a informalidade não contempla obviamente a leitura
de mensagens e muito menos o visionamento dos vídeos que, no caso concreto,
pretendem informar António Costa do tumulto que a essa hora (20h 30 em Madrid/
21h 30 em Lisboa) está levantado em Portugal a propósito do anúncio feito
pelo ministro Pedro Nuno Santos sobre a localização do novo aeroporto.
Ou
terá sido enquanto degustava o menu de quatro pratos concebido pelo
cozinheiro-estrela José Andrés que António Costa se apercebeu da gravidade da
situação? Gastronomicamente falando (nestas coisas os espanhóis não deixam os
seus créditos por mãos alheias e tratam os menus como uma extensão dos negócios
estrangeiros), será que Costa começou a perceber a crise que o esperava quando
tomou o aperitivo de bacalhau, laranja e beterraba ou foi apenas enquanto provava
o gaspacho de lagosta com legumes de verão aromatizados com manjericão e azeite
virgem extra? Por mim preferia que tivesse sido já enquanto trincava a paleta
de borrego cozinhada a baixa temperatura com puré de limão (vou tentar fazer
este borrego em minha casa e logo darei notícias!). Mas, seja como for, quando
chegaram os morangos de Aranjuez, com aniz de Chinchón, wafer e
caramelo de violetas, Costa já devia estar, como soe dizer-se, ao corrente. E é
aqui que chegamos ao nó da questão: ao
corrente de quê? Sim, como no filme
que tantas tardes de sábado nos prendeu no binómio sofá-televisão,
também neste assalto ao aeroporto real que teve lugar em Portugal a 29 de
Junho, nem tudo o que parece é e, como ensinam os filmes, convém que não nos
enganemos no vilão.
Afinal, qual foi o erro de Pedro Nuno Santos? Em absoluta roda livre
aproveitou o facto de António Costa estar incontactável na cimeira da NATO
para anunciar a opção Montijo+Alcochete que não tinha sido aprovada pelo
governo? Ou, entre outras razões, para reduzir o ascendente de Mariana
Vieira da Silva na sucessão de Costa, precipitou o anúncio da opção que já
tinha sido tomada pelo Governo? A primeira hipótese é o que chamamos golpada. A
segunda, para usar as palavras do próprio Pedro Nuno Santos, uma “falha de comunicação”.
Nada
mais além da minha intuição me diz que é a segunda hipótese a mais próxima
da realidade. E sublinho que de cada vez que revejo as declarações de
António Costa sobre este assunto mais me convenço de que não devo estar muito
longe da verdade: António Costa não trata Pedro Nuno Santos como o traidor
que este de facto seria se tivesse aproveitado a incomunicabilidade do
primeiro-ministro durante a cimeira da NATO para o desautorizar numa decisão
tão importante para o país. Trata-o sim como um azougado que cometeu um deslize
de timing e o obrigou a ele, António Costa, a recuar: agora, oficialmente, o
governo não tem nem tinha qualquer opção tomada nesta matéria e o que seria uma
mais que provável simulação de procura de entendimento com o PSD passou a
negociação. Pedro Nuno Santos mais o seu secretário de Estado das
Infraestruturas, sociólogo especialista em marketing e
estudioso das desigualdades no ISCTE, não inventaram nada. Tiveram foi falta de
jeito.
É
uma ilusão acreditar que Pedro Nuno Santos saiu derrotado desta crise. Pelo
contrário, todos percebemos que tem fiéis e apoios: na bancada parlamentar
do PS trinta dos actuais deputados são pedronunistas. E no governo quantos
ministros mais além de Ana Abrunhosa estão de “coração apertado” pelo destino
de Pedro Nuno Santos? Ou perguntemos doutro modo: alguém se sente de coração
apertado por Mariana Vieira da Silva ter falhado como coordenadora do governo
na ausência de António Costa? Ou por Medina ter de aplicar as salvaguardas
exigidas pela nova troika em troca de auxílio perante a subida dos
juros? Ou por Ana Catarina Mendes não conseguir ser mais que Ana Catarina
Mendes?… A realidade é o que é, esta crise também serviu para se contarem
espingardas dentro do PS: Pedro Nuno Santos tem mais.
Já António Costa está a descobrir que
muitos dos tijolos do muro que derrubou à esquerda do PS estão agora a ser
usados para construir outro muro, só que este dentro do próprio PS. Sem a necessidade de mostrar união perante o BE e o
PCP, desaparecido o estado de suspensão do tempo que veio com a COVID, o PS
libertou-se da máscara e deixou à vista um partido com dois rostos: o velho
PS onde se destacavam dirigentes ligados a profissões liberais e à
administração pública é já história. O novo PS, o que está atrás de Pedro Nuno
Santos, nasceu e cresceu dentro do estado, para eles o socialismo é um
instrumento de poder (o mais eficaz) e não um programa político.
A
agravar o contraste entre o presente que se está a tornar passado — Costa —
e este futuro que está com pressa de ser algo mais que uma promessa — Pedro
Nuno Santos — está o carácter imobilista de Costa enquanto governante. António
Costa não faz uma reforma, os seus governos gerem com atraso o que acontece. O
hábil táctico político amarrou as mãos do governante. Pelo contrário, Pedro
Nuno Santos surge como alguém que faz, que pode errar mas faz.
Sim,
é verdade que Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação do
XXIII Governo Constitucional, se humilhou e protagonizou a mais
constrangedora declaração de um político de que há memória em Portugal. Mas se
passarmos do plano do ético para o do útil e perguntarmos para quê em vez de
porquê (como é que alguém livre se sujeitou àquilo?), tudo se torna
claro: o ministro que é sacrificava-se pelo líder que quer vir a ser e que
muito provavelmente será.
ANTÓNIO COSTA POLÍTICA PEDRO NUNO SANTOS
COMENTÁRIOS:
Joaquim
Rodrigues: Estamos entregues ao livre arbítrio de
amadores, na tomada de decisões sobre questões fundamentais para o futuro do
País. Transformaram
uma decisão importante, a ser tomada de forma racional e fundamentada, numa
espécie de “opinómetro” Benfica/ Sporting /Porto, sobre as alternativas
aeroportuárias.
Do
que precisamos é de bom senso e “Racionalidade Económica” nas decisões
relativas a Infraestruturas de Transportes. Do que precisamos é de “Legislação”
que defina, em detalhe, as metodologias de elaboração dos estudos de base, para
que sejam feitos com seriedade e não à medida da encomenda. Do que precisamos é
de “Legislação” que defina, em detalhe, as metodologias de elaboração dos
“Estudos de Avaliação Económica”, para que sejam feitos com rigor e seriedade e
não, “martelados”, até “confessarem” que os “Projectos” são rentáveis.
Do
que precisamos é de “Legislação” que defina, em detalhe, os procedimentos
legais de aprovação dos Planos Estratégicos, dos Planos de Médio Prazo e dos
Projectos para os vários modos de transporte. Tal como, para a elaboração dos
PDM´s, por exemplo, existe “Legislação” quanto aos “ Estudos e Metodologias de
Elaboração, Avaliação e aos Procedimentos Legais de Aprovação”, se houvesse
seriedade na política, regras equivalentes, já estavam legalmente consagradas
para a aprovação dos Planos dos “Vários Modos de Transporte” e para o “Plano
Nacional de Transportes”. Para além do mais é hoje um “adquirido científico”
que o critério de decisão quanto à melhor alternativa a seleccionar, em projectos
desta dimensão, não é como andam a vender, a “Avaliação Ambiental Estratégica”.
A tomada de decisão deve ser feita a partir de uma “Avaliação Económica
Custo-Benefício” que é a única “Avaliação” que, para além dos aspectos ambientais integra a
avaliação de todos os outros “Custos e Benefícios” que têm obrigatoriamente que
ser “quantificados” para a tomada de decisão. Para além de Administrador, Antonoaldo Neves, era Engenheiro Civil,
especialista em Infraestruturas Aeroportuárias e veio pôr a nu o embuste que os
técnicos portugueses tinham montado à volta da impossibilidade de expansão do
aeroporto da Portela. Antonoaldo Neves veio demonstrar que era possível
expandir o Aeroporto da Portela e que, face a isso, mesmo no auge do
crescimento do tráfego aéreo em Lisboa, a adaptação da Pista do Montijo era
absolutamente secundária para as necessidades futuras do tráfego aéreo. Outro “mito urbano” que é preciso desmistificar: quando nos anos 60 se
falava na necessidade de um novo aeroporto, não era por razões de capacidade,
mas apenas porque o Aeroporto da Portela tinha duas pistas cruzadas e, por essa
razão, passou a ser classificado como aeroporto perigoso pelas Autoridades
Internacionais de Segurança Aeroportuária. Entretanto, as aeronaves evoluíram tecnologicamente, deixaram de ter
problemas quanto à orientação dos ventos na descolagem e aterragem, pelo que
essa deixou de ser uma razão para a necessidade de construção de um novo
aeroporto. Convém acrescentar que, tal
como a evolução tecnológica tornou desnecessárias as pistas cruzadas na
Portela, também no que se refere à frequência de aterragens e descolagens, ao
ruído, à poluição e à segurança, a evolução tecnológica do transporte aéreo
está a evoluir todos os dias. Estão para breve as aeronaves
eléctricas e a obrigatoriedade de usarem energia eléctrica nas aterragens e
descolagens com zero de ruído e emissões. Alguém de bom senso acredita
que construir de raiz um Novo aeroporto tem menos impactes ambientais do que o
aproveitamento de dois já existentes? Os “pseudo-ambientalistas da
treta” que só usam o “ambiente” como motivo de chantagem, acham. Só os custos sociais (acidentes rodoviários) e ambientais do transporte dos
passageiros de Alcochete (Canha) até Lisboa ultrapassavam tudo o que se possa
imaginar em “custos sociais e ambientais” decorrentes do aproveitamento dos
aeroportos existentes. Deixem de chantagear com o
Ambiente. Mas se querem estudar novas
alternativas então não podem deixar de considerar, como complemento à expansão
da Portela e, em alternativa ao Montijo, o aproveitamento de Monte Real, ou
outra solução na Região Centro, para a aviação civil que, duma cajadada, matava
dois coelhos: - servia com qualidade a
população da Região Centro. A Região Centro tem “massa crítica” (ao contrário
de Beja, polariza um universo de cerca de 2 milhões de habitantes) para
viabilizar um aeroporto com ligações à maioria das origens e destinos da
Portela; - descongestionava, em muito,
os aeroportos da Portela e Sá Carneiro. Porque será que ainda não o
construíram, mas construíram Beja que não é, nem nunca será viável.
Sócrates, volta. Estás perdoado. MPSRRS: não sei, o tempo o dirá. Mas
não me parece nada que AC estivesse desprevenido. Tudo parece uma encenação
habilidosa numa altura em que era preciso desviar as atenções de outros
problemas mais graves. E humilhar PNS parece uma tentativa de descredibilização
de quem vem ganhando adeptos numa grande ala PS. PNS, sendo ambicioso e
obstinado, mas sobretudo impulsivo e imaturo, é a vítima perfeita para um golpe
subrepticiamente preparado por um grande habilidoso que joga xadrez em todos os
tabuleiros. Se é que não foi tudo mesmo combinado.... ou pelo menos induzido. De
qualquer forma, gosto muito dos seus artigos! Parabéns! Paulo Loureiro: Tenho outra tese. Não só o senhor é o prometido, como
já o é, mas nós não sabemos. Isso justificaria perfeitamente a aberração de
Costa nada saber, e de não o ter podido despedir. Ainda por cima, o presidente
da CML sabia por ele. E para quem não reparou, prestam-lhe desde há muito tempo
pública vassalagem. Nuno W: A caixa de pandora que AC abriu para sobreviver
politicamente, para se manter de pé e dissimular a traição pelas costas a AJ
Seguro, é o veneno que o está a definhar. HM bem denuncia " Já António Costa está a
descobrir que muitos dos tijolos do muro que derrubou à esquerda do PS estão
agora a ser usados para construir outro muro, só que este dentro do próprio PS.
Sem a necessidade de mostrar união perante o BE e o PCP, desaparecido o estado
de suspensão do tempo que veio com a COVID, o PS libertou-se da máscara e
deixou à vista um partido com dois rostos: o velho PS onde se destacavam
dirigentes ligados a profissões liberais e à administração pública é já
história. O novo PS, o que está atrás de Pedro Nuno Santos, nasceu e cresceu
dentro do estado, para eles o socialismo é um instrumento de poder (o mais
eficaz) e não um programa político." Que ninguém a cale... imagino
que não falta quem a queira censurar . Carlos Chaves: Caríssima Helena, se vier a ter razão em relação a
Pedro Nuno Santos vir a ser líder do PS e futuro primeiro-ministro, digo eu,
então definitivamente poderemos classificar o regime em Portugal de
autocrático, paralisador da iniciativa privada e cerceador das liberdades
individuais. O Sr. Pedro Nuno Santos é um clone político do Sr. Francisco Louçã,
aliás ele só está no PS porque o BE nunca lhe dará a possibilidade de chegar a
PM. A multiplicação estratégica de pobres e de dependentes do Estado que estes
governos socialistas/comunistas têm produzido, são e serão os principais
responsáveis pela eleição destas figuras (incluindo os de coração apertado),
que nos mantêm no caminho da pobreza, da mediocridade, da imigração, em resumo
na insignificância que somos (e que teimamos em manter) neste mundo
globalizado. João Afonso: Com este governo, os problemas
são sempre resultado de má comunicação. Por exemplo, Portugal empobrece com o socialismo,
logo, a solução é evitar que se comunique o
facto. Neste caso, PNS traiu o PM e demais ministros, para lá da traição ao PR
(coisa habitual) e ao PSD, logo, a solução é afirmar que a comunicação do plano para o
novo aeroporto de Lisboa feita pelo próprio, está ferida de morte por erros
de comunicação, sendo que o
erro de comunicação foi o anúncio em si. E como disse o PM, após o pedido de
desculpas de PNS, é andar para a frente. A questão é que é impossível confiar
na comunicação governamental. joão reis: HM concordo com a sua introdução ao artigo "...nem
tudo o que parece é. Afinal a bancada do PSD cometeu
uma traição ou simplesmente enganou-se nas horas?." que quiçá poderá
aplicar-se ao ocorrido em 2018 quando o PSD aprovou "à revelia" de
Rio projecto do CDS sobre combustíveis. Curiosamente não encontrei nenhum artigo seu nessa
data sobre o ocorrido, será que estava 'ausente' da informação ? bento guerra: Nunca saberemos se a rábula já
estava preparada, ou se foi apenas uma golpada do Santos nas costas do Costa
(passe a redundância) e uma cobardia deste. A verdade é que cabe a Montenegro, qual filho pródigo, decidir quantos
aeroportos e onde. Certamente que precisa de uma consulta prévia às distritais. Amigo do Camolas: É fácil criticar o humilde ministro das infraestruturas
Pedro Nuno Santos. É fácil descrevê-lo como um covarde, ou mais um fanfarrão
socialista agarrado ao poder, ou um maluco da extrema-esquerda de olhos malucos
e uma barba estúpida. Todas essas coisas são muito fáceis de dizer, por isso
não é de admirar que todos nos encontremos a dizê-las com tanta frequência.
Mas na sua recente atitude covarde,
talvez devêssemos parar um pouco e ouvir o ministro. Eu sei, até mesmo sugerir
que ouçamos um covarde soa idiota, mas tenham paciência. O ministro que já vai
quase com 7 anos de governo do Costa estava a tentar fazer duas coisas ( 2
aeroportos em Lisboa) que todos os outros nem uma conseguiram nos últimos 50
anos porque, nas palavras do ministro, do Costa e dos socialistas mais
distraídos, ele "faz". Eu sei que muitos estão a pensar:
hahahahahahaha cale a boca. Mas, novamente, vamos considerar isso com
sobriedade. José
Paulo C Castro: O plano
existia, segundo Moedas. O timing foi para colher os louros, por parte do
ministro. A tentativa foi de forçar a auto-demissão, por parte de Costa. A
recusa da auto-demissão foi por sentir os apoios internos, por parte do
ministro. A encenação final foi a solução prática para manter o equilíbrio
interno do PS. Montenegro tem uma ocasião para corrigir o plano e ficar com os
louros da solução mais racional e barata. (Beja como apoio para o
transatlântico de passagem para a Europa, até se fazer o final em Alcochete).
Costa pretendia apresentá-la depois do acordo com o PSD. Agora, terá de
modificar o plano para parecer que houve discussão. A questão interessante é:
porque quis PNS marcar já o terreno ? Acha ele que esta maioria não dura 4 anos
? Porquê ? Que sabe ele ? Carlos
Quartel: O caos instalou-se e ninguém sabe onde
isto vai parar. SNS em decomposição, ferrovia em stand bye, escolas povoadas de
clérigos da nova religião de "género" sem professores, centenas de
milhar de alunos com brancas nos horários, os tribunais transformados em
depósitos de papelada, ineficazes, não estou a ver um serviço que funcione bem
ou razoavelmente. Belém transformado numa telenovela, com o PR na praia,
sorridente, depois de ter sido corrido pelo Bolsonaro. Já lá chegou o
caos. Nesta questão do aeroporto, nem uma voz aparece a dizer a verdade: Os
aviões são a maior fonte de poluição, o seu uso deve tender para percursos oceânicos
e o futuro está nos CF. Quem pensa assim sabe que temos aeroportos suficientes
e que será mais racional pensar numa linha de CF de qualidade Lisboa/Beja. Quanto
à Portela entrar-se-ia, calmamente e sem pressas, numa diminuição regular de
tráfego. Mas isto seria para pessoas com algum projecto, com alguma opinião
cimentada, não um bando de arrivistas, dedicados a tratar da vidinha. Foram
eleitos, não esquecer, e com maioria absoluta ........ MPSRRS > Carlos Quartel: Certíssimo! essa seria a solução mais racional, óbvia e
+ barata. Se os decisores de tal assunto tivessem bom senso
e respeito pelo povo português e pelos impostos que o mesmo paga. Não,
eles não foram eleitos com maioria absoluta, porque metade do eleitorado não
votou. E, se a esquerda nunca perde um voto, o que seria do país se os 50% de
abstenção votassem? Antonio
Marques Mendes: Portugal cada
vez mais se parece com o fim do Império Romano. Decadentes, entretemo-nos a
debater questiúnculas entre dois trapaceiros do PS. Oh Helena, como diria o
Eça, não alimente mais a choldra.
Xico Nhoca: Como bem
destaca Helena Matos, Costa e os seus ajudantes são indivíduos que fizeram a
sua formação nos bancos das madrassas do PS e construíram a sua experiência nas
politiquices do funcionalismo público burocrático. Não há ministros com
experiência no mundo real, das concretizações, da execução, da indústria,
da banca, nem sequer da aérea técnica do funcionalismo público. Há ideólogos,
carreiristas, burocratas, sem qualquer noção da realidade das
concretizações, que pensam que com uma caneta para assinar um papel resolvem
problemas graves. Estamos feitos!
Xico Nhoca: A construção
de um aeroporto internacional, desde a tomada de decisão efectiva (e não as
palhaçadas que o PS faz de repetidas cerimónias de lançamento da primeira
pedra) até à sua operação, é uma das obras públicas mais complexas que se pode
imaginar. Pensar que um sociólogo se senta à secretária de um gabinete, pega
numa caneta e determina a construção de dois aeroportos não é traição, não é
querer subir na carreira. É extremada incompetência, profundo irrealismo,
cristalina imaturidade, obscena irresponsabilidade. Enfim e
resumidamente: é de mentecapto. E é só de gente deste calibre que o matreiro
Costa é capaz de se rodear. Cipião Numantino:
Se eu fosse um historiador,
desde já, afinfava o cognome de Habilidoso ou Procrastinador para António Costa
e de Azougado para o Pedro Nuno Maseratti. Mas que par! Ou mesmo parelha, como
bem se diz para lá do Marão onde mandam os que lá estão! Alinho mais ou menos
pelas teses da nossa estimada HM. Mais! Estou convencido que o Pedro Nuno
Maseratti, tratou de demarcar por antecipação o seu território político. As
hienas fazem isso e os cães selvagens, vulgo mabecos, idem aspas. A única diferença
existencial é que uns mijam e conspurcam os salões do poder governamental e, as
feras, espalham jactos de urina nos troncos das árvores e arbustos envolventes
na savana africana. Mas vai tudo dar ao mesmo. Afastar a concorrência é preciso
e a demarcação futura do terreno é uma mera regra comportamental de sobrevivência
para se afastarem outras bestas. Tal como faz a estimada HM aprecio a ousadia
do Nunocas Maseratti. Um galarote atrevido e pimpão quiçá fruto de ter nascido
em berço de oiro e tranquilo que nada de extraordinário lhe tirará o prato de
sopa de cima da mesa. Na pior das hipóteses recolhe às boxes e alapa-se na
sombra na empresa do pai que, dada a experiência acumulada nos jotinhas do PS,
levará inevitavelmente à falência. Gosto de atrevidotes. E o Nunocas Maseratti
é definitivamente um deles. Um burguês que se julga provavelmente um
revolucionário e aspira provavelmente tornar Portugal numa Venezuela europeia. Quanto
ao Dr. Costa, mais uma vez uma desilusão total. É mesmo um daqueles personagens
que nem faz nem sai de cima. Os quadros jotistas do PS não páram de me
surpreender. Cada cavadela, cada minhoca!... Rui Lima > Cipião Numantino: Caro Cipião um bem-haja por
aparecer em boa forma a distribuir merecidas farpas a quem nos “governa”. Tudo
tem uma origem sabendo que a ignorância é um mal invencível, este governo
está muito bem servido do ensino (para mim devemos ter o ministério do ensino e
nunca da educação que é com os pais ) na saúde passado pela justiça ou seja são
maus em tudo , nenhum dos membros do governo é competente antes de mais por
falta de vida cá fora . Mas eles ganharam, são donos disto, cada vez mais vou
ficar de braços cruzados a ver. Xico Nhoca > Cipião Numantino: Mas o Costa alguma vez o
iludiu, Cipião? Dado o teor e qualidade deste seu comentário pensei que jamais
o Costa matreiro o pudesse ter iludido! O homem que secundou Sócrates mas não
viu nada apesar de ser um tipo que, e falo a sério, vê mais longe que qualquer
outro político havido ou por haver! Um tipo que pega nas palavras de um
adversário e deturpa o seu sentido com um killer instinct invejável. Uma
verdadeira fada má: nem fada nem deixa fadar (para dar uma alternativa ao seu
"nem faz nem sai de cima", eheh). Cipião Numantino > Rui Lima: Caro Rui, eles ganharam e continuarão a ganhar!
A tugalhada, no geral, vota em
quem lhe promete sombra e água fresca. Um total forrobodó em que ninguém quer
saber o que acontecerá amanhã. A coisa tem tudo para dar mal. Por enquanto as
esmolas vão chegando para colmatar a questão. Mas tudo tem um fim. O sonho
socialisteiro de todos viverem à custa de todos vai acabar por se escapar por
entre os dedos. E quem trabuca é quem manduca!... Cipião Numantino
> Xico Nhoca: Caro Xico, será difícil alguém provindo das Jotas
enganar-me. E tal como diria uma antiga presidente da AR é um perfeito
"inconseguimento". António Costa certamente leu o "Príncipe" de
Maquiavel que, segundo alguns historiadores acreditam, foi escrito tendo como
inspiração o nosso excelente João II. Mas até este excelente príncipe
teve a sua particular Nemesis. E o perseverante manobrismo que levou à
eliminação física de inimigos políticos (para sorte nossa AC não tem agora esse
poder) de entre os quais o seu próprio cunhado D. Diogo, Duque de Viseu, acabou
por o arrastar para um destino mais ou menos tenebroso. Abandonado por tudo e
por todos, inclusive pela própria rainha (D. Leonor) de quem se suspeita que
consentiu ou até incentivou o seu envenenamento, acabou por ter de aceitar um
sucessor, seu primo e cunhado (D. Manuel I), que era um desses tais figadais
inimigos políticos. A fuga apressada para as termas de Monchique e daí para
Alvor onde exalou o último suspiro, diz-nos bem da solidão a que o nosso melhor
governante de sempre foi votado. António Costa, um ser tão somente sofrível,
acabará, fatalmente, por descobrir a sua própria Nemesis. Mera questão de
tempo!... Liberales
Semper Erexitque > Cipião Numantino: Saudações ao cônsul Públio Cornélio Cipião Emiliano,
estava com saudades dos seus artigos! Então antevê um glorioso futuro para
Pedro Nuno Maseratti o-Estouvado Azougado! Acha que o BCE vai safar esta
choldra durante mais uma data de anos? E siga a farra! Cipião Numantino > Liberales Semper Erexitque: Caro Liberal, tal como Sócrates (o outro) "só sei
que nada sei"!...
Liberales Semper Erexitque > Cipião Numantino: E já é saber muito! Tenho estado num debate com o
comentador António Cabrita Costa (o pobre tem tido o nome arrastado pela lama
desde há uns anos). Ele está convencido de que a Rússia pretende engolir a
Ucrânia inteira, e eu de que os russos só pretendem ficar com aquilo que já
anexaram, o sudeste do país, a que chamam o "Donbass", deixando
Odessa para a futura Ucrânia a caminho da UE. Como vê o Cipião a História da
região e o desenlace desta barbárie nacionalista, em que irmãos desavindos se
matam fraternalmente às centenas de milhares? Cipião Numantino Liberales > Semper Erexitque: Meu caro, não era só o Donbass que a Rússia queria.
Queria o Donbass e toda a orla do mar Negro até Odessa para protecção
envolvente da Crimeia. O resto da Ucrânia era para ser entregue a um prócere
favorável ao regime putinesco do tipo do Lukashenko. Que a Rússia diga, agora,
que só quer o Donbass ou próximo disso, só me faz lembrar a fábula de
Lafontaine da raposa e das uvas. Mas, como deverá estar lembrado, eu desde o
primeiro momento que disse que a Rússia se iria dar mal na Ucrânia. A História
prova que a Rússia foi sempre de uma desorganização total. E se é o império que
é, será porque está situada no meio de 86 povos distintos que nunca primaram
também pela organização. E como em terra de cegos quem tem um olho é rei, daí,
o extenso regime colonial russo!...
Liberales Semper Erexitque > Cipião Numantino: Tem havido movimentações na Bielo-Rússia que sugerem
que possa ser como diz, deixar os inúteis despojos cheios de inimigos da Rússia
a um "amigo especial". Eu não soube de qualquer declaração russa a
dizer que só quer o Donbass, assumi que isso fosse provável por aquilo que
atacou e ocupou. Não fizeram até agora esforços para conquistar Odessa, que já
poderiam ter, se quisessem. Numa lógica
de manter uma Ucrânia independente é preciso deixar-lhe o acesso ao mar, por
isso toda a campanha russa é compatível até agora com essa hipótese. Para mim
não se trataria de nenhuma bondade dos russos deixarem uma Ucrânia, um país
cheio de inimigos seus, agora inimigos mortais. Que interesse poderia ter a
Rússia ou o seu criado de Minsk em ter lá essa gente que os odeia? Para mim, o
que faz sentido é a Rússia querer ver-se livre deles, e despachá-los a caminho
da UE. Fernando
Cascais: Já
no programa Conta-Corrente da Rádio Observador, Helena Matos tinha avançado com
a teoria que o ministro Pedro Nuno Santos (PNS) é mais do que um ministro no
governo, porque, também representa uma fracção importante e com muita
influência do PS, razão pela qual não pode ser exonerado. Procura-se perceber a razão por que PNS continua no
governo depois de ter desrespeitado o primeiro-ministro António Costa num grau
nunca antes visto. Assim de repente, a teoria de Helena Matos parece a mais
assertiva, mas, vendo melhor, deixa muitas pontas soltas. Primeiro, porque
António Costa, goste-se ou não dele, de parvo nem tem nada, e no jogo político
é dos melhores, basta ver como arrumou com o PCP, BE, PSD e CDS. Ficaria
António Costa no seu lugar de primeiro-ministro manipulado por um dos seus
ministros? Obviamente que não. Segundo,
se PNS tivesse poder suficiente no PS para impedir a sua exoneração pelo
primeiro-ministro, alguma vez se sujeitaria à humilhação pública que passou nas
televisões? Num dia surge nas televisões como um touro bravo, forte, corajoso,
destemido e que leva tudo à frente, e no dia seguinte como um cordeiro no altar
a pedir que não o sacrifiquem. Não bate a bota com a perdigota. As pontas
soltas deste caso são muitas. Não acredito que se PNS tivesse a importância no
PS que Helena Matos diz ter, alguma vez se sujeitaria a uma humilhação pública
em directo. Uma coisa é certa, depois da “bomba atómica” de PNS, o SNS
finalmente desapareceu da primeira página. Nem todos os partidos têm elementos
de tamanha coragem que colocam as pernas dos banqueiros alemães a tremer. André Ondine: Mas alguém minimamente perspicaz acredita realmente na
inocência e na cara de anjo do Habilidoso? É óbvio que Pedro Nuno Santos não é
nenhum menino de coro, mas basta olharmos para o impressionante historial de humilhações
alheias que fazem parte do percurso político do Habilidoso para percebermos que
Pedro Nuno foi apenas mais uma. Que o digam Tó Zé Seguro, Passos Coelho, Maria
de Belém, João Soares, entre dezenas de outros inocentes e culpados que o
Habilidoso humilhou, afastou e espezinhou para seguir o seu caminho de poder
absoluto pessoal. O Habilidoso há muito que percebeu que o ganancioso e
impulsivo Pedro Nuno, ídolo da esquerda da moda, lhe fazia sombra. Deu-lhe o
presente envenenado da TAP e do aeroporto. Esperou. E deixou-o espatifar-se. O
ar de gozo e deleite com que ele falou do “erro grave” do ministro, na
quinta-feira, foi evidente. Ele vive para aquilo. Para a política rasteira.
Para a humilhação alheia. É ali que ele está em casa. E o coitado do Nuno
Santos, branco como a cal, obrigado a penitenciar-se em público, numa
auto-humilhação raramente vista, devia estar a trepar paredes. Passos
Coelho tinha razão. Vinha aí o diabo. Chama-se Costa, o Habilidoso.
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