Tudo isso que o Dr. Salles refere. Trata-se
de amor pátrio e a embrulhada para já é tanta, tanto no interior como no
exterior, que, com efeito, tudo isso é nada perante os males que avassalam o
mundo inteiro, sendo a praia dos cães, não em balada mas em “burlada” – aí
mesmo, no mundo inteiro, sejamos modestos.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 10.07.22
A
noite foi de grande conversata entre os cães e por isso entendi deixá-los
dormir agora de manhã.
Ficando
a alvorada por conta de galos e galarós. Temo que na liderança da capoeira
esteja apenas um galaró. Para que se afirme, deixei os cães a ressonar.
E
eu fui para a varanda meditar na queda de Boris Johnson… e pedi ajuda
por breve mensagem no WhatsApp:
«Só me pergunto sobre qual terá sido
a doença que atacou o Partido Conservador para ter posto aquele azougado como
Primeiro Ministro. A Nação Britânica passou/está a passar por uma crise muito grande com grave prejuízo da
sensatez. Os Valores Nacionais podem tremer. Espero que não mais do que isso».
«azougado».
Nesta
minha confabulação – sem qualquer pretensão académica – falta explicar o
verdadeiro significado de «azougado» e de «sensatez» mas creio que quem me lê,
e dispensa dessa tarefa e, tendo dúvidas, recorre a um dicionário. Já quanto
aos «Valores Nacionais», parte significativa das respostas que me enviaram
referiram a Rainha Isabel II.
Deixando
para outra ocasião a identificação da «doença» que possa ter afectado os
conservadores e quais serão os «Valores Nacionais» britânicos, parece-me bem
mais importante identificarmos os «Valores Nacionais Portugueses».
Eis
a minha síntese:
Território
Pessoas, Nação, Estado
Língua
História
Cultura
Chefe do Estado
* * *
Serei
propositadamente lacónico como forma de convite-desafio aos Comentadores que
tanto valorizam este nosso blog.
*
* *
Chefe do Estado – é o topo de todos os Valores Nacionais e, portanto,
o corolário das verdades que o antecedem;
Território – refiro-me ao Continente e às Regiões Autónomas na
sequência da descolonização;
Pessoas – refiro-me a todos que se consideram lusófilos, à
Nação que congrega quem possui a Nacionalidade Portuguesa e ao Estado é a
organização política da Nação;
Língua – refiro-me ao português padrão que, incluindo
regionalismos, é o que se fala no território português conforme definição
anterior e que se escreve conforme o Acordo Ortográfico de 1945 (o
AO90 é um atentado à língua portuguesa e merece o meu repúdio)
História – refiro-me à História Pátria em toda sua extensão
temporal e geográfica em conformidade com os padrões definidos pela «Academia
Portuguesa da História»;
Cultura – imanente da História, a Cultura Portuguesa assume a
maior relevância, nomeadamente no património imaterial da Nação.
Meditemos…
Praia dos Cães, Julho de 2022
Tags: avulsos
COMENTÁRIOS
Anónimo 10.07.2022 19:52: Dois anos após de lhe ter sido atribuído o Prémio
Nobel de Literatura, o peruano Vargas Llosa, publicou em Portugal, concretamente em 2012,
o seu livro “A Civilização do Espectáculo”, no qual defende que, no passado, a Cultura foi
uma espécie de consciência que impedia o virar de costas à realidade, enquanto
agora actua como mecanismo de distração e de entretimento. Tem um
capítulo intitulado “Cultura, política e poder” onde podemos ler, por exemplo,
que a popularidade e o êxito conquistam-se não tanto pela inteligência
e pela probidade, mas sim
pela demagogia e pelo talento histriónico. Isto não te diz nada quando vês o Boris Johnson a
descer num slide acenando com duas bandeirinhas do Reino Unido? A
frequência de reputados estabelecimentos de ensino não impede (evita, apenas)
que um aluno seja mentiroso. Já fico mais admirado por não obstar que
seja superficial. O autor recorda que em todas as sondagens que se fazem sobre
a política, uma maioria significativa de cidadãos opina que se trata de uma
atividade medíocre, pelo que não admira “que afaste os mais honestos e capazes
e recrute sobretudo nulidades e espertalhões que vêem nela uma maneira rápida
de enriquecer.” Felizmente, há muitas exceções e não se aplica em todos os
Países. Por sinal, Llosa, nesse capítulo, aborda a situação da Inglaterra,
classificando-o como um dos países mais civilizados da Terra e onde a política,
até não há muito tempo, conservava elevados padrões éticos, bem como cívicos, e
dá exemplos demonstrativos que isso deixou de existir. Friso
que o livro é de 2012. E
desde então para cá?…. Recordo-te apenas, Henrique, as campanhas falaciosas
acerca do Brexit e o que se seguiu, para além das festas no confinamento, ao
princípio negadas, para depois admitida a sua existência, para logo a seguir se
negar o conhecimento prévio por parte do PM. E tudo isto, com mais ou menos
contestação, ia passando… A Sociedade também não está bem…E caímos no tema dos
Valores, dos quais a Cultura é uma importante componente. Nada a opor à
lista que identificas. Apenas uma ou outra nota sobre alguns dos
itens que elencas. Sobre o Chefe
de Estado, de acordo. Aprendemos a dizer “Supremo
Magistrado da Nação”, e é de esperar que quem ocupe o lugar o seja, que
tenha sentido de Estado, o que não obsta a que seja popular, mas não mais do
que isso. Quanto às Pessoas,
dizia um professor de Direito que a Constituição e a Lei de Nacionalidade devem
ser estáveis. Não sei se esta última tem tido a estabilidade desejável. Não
se pode colmatar o défice ou a insuficiência do crescimento natural ou atrair
capital estrangeiro vendendo a nacionalidade ou ser-se menos rigoroso e
criterioso na sua atribuição. Imigração, sim, devidamente controlada, de forma a que os
imigrantes possam ser enquadrados e inseridos, evitando que sejam explorados. No
que concerne à Língua, devo
dizer-te que me adaptei facilmente ao novo Acordo. O importante, é que a Língua
Portuguesa, que “não é nossa, é também nossa”, como evidencia frequentemente o
Prof. Adriano Moreira, continue a ser o denominador comum da CPLP (nunca
percebi por que razão a Guiné Equatorial é Estado-Membro). Tenho presente que
na Angola independente foi necessário travar o uso oficial de línguas regionais
e que em Cabo Verde há (ou houve) um movimento para que o crioulo fosse a
língua oficial.
Quando será que certas pessoas se convencem que a História tem de ser lida e
interpretada não à luz da realidade actual, mas sim da época em que os factos
ocorreram, e que estes têm um tempo para a sua maturação? Forte abraço.
Carlos Traguelho
Henrique Salles da Fonseca 12.07.2022 11:41:
Hoje é só para dizer que o nº 2 da Praia dos Cães é
mesmo muito Bom e a Propósito de quem pensa Portugal. Mas começo a pensar que
tal como o Dr. Sousa Homem (nonagenário) estamos (estou) em tempos de
"arrumar gavetas". Mas arrumar por muitos e bons anos para as
arrumar. O nº 4 está na mesma linha de Pensamento e Acção mas as Forças Armadas
estão ali a fazer falta. Claro que digo FA ao estilo de Israel, Taiwan e Coreia
do Sul. Mas para isso o "tesouro" pouco tem. Mas temos de ter
esperança. 3 - Por agora mais nada, mas dá-me a impressão que vamos continuar a
andar por aí. Tenho dito. Abraço de Muita Consideração e Estima, José Augusto Fonseca.
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