sábado, 9 de julho de 2022

Interesses disfarçados

 

A propósito de humanos ideais democráticos, definiu António Fonseca, no blog de Henrique Salles da Fonseca, o seguinte, que reponho, como lição magistral, que vai ao encontro do que sempre eu pensara – e escrevera - mais simplistamente, é certo, desde sempre desinteressada de política, sendo outros os temas da minha formação literária, e por consequência laboral, mas a que uma descolonização repentina e ultrajante contribuíra para abrir mais o entendimento a respeito dos tais ideais de fácil reconhecimento, mas utópicos e movidos pelos “interesses do complexo industrial-militar dos países do poder no mundo. Eis o texto de António Fonseca, que transcrevo, já não como comentário mas como honesta asserção a merecer aplauso:

 

Antonio Fonseca  08.07.2022  15:42

Tenho estado a ler os seus blogs, Doutor Henrique Salles da Fonseca, com grande interesse. Tanto do Ártico como da Paria dos Cães vieram reflexões estimulantes (thought provoking). Tomo a liberdade de comentar sobre a democracia. A democracia é o ópio do povo que ainda não atingiu a maioridade. Os que sucumbiram ao novo canto da sereia no período pós-colonial, estão a debater-se no inferno ou purgatório da chamada democracia. É um embuste gigantesco promovido pelos interesses do complexo industrial-militar, manipulado por estrategas hábeis e sem escrúpulos para deixar os países descolonizados no estado de permanente instabilidade. De um dia para outro os opressores de ontem viraram apóstolos dos direitos humanos, da democracia, etc, etc. O que estas sociedades precisam é um dirigismo benévolo. Tomemos o exemplo da Ruanda; no rescaldo da horrenda guerra civil, está a apresentar um governação eficiente. Tem seus defeitos? Claro. A chave é um dirigente que ama a sua Terra de verdade, íntegro até a ponta dos cabelos e uma mão de ferro numa luva de seda.

 

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