A propósito de humanos ideais democráticos,
definiu António Fonseca, no blog de Henrique Salles da
Fonseca,
o seguinte, que reponho, como lição magistral, que vai ao
encontro do que sempre eu pensara – e escrevera - mais simplistamente, é certo,
desde sempre desinteressada de política, sendo outros os temas da minha
formação literária, e por consequência laboral, mas a que uma descolonização
repentina e ultrajante contribuíra para abrir mais o entendimento a respeito
dos tais ideais de fácil reconhecimento, mas utópicos e movidos pelos “interesses do complexo industrial-militar”
dos países do poder no mundo. Eis o
texto de António Fonseca, que transcrevo, já não como comentário mas como honesta
asserção a merecer aplauso:
Antonio
Fonseca 08.07.2022 15:42
Tenho estado a ler os seus blogs, Doutor Henrique Salles da
Fonseca, com grande interesse. Tanto do Ártico como da Paria dos Cães vieram
reflexões estimulantes (thought provoking). Tomo a liberdade de comentar sobre
a democracia. A democracia é o ópio do povo que ainda não atingiu a
maioridade. Os que sucumbiram ao novo canto da sereia no período pós-colonial,
estão a debater-se no inferno ou purgatório da chamada democracia. É um embuste
gigantesco promovido pelos interesses do complexo industrial-militar, manipulado
por estrategas hábeis e sem escrúpulos para deixar os países descolonizados no
estado de permanente instabilidade. De um dia para outro os opressores de ontem
viraram apóstolos dos direitos humanos, da democracia, etc, etc. O que estas
sociedades precisam é um dirigismo benévolo. Tomemos o exemplo da Ruanda; no
rescaldo da horrenda guerra civil, está a apresentar um governação eficiente. Tem
seus defeitos? Claro. A chave é um dirigente que ama a sua Terra de verdade,
íntegro até a ponta dos cabelos e uma mão de ferro numa luva de seda.
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