Um título sugestivo de um livro cuja capa precede o curioso “Diálogo”
entre LUÍS SOARES DE OLIVEIRA e HENRIQUE SILVEIRA BORGES, no Facebook de
Luís Soares de Oliveira. Faço votos
pelo êxito do Livro, que, pelo diálogo que segue, de desenterro irónico das
nossas trivialidades, desperta bastante interesse.
A (bonita) Capa do livro:
HENRIQUE
SILVEIRA BORGES
MANUAL DE
ANTI PROTOCOLO
NOTAS
INCONVENIENTES DE UM DIPLOMATA
Ou
A DIPLOMACIA
VISTA DE DENTRO E DO AVESSO
PREFÁCIO DE
JAIME NOGUEIRA PINTO
O (curioso) Diálogo, no
Facebook (9/07/2022):
Quanto ao livro de Henrique Borges ( Anti protocolo), podemos não estar de acordo com
todas ou com algumas das opiniões ali expressas mas há que reconhecer que o
autor tem estilo e - como dizia Buffon - o estilo é o homem. No que me toca,
lamento a curta atenção que dedicou a Eterna Leveza do Poder, tema hiper
fascinante…
HENRIQUE
BORGES: Obrigado Luís, a tua é uma opinião que
tem sempre especial valor para mim. Quanto ao que chamas a "Eterna Leveza
do Poder", acho que está um pouco espalhada por todo o livrinho. E
dedico-lhe até uma nota (A insustentável leveza do poder), evocativa da visita
a Seul de um conhecido ministro, mesmo nas vésperas do nosso (famigerado)
"resgate" financeiro (que na verdade fez de nós aquilo a que no
século XIX se chamava um "debt slave"). Mas isso é outra discussão.
HENRIQUE
BORGES: Quanto às
opiniões, são evidentemente discutíveis e - a meu ver - deveriam ser
discutidas. Mas, até à data e pelo que vejo, o que tem prevalecido é o
silêncio, aliás uma das tácticas tradicionalmente eleitas pela instituição MNE
para abafar o que é inconveniente (embora a título oficial não tenha que, nem
deva pronunciar-se - refiro-me à utilização de outros canais e de outros
métodos...). Curiosamente também, nenhum dos media e da imprensa afectas
ao regime mostrou qualquer interesse pelo livro (tive apenas direito ao que uma
das minhas filhas chama "10 minutos de fama" na CNN Portugal) e à
publicação de um excerto no cada vez mais ilegível Público. Nada que me
surpreenda, claro. Já nos meus verdes anos um dos professores (francês no caso)
que tive na faculdade se indignava (é o termo) com a falta de debate que
notava em Portugal. E viviam-se, imagina, os "anos
revolucionários", que não passaram afinal de uma tragicomédia de baixo
calibre com actores medíocres. Ao dizer isto, posso estar a sobreestimar-me (e
ao livrinho), mas creio haver uma parte de verdade nisto.
LUIS SOARES DE OLIVEIRA: Desculpa.
Quanto a mim essa é a discussão. Pobres mas homogéneos". Há outra
maneira de enriquecer?
HENRIQUE BORGES: Podes
explicar melhor o que queres dizer?
LUIS SOARES
DE OLIVEIRA: Desculpa se não fui claro. Este foi o tema que me preocupou toda a carreira
e, por acaso, seria também o tema que tive de discutir com Marcello Caetano,
então presidente do jury do concurso para Conselheiros. "Como crescer economicamente sem sacrificar
externamente a soberania e internamente e a estabilidade?» Marcello e eu discordámos
profundamente. Tenho que para o periférico é impossível. Só o líder consegue.
Julgo que Putin chegou à mesma conclusão. Mas Xi talvez tenha uma solução
escondida na manga.
MARGARIDA
DORIA OSÓRIO BORGES: O título é inspirador.
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