domingo, 10 de julho de 2022

Insatisfação natural


Um título sugestivo de um livro cuja capa precede o curioso “Diálogo” entre LUÍS SOARES DE OLIVEIRA e HENRIQUE SILVEIRA BORGES, no Facebook de Luís Soares de Oliveira. Faço votos pelo êxito do Livro, que, pelo diálogo que segue, de desenterro irónico das nossas trivialidades, desperta bastante interesse.

 

A (bonita) Capa do livro:

 

HENRIQUE SILVEIRA BORGES

 

MANUAL DE ANTI PROTOCOLO

NOTAS INCONVENIENTES DE UM DIPLOMATA

Ou

A DIPLOMACIA VISTA DE DENTRO E DO AVESSO

 

PREFÁCIO DE JAIME NOGUEIRA PINTO

 

O (curioso) Diálogo, no Facebook (9/07/2022):

Luis Soares de Oliveira, 7 h  

Quanto ao livro de Henrique Borges ( Anti protocolo), podemos não estar de acordo com todas ou com algumas das opiniões ali expressas mas há que reconhecer que o autor tem estilo e - como dizia Buffon - o estilo é o homem. No que me toca, lamento a curta atenção que dedicou a Eterna Leveza do Poder, tema hiper fascinante…

Comentários mais relevantes:

HENRIQUE BORGES: Obrigado Luís, a tua é uma opinião que tem sempre especial valor para mim. Quanto ao que chamas a "Eterna Leveza do Poder", acho que está um pouco espalhada por todo o livrinho. E dedico-lhe até uma nota (A insustentável leveza do poder), evocativa da visita a Seul de um conhecido ministro, mesmo nas vésperas do nosso (famigerado) "resgate" financeiro (que na verdade fez de nós aquilo a que no século XIX se chamava um "debt slave"). Mas isso é outra discussão.

HENRIQUE BORGES: Quanto às opiniões, são evidentemente discutíveis e - a meu ver - deveriam ser discutidas. Mas, até à data e pelo que vejo, o que tem prevalecido é o silêncio, aliás uma das tácticas tradicionalmente eleitas pela instituição MNE para abafar o que é inconveniente (embora a título oficial não tenha que, nem deva pronunciar-se - refiro-me à utilização de outros canais e de outros métodos...). Curiosamente também, nenhum dos media e da imprensa afectas ao regime mostrou qualquer interesse pelo livro (tive apenas direito ao que uma das minhas filhas chama "10 minutos de fama" na CNN Portugal) e à publicação de um excerto no cada vez mais ilegível Público. Nada que me surpreenda, claro. Já nos meus verdes anos um dos professores (francês no caso) que tive na faculdade se indignava (é o termo) com a falta de debate que notava em Portugal. E viviam-se, imagina, os "anos revolucionários", que não passaram afinal de uma tragicomédia de baixo calibre com actores medíocres. Ao dizer isto, posso estar a sobreestimar-me (e ao livrinho), mas creio haver uma parte de verdade nisto.

LUIS SOARES DE OLIVEIRA: Desculpa. Quanto a mim essa é a discussão. Pobres mas homogéneos". Há outra maneira de enriquecer?

HENRIQUE BORGES: Podes explicar melhor o que queres dizer?

LUIS SOARES DE OLIVEIRA: Desculpa se não fui claro. Este foi o tema que me preocupou toda a carreira e, por acaso, seria também o tema que tive de discutir com Marcello Caetano, então presidente do jury do concurso para Conselheiros. "Como crescer economicamente sem sacrificar externamente a soberania e internamente e a estabilidade?» Marcello e eu discordámos profundamente. Tenho que para o periférico é impossível. Só o líder consegue. Julgo que Putin chegou à mesma conclusão. Mas Xi talvez tenha uma solução escondida na manga.

MARGARIDA DORIA OSÓRIO BORGES: O título é inspirador.

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