domingo, 2 de outubro de 2022

Passos da Guerra


No espanto inútil.

Anexação e ameaça nuclear "representaram a escalada mais séria desde o início da guerra", diz Stoltenberg

O secretário-geral da NATO condenou a anexação russa de territórios ucranianos. Em resposta ao pedido de "adesão rápida" da Ucrânia à aliança militar, lembra que a aprovação tem de ser "unânime".

ADRIANA ALVES: Texto

OBSERVADOR, 30 set 2022, 23:06 2 

Stoltenberg condena a anexação de cerca de 15% do território da Ucrânia, "uma área aproximadamente do tamanho de Portugal" STEPHANIE LECOCQ/EPA

Num dia marcado pela anexação russa de quatro regiões ucranianas, o secretário-geral da NATO alertou que estamos a viver um “momento crucial”, marcado pelo escalar do conflito.

Putin mobilizou mais centenas de milhares de soldados, comprometidas com um discurso irresponsável sobre armas nucleares, e agora anexou ilegalmente mais território ucraniano. Combinados, isto representa a escalada mais séria desde o início da guerra”, disse Jens Stoltenberg esta sexta-feira durante uma conferência de imprensa.

Questionado pelos jornalistas sobre se a NATO vai incentivar a Ucrânia a recuperar as regiões anexadas, Stoltenberg limitou-se a dizer que o país tem o direito de reconquistar todo o seu território ocupado. Reforçou que as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson “são terras ucranianas”, bem como a Crimeia, península anexada em 2014. “Esta é a maior tentativa de anexação de território europeu pela força desde a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 15% do território da Ucrânia, uma área aproximadamente do tamanho de Portugal, foi tomado ilegalmente pela Rússia com a ponta da pistola“.

Quanto ao pedido do Presidente ucraniano de uma adesão rápida à NATO, Stoltenberg disse que qualquer democracia na Europa tem o direito de pedir a adesão, no entanto lembra que a aprovação tem de ser uma decisão “unânime” entre todos os Estados-membros.

O secretário-geral da NATO culpou a Rússia pelo prolongamento do conflito, acrescentando que “é do interesse da aliança militar garantir que o Presidente Putin não vence a guerra. “Se a Rússia parar de combater haverá paz. Se a Ucrânia parar de combater deixará de existir enquanto uma nação independente soberana na Europa”, concluiu.

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