Que, mais do que crítica trocista,
mereceria, talvez, um esforço conjunto para elevarmos o nível educacional, mas
que, naturalmente, tem a ver com políticas educativas, para além de firmeza na
obediência a normas e conhecimentos que os elaboradores dos livros nos
complementares, sobretudo, têm desenvolvido a um nível de excelência, no que
toca, sobretudo à Literatura Portuguesa. Já aqui se falou nas “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”
que Antero de Quental com tanto saber
desenvolveu e transcrevo da Internet, o pequeno texto introdutório:
«As Causas da Decadência dos
Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos foi o tema que Antero de
Quental expôs na segunda das Conferências do Casino.
Antero tenta explicar as razões do atraso português e do atraso espanhol a
partir do século XVII. A conferência sistematiza teses há muito defendidas
por Alexandre Herculano. Foi
publicada em folheto, tendo exercido uma grande influência, sobretudo em Oliveira
Martins. Martins escreverá a História da
Civilização Ibérica, em 1879, e o Portugal Contemporâneo em
1881, tendo como bases as teses de Herculano e Antero.
Para Antero as causas principais
da decadência são três:
A Contrarreforma dirigida pelos Jesuítas;
A Centralização Política
realizada pela Monarquia Absoluta;
O Sistema Económico realizado
pelos Descobrimentos…..»
É certo que em termos educativos, o povo
foi ignorado, desde os inícios da Monarquia, e relembro um texto de uma
antologia antiga e desaparecida, referindo uma crítica de um inglês que
visitara Portugal, talvez por alturas de D. João I e já chufava do parasitismo
pelintra dos nobres preocupados com a sua aparência e os seus cabelos,
igualmente iletrados, afinal. Com as excepções que todos conhecemos dos
escritores e outros génios maiores que nobilitaram a língua e a nação
portuguesa, ao longo dos séculos.
Vem este introito a propósito do texto
de Luís Soares de Oliveira,
1 d, que me fez
procurar igualmente na Internet as referências menosprezantes de Lord Byron
(que colocarei no fim), do “BLOG DA RUA
NOVA”:
«PAÍS DA POBREZA»
Já o escritor inglês William Beckford,
que por qui se atardou nos finais do século XVIII, dizia que em Portugal até os
latifundiários são pobres. E tinha razão. Eram pobres porque não sabiam fazer
render o considerável capital fixo de que dispunham.
COMENTÁRIOS
António
Pereira de Carvalho: Absolutamente!
Aida
Franco Nogueira: Uma
grande verdade, infelizmente...
Alexandra Madeira Ferreira: Senhor
Embaixador, Luis Soares de Oliveira, ou numa vertente
humorística apresentada por Herman José num sketch: “Lá em casa somos todos
pobres, o pai é pobre, a cozinheira é pobre e até o motorista é pobre!”
João de Santarém: "Cartas
de Felipe II a las Infantas sus hijas". Às tantas refere que em Portugal
(da altura) não se encontrava sequer "un palo".
Graça Gonçalves Pereira: É
muito funda esta característica do nosso país, obrigada pela dica do livro que
não conhecia.
NOTAS DA INTERNET:
Lord Byron - Uma carta de Portugal
blogdaruanov
«Cork Convent, near
Cintra (1840s).
Drawn by C. Stanfield, from a
sketch by Capt. Elliot. Engraved by E. Finden.
É bem
conhecido o enlevo que o autor inglês Lord Byron (George Gordon Noel,
1788-1824), nutria pela região de Sintra. Os dois versos "...Lo! Cintra's glorious eden
intervenes / In variegated maze of mount and glen..." (canto
I, estrofe XVIII), do seu extenso poema Childe
Harold's Pilgrimage (1812-1818), são frequentemente citados
para ilustrar este aspecto. No entanto, o seu desdém pelos
portugueses, evidente ao longo das estrofes XIV a XXXIII do mesmo canto e
frequentemente referido na sua correspondência, tem sido esquecido, com
excepção de algumas diatribes académicas, velhas de muitas décadas.
A carta que se transcreve documenta eloquentemente os dois
aspectos acima referidos - o elogio explícito de Sintra e a crítica
irónica aos portugueses:
[Ao Sr. Hodgson]
"Lisboa, 16 de Julho de 1809."
"Até ao momento temos seguido a nossa rota, e visto todo o tipo de
panorâmicas maravilhosas, palácios, conventos, &c., - o que, estando para
ser contado na próxima obra, Book of Travels, do meu amigo Hobhouse, eu
não anteciparei transmitindo-lhe qualquer relato de uma maneira privada e
clandestina. Devo apenas observar que a vila de Cintra, na Estremadura, é
talvez a mais bela do mundo.
Sinto-me muito feliz aqui, porque adoro laranjas, e falo um latim
macarrónico com os monges, que o compreendem, uma vez que é como o deles, - e
frequento a sociedade (com as minhas pistolas de bolso), e nado ao longo do
Tejo, e monto em burros ou mulas, e digo palavrões em Português, e sou mordido
pelos mosquitos. Mas quê? Aqueles que efectuam digressões não
devem esperar conforto.
Quando os portugueses são pertinazes, eu digo 'Carracho!' - a grande praga dos
fidalgos, que muito bem ocupa o lugar de 'Damme!' - e quando fico
aborrecido com o meu vizinho declaro-o 'Ambra di merdo' [por 'Homem de merda'
?]. Com estas duas frases, e uma terceira, 'Avra bouro' [por 'Arre burro' ?],
que significa 'Get an ass' ['Arranja um burro' ...!?!, obviamente uma tradução
incorrecta.], sou universalmente reconhecido como pessoa de categoria e mestre
em línguas. Quão alegremente vivemos sendo viajantes! - se tivermos comida e
vestuário. Mas, em sóbria tristeza, qualquer coisa é melhor do que Inglaterra
e eu estou infinitamente divertido com a minha peregrinação, até ao momento.
Amanhã começaremos a percorrer cerca de 400 milhas até Gibraltar, onde
embarcaremos para Melita [por 'Melilla' ?] e Bizâncio. Uma carta para Malta aí
me encontrará, ou será reexpedida caso eu esteja ausente. Rogo-te que abraces o
Drury e o Dwyer, e todos os Efésios que encontres. Escrevo com o lápis que me
foi dado pelo Butler, o que torna o mau estado da minha [escrita?] mão ainda
pior. Perdoa a ilegibilidade.
Hodgson! Envia-me as novidades, e as mortes e as derrotas e crimes capitais e
as desgraças dos amigos; e dá-nos conta das questões literárias, e das
controvérsias e das críticas. Tudo isto será agradável - 'Suave mari magno,
&c.'. A propósito, tenho andado enjoado e farto do mar. Adieu."
COMENTÁRIOS:
Carlos Costa 28.11.2010: Só
ironia e sarcasmo da parte de Byron. Junto com François Villon, Byron é o meu
poeta favorito. Foi um homem do seu tempo. O Romantismo estava no seu auge.
Carlos Costa 16.02.2011: Não
admira o desprezo que Byron tinha pelos tugas. Naquela época, os tugas eram
analfabetos, fanáticos religiosos e conservadores. Lê uma biografia que escrevi
sobre Byron em http://carlos-costa.com/lord-byron/
Lord
Ruthven 25.06.2013: Não
tem nada a ver com isso. lord Byron vinha de uma sociedade tipicamente
conservadora (a inglesa), portanto não teve nada a ver com o conservadorismo
mas sim com a parolice que já havia na altura na sociedade portuguesa, que
vinha em decadência desde o séc. 17. Tem que ler os livros de Eça de Queirós
para perceber isso.
Serico115 19.03.2015: E os ingleses? Vis, rancorosos, orgulhosos. É muito triste ver a
subserviência que uma certa corja de tugas teima em assumir perante quem em
Portugal apenas encontrou quem os quisesse bajular e se deixar explorar. Caminhos
de Ferro, Carris, Telefones, Vinhos do Porto, para não falar do
mapa-cor-de-rosa (Angola-Moçambique), e quantas coisas mais?????
Nenhum comentário:
Postar um comentário