Que tem a ver, inexplicavelmente, com
créditos mal parados. Temos agora “armas nucleares tácticas”, dirigidas à
destruição maneirinha, antes das “nucleares estratégicas”, essas, sim, perfeitamente
assertivas.
Quem se arrisca a fabricar filhos?
Utilizadas em campos de batalha e
lançadas de mísseis. O que são as armas nucleares tácticas, que Putin poderá
utilizar na Ucrânia?
As armas nucleares tácticas foram
concebidas para serem utilizadas em campos de batalha. Esse tipo de ogiva
nuclear pode ser lançado de aeronaves, navios e ainda de mísseis de curto
alcance.
OBSERVADOR, 01 out 2022
Desde
o início da guerra, Vladimir
Putin ameaçou, mais do que uma vez, recorrer a
armas nucleares para defender o território russo. O Presidente da Rússia disse
estar pronto para utilizar esse armamento, aumenta o receio de que possa usar
armas nucleares tácticas na Ucrânia.
Com
as forças russas a perderem terreno na Ucrânia — nomeadamente a cidade de Lyman
— foi a vez de Ramzan Kadyrov, líder da Chechénia, defender que Moscovo deveria
ponderar a utilização de armas nucleares de alcance limitado no país invadido.
Mais
pequenas do que as armas nucleares estratégicas, as tácticas foram concebidas
para serem utilizadas em campos de batalha ou ataques limitados, por exemplo,
para destruir uma coluna de tanques ou outras instalações militares.
De acordo com
a BBC, este tipo de pequenas ogivas nucleares são desenhadas para
destruir alvos inimigos sem causar dispersão de radioactividade generalizada.
Com uma capacidade de poder explosivo de 10 a 100 quilotoneladas de dinamite
estas armas também são chamadas de “baixo poder”.
Porém,
actualmente, a maioria das armas nucleares são de rendimento variável
(“dial-a-yield”), o que significa que a quantidade de energia explosiva pode
ser aumentada ou diminuída, dependendo da situação e dos objetivos militares.
Ouça aqui o
episódio do podcast “A História do Dia” sobre a ameaça nuclear russa.
Para os especialistas, o principal
objectivo das armas nucleares tácticas acaba por ser estratégico: ganhar
vantagem num conflito e aterrorizar o inimigo. James Mattis disse que não existe “qualquer coisa
como uma arma nuclear táctica”.
Segundo a CNN, o antigo secretário da Defesa dos EUA explicou,
em 2018, que “qualquer arma nuclear utilizada em qualquer altura é uma mudança
estratégica do jogo”.
Quantas armas nucleares tácticas tem
a Rússia e como é que podem ser lançadas?
O Bulletin of the Atomic Scientists, uma organização sem fins
lucrativos que afirma “informar o público acerca das ameaças à sobrevivência e
ao desenvolvimento da humanidade decorrentes das armas nucleares”, estimou que
a Rússia tenha cerca de 2.000 armas nucleares tácticas.
Este
tipo de ogiva nuclear pode ser disparado de aeronaves e navios, mas também pode
ser lançado de vários tipos de mísseis de curto alcance (geralmente abaixo dos
500 quilómetros), como o que Iskander-M, têm
sido usados pelas forças russas para bombardear várias regiões da Ucrânia.
As armas nucleares tácticas foram, no
entender de Nina Tannenwald, professora sénior de relações internacionais na
Brown University (EUA), desenvolvidas durante a Guerra Fria com o objectivo de
“melhorar” a dissuasão nuclear.
A
especialista sustentou a sua opinião, em declarações à Euronews Next, explicando que a “ameaça de
usar” armas nucleares mais pequenas e menos destrutivas era mais “credível”
porque essas são “menos prejudiciais” e a dissuasão “seria mais forte”.
Por oposição, se algum país tiver
armas nucleares “realmente grandes”, as “pessoas vão ter muito medo de
usá-las”, uma vez que são “muito destrutivas”. Por isso, a “ameaça dissuasiva”
a dada altura é menos credível.
Desta
forma, o desenvolvimento dessas armas tácticas fez parte de um esforço que
existiu para superar as preocupações de que, como os ataques nucleares em larga
escala eram vistos como impensáveis, as armas nucleares estratégicas estavam
a perder o seu valor como um impedimento para uma guerra.
Este tipo de armamento já foi
utilizado?
As
armas nucleares tácticas nunca foram usadas em conflito, avança a BBC que
refere os vários motivos que explicam essa não utilização.
A
primeira razão é que tanto os EUA como a Rússia consideram que este tipo de
ogiva nuclear é tão eficaz para destruir alvos no campo de batalha
quanto as munições convencionais modernas.
Para
além disso, o mesmo site considera que até ao momento nenhum país detentor de
armas nucleares esteve disposto a desencadear uma guerra nuclear total, embora
a Rússia pareça estar disponível para utilizar ogivas nucleares mais pequenas
em vez de mísseis estratégicos maiores.
A
possibilidade de a Rússia utilizar armas nucleares tácticas é explicado por
Patricia Lewis como a possibilidade de o país não ver isso “como ultrapassar
um grande limite nuclear”. As forças russas podem ver a utilização desse
tipo de armamento como “parte das suas forças convencionais”, acrescentou
a chefe do programa de segurança internacional do think tank Chatham
House em declarações à BBC.
UCRÂNIA GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO RÚSSIA
Filipe Costa: Não deixam de ser armas nucleares, há contaminação,
esta gente anda toda parva, espero que a Ucrânia expulse os nazis do Kremlin da
sua casa.
Carlos Dias:
Os ditadores são sempre cobardes O Putin vai usar estas
armas nucleares em breve Só os Russos com dignidade o podem impedir São a minha
única esperança
Tiago Manso:
Não são nada. Mal o primeiro míssil for
disparado, que pode ser, a Rússia deixará de existir!
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