quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Pois!


Como diria a irmã do Solnado, que gostava muito de dizer coisas.

Todavia, o povo hoje faz greves e só reclama na rua, em procissão, dantes era também na taberna, (como já escrevia Júlio Dinis), e era encabeçado por um agente influente, como o sr. Joaquim das Perdizes, porta-voz do Sr. Seabra – (refiro-me, é claro às personagens salientes de “A Morgadinha dos Canaviais”). O que prova que evoluiu. Como não foi preparado para a tal consciencialização que se obtém não só com o estudo mas com a prática cívica, se lhe dizem que deve recusar-se ao trabalho, pois tem a força da recusa – em chusma - ao trabalho, na indiferença pelo transtorno que essa recusa provocará na nação, ele faz a greve, como os das chefias ensinaram. Mais não se lhe pede. A prática das reformas – e dos lucros correspondentes - parte dos cabecilhas delas, ou de quem se encarrega disso, o povo depois só canta os slogans e percorre as ruas. E para isso nem precisa de saber ler nem escrever, pois quando se trata de obter mais dinheiro há toda uma pré-disposição aliciante das marchas e dos slogans, seja ele obtido por direito próprio ou dever alheio.

Mas o Dr. Luís Soares de Oliveira conta outras histórias, de gentes entendidas, do passado, como esse Teófilo Braga, que ascendeu logo à chefia da nação, embora provisoriamente, então. Quem faz os movimentos, são, pois, os chefes, generais ou outros, o povo não sabe desses cozinhados, apenas obedece, exceptuando, naturalmente o povo da Grândola, para mais, morena, que é o que está a dar. Mas o de Almada igualmente, esse com mente ciente, informa o Sr. Embaixador.

 

O TEXTO DE  LUIS SOARES DE OLIVEIRA

1 d  · 

O erro republicano

Quando os líderes republicanos, então encabeçados por José Relvas, decidiram que a República triunfante em Lisboa seria imposta ao país "pelo telégrafo" - dispensando o plebiscito da praxe ou qualquer outra forma de consulta ao povo - cavaram um fosso entre políticos e país de cunho altamente funesto. Privaram a novel instituição da sua glória: - não seria jamais uma conquista do povo, mas tão somente coisa de "formigas" raivosos, "pedreiros" ambiciosos e bacharéis de Coimbra gananciosos. O país soube uma bela manhã, pelo telégrafo, que tinha passado a ser uma república e a grei nem sabia o que isso significava.

Nota: excepção notável: - Almada. Ali já o povo havia proclamado a República na véspera.

 COMENTÁRIO

Henrique Borges: Mas tudo continuou a ser imposto pelo "telégrafo". Alguns exemplos: a adesão à então CEE; a inclusão no espaço Schengen; a adesão ao euro; o confinamento e a vacinação em massa contra a Covid; mais recentemente, a participação nas sanções contra a Rússia. Amanhã, quem sabe, o envolvimento do país numa guerra aberta (e não já "proxy", como actualmente) contra a Rússia.

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