Uma carta de Teolinda Gersão enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, que trato de copiar para o
meu blog, sem outro comentário a não ser a reprodução de uma frase igualmente
apelativa com que finalizei, em 11/5/76, por outros motivos mas igualmente
graves, uma Exposição dirigida ao Senhor Ministro da Educação e Investigação
Científica, Exposição naturalmente inútil em termos educativos por cá, como
é a carta de Teolinda Gersão, sobre um ACORDO
ORTOGRÁFICO de um país de desacordo. Agradeço ao Luís o ter-ma enviado, a carta de TEOLINDA GERSÃO, que me apresso a transcrever, após o meu “comentário”
antigo que poderá servir, hoje, de achega obscura ao seu apelo, que é o meu
também e o de tantos portugueses, do vexame imposto de um Acordo absurdo, por tanta inépcia
inutilmente apontada. Eis a frase da minha Exposição inútil de há 47 anos (incluída no meu livro "Cravos Roxos"): “Por isso dirijo a V. Exª este manifesto,
como um grito de dor e um apelo ao bom senso dos homens que governam o meu país”
(11/5/76).
Eis a carta de TEOLINDA GERSÃO:
“Caro Professor
Marcelo Rebelo de Sousa, |…| juro que não sou Presidente da República nem nada,
mas também juro que não deixo nenhuma editora, nem governo nenhum,
assassinar-me ilegalmente a ortografia. Os governos passam, mas a língua fica e
não se muda por decreto nem os governantes são seus donos. A língua portuguesa
faz parte do nosso património e da nossa
identidade, não tem dono e admite variantes, que não têm hierarquias e são
igualmente válidas. O português europeu é uma dessas variantes. A deste país
que é o nosso e também o seu. E cujos superiores interesses o Senhor jurou
defender. Teolinda Gersão, Escritora e professora catedrática jubilada portuguesa).
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