Generosamente, ela
não nos vai faltar, a ÁGUA, que provinha do ciclo entre Terra e Céu.
Astrónomos fazem descoberta que apoia
tese de água na Terra ser mais antiga do que Sol
Foi descoberto o elo que faltava para
defender esta teoria através da V883 Orionis. Segundo os investigadores,
"a água nos sistemas planetários foi herdada tanto pelos cometas como pela
Terra".
OBSERVADOR, 08
mar. 2023, 21:18
▲uma equipa
internacional de astrónomos detectou vapor de água no disco de formação
planetária situado em torno da protoestrela V883 Orionis, na constelação
Orion, a cerca de 13oo anos-luz da Terra.
Astrónomos detectaram vapor de água num disco de formação de planetas em redor de uma estrela em formação
que apoia a tese de que a água na Terra é mais antiga do que o Sol, foi
divulgado esta quarta-feira.
Com
o auxílio do radiotelescópio ALMA, operado no Chile pelo Observatório Europeu
do Sul (OES), que divulgou esta quarta-feira a descoberta, uma equipa
internacional de astrónomos detectou vapor de água no disco de formação
planetária situado em torno da protoestrela V883
Orionis, na constelação Orion, a
cerca de 1.300 anos-luz da Terra.
Segundo
o OES, organização
astronómica da qual Portugal faz parte, a água sob a forma de
vapor “apresenta uma assinatura química que explica o percurso da água, desde
as nuvens de gás onde se formam as estrelas até aos planetas, e apoia a ideia
de que a água existente na Terra é ainda mais antiga do que o Sol”.
John
J. Tobin, autor
principal da investigação, publicada esta quarta-feira na revista científica
Nature, disse, citado no comunicado do OES, que “a composição
da água no disco é muito semelhante à dos cometas no Sistema Solar”.
“O
que confirma a ideia de que a água nos sistemas planetários se formou há
milhares de milhões de anos, antes do Sol, no espaço interestelar e foi herdada
tanto pelos cometas como pela Terra relativamente inalterada”, sustentou o
astrónomo do Observatório Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos.
O percurso da água desde as nuvens de gás e poeira até às estrelas
jovens e, posteriormente, dos cometas aos planetas já tinha sido observado
anteriormente. Faltava a ligação entre as jovens estrelas e os cometas.
“V883 Orionis fornece-nos o elo que
faltava”, afirmou John J. Tobin.
Quando uma nuvem de gás e poeira se desintegra para formar uma
estrela no seu centro, forma-se igualmente um disco de material em torno da
estrela. Este material acumula-se ao longo de vários milhões de anos para
formar cometas, asteroides ou planetas.
Tobin
e a sua equipa usaram o radiotelescópio ALMA para medir as assinaturas químicas
da água e o seu percurso desde a nuvem de formação estelar da V883 Orionis até
aos planetas.
A equipa estudou uma versão ligeiramente mais pesada de água, onde
um dos átomos de hidrogénio é substituído por um de deutério (isótopo pesado de
hidrogénio).
“Uma
vez que a água simples e a água pesada se formam sob condições diferentes, o
seu quociente pode ser usado para traçar quando e onde é que essa água se
formou. Por exemplo, este quociente em alguns cometas do Sistema Solar mostrou
ser semelhante ao da água na Terra, sugerindo que os cometas
poderão ter trazido água para o planeta”, refere o OES.
A partir das observações
feitas com o ALMA, os astrónomos estimam que o disco de formação planetária da
V883 Orionis “contém, pelo menos, 1.200 vezes a quantidade de água que existe
em todos os oceanos da Terra”.
PLANETA TERRA NATUREZA AMBIENTE CIÊNCIA ÁGUA ASTRONOMIA ESPAÇO
Nenhum comentário:
Postar um comentário