Russo, a dilatar-se. Em imposições.
NATO: Suécia convoca embaixador russo
após ameaças de retaliação militar
"O
Ministério dos Negócios Estrangeiros convocará o embaixador russo para
denunciar esta tentativa clara de influência. Só a Suécia decide sobre a sua
política de segurança", avisa Tobias Billstrom.
OBSERVADOR, 29
mar. 2023, 13:51
A Suécia anunciou esta quarta-feira que vai convocar o embaixador da
Rússia em Estocolmo por ter ameaçado o país de que passará a ser um alvo
legítimo da retaliação russa, incluindo militar, assim que aderir à NATO.
“O
Ministério dos Negócios Estrangeiros convocará o embaixador russo para
denunciar esta tentativa clara de influência”, disse o chefe da diplomacia
sueca, Tobias Billstrom, à agência francesa AFP.
“Só
a Suécia decide sobre a sua política de segurança nacional, mais ninguém”,
acrescentou.
O embaixador Viktor Tatarintsev advertiu a Suécia e a Finlândia de
que a entrada na NATO tornará os dois países “alvos legítimos” da retaliação
de Moscovo.
“Após
a adesão da Finlândia e da Suécia, a extensão total das fronteiras entre a
Rússia e a NATO vai quase duplicar”, disse Tatarintsev num texto publicado no
“site” da missão russa, na terça-feira.
“Se
ainda parece a alguém que isso vai de alguma forma melhorar a segurança da
Europa, fiquem tranquilos que os novos membros do bloco hostil tornar-se-ão um
alvo legítimo para as medidas retaliatórias russas, inclusive de natureza
militar”, advertiu.
Tatarintsev
referiu também o risco de o comando da NATO “decidir entrar totalmente no
conflito” entre a Rússia e a Ucrânia, e arrastar os suecos para a morte.
A Suécia está a “dar um passo para o abismo”, disse o diplomata russo no texto crítico daentrada dos dois países na NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico
Norte).
A
Suécia e a Finlândia pediram a adesão em 18 de maio de 2022, menos de três
meses depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, pondo termo à sua posição
histórica de neutralidade.
A Rússia partilha uma fronteira terrestre com a Finlândia com mais
de 1.300 quilómetros e uma fronteira marítima com a Suécia.
Um dos objectivos russos para justificar a invasão da Ucrânia foi
impedir o país vizinho de aderir à NATO e, consequentemente, a expansão da
Aliança Atlântica.
Antes da invasão, Moscovo exigiu que a NATO garantisse, em forma de
tratado, que a Ucrânia e a Geórgia nunca se tornariam membros da aliança.
Exigiu também o recuo da NATO para as
posições anteriores a 1997, antes do alargamento da organização ao Leste da
Europa. A NATO recusou ambas as exigências.
Face
à alegação de Moscovo de que a expansão visa cercar a Rússia, a NATO afirma que
apenas seis por cento das fronteiras terrestres russas
tocam membros da Aliança.
A Rússia tem fronteiras terrestres
com 14 países e apenas cinco deles são membros da NATO, ainda segundo a
organização de defesa militar.
Dos 30 membros da NATO, apenas Turquia e
Hungria não concluíram ainda o processo de ratificação dos
pedidos dos dois países nórdicos, embora tenham avançado no caso finlandês.
Relativamente à Suécia, a Turquia exige que deixe de apoiar grupos curdos
considerados terroristas por Ancara.
A
Hungria admitiu recentemente estar a atrasar o processo devido a posições
anteriores dos governantes suecos sobre a suspensão de fundos europeus a
Budapeste. Portugal ratificou a adesão dos dois países em setembro de 2022.
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