De uma risível aparência de virtude, de
abjecta frieza e cinismo, demonstrando – embora inutilmente - que já a ninguém
enganam, pese embora o comodismo inerte de todos nós, que nos sujeitamos, por
conta do tapume da gratificação, de resto pouco convincente, como o comprovam
as greves do far niente massificado. Raquel Abecasis soube bem captar o ridículo dessas
figuras públicas, bem assentes na nossa praça acomodada.
Os camisas brancas
Marcelo viu. Marcelo sabe. Marcelo
avisa. Marcelo ameaça. O que falta saber é se no final do dia leva a sua tarefa
até ao fim ou se prefere perder-se em intrigas palacianas e jogos florais.
RAQUEL ABECASIS Jornalista e ex-candidata independente pelo CDS nas
eleições autárquicas e legislativas
OBSERVADOR,28
mar. 2023, 01:2046
Afinal
foi tudo engano e má-língua. O que o Presidente da República quis dizer quando
classificou o Governo de “requentado” e “esgotado” não era nada do que todos
percebemos. Foi só a constatação de que o Primeiro-ministro, coitado, tem
tido uma vida muito difícil e cansativa nos últimos anos. Quem julgou que
Marcelo tinha dito que o pacote de medidas «Habitação Mais» era péssimo e que, se era para isto, era melhor que o
Governo tivesse ficado quieto, também percebeu tudo mal.
E se alguém ficou convencido de que o
Primeiro-ministro estava chateado com as críticas de Marcelo, e que era para o
Presidente o recado de que há os que fazem e os que só falam, falam e não os vê
a fazer nada, desengane-se. A crítica era
para outros críticos. Nunca para o senhor Presidente da República.
Com
o que a república pode contar é com dois bons amigos e cúmplices, lado a lado
com umas camisinhas de pijama branquinhas e imaculadas na República Dominicana,
a trocarem larachas e de sorriso cínico, a garantirem que nunca um Presidente e
um chefe de governo tiveram tanto amor um pelo outro.
Ufa… parecia mesmo que estávamos à
beira de uma crise institucional em que o Presidente, consciente do desagrado
do povo com a incompetência do Governo para resolver os problemas mais básicos
do país, começava a dar sinais de que António Costa talvez não chegasse e 2026
e se ficasse por 2024. Afinal não.
Pelo menos quando estão juntos e vestidinhos de branco, reina a paz e a
harmonia entre os dois.
É pena que gastem energias a quererem comer-nos por parvos. Toda a
gente sabe ou pressente que as coisas não estão bem entre Belém e São Bento. E ainda bem que não estão, porque assim como está o
país não dá para continuar. António Costa não tem mais nada para oferecer. Anda a
reboque das crises com soluções pífias e irrealizáveis, como é o caso da
habitação. Finge que faz, mas não faz. E quando se vê aflito com o resultado
das sondagens, atira com um pacote de esmolas para os do costume, para assim
tentar manter cativo o seu voto. Soluções e perspectivas de futuro não há.
Marcelo
já viu o filme todo. Não concorda com o caminho que o Governo está a seguir.
Não só porque não resulta, mas porque não é possível que ideologicamente se
identifique com um país
cada vez mais dependente do Estado, em que a iniciativa privada e o lucro são
vistos como uma ameaça e onde uma ideologia marxista e de esquerda começa a
mostrar os seus resultados: na saúde, na educação, na justiça, nas forças
armadas e na economia.
Marcelo viu. Marcelo sabe. Marcelo
avisa. Marcelo ameaça. O que falta saber é se no final do dia leva a sua tarefa
até ao fim ou se prefere perder-se em intrigas palacianas e jogos florais,
deixando passar a oportunidade de ser o Presidente de que os portugueses
precisam, com medo de ser mal compreendido. Há um ditado que diz que “quem vai
à guerra dá e leva”. Chegou a hora de Marcelo dar e arriscar levar. É da vida,
e é para isso que serve um Presidente da República.
MARCELO REBELO DE SOUSA PRESIDENTE DA
REPÚBLICA POLÍTICA ANTÓNIO COSTA
COMENTÁRIOS:
Alberico Lopes: Raquel: o maior elogio que eu posso fazer a este seu
excepcional artigo é que o vou digitalizar para o divulgar por mais de 50
amigos com quem me correspondo diariamente! Realmente este presidente das
selfies é o maior bluff que nos podia ter saído em sorte! O que também me
admira é que tanto ele como o outro, não tenham sequer a capacidade para
entender que os portugueses quando querem ver bobos vão ao circo! Esse
espectáculo ridículo de, de camisas brancas se apresentarem nos écrans e em
nossas casas, sem terem sido convidados, foi mesmo a cereja no cimo do bolo!
Pobre país que tem como máximos dirigentes figurinhas destas!
O Serrano: Costa, o melhor político da sua geração, como dizia há
uns três anos um comentador de esquerda, logo bem intencionado, honesto,
patriota, inteligente, escrupuloso e Marcelo, o inteligentíssimo, o homem sem
sono, o homem que está em todo o lado e afinal não está em lado nenhum, o homem
das piruetas, das voltas e contra-voltas, um verdadeiro estradista - está
sempre na estrada a circular, pois são estes dois personagens que representam,
actuam, no grande teatro de variedades, na grande comédia em que Portugal se
transformou, só que esta comédia não é para rir, mas para chorar. carlos Heitor:
Marcelo estará
mesmo consciente da palhaçada que está a fazer? Toma-nos por parvos, ele e o
seu colega da camisa branca. Até quando teremos de aturar este teatro barato e
requentado ,representado por dois artistas de terceira que nos arrastam para o
precipício. Filipe F:
Passados tantos
anos ainda há gente que não entende o Marcelo: nunca fez, nunca faz e nunca
fará nada que altere o que quer que seja. Cipião Numantino:
Provavelmente
pouca gente ouviu falar do imperador Norton I. E se acrescentar que se tratou
do único imperador dos EUA então, ainda mais gente ficará confusa, não é mesmo? A história é um pouco
rocambolesca e trata-se de Joshua Abraham Norton, cujos pais emigraram de
Inglaterra para a África do Sul e por lá fizeram fortuna. Joshua Norton era irrequieto e
agarrou na sua parte da fortuna e emigrou para o Brasil. Por lá as coisas não
lhe correram lá muito bem e emigrou de novo para os EUA. Meteu-se em negócios ruinosos e
perdeu tudo. Deu-lhe para se proclamar o 1º. imperador dos Estados Unidos. Em
1859 o S. Francisco Bulletin, o jornal mais importante da cidade, resolveu
dar-lhe destaque e publica um decreto de Norton I onde era dada ordem do
fechamento do Congresso americano e a extinção dos partidos Democrata e
Republicano que, segundo ele, eram a raiz de todos os problemas da nação. De
permeio, além de outros decretos publicados, ordena de imediato a anexação do
México ao seu já vasto império. Norton I passa a ser um grande
símbolo de protesto perante a insatisfação da população com os seus governantes
e passou a ser sustentado como um verdadeiro imperador por essa mesma
população. Instituiu alguns impostos para a sua preservação e desenvolvia
várias actividades entre elas visitando as igrejas para evitar brigas religiosas,
o que normalmente conseguia. O caso começa a extrapolar para Inglaterra, chegando
até na época a propor casamento à rainha Vitória, com a finalidade de unir os
dois impérios. Entre vários casos caricatos um polícia novato de S.
Francisco prendeu Norton I por vagabundagem, situação que levou a uma grande
revolta da população que obrigou o chefe da polícia a libertá-lo imediatamente
não sem antes haver pedido desculpas públicas que Norton I não aceitou até o
conselho público de S. Francisco o vir fazer pessoalmente e com grande alarde.
Numa outra vez, ao ser-lhe negada uma refeição gratuita na maior companhia de
comboios do oeste dos EUA (Central Pacific), revoltado, Norton I, emite um
decreto extinguindo a companhia, que motivou que essa mesma companhia viesse
pedir desculpas públicas e a emitir para ele um passe vitalício e gratuito. Despoletada em 1861 a guerra
civil americana, Norton I, ficou naturalmente muito preocupado resolvendo
intervir convocando os dois presidentes inimigos, Lincoln e Davis, tentando mediar o conflito. Como
não compareceram emitiu de imediato um decreto, decretando o fim das
hostilidades. O povo de S. Francisco adorava o seu imperador. A 8 de Janeiro de 1880, Norton
I, morre. Foi uma comoção geral e o seu corpo esteve em exposição durante dois
dias por onde passaram muitos milhares de pessoas e o seu cortejo fúnebre
envolveu mais de 30.000 pessoas. O seu corpo encontra-se sepultado no cemitério de
Woodlawn em S. Francisco, constando na sua lápide não o seu nome próprio, mas
sim Norton I - Imperador dos EUA e Protector do México. Na sua nota de falecimento
escreveu-se "o Imperador Norton não matou, não roubou, nem expulsou
ninguém do seu país. Poderíamos dizer isso da maioria dos indivíduos que
exerceram o seu cargo?". Ora digam lá que não existem grandes similitudes com o
nosso imperador atual cá do burgo? Pelo menos, posso assegurar, que Norton I nunca foi
tão ridículo! Concordam?... JOHN MARTINS: Na realidade, estamos perante
um novo ciclo das relações do PR com os outros órgãos de soberania. Do
parlamento vem o recado a dizer que a oposição é lá que se faz. O líder
parlamentar do PS diz que os seus deputados não se deixam influenciar. Outros
dizem que é para ir até 2026. Por
sua vez o Presidente lembra-lhes que foi eleito por voto directo uninominal. Ninguém
pode esconder o mau estar crescente. Quem é o mau da fita? São todos. Marcelo
incluído e não tem culpa que não seja ESTADISTA.
Não nasceu para isso. Os outros protagonistas fazem política rasca. Luis Oliveira: A autora não consegue ler as
pessoas, por isso, este artigo, não faz sentido. Marcelo é alguém que foi
colocado (por quem?!) num pedestal pelas suas enormes capacidades intelectuais.
Mas veja-se: desde que está na política, em que situação é que ele foi
brilhante? Resposta: Nunca. O homem nunca passou para lá de mediano - e olhe
lá!, mas como fala muito, esboça sorrisos e tira selfies, caiu no goto dos
portugueses e da comunicação social. Mas quem tiver dois dedos de testa,
percebe que Marcelo é um cabeça oca e um banana. Se Costa não tem um desígnio
para o país, Marcelo não tem desígnio para o governo. Marcelo manda umas bocas
para o ar de vez em quando (depois de muita pressão de outros), apenas por motivos
de popularidade. E é, acima de tudo, uma pessoa sem convicções (tirando
talvez, o credo católico): ele nunca é a favor ou contra alguma ideia; é, e
nunca será mais do que: “é preciso abrir o melão para ver se é bom”. Quem for
observador sabe que dali não sai mais nada, tal o medo de alguém não gostar
dele ou se tornar impopular - o que em bom português se chama de um “banana”! O
país está um caos, mas alguma vez passaria a Marcelo “o Banana”, demitir o
governo e convocar novas eleições? Claro que não! Mesmo que houvesse 60% de
portugueses a querer a mudança, haveriam sempre 40% a preferir manter tudo como
está. Imaginem ter 40% da população a não gostar de Marcelo; e é isso que
lhe ocorre todos os dias na cabeça: “e se os outros meninos deixam de gostar de
mim?” Por isso, a autora que nunca mais perca tempo com Marcelo, porque não é
apenas tempo perdido, é tempo mal perdido. F. Mendes
> Luis
Oliveira: Completamente de acordo. O meu comentário vai no mesmo sentido. Alguns
articulistas nunca mais aprendem. Ou fingem que não perceberam. João Ramos > Luis
Oliveira: Vale sempre a pena denunciar a porcaria que nos
(des)governa, sem isso nunca conseguiremos abrir os olhos aos acéfalos que votam
nestas vergonhas… F. Mendes: Este artigo, com o devido
respeito, é ridículo. E no mau sentido. Por isto: 1.Marcelo diverte-se. Ponto. 2. Marcelo começar a
comportar-se como um PR capaz? Bem, devia ter começado há 7 anos; foi para isso
que uns milhões de eleitores o elegeram e reelegeram. Esperar que Marcelo se
comporte como um estadista, ou simplesmente como um adulto normal, é como
esperar que duas lesmas sejam capazes de dançar o tango! 3. A Raquel A. parece não ter
percebido que esta "tensão" com o Costa é absolutamente artificial.
Marcelo goza com o que se escreve sobre isto. E, de caminho, vai preparando a
saída do Costa, quando der mais jeito ao "poucochinho". Para que
venha, a seguir, essa malandragem da direita, pôr alguma ordem no que restar,
arcar com as culpas, e reabrir a via do governo ao PS, por mais 10 anos. É tão
simples quanto isto.
Alberico Lopes > F. Mendes:
Desta vez não
concordo quando escreve que o artigo da Raquel é ridículo, porque é a mais
completa descrição do anedotismo que impera pela PR e pelo poucochinho! Quanto
à eventualidade de sua excelência o afillhado de Caetano estar a rir-se de
todos nós, como quando se divertia a tocar às campainhas dos vizinhos, aí já
nada me admiraria! E é isto o PR no qua votei na 1ª. vez! Caspite! S Belo:
Obrigada, Raquel.
MRS finge que dá e finge que arrisca. Temos uma dupla óptima para um remake de
Tom & Jerry.
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