terça-feira, 21 de março de 2023

Também aí?


No Reino Unido? Espantoso!

Prefiro retomar, não como comentário ao texto de Diogo Paredes sobre a censura despropositada aos livros de Enid Blyton, que os meus filhos também devoraram, mas como retorno a alguma sanidade mental, um texto sobre o pensamento de Salazar, que o meu filho Luís me enviou, preocupado com o fluxo político seguido hoje, a provar a verdade do anunciado ontem – em 1933, no livro de António Ferro sobre Salazar:

«Esse socialismo de Estado, que muitos apregoam e aconselham como um regime avançado, seria, na verdade, o sistema ideal para lisonjear o comodismo nato e o delírio burocrático do comum dos portugueses. Nada mais cómodo, mais garantido, mais tranquilo, do que viver à custa do Estado, com a certeza do ordenado no fim do mês e da reforma no fim da vida, sem a preocupação da ruína ou da falência. O socialismo de Estado é o regime burguês por excelência. A tendência para esse regime, entre nós, deve, portanto, procurar-se mais no fundo, falho de iniciativas, da nossa raça do que noutras preocupações de ordem social. O Estado não paga muito mal e paga sempre. É-se desonesto, além disso, com maior segurança, com segura esperança de que ninguém repare. As próprias falências, os desfalques, as irregularidades, se há compadres na governação, são facilmente abafados e os "deficits" cobertos – regalia única! - pelos orçamentos do Estado. As iniciativas, por outro lado, não surgem, não progridem porque o patrão é imaterial, quase uma imagem. As coisas marcham com lentidão, com indolência, com sono» (cf. António Ferro, Salazar, ENP, 1933, pp. 64-65).

 

Bibliotecas em Inglaterra escondem livros de Enid Blyton por terem linguagem ofensiva

As bibliotecas públicas no condado de Devon estão a armazenar edições antigas das obras de Enid Blyton em zonas fora do acesso dos seus utilizadores. Em causa está a o uso de "linguagem ofensiva".

DIOGO PAREDES:Texto

OBSERVADOR, 20 mar. 2023, 15:37 25 

 “Os Cinco”, livros mundialmente conhecidos pelo público juvenil ao longo de várias gerações e escritos por Enid Blyton, estão agora menos acessíveis nas bibliotecas de Devon, no Reino Unido. As versões originais da autora estão a ser armazenadas em zonas fora do alcance do público, para evitar que os leitores tropecem em livros com “linguagem datada” e potencialmente ofensiva.

Apenas novas versões que tenham sido alteradas estão disponíveis na biblioteca de forma imediata. Leitores que peçam as versões originais — que constam, segundo o The Telegraph, do catálogo online — serão confrontados com um aviso de linguagem potencialmente ofensiva.

A Libraries Unlimited, empresa que gere as bibliotecas no condado de Devon, tem uma política de renovação de forma regular do seu stock com versões alteradas de livros clássicos — como é o caso das obras de Enid Blyton. “Nos livros que tenham linguagem que seja cada vez mais datada”, afirmou a Libraries Unlimited, dando o exemplo dos livros de Enid Blyton, “as bibliotecas continuarão a adquirir novas edições onde as editoras tenham atualizado a linguagem“.

No caso da autora d’Os Cinco, foram alteradas palavras como “queer” e “gay”, além de expressões como “cala a boca” e “não sejas idiota”. Além disso, num caso em específico, foi alterada a palavra “castanho” com definição do tom de pele de um pescador.

Byrn Harris, do Sindicato de Liberdade de Expressão, explicou ao The Telegraph que, por lei, as bibliotecas públicas devem providenciar um serviço “compreensivo e eficiente”.

Reter certas obras de forma deliberada e torná-las menos acessíveis pode ficar aquém desse serviço, especialmente se as razões para tais forem dúbias, como achar estas obras ofensivas de um modo subjetivo”, esclareceu. “Se as bibliotecas públicas insistirem em ter uma política de censura então os utilizadores, especialmente as crianças e os seus pais, devem ser informadas de forma clara que o material que a biblioteca está a reter pode não ser compreensível em resultado das suas políticas.”

Enid Blyton nasceu em 1897 e morreu em 1968. Ao longo da sua vida escreveu, desde a década de 1930 até à sua morte, mais de 700 obras, ficando famosa pela criação d’Os Cinco e do personagem infantil Noddy. O primeiro volume da sério Os Cinco foi publicada em 1942.

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COMENTÁRIOS:

Maria Cordes: Que gente ridícula, com decisões palermas, devem levar-se muito a sério. Fez as nossas longas infâncias e penávamos para poupar e poder comprar os seus livros. Passaram pelas mãos de filhos e netos. Obrigada Enyd.                     P. Sllva: Os "idiotas úteis", ao serviço de não se sabe bem quem ou o quê, entretêm-nos com questões de linguagem, linguagem de livros (ou filmes) antigos, linguagem essa que na altura era a linguagem da altura e reflectia os costumes da altura. O que é que pretendem? Reescrever a história? Manter-nos entretidos com o politicamente correcto? Enfim...                José Afonso: Reescrever a História e 1984 a caminho.             Isabel Amorim: Um dia esta gente wook vai ser eutanasiada, tudo indica que sim. Voluntariamente está claro. Quando não tiverem mais ideias para exigirem, entram em depressão profunda. Tadinhos....                 Fernando Faria: Eu já disse isto. Qualquer dia o livro Cozinha Tradicional Portuguesa de Maria de Lurdes Modesto vai ser censurado porque fala em desossar um frango e outras atrocidades. Vão ver!

Guilherme Ferrão: A Penguin, por ser uma organização comercial, ainda teve de responder perante os seus leitores por simples leis de mercado. Mas as bibliotecas, infelizmente, não podem ser responsabilizadas na mesma maneira. Esperemos que os cidadãos britânicos façam a sua vontade ser conhecida através dos meios disponíveis, mas com a insistência que os politicamente corretos nos impingem a sua agenda duvido que faça efeito. Enfim, continuaremos nisto ainda por mais uns anos.                Carlos Real: Uma coisa e agarrar em herois conhecidos e recriar novas obras com os valores atuais. Mesmo o não reeditar determinados conteúdos que estao datados com ideias racistas, sexistas faz algum sentido. Agora reescrever e deturpar o que os autores escreveram é pior que censura. Já se chegou ao ridículo de tirar expressões como feio e gordo. Com o acordo dos editores e dos herdeiros. O mundo está mesmo a ficar louco (não sei se posso ainda utilizar esta expressão). Tenho de consultar o dicionário do politicamente correcto. Versão LGBT2023March.                 Carlos Real: No Ocidente, terra da suposta liberdade e confronto de ideias, estamos a caminhar a passo acelerado rumo a convergência com as ditaduras típicas. Exterminem-se os escritores, porque qualquer robot com o algoritmo certo e muito mais produtivo, eficiente e barato. Para mais o pessoal do politicamente correto, amante de Biden, Che, Lula, Macron, Costa e Cª aplaude o vosso esforço de pureza ideologica, mesmo que os mais atrevidos e contestatários vos façam lembrar as semelhanças de pensamento com certos ideologias terminadas em ismo, ou seja nazismo, maoismo, marxismo.               Manuel Cabral > Carlos Real: socialismo, feminismo, machismo, ignorância & etc.!          Gabriela Gop > Manuel Cabral: ...e fascismo !               João Pimenta > Carlos Real: Que mistura de grelos. Que é que Macron (que já criticou várias vezes a cultura woke) e Biden têm a ver com o politicamente correcto e com os outros? Mais critérios, SFF.              Ausenda Rodrigues > João Pimenta: Têm tudo. E há mais : Trudeau, Jacinda Arden que foi substituída por outro pior, Sanna Marin, Carlos Quesada, que me lembro assim de repente. Depois há os followers como o nosso PM, Sunak e  outros mais discretos. Todo um bouquet harmonioso a "defender" a democracia.             João Pimenta > Ausenda Rodrigues Não confunda. Não têm nada absolutamente nada a ver com Trudeaus e semelhante gente. Repito que Macron já por várias vezes assumiu um discurso contra a cultura Woke, aliás um produto anglo-saxónico. Aliás o próprio Obama já se pronunciou contra e levou logo por tabela. Agora se quer cavar uma trincheira para tentar por uns de um lado, mesmo que não tenham nada em comum, e do outro os Trump, Bolsonaro,Putin, etc, então só está a contribuir para esta inútil guerra cultural…………………

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