No Reino Unido? Espantoso!
Prefiro retomar, não como comentário ao
texto de Diogo Paredes sobre a
censura despropositada aos livros de Enid Blyton, que os meus filhos também
devoraram, mas como retorno a alguma sanidade mental, um texto sobre o
pensamento de Salazar, que o meu filho Luís me enviou, preocupado com o fluxo político seguido
hoje, a provar a verdade do anunciado ontem – em 1933, no livro de António Ferro sobre Salazar:
«Esse socialismo de Estado,
que muitos apregoam e aconselham como um regime avançado, seria, na verdade, o
sistema ideal para lisonjear o comodismo nato e o delírio burocrático do comum
dos portugueses. Nada mais cómodo, mais garantido, mais tranquilo, do que viver
à custa do Estado, com a certeza do ordenado no fim do mês e da reforma no fim
da vida, sem a preocupação da ruína ou da falência. O socialismo de Estado é o
regime burguês por excelência. A tendência para esse regime, entre nós, deve,
portanto, procurar-se mais no fundo, falho de iniciativas, da nossa raça do que
noutras preocupações de ordem social. O Estado não paga muito mal e paga
sempre. É-se desonesto, além disso, com maior segurança, com segura esperança
de que ninguém repare. As próprias falências, os desfalques, as
irregularidades, se há compadres na governação, são facilmente abafados e os
"deficits" cobertos – regalia única! - pelos orçamentos do Estado. As
iniciativas, por outro lado, não surgem, não progridem porque o patrão é
imaterial, quase uma imagem. As coisas marcham com lentidão, com indolência,
com sono» (cf. António Ferro, Salazar, ENP, 1933, pp. 64-65).
Bibliotecas em Inglaterra escondem
livros de Enid Blyton por terem linguagem ofensiva
As bibliotecas públicas no condado de
Devon estão a armazenar edições antigas das obras de Enid Blyton em zonas fora
do acesso dos seus utilizadores. Em causa está a o uso de "linguagem
ofensiva".
OBSERVADOR, 20
mar. 2023, 15:37 25
“Os Cinco”, livros mundialmente
conhecidos pelo público juvenil ao longo de várias gerações e escritos por Enid
Blyton, estão agora menos acessíveis nas bibliotecas de Devon, no Reino Unido.
As versões originais da autora estão a ser armazenadas em zonas fora do alcance
do público, para evitar que os leitores tropecem em livros com “linguagem
datada” e potencialmente ofensiva.
Apenas novas versões que tenham sido alteradas estão disponíveis na
biblioteca de forma imediata. Leitores que peçam as versões originais —
que constam, segundo o The Telegraph, do catálogo online — serão confrontados
com um aviso de linguagem potencialmente ofensiva.
A Libraries Unlimited, empresa que gere as bibliotecas no condado de
Devon, tem uma política de renovação de forma regular do seu stock com
versões alteradas de livros clássicos — como é o caso das obras de Enid Blyton. “Nos livros que tenham
linguagem que seja cada vez mais datada”, afirmou a Libraries Unlimited, dando
o exemplo dos livros de Enid Blyton, “as bibliotecas continuarão a adquirir
novas edições onde as editoras tenham atualizado a linguagem“.
No caso da autora d’Os Cinco, foram alteradas palavras como “queer” e
“gay”, além de expressões como “cala a boca” e “não sejas idiota”. Além disso,
num caso em específico, foi alterada a palavra “castanho” com definição do tom
de pele de um pescador.
Byrn Harris, do Sindicato de Liberdade de Expressão, explicou ao The
Telegraph que, por lei, as bibliotecas públicas devem providenciar um serviço
“compreensivo e eficiente”.
Reter certas obras de forma deliberada e torná-las menos acessíveis pode
ficar aquém desse serviço, especialmente se as razões para tais forem dúbias,
como achar estas obras ofensivas de um modo subjetivo”, esclareceu. “Se as
bibliotecas públicas insistirem em ter uma política de censura então os
utilizadores, especialmente as crianças e os seus pais, devem ser informadas de
forma clara que o material que a biblioteca está a reter pode não ser
compreensível em resultado das suas políticas.”
Enid Blyton nasceu em 1897 e morreu em 1968. Ao longo da
sua vida escreveu, desde a década de 1930 até à sua morte, mais de 700
obras, ficando famosa pela criação d’Os Cinco e do personagem
infantil Noddy. O primeiro volume da sério Os Cinco foi
publicada em 1942.
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COMENTÁRIOS:
Maria Cordes: Que gente ridícula, com decisões
palermas, devem levar-se muito a sério. Fez as nossas longas infâncias e
penávamos para poupar e poder comprar os seus livros. Passaram pelas mãos de
filhos e netos. Obrigada Enyd. P. Sllva:
Os "idiotas
úteis", ao serviço de não se sabe bem quem ou o quê, entretêm-nos com
questões de linguagem, linguagem de livros (ou filmes) antigos, linguagem essa
que na altura era a linguagem da altura e reflectia os costumes da altura. O
que é que pretendem? Reescrever a história? Manter-nos entretidos com o
politicamente correcto? Enfim...
José Afonso: Reescrever a História e 1984 a caminho. Isabel Amorim:
Um dia esta gente
wook vai ser eutanasiada, tudo indica que sim. Voluntariamente está claro.
Quando não tiverem mais ideias para exigirem, entram em depressão profunda.
Tadinhos.... Fernando
Faria: Eu já disse isto. Qualquer dia o livro Cozinha Tradicional Portuguesa de
Maria de Lurdes Modesto vai ser censurado porque fala em desossar um frango e
outras atrocidades. Vão ver!
Guilherme Ferrão: A Penguin, por ser uma organização comercial, ainda
teve de responder perante os seus leitores por simples leis de mercado. Mas as
bibliotecas, infelizmente, não podem ser responsabilizadas na mesma maneira.
Esperemos que os cidadãos britânicos façam a sua vontade ser conhecida através
dos meios disponíveis, mas com a insistência que os politicamente corretos nos
impingem a sua agenda duvido que faça efeito. Enfim, continuaremos nisto
ainda por mais uns anos.
Carlos Real: Uma
coisa e agarrar em herois conhecidos e recriar novas obras com os valores atuais.
Mesmo o não reeditar determinados conteúdos que estao datados com ideias
racistas, sexistas faz algum sentido. Agora reescrever e deturpar o que os
autores escreveram é pior que censura. Já se chegou ao ridículo de tirar
expressões como feio e gordo. Com o acordo dos editores e dos herdeiros. O
mundo está mesmo a ficar louco (não sei se posso ainda utilizar esta
expressão). Tenho de consultar o dicionário do politicamente correcto. Versão
LGBT2023March. Carlos Real: No Ocidente, terra da suposta liberdade e confronto de
ideias, estamos a caminhar a passo acelerado rumo a convergência com as
ditaduras típicas. Exterminem-se os escritores, porque qualquer robot com o
algoritmo certo e muito mais produtivo, eficiente e barato. Para mais o pessoal
do politicamente correto, amante de Biden, Che, Lula, Macron, Costa e Cª
aplaude o vosso esforço de pureza ideologica, mesmo que os mais atrevidos e
contestatários vos façam lembrar as semelhanças de pensamento com certos
ideologias terminadas em ismo, ou seja nazismo, maoismo, marxismo. Manuel Cabral > Carlos Real: socialismo,
feminismo, machismo, ignorância & etc.! Gabriela Gop > Manuel Cabral: ...e fascismo ! João Pimenta > Carlos Real: Que mistura de grelos. Que é que Macron (que já
criticou várias vezes a cultura woke) e Biden têm a ver com o politicamente
correcto e com os outros? Mais critérios, SFF. Ausenda Rodrigues > João Pimenta: Têm tudo. E há mais : Trudeau,
Jacinda Arden que foi substituída por outro pior, Sanna Marin, Carlos Quesada,
que me lembro assim de repente. Depois há os followers como o nosso PM, Sunak e
outros mais discretos. Todo um bouquet
harmonioso a "defender" a democracia. João Pimenta > Ausenda Rodrigues Não confunda. Não têm nada
absolutamente nada a ver com Trudeaus e semelhante gente. Repito que Macron já
por várias vezes assumiu um discurso contra a cultura Woke, aliás um produto
anglo-saxónico. Aliás o próprio Obama já se pronunciou contra e levou logo por
tabela. Agora se quer cavar uma trincheira para tentar por uns de um lado, mesmo
que não tenham nada em comum, e do outro os Trump, Bolsonaro,Putin, etc, então
só está a contribuir para esta inútil guerra cultural…………………
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