Estamos sempre a criticar-nos,
não só por fugas ao fisco, como por muitas outras falcatruas que aqui se
cometem desde há muitos anos, pelo menos desde que um bando de conjurados
roazes se lançaram avidamente sobre os destinos e os bens da nação, como
usurpadores destemidos, e logo a seguir sobre os dinheiros às golfadas surgidos
por ocasião da nossa entrada triunfal na Europa das generosidades principescas e
das fraternidades igualitárias, muito embora nunca tenhamos atingido as tais
ambicionadas igualdades, porquanto a nossa situação de solidão e marginalidade nos
exclui do convívio europeu mais setentrional, inegavelmente de superior
consistência material e intelectual propícia ao que se apelida de democracia
sustentável.
Mas a leitura do email enviado
por Salles
da Fonseca, que me pôs em contacto – embora entrecortadamente (por deficiências
de abordagem mediática, confesso sem qualquer orgulho besta) com um discurso em
inglês em vídeo, discurso explosivamente pronunciado por um iracundo orador, contra
a função dos deputados europeus de sonegarem impostos, transformando o Parlamento Europeu numa instituição de
roubo do dinheiro dos cidadãos.
Daí o comentário sardónico de
Salles da Fonseca a respeito do saco roto,
a propósito duma frase de Margaret Thatcher, de trocadilho grosseiro entre público
e contribuinte na questão da utilização dos dinheiros dos impostos.
É certo que Salles da Fonseca
se esqueceu do nosso famigerado saco azul
para validar ainda mais a questão do saco, e até do saco cheio que entre nós enveredou por outros destinos semânticos,
causados por compulsiva ira, face aos distúrbios sociais. Mas a mim parece-me, perdoe-se-me a
redundância, que na questão do saco roto irónico,
de Salles da Fonseca, não nos faltam nobres exemplos entre nós, actualmente
invadindo profusamente as mesas não redondas mas rectangulares das nossas
discussões orçamentais ou simplesmente acusatórias das nossas irregularidades financeiras,
e igualmente invadindo os noticiários logo na abertura destes, quando não há
incêndios ou outros distúrbios a sobreporem-se aos nomes da nossa plutocracia de
extorsão, sobre quem se lança, com extremo azedume, a Mortágua batalhadora, como
ainda hoje ouvi, por acaso, certamente orgulhosa dos feitos paternos da aventura
anti salazarista.
Sim, devedores de estimação perpassam continuamente nos noticiários daqui, agora também em referência aos
ilustres cidadãos lusos lá de fora, como o nosso Cristiano Ronaldo, que bem escusava de nos alargar as famas da
roupa suja cá de dentro, referentes aos costumeiros usufruintes do tal dinheiro
dos contribuintes, que, não sendo
dinheiro público, breve acaba por
pertencer ao saco da nossa penúria pagadora, para cobrir falências bancárias e
outros traumas.
MAIS PARLAMENTO EUROPEU
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
24/1/2019
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Foi Margaret
Thatcher que disse algo como «Não existe dinheiro público; existe apenas
dinheiro do Contribuinte».
Felizmente, a
mensagem não caiu em saco roto.
Área de anexos: Video: 2018 – 11 -19
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