VERDADES CHÃS
De Henrique
Salles da Fonseca. Servem de
apoio ao texto anterior, de Alberto Gonçalves. Discurso firme e
sem rodeios, directo, igualmente temerário. São homens deste país, chamariz de
outras coragens, talvez, mau grado um certo radicalismo, que algum comentador
não deixa escapar.
A NOVA
ALVORADA DA ESQUERDA: QUE ALVORADA?
HENRIQUE SALLES DA FONSECA A BEM DA NAÇÃO, 12.01.19
A esquerda sempre precisou de
dinheiro - de muito dinheiro - para se sustentar; a direita, por sua vez, não.
Isto
porque a direita é composta de adolescentes que estudam enquanto estudantes,
trabalham enquanto jovens, poupam enquanto adultos e, portanto, sustentarem-se
não é um grande problema.
A
direita produz e progride enquanto a esquerda protesta nas ONGS, nos cafés e
nas tertúlias mais ou menos filosóficas.
A
esquerda sempre viveu do dinheiro dos outros, com alguma mândria e muita
conversa. Karl Marx é o seu maior exemplo pois sempre viveu à custa de amigos,
heranças e até do colega Friedrich Engels.
Todos
os esquerdistas vivem ou aspiram a viver à custa do Estado, inclusive os
empresários que votam nos Partidos da esquerda e vivem das adjudicações
públicas com mais ou menos subornos activos a quem tenha o poder de decisão.
Nos
tempos áureos, a esquerda chegou a tomar posse de países inteiros: China, União
Soviética, Cuba, Angola, Venezuela, por exemplo, onde a esquerda se locupletou
anos a fio com luxos setentrionais ao estilo de dachas e Zils bem como com
outras mordomias mais ou menos tropicais nunca disponibilizadas aos
trabalhadores que eles, esquerdistas, dizem defender.
Essa
esquerda gananciosa foi lentamente sugando a totalidade do capital inicial que
tinha sido criado por outros… até tudo se transformar em pó.
A
esquerda levou à falência os países de que se apoderou. A falência foi a razão
estaminal da queda do muro de Berlim. Viver à custa do Estado com duas ou
mais reformas totalmente imorais é o sonho dos esquerdistas. O pior é quando o
dinheiro acaba.
Sem
dinheiro, a esquerda rouba com uma volúpia jamais vista. Mas quando em
democracia e graças ao jornalismo de investigação a que se segue por vezes a
confirmação judicial, até essa fonte secou ou está em vias de fechar. Sem
empresas públicas lucrativas e sem obras para adjudicar, os cleptómanos
desesperam.
O
problema da esquerda é hoje o de saber como é que se vão sustentar daqui para a
frente sem saberem produzir bens e produtos que a população queira comprar. E
porque acabaram com os ricos, tornaram vão o velho brado de «os ricos que
paguem a crise». Então, os esquerdistas acham que agora é o Estado que tem a
obrigação de prover às suas necessidades porque são parasitas, nomeadamente
parasitas estatais.
Vai
daí, apregoada a «nova alvorada esquerdista portuguesa», planeiam agora
regressar aos grandes investimentos públicos. Para já, na área dos transportes:
aeroporto, cacilheiros, locomotivas e o mais que o calendário eleitoral sugira.
Com
que dinheiro? Logo se verá mas duma coisa tenho eu a certeza: seremos
nós, os Contribuintes, a pagar tudo, incluindo as famosas comissões que ficarão
pelo caminho entre o valor real da obra e a factura final. Como tudo seria lindo se pudéssemos confiar neles.
COMENTÁRIOS:
António da Cunha
Duarte Justo 12.01.2019: Artigo
muito bom e oportuno! Tal como na "cigarra e a formiga" direita
trabalha e a esquerda goza!
Adriano Lima 12.01.2019:: Caro Dr. Salles da Fonseca, raramente se escreve
sobre esta temática com tanta lucidez. O exemplo que cita do Marx, e logo ele,
é lapidar. Alguém poderá ripostar que o Marx, homem de intelecto e de
criatividade filosófica, tinha de ser sustentado por alguém para que as suas
ideias passassem à posteridade. Mas o Amigo demonstra que não terá valido a
pena tal "investimento capitalista". Apreciando a sua análise, eu
apenas questiono se se pode depositar, cegamente, todos os créditos na mão da
direita capitalista. A avaliar por muitos (maus) exemplos que por aí
pontificam, penso que não. Assim sendo, julgo que a solução passará
sempre por uma certa dialéctica entre as duas correntes, deixando que a
história vá clarificando o caminho a seguir. Sim, porque gostaria de saber como
seria a sociedade humana hoje se o capitalismo e a ideologia que o sustenta
tivessem rédea livre, sem qualquer contraditório.
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