quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Struggle for life



Nesta «lei da selva» em que nos integramos, somos abordados muitas vezes, quer telefonicamente, quer por email para participarmos em aquisições ou eventos favorecedores do nosso bem estar. Foi assim que me deixei seduzir por propostas editoriais de livros que a minha irrequietude participativa no mundo desde há muito me fez interferir em manifestações de apreço ou desagrado, de que, afinal, só colhi insucesso ou indiferença, mau grado perspectivas positivas da editora que elogia apenas para o seu próprio lucro, sem outro interesse na difusão dos livros que publica que não o de receber do autor o custo da edição que vai engordando essa editora.
Transcrevo um excerto de mais um texto recente de uma delas, triste mercado sem brio profissional, por duas vezes já o comprovei.

« ….. Fizemos um aumento no valor de Direitos de Autor de todos os livros vendidos online pelo Grupo Editorial Chiado. Assim, o Autor passa a receber 50% do valor de cada livro vendido. Passando assim a Chiado a pagar 5 vezes mais que o standard do mercado editorial, que se situa nos 10%.
O valor de 50% de Direitos de Autor é aplicado não só a novas obras, como a obras já publicadas pela Chiado no passado.
O Grupo Editorial Chiado vai manter a sua estratégia de desenvolvimento e inovação constantes, marketing ousado e valoroso, excelência editorial sem precedentes, estabilidade, e uma casa editorial de portas abertas, que gera as melhores oportunidades para Autores e uma diversidade única para Leitores.
Sinta-se confortável para nos enviar o seu novo original em resposta a este mesmo e-mail, ou para nos contactar se precisar de qualquer outra informação adicional.»

E foi assim que respondi:

Exmo Sr. X
Sou um dos autores que tem caído – a esperança (talvez a vaidade, também, ou uma crença em consciência pessoal analítica de textos), pode muito, nesta coisa de nos considerarmos num lugar não muito inferior na escala de valores literários – sou, pois, um dos autores que tem caído, dizia, facilmente, nos vossos habituais esquemas apelativos de publicação de livros (provavelmente baseados numa expressiva intuição psicológica (ou sequer saber), dessas vaidades que levam esses “anjinhos”, ou vaidosos como eu, a acreditar em possíveis êxitos literários obtidos através dos esforços publicitários da vossa Editora, tão hábil em liberalidade propagandística. Comprovo-o, no meu caso, com o resultado de 1. 32 E., especado, desde o início, no meu portal de controlo dos ganhos relativos à venda de um livro – «Permanência em fabulário de mudança»-  por vós editado, com ricas promessas de êxito, em discurso semelhante a esse de hoje. Bem hajam, por isso. E muitos parabéns pelo v/ êxito.
Esperando, pois, o aumento substancial de 50% nos D. A., que farão que o euro e 32 cêntimos, suba, pelo menos, para 4 vezes mais, faço votos para a continuação do v/ bom sucesso editorial missionário, com inegável efeito sobre o meu próprio.
Sem outro assunto, respeitosamente,

Como diria o outro…
… «E foi assim que em Portugal nasceu o fado»

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